terça-feira, abril 08, 2008

Momentos...

Manhã cedo... a frescura de alguns trabalhos. Sacos cheios. Querem mostrar, partilhar. Aponto os erros, explico os porquês das falhas, sugiro que completem aqui e ali, que os objectivos não foram atingidos porque eu pedia isto e aquilo, está bonito sim, mas incompleto. É sempre hora de pedir mais. Mas... como resistir a estes pequenos grandes pormenores que me encantam? Logo eu que tenho a mania dos bonequitos, dos peluches e das canetinhas perfumadas.

Hoje dia de áreas e de volumes (gosto de misturar tudo, gosto de visões globais que acentuam as diferenças, que oferecem uma melhor compreensão das partes pela visão do todo... depois vou pormenorizando)...
E, pelo meio, as minhas costumeiras fantasias...
Uma piscina redonda com chão de prata... relva de diamantes (isso existe? claro que existe... é assim uma relva muito verde que na ponta tem diamantes...) As raparigas na fase muito princesa cor-de-rosa deliram... os rapazes já deliram com as raparigas sorridentes e embora achando uma coisa tonta, riem-se e envolvem-se como elas. Sabem o que a casa gasta e puxam por mim. No fim quero saber a área ocupada pela relva de diamantes (sim, que eu sou milionária, mas não sou perdulária... esta relva é caríssima! digo-lhes... só quero mesmo comprar a relva de que preciso e, certamente não tenciono colocar relva na piscina...). E, já agora, o volume de água da piscina eu agradecia. Dedos no ar. Respondem: então acha-se a área do jardim rectangular e depois a área da piscina circular e subtrai-se a da piscina à do rectângulo. Também lhes recordo o célebre problema do exame do 9º ano e muitos já conseguem enunciar o raciocínio para calcular o volume de ar não ocupado por três bolas de ténis aconchegadas numa caixa cilíndrica à medida... sendo apenas dado o diâmetro de uma bola... Então, é a mesma coisa... achava-se o volume da caixa e subtraía-se o volume das três bolas... com o diâmetro de uma bola dava para saber o diâmetro da caixa e a altura dela.
Diferenciar para o desenvolvimento... porque mesmo quem ainda vem um bocadito lá atrás se interessa e quer perceber... e não temos o direito de fechar a janela a quem está a querer já voar céu acima.
Sempre um passo à frente. Temos de conseguir estar sempre um passo à frente. Pedindo mais, temos mais.

Depois Ciências... os trabalhos de grupo em bom ritmo. Conflitos, gestão, mediação apenas quando necessário. Hoje alguns choros, questões que ainda terão de ser resolvidas, mas já a caminho de solução. Não é fácil trabalhar em equipa. Mas temos de experimentar um pouquinho de tudo. E treinar essas competências de relação... Aos poucos... Eu rodando pela sala... aconselhando, escutando as ideias, procurando saber o que está feito, o que falta fazer, reorientando, desbloqueando...

E a seguir outra vez matemática, desta vez com os pequeninos. Áreas também...
E o caderno que não veio novamente... Não passa da próxima aula, sim? Depois da leitura dos poemas, nova conquista: registos, realização autónoma de dois exercícios, resposta em voz alta, olhos mais vivos, participação atenta. Porque entendeu o que se disse, o que se estava a pedir. E sorriu imenso.
Mas não perdoo. Sempre em cima! Quero os cadernos na próxima aula, ouviste? Não pode ser! Gosto de ti, já sabes, tenho de ralhar e muito!

Quando percebeu que fotografei as suas mãos fazendo o exercício, contando quantas unidades daquelas cabiam dentro daquela área, sorriu outra vez. A minha mensagem é clara e coerente: dou-lhe atenção quando as coisas que faz o ajudam a ser melhor e a crescer.
Ser o centro por bons motivos cria uma rotina positiva de envolvimento.
Chegou cedinho à aula.
Todas as estratégias são boas... se funcionam... repito!


Agora... ataquemos outras frentes... que a lista é longa e inesgotável...


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