sexta-feira, outubro 31, 2008
E, ainda...
Decididamente, neste final de dia:
Alunos - vários golos
Burocracia - zero
(hei-de pagar mais tarde pela ousadia de me dedicar aos miúdos em vez de andar aos papéis... paciência!)
Proteger os alunos, proteger a escola: que melhor causa?
Divulgar as conquistas da sessão de hoje do Clube.
Never ending work...
Um percurso breve pela internet para descobrir aqui o que procurava.
(Mas... depois de ler o que coloquei em adenda e que contraria a notícia do Público)Tanto quanto parece o(s) dia(s) P será(ão) na mesma a 8... e a 15.
Juntos (como possível)...
Ok.
ADENDA IMPORTANTE (dia 1 de Nov.):
Respirar...
Preciso. Cada vez preciso mais.
Sinto que as escolas têm na mão mais do que pensam que têm. Para o melhor e para o pior. Orgulho-me das escolas que encontram uma unidade que lhes preserve a sanidade e a dignidade nestes tempos de loucura. Admiro a sua inteligência colectiva. A sua coragem.
Fico triste com as escolas que o não conseguem...
Chego a casa e vou até ao jardim.
É sempre a primeira coisa que faço.
Depois venho aqui e respiro de outra forma.
Gostei deste ar fresco e verde:
Comunicado Conjunto Da Fenprof E Movimentos De Professores
.... e quero mais.
Quero saber como acaba esta história agora iniciada.
Voltamos ao mesmo.
Inteligência colectiva. Coragem.
Uma canção pode cantar-se a várias vozes no mesmo momento, no mesmo espaço, à mesma hora.
Não é utopia.
É o único caminho da esperança.
A Vision of K-12 Students Today
Porque sei que é importante diversificar, trabalhar todas as competências possíveis envolvendo corpo e mente (quantas vezes o faço de forma também mais tradicional e conservadora, seja lá o que isso for - não tenho por hábito fazer este tipo de distinções).
Mas não me esqueço nunca de que estes miúdos não somos nós num outro tempo, são eles, no seu próprio tempo e a caminhar para um tempo incerto, desconhecido. Aceito a provocação que me é feita no vídeo. Obrigo-me a reflectir sobre ela.
Quem fez este tempo, estas ferramentas, estes ambientes que depositámos nas suas mãos e depois tanto criticamos? Não devemos ceder à crítica fácil das decisões dos pais, dos comportamentos dos filhos, da vida de agora, do mundo que anda por aí às voltas. Tão pouco ceder à tentação do saudosismo... no meu tempo é que era bom e bem feito... Vã ilusão.
Este tempo agora também é o meu tempo. Todos os tempos por que passei (passámos) são meus (nossos).
O que tenho agora é isto. Quer goste, quer não goste.
Então, o que posso fazer com o que tenho?
Equilíbrio é necessário, sim.
Ignorar estes novos tempos, fingir que tudo pode voltar a ser como era é que não é possível nem desejável.
Continuarei a falar-vos, logo que consiga, do meu "menino crescido" do Clube Scratch time.
Ajudará a perceber a necessidade de uma outra perspectiva (não menos exigente, apenas diferente, usando as tecnologias como um meio importante, entre outros, para atingir os mesmos fins ou até fins novos e igualmente necessários nestes também novos tempos).
Não, não estou a falar de iniciativas (propaganda) que apenas incidem na distribuição, sem cuidar de preparar (devidamente) os mediadores (também não falo de coisas estranhas a que chamam formação). Falo exactamente da necessidade da mediação (continuamos, mais do que nunca a ser necessários), do tempo e preparação para a fazer com qualidade. Sem ela pouco acontecerá de bom e útil.
quinta-feira, outubro 30, 2008
Um dia longo...
(Hei-de partilhar alguns momentos...)
Aulas de manhã... à tarde a caminho da FPCE da Univ. de Lisboa para dar uma aulinha Scratch a alunos do primeiro ano de mestrado (Ciências da Educação). Amável convite de uma Professora da casa (que também me "aguenta" orientando o meu trabalho... :) Na escola uma permuta e uma falta (a AP) que não perturbou (muito) os alunos (par pedagógico). Noutras condições (que é como quem diz, prejudicando os meus alunos) não o teria feito.
Três horas muito vivas e muito práticas.
Assim como uma espécie de clube Scratch time dos mais crescidos.
Fico sempre deliciada com este nosso espírito jovem, seja qual for a idade, e orgulhosa por encontrar por lá professores (à mistura com os alunos mais novos)... esta classe que se desdobra e se esforça por chegar mais longe, mesmo às suas próprias custas...
Penso que deixei por lá boas sementinhas e gostei muito de estar com todos.
Se alguns alunos, por meio das suas mãos desmultiplicadoras, vierem a experimentar... fico contente.
Claro que cheguei tarde a casa... mas era preciso ainda cumprir o prometido feito ao meu doce grupinho das quintas do Clube Scratch time.
Já cumpri.
Daqui " a pouco"... mais um dia longo.
Deu-me uma certa saudade...
Já "enfeitaram" a sala onde passei tão especiais momentos em Julho, durante a conferência.
Sim... é mesmo assim... um espaço amplo, criativo, um laboratório de experiências, inovação, cheio de ar, desarrumado, inspirador, aberto à criação e ao improviso de que se faz tantas vezes a construção do novo. MÍTico...
http://flickr.com/photos/amonroy/2984331157/sizes/l/
Recebi uma matriz para encaixar bem formatadinhos os conteúdozinhos... que a lei é a lei e os pais têm de saber com pormenor quando se vai dar, quando se deu, se não se deu, por que não se deu, quando se vai dar depois, se não se deu antes.... tudo isto para levar para as reuniões nocturnas de Conselhos de turma intercalares que agora começam.Sim, eu sei que sou um bocadinho indisciplinada... que a propósito disto e daquilo (comandada pelos alunos e pelas aulas) às vezes me inspiro a antecipar conteúdos, adio outros, misturo o inesperado, cozinho de outra forma as coisas se sinto que a dificuldade no momento, ou o interesse, o justificam. Mas os "meus pais" não se queixam, pelo contrário, os alunos aprendem, os resultados até são bons.
Não tenho grande futuro neste sistema tão arrumadinho. Acho que vou passar o tempo a preencher adendas a dizer que devia ter dado mas afinal não dei... e dei depois de e antes de... e misturei porque tal...e fiz assim porque enfim e...
Sonho todos os dias com uma Escola diferente.
Cansada de paredes, muros e espaços pequeninos para enfiar tudo, até as crianças... E as crianças nunca deveriam viver enfiadas em espaços pequeninos.
Sim, sou dada a utopias. Mas sempre que um homem sonha...
quarta-feira, outubro 29, 2008
Saúde, assim-assim, lixo, poder desperdiçado e outras coisas
Oh professora e eu bebo tanto esta bebida (light)! Mas tem essas coisas! Então light não é bom? Depois na mão de outro uma aparentemente inofensiva sopinha de pacote com massinhas.... oh professora... agora é que eu vi... tantos aditivos duvidosos e mais essas coisas da gordura hidrogenada e dos glutamatos!
Oh professora... este leite com chocolate também tem porcarias! E este iogurte de frutas também!
Procurem optar por produtos simples sem sabores... necessitam de menos conservantes e outros aditivos para se manterem.
E a descoberta espantosa que produtos similares da mesma empresa podem ter diferenças abismais entre si: dou o exemplo e mostro produtos de marcas conhecidas e consideradas de qualidade - os cereais podem ter uma composição aceitável, mas depois os pequenos snacks em forma de bolachinhas e barritas... apresentam aditivos duvidosos... alguns são verdadeiro lixo alimentar. E há vinagres "mais limpos" e vinagres com corantes e com nitritos e outras coisas adicionadas. E muitos mais exemplos que nos obrigam a estar atentos a tudo, independentemente do tipo de alimentos, ou da marca que os produz. Não se deixem enganar com os lights, os saudáveis, as marcas, os biológicos, procurem com olho de lince os ingredientes-lixo! Podem estar no alimento mais insuspeito... O rótulo está lá para nos ajudar. Se for verdadeiro o que diz, devidamente controlada a informação.
Nós fazemos o gesto. Nós decidimos. Nós temos o poder.
Para eles é sempre uma surpresa atrás da outra em cada ano.
Vão para casa e falam aos pais. Uns escutam. Outros não.
Hoje disse-lhes que lhes falava não como filhos de alguém, mas como futuros pais e mães de família, com a tremenda responsabilidade de gerir as aquisições para os seus filhos no futuro. Antes os vossos pais não tinham acesso a este conhecimento... vocês agora não podem usar desculpas... fingir que não sabem...
Alguns escutam, outros não.
À saída encontrei a C., da aula da manhã, com um pacote de fritos bizarros na mão... procurava escondê-los atrás do seu corpo disforme e volumoso.
O facto de querer esconder o pacote dos meus olhos foi significativo: reconhece o erro. Falta o gesto. Falei uns minutos com ela sem recriminações.
Nós escolhemos. Nós temos o poder. Não nos queixemos depois.
Mas há muitos que escutam. Que percebem que a "matéria trabalhada" serve exactamente para perceberem por que têm mesmo de mudar. Regularmente aqui vos conto, sempre que passo por esta unidade, os avanços familiares de alguns. Este ano decidi criar uma forma de envolver as famílias no processo, reforçando e celebrando as mudanças de sentido que os levam para caminhos mais saudáveis - o diploma de família (já explico). É que chegam-me tantas histórias engraçadas do género: passei a tomar pequeno-almoço, agora a Mãe está feliz porque nunca mais disse que não à sopa, o Pai diz que eu estou muito mudada, porque já como salada e ontem até comi bróculos! Lá em casa passámos a usar o atum sem gordura e deixámos de comprar sumos com muitos aditivos e bolachas daquelas. Eu agora só bebo água em casa e já não peço porcarias e doces nas idas ao supermercado... Desfiam o rosário de conquistas e, com esses, sei que ajudei a fazer a diferença. Porque os pais atentos perceberam a importância de agarrar a oportunidade. Aconteceu-me este ano um Pai vir pedir-me que ajudasse o filhote a perceber a importância do pequeno-almoço e da refeição ligeira a meio da manhã. Ele ficou convencido e mudou por completo os hábitos (é mais fácil escutar um professor do que os pais).
Então que diploma é este?
Se realmente aconteceram mudanças consistentes, apenas no aluno ou até na família toda, terão de ser registadas num documento bonito e especial (feito com a ajuda de todos em casa) que ateste as mudanças acontecidas... Pode ser feito em computador, à mão, com pinturas, colagens, como desejarem... contando tin-tin por tin-tin tudo o que mudou lá em casa depois de trabalharem esta unidade.... e, muito importante, todos na família assinam, comprovando o testemunho dessas alterações nos hábitos de vida. Também assina o cão? Claro que sim... e o pasarinho e o gato... Rimos.
Claro que quem não mudou nada não faz o diploma. E isto não é um trabalho para "avaliação"... é um trabalho para registo e celebração de conquistas!
Já me disseram que alguns diplomas estão em construção com pais e mães... e eu morro de curiosidade para ver o resultado. Iremos fotografar os diplomas e depois divulgamos nos blogues das turmas.
Enfim...
Os meus objectivos individuais são simples. Sempre foram. Mas é na acção e muitas vezes na criatividade de um improviso não previsto no início do ano, que se cumprem.
De boas intenções está o inferno cheio.
Prefiro, ao tempo gasto a escrevinhar intenções, mais tempo para as acções que fazem realmente a diferença, estejam elas previstas ou não logo no início do ano. Ser professor é assim uma espécie de arte onde nem tudo pode ser nem objectivo, nem planeado. E com as devidas condições, com tempo para fazer realmente o nosso papel como deve ser feito, centrado nos nossos alunos, temos um poder que está a ser completamente desperdiçado com o desvio de energias para tudo o que menos interessa.
À hora do almoço na TV dizia-se que os acidentes vasculares eram a maior causa de morte em Portugal. Acrescente-se que, na maioria dos casos, as causas são os nossos gestos.
Ai sim?
Pois...
terça-feira, outubro 28, 2008
Sempre mais longe...
Menos uma fonte de stress. Os alunos estão felizes e eu fiquei feliz por eles.
Enquanto o Plano Tecnológico promete, promete, mas não chega... a escola já conta com dois linksys meus em jeito de empréstimo, para ir resolvendo problemas... um para termos net sem fios no bloco do 2º C (esse comprei de propósito há dois anos) e outro que tinha aqui em casa (depois da mudança para novo sistema) que acabou por ser a solução do famigerado problema do proxy (pelo menos nos portáteis... nos fixos o problema subsiste) que não deixava passar os projectos Scratch para a plataforma internacional.
A sugestão do responsável (pessoa cuidadosa, empenhada e interessada em ajudar a resolver a situação) de criar uma outra rede paralela com acesso directo à net, sem passar pelo proxy, foi preciosa. Lá levei o aparelho para o bloco A e... agora sim, portáteis arranjadinhos com carregadores novos, 'net à maneira que não faz conflitos com o Scratch, tudo magnífico hoje lá para a salita dos portáteis.
Por que é isto importante?
Explico.
O grupo de terça (Geração Best - Turma B, a tal muito muito multifacetada...) já passou os 20 alunos no clube... em boa verdade, acho que daqui a uma semana só uma aluna não frequentará o Clube... São entusiastas, trabalham com sorrisos e gostam de aprender coisas novas.
Muitos deles têm de vir para escola mais cedo e ter clube às 10 horas foi a solução para evitar que passem a manhã por ali até terem aula de Matemática comigo às 11:45. (A primeira aula dou-a às 8:15 aos meus doces GêTês: os Scratchers veteranos que têm clube às sextas.... Às quintas, tenho no Clube os meus pintaínhos da turma E, que não é minha, que correm atrás de mim pela escola chilreando com as novidades dos projectos novos que vão construindo em casa).
Voltando à Turma B... estamos três horas juntos em cenários diferentes.
Mas o carinho e a ligação reforçam-se e transitam. Isso faz toda a diferença.
Podiam optar por ficar na rua... mas aparecem todos os dias à porta... e gosto de os acolher bem.
Hoje no clube perguntei se desejavam aprender um bocadinho sobre coordenadas cartesianas, de forma a poderem explorar melhor algumas possibilidades do Scratch... Aceitaram o desafio... e dei uns minutos de aula de "sétimo ano" a alunos de sexto...
Agora aguardo os projectos com recurso "ao x e ao y".
Não... o Clube não é uma brincadeira... é um espaço onde estas mais que 20 crianças aparecem à terça porque querem... trabalham... aprendem a funcionar em grupo, a colaborar, desenvolvem a fluência tecnológica, trabalham conteúdos curriculares e outros, lêem, escrevem, falam, resolvem problemas, procuram ir mais longe, sempre mais longe, até no conhecimento Matemático.
Se são as TIC o motor? Não creio.
O Scratch é motivador... mas é o sentido da tarefa, o desafio constante, este carinho, estes fios condutores de respeito e estímulo, o que mais deve contar na hora de decidir estar presente, mesmo sem que ninguém lhes marque faltas... mesmo se for para falar do referencial cartesiano... mesmo quando as condições não são as melhores. Por isso hoje foi bom oferecer-lhes este presente.
(Em paralelo, nas aulas de AP, seguem os ensaios, poemas, canções em várias línguas, a animação é grande e tudo se completa... as TIC são uma porção do trabalho, não o todo.)
O Clube já tem cerca de 50 crianças nas três sessões... pena tenho é de não ter para elas o tempo que merecem, o tempo que a actividade mereceria, pelo interesse que desperta, para suporte, apoio e acompanhamento de todos os trabalhos (fora do espaço do Clube). Muito mais se aprenderia. É que eles gostam tanto de comentários, de sentir que alguém acompanha os seus progressos, alguém se interessa, alguém os provoca... (obrigada ffred pelo apoio e presença constantes junto deles sempre que não consigo!)
Talvez um dia regresse a magia à escola e o tempo que nos permita chegar mais longe. Sempre mais longe.
Para já ainda estamos na fase da subtracção e das arrecuas às cegas.
Pisar o dia desde muito cedo...
Apetece-me escrever poemas longos e histórias compridas, apetece-me um piano, apetece-me brincar com tintas num papel, apetece-me fechar portas, abrir portas, inventar personagens, apetece-me isto de dizer que me apetece qualquer coisa até a palavra apetecer ficar com um som incompreensivelmente estranho e depois, afinal, apetecer-me apenas fazer o que tenho de fazer por não saber exactamente ser eu como me apetece ou saber sequer o que me apetece apetecer-me...
Ou, talvez,
podias 'tecer-me uma canção?
(Just for me?)
segunda-feira, outubro 27, 2008
Pedagogia crítica (uma forma de olhar a educação)
Continuo.
Pelo menos três livros, uns quantos capítulos de livros e uns quantos artigos mais andam aqui por perto. Joe Kincheloe não é um homem sem polémicas. Como não pode ser ninguém que questione a ordem estabelecida. Assume os caminhos da pedagogia crítica e desenvolve modelos que olham para a investigação em educação de forma alternativa, mas não menos rigorosa.
Aceite por uns, contestado por outros... é o caminho dos homens que defendem um ideal.
E eu aprendo, lendo o que este e outros autores oferecem do seu pensamento e da sua experiência. Comparo. Reflicto. E sei e gosto e preciso de perguntar porquê. Sempre soube, sempre gostei, sempre precisei. Nunca deixarei de o fazer. Acho que é a minha mais importante função enquanto professora, enquanto pessoa-cidadã.
Volto recordar esse universo de diálogo e recursos onde tantas questões são aprofundadas e debatidas.
The Paulo and Nita Freire Project for Critical Pedagogy
The Freire Project is dedicated to building an international critical community which works to promote social justice in a variety of cultural contexts. We are committed to conducting and sharing critical research in social, political, and educational locations. READ MORE
~Joe L. Kincheloe, Project Leader
~Shirley R. Steinberg, Academic Director
Talvez seja mais fácil ter à disposição dos (des)mandos uma massa acrítica em vez dum exército de perguntadores esclarecidos e capazes. Mas continuarei a empenhar-me na formação de cidadãos de excelência: onde o conhecimento e a competência são unos, fortes e activos, servindo para questionar de modo fundamentado a realidade.
(Mais recursos vídeo: http://www.youtube.com/user/FreireProject)
domingo, outubro 26, 2008
Smoke gets in your eyes...
Embora também se tenham infiltrado insistentemente
e meta(eu)foricamente
na minha cabeça
uma ou duas (ou três, ou mais) coisas
menos sorri_dentes.
Pois...
Domingo no campo
Aos domingos, quando os sinos tocam
de manhã, o que neles se toca é a manhã,
e todas as manhãs que nessa manhã
se juntam, com os dias da infância que
nunca mais acabavam, as casas da aldeia
de portas abertas para quem passava,
as ruas de terra batida onde as carroças
traziam as coisas do campo, os cães que
corriam atrás delas, uma crença no sol
que parecia ter expulso todas as nuvens
do céu, e a eternidade desses domingos
que ficaram na memória, com o ressoar
dos sinos pelos campos para que todos
soubessem que era domingo, e não havia
domingo sem os sinos tocarem a lembrar,
a cada badalada, que os domingos não
são eternos, e que é preciso viver cada
domingo como se fosse o primeiro, para
que o toque dos sinos não dobre por
quem não sabe que é domingo.
Pedi ao meu jardim que me emprestasse uma rosa de Outono...
Casei-os.
(Acabei com a solidão de ambos.)
.
sábado, outubro 25, 2008
Métodos de Investigação em Educação
Universidade do Minho
Clara Coutinho
http://claracoutinho.wikispaces.com/
Utilização do WIKI no Mestrado em Tecnologia Educativa
Objectivo: Utilizar as potencialidades das TICs a favor do ensino e aprendizagem na Disciplina de Métodos de Investigação em Educação do Mestrado em Tecnologia Educativa.
O termo wiki é utilizado para identificar um tipo específico de colecção de documentos em hipertexto ou o software colaborativo usado para criá-lo.
O termo "Wiki" significa "super-rápido" no idioma havaiano.
Wiki também quer dizer What I Know Is... ( O que eu sei é...) onde cada um colabora com aquilo que sabe a fim de criar um repositório de dados.
Sim... por aqui a trabalhar (muito).
Pelo caminho às vezes encontramos estas preciosidades à minúscula distância de um clique.
Partilho.
sexta-feira, outubro 24, 2008
Dia longo e variado...
Mais um...
AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS DE AZEITÃO
onde corre, neste momento, um abaixo assinado
(Daremos notícias depois.)
quinta-feira, outubro 23, 2008
2010: tecnologias na escola (e tempo?)
Descobri AQUI (Blogue Miragens do Prof. Fernando Costa da FPCE)
e "roubei".
Pode ser visto AQUI (a entrevista é algures a "um terço" do início...)
Questão importante: modelo de formação dos professores. É bom que seja em contexto. É bom que também possam ser colegas mais experientes a partilhar com pares. É bom existirem condições para que tal aconteça. E leva tempo, muito tempo. A mudança é assim.
Não me esqueço dos muitos momentos de formação informal, noutros tempos com tempo, entre pares. Bebi muito de colegas mais experientes (obrigada Jakim!), já dei de beber a muitos colegas que tinham sede. Agora já ninguém tem tempo para matar a sede a ninguém. Esse tempo fundamental de partilha e formação desapareceu da escola, substituído por coisas que em nada a acrescentam, pelo contrário, avança o exercício de subtracção do essencial. E os mentores parecem esquecer que, para além desse tempo de formação, também o modelo de funcionamento da escola tem de ser diferente... e tem de existir tempo para o professor acompanhar os trabalhos e projectos (TIC, ou outros) dos alunos fora da sala de aula, muitas vezes a partir de casa, virtualmente, extendendo a sua acção e influência... Porque a escola não é só paredes e retalhos espalhados pelo tempo fragmentado, não é só correria, papéis e reuniões estéreis.
Em contrapartida, anunciam-se cada vez mais computadores e mais planos tecnológicos.
Sem tempo... isso serve exactamente para quê? Isso serve exactamente a quem?
quarta-feira, outubro 22, 2008
Para ler...
Mangas-de-alpaca
Outubro 21, 2008 by Miguel Pinto
Quando juntamos todos os normativos produzidos em cascata nos últimos anos sentimo-nos dentro de um pesadelo no interior de um filme de David Lynch...
... Um dia vai perguntar-se: "Quem matou... a Escola?"
Papilio machaon... há uma esperança de asas
Hoje surpresa: uma dúzia de lagartinhas em várias fases de desenvolvimento (portanto, várias posturas) ocupam as arrudas... mesmo os rebentos mais pequeninos.
Ao olhá-las... consigo ver a borboleta em que se transformarão, se a vida lhes der uma oportunidade e se lutarem afincadamente pela sobrevivência do voo com que sonham sem saber.
(As fotos das lagartinhas são de hoje... esta da borboleta Papilio machaon é de um passado recente que desejo muito seja futuro próximo.)
terça-feira, outubro 21, 2008
Voá Borboleta
Como posso, sim...
Às vezes rentinho ao chão, sim...
Outras vezes mais alto, sim...
Voo sempre que alguém se lembra, sim...
E me diz, me anima, sim...
Voá borboleta, vá, voá
nem que seja só para mim...
(Voá tu, Amigo, também
que voá sozinho não é voo p'ra ninguém.)
segunda-feira, outubro 20, 2008
Objectivos individuais... finalmente!
Cada um "desenhe" a moral que entender...
Eu cá gosto desta(s):
Para grandes males grandes remédios...
Fronteira sem sentido é caso perdido...
Entre aluno e professor fronteira não se consegue pôr...
Inteligência em acção é a melhor solução...
A fronteira não pode ser desenhada por quem não entende nada...
Carreira com fronteira? Não nos Açores, nem na Madeira...
...
Se tiverem preferência por finais infelizes e becos sem saída, recomendo o ROOM... se se sentirem muito deprimidos, há hipótese de um sorriso extra com o Happy - também Vancouver films... desculpem a sugestão tonta, mas foi um súbito regresso à parvoíce doce da infância, em que qualquer coisa nos fazia (sor)rir...
domingo, outubro 19, 2008
Objectivos individuais - 1a) "Observações"
Eu devia era ir trabalhar na tese, ou qualquer outra coisa assim + premente e interessante. Mas, ao rever a ficha-modelo do ME com que os CEs grelharão os seus professores, apercebi-me de que faltavam umas obs. nos "oi 1"...
Foi assim que acrescentei + umas coisas ao "oi 1".
E como não estou numa de "simplex" (a não ser para vos dizer isto)... e como decidi instrumentalizar pedagogicamente estas grelhas para explicar umas coisas... nem deixo nada aqui. O combate ao absurdo e à ignorância pode ser feito de muitas formas, certo? Até pode ser educativo e levar à reflexão...
Deixo fio até à actualização da minha "ficha" de "ois", que começa a parecer um hino (perdoem alguma gralha, ou qualquer coisa assim parecida, mas é um documento em construção :)
Magnolia grandiflora...
As sementes da Magnolia (tamanho de "um feijão") são/estão lindas. Como resistir? Click! Já está.
Anseio pela primeira floração aqui no meu jardim, na próxima Primavera (as flores podem chegar a atingir 30cm de diâmetro). A bem dizer, anseio sempre por qualquer floração... com forte preferência para as dos alunos, geralmente em forma de asas transparentes e com aroma a frutinho doce de crescer.
Esta magnoliazita é recente, veio substituir uma cerejeira de jardim que morreu "prematuramente" de morte inexplicável (matada ou morrida, não se sabe).
Ensinar gaivotas a voar... mais alto
Hoje... o final de um dos meus filmes de eleição: Finding Forrester. Precisei de mais quinze minutos na habitualmente curta refeição, porque, por mais que o veja, não me canso de o ver. De me comover. Hoje mais do que habitualmente. Um súbito desejo desse tempo de qualidade com cada aluno. Uma vontade de fuga à massificação fabril do sistema do entra e sai entra e sai entra e sai da linha de montagem cada vez mais instituída e enraizada.
Deve ser essa saudade de um tempo com tempo para ensinar (melhor) as minhas gaivotas a voar mais alto. Deve ser este lembrar da raiz, da razão de estar aqui se centrar sobretudo nesses momentos únicos com os alunos - se tivermos em mãos menos de 60 por ano, se não estivermos sobrecarregados, nem excessivamente cansados, nem tristes, nem tensos, nem impacientes com a cabeça nas mil tarefas que nunca mais se conseguem completar, podendo acompanhar com tempo e calma cada um dos voos deles, ajudando-os a aperfeiçoá-los.
Deve ser isso.
Ou talvez seja a tal saudade de fadas.
Sistema linfático, endócrino, sei lá, a reclamar encantos, primaveras e vitaminas.
Dizem que o tempo cura tudo. É verdade. Com tempo que pudesse dedicar a cada uma das minhas crianças, sinto que poderia conseguir milagres de multiplicação dos voos. A vocação, a intuição, alimentam-se do respeito e do amor pelo outro à nossa frente, mas para o amor resultar precisamos de tempo para cuidar... (sai caro? Sim... sai muito caro não ter tempo para cuidar da criança...)
Havemos de encontrar as palavras mágicas que desfaçam o feitiço malvado de quem nos roubou esse e outros bens preciosos...
ADENDA1:
Uma gaivota (das "minhas") voava voava...
(Foi surpresa... Escreveu autonomamente ontem, a partir de casa. Já lá deixei mimo e desafio aos restantes...)
ADENDA 2:
Outra gaivota (das "minhas") voava voava...
(Outra surpresa acabada de descobrir: mudança de visual do blogue, um poema matemático e um projecto Scratch... Também deixei mimo...)
ADENDA 3:
Outra gaivota "minha"... voava voava...
(Ando em breve breve ronda para eles não se sentirem muito abandonados... neste caso trata-se do blogue individual da Bia, entrada de sábado passado... já passou tempo demais... com erros a precisar de correcção para continuar vivo o estímulo de desenvolvimento da competência da escrita... Deixei miminho. Motivação já existe, eles escreviam tão pouco antes e agora alguns querem tanto comunicar... ai o tempo a faltar para lhes dar tudo o que precisam! Percebem a aflição de quem gosta mesmo de cuidar dos voos das crianças a seu cargo? Não estou a conseguir fazer tudo o que é preciso e lhes faz falta... e isso é o que mais me entristece.)
.
Objectivos individuais - 3 e mais umas coisinhas
Como o "oi" três foi feito agora de madrugada... é natural que possam existir aspectos a melhorar... embora tenha a certeza absoluta que muitos mais aspectos haverá a melhorar no nosso ECD e neste absurdo todo que nos rodeia, do que no meu textinho...
Às vezes tenho a sensação de estar a viver dentro de um filme (low budget) de alucinado terror...
Alguém na imprensa falava há tempos da nossa "zanga" (em tom depreciativo)... Mas qual zanga? Eu... é mais estupefacção pela coisa e pela aparente indiferença da maioria das pessoas fora da escola (algumas dentro), que assiste impávida e serena à implosão do ensino sem perceber o efeito CO2 e a subida do nível do mar, acima das suas cabeças, o afogamento... um dia (sempre longínquo, claro, e provavelmente nem deve ser neste planeta o efeito...).
Perguntei sobre a questão da delegação de competências... fui esclarecida (acreditei... sou assim, o que querem? É muito Pai Natal, muita Fada ainda no meu sistema linfático...) que isso só se aplicava na delegação de poderes. Agora descubro isto e recordo novamente o Triunfo dos porcos de George Orwell. Muda 'cadinho da lei aqui, muda 'cadinho da lei ali... e assim se vão levando os animais mais iguais do que os outros até ao cadafalso... melhor... eles caminham até lá pelo seu próprio pé como que hipnotizados (lembram-se? Todos os animais são iguais... era o mandamento maior... depois de já terem sido todos acrescentados a jeitinho, neste acrescentou-se, em jeito de toque final para garantir a completa subserviência, ... mas alguns animais são mais iguais do que outros). Já não falta muito para lá chegar.
A lei não pode ser manobrada a jeito, nem cumprida acefalamente, muito menos quando fere princípios, quando prejudica valores básicos e essenciais... O ECD, a forma (critérios absurdos) como foram "encontrados os titulates - avaliadores" - de que agora já pouco se fala e que por si só seria argumento para impugnação de todo o processo, a regulamentação da avaliação, o estatuto do aluno... , a nova GESTÃO das escolas (alguém se lembra?)... tantos outros.
Felizmente, tal como no livro, há sempre quem não feche os olhos e se vá recordando dos mandamentos democráticos iniciais. E sempre que não se fecha os olhos, há uma esperança de luz que pode entrar para dissolver a cegueira em que andamos.
.
(Tenho uma imensa saudade de poder acreditar em fadas e não ter de viver em estado de permanente alerta e desconfiança...)
sábado, outubro 18, 2008
Objectivos individuais - 2
- Concentrar todos os esforços, energia e atenções nas crianças em detrimento das tarefas de natureza burocrática, sempre que estas compitam com aquelas e ponham em causa a qualidade do seu cumprimento. Só a atenção diferenciada, o carinho, a escuta atenta, o apoio, o estímulo, podem salvar eventualmente uma criança de se afastar da escola. Se a Escola tiver algo a oferecer que a criança reconheça como importante no seu caminho de valorização pessoal, há uma hipótese maior dela se deixar cativar, mesmo com condições de vida pessoais e sociais complexas.
- Continuar a lutar contra todas as tentativas de transformar a escola num universo onde o tempo se esgota em tarefas que não contribuem para o investimento directo na criança e nas suas necessidades, reflectindo sobre as experiências e processos educativos e partilhando essas reflexões com todos, por forma a que a evidência prove que para uma educação de qualidade que acolha os alunos e leve à redução do abandono, tem de regressar à escola o tempo de qualidade e de partilha que lhe foi subtraído.
(Muitos impressos bem preenchidos, dezenas de reuniões não salvam uma criança, mas a estratégia que teve tempo para ser pensada e desenhada com cuidado, o material que teve tempo para ser construído, o sorriso disponível de alguém a quem não pese nas costas o mundo e a desilusão, o retorno rápido da informação aos alunos, nos processos de avaliação formativa, o acompanhamento próximo dos seus projectos... isso sim, opera verdadeiros milagres na redução do abandono escolar por colocar a criança no centro da atenção de tudo e de todos na escola, quando muitas vezes não o é na sua própria casa.)
sexta-feira, outubro 17, 2008
Objectivos individuais - 1
a) melhoria dos resultados escolares dos alunos
Despite the formidable difficulties, I remain optimistic, perhaps because there is to me a contradiction in being simultaneously pessimistic and an educator.
(A Place called School – John Goodlad, 2004 [1984], p. 361) *
Fica clara nas palavras de Goodlad a minha expectativa para mais este ano lectivo, a mesma expectativa que trago sempre para TODOS os meus alunos no arranque de qualquer ano lectivo: proporcionar-lhes as condições necessárias para experienciarem crescimento e sucesso pessoal (não se confunda com sucesso escolar – níveis superiores a dois) levando em conta as suas características individuais, as suas necessidades e as suas solicitações.
Todos conhecemos a história de Einstein... aluno com insucesso de acordo com os critérios estabelecidos pela norma, todavia...
Por que razão estabeleço esta meta optimista? Fica claro em qualquer documento sobre a avaliação diagnóstica que ela não tem por missão nem meta o estabelecimento de patamares quantitativos, nem tão pouco indicadores numéricos de base para a definição de metas de sucesso quantificáveis, que não sejam sempre de 100%.
Não faz qualquer sentido definir à partida que a expectativa de um professor para uma turma seja a de... vir a reprovar alguns alunos, baseando-se em dados que têm de ser ajuizados com perspectiva crítica e alguma reserva, pois nada dizem sobre o que vai ser o futuro daqueles alunos nas mãos daquele professor, com o trabalho que irá ser desenvolvido naquele ano, nos contextos de vida que a criança experienciará pessoalmente e na escola. O processo de avaliação diagnóstica ou de diagnóstico apenas faz sentido se for regular e estiver sempre integrado no processo de avaliação formativa que é necessariamente diário.
Reforço o que acabo de dizer com o texto da lei:
Despacho Normativo n.o 1/2005 – Avaliação dos alunos
Avaliação diagnóstica: 18 — A avaliação diagnóstica conduz à adopção de estratégias de diferenciação pedagógica e contribui para elaborar, adequar e reformular o projecto curricular de turma, facilitando a integração escolar do aluno, apoiando a orientação escolar e vocacional. Pode ocorrer em qualquer momento do ano lectivo quando articulada com a avaliação formativa.
A este argumento, acrescentam-se outros não menos importantes para fundamentar a minha opção de definir uma meta simples e comprometida de professor empenhado no sucesso de TODOS os alunos, admitindo que TODOS devem ter igualdade de oportunidades e que a avaliação diagnóstica mais não fez do que fornecer orientações que permitirão ao professor orientar o seu trabalho de forma a servir as reais necessidades dos alunos, propiciando-lhes “a realização de aprendizagens bem sucedidas”, sem excluir ninguém à partida, como se se tratassem apenas de números, percentagens e estatísticas. Os alunos são Pessoas. As Pessoas mais importantes de todo este processo.
Lei n.º 3/2008 – Estatuto do Aluno Artigo 13.º Direitos do aluno
a) Usufruir do ensino e de uma educação de qualidade ... em condições de efectiva igualdade de oportunidades no acesso, de forma a propiciar a realização de aprendizagens bem sucedidas;
O ECD, que enferma de graves problemas e incorrecções por não permitir aos professores as condições e direitos que lhes permitam cumprir os seus mais básicos deveres, deixa pelo menos claros alguns desses deveres essenciais para com os alunos. Não estaria a cumpri-los se abdicasse de uma expectativa positiva para TODOS os meus alunos que pudesse ferir a minha acção, apenas para salvaguardar o estabelecido no normativo referente ao processo de avaliação dos docentes – artigo 10.º (Em todos os parâmetros de avaliação em que haja lugar à fixação de objectivos individuais nos termos do artigo anterior, o grau de cumprimento desses objectivos constitui referência essencial da classificação atribuída) e evitar, com expectativas baixas sobre os alunos, uma classificação penalizadora pela diferença entre o desejado e o eventualmente conseguido (em termos de valores quantitativos, já que há sucessos não mensuráveis que fazem dentro da criança toda a diferença para o resto da sua vida.)
Decreto-Lei n.o 15/2007 – ECD Artigo 10º-A Deveres para com os alunos
a) Respeitar ... as diferenças culturais dos alunos valorizando os diferentes saberes e culturas, prevenindo processos de exclusão e discriminação;
b) Promover a formação e realização integral dos alunos, estimulando o desenvolvimento das suas capacidades, a sua autonomia e criatividade;
c) Promover o desenvolvimento do rendimento escolar dos alunos e a qualidade das aprendizagens, ...atendendo à diversidade dos seus conhecimentos e aptidões;
d) Organizar e gerir o processo ensino-aprendizagem, adoptando estratégias de diferenciação pedagógica susceptíveis de responder às necessidades individuais dos alunos;
Em síntese, espero conseguir motivar todos os alunos para darem o seu melhor, crescerem harmoniosamente e, de acordo com a aplicação dos critérios de avaliação estabelecidos na escola, atingirem TODOS o desejado sucesso escolar (quantificável).
Como o farei?
- Tornando prioritárias as tarefas que envolvem directamente o trabalho relacionado com os alunos na gestão do cumprimento do número excessivo de tarefas exigidas para o exíguo tempo de componente não lectiva disponível (actualmente ainda mais reduzido pela quantidade imensa de tarefas de natureza burocrática e o excesso de reuniões);
- Desenvolvendo estratégias e materiais enriquecedores das experiências do aluno, adequados às características de cada um e do grupo, que cativem a atenção e promovam o envolvimento no trabalho, a vontade de melhorar o desempenho e ultrapassar dificuldades e promovam a sua integração na turma (caso dos alunos que não dominam a língua portuguesa ou que chegaram de novo aos grupos), encaminhando-os a todos para uma maior realização individual com reflexo nos resultados escolares;
- Acompanhando criticamente o seu percurso, valorizando e reforçando sem exagero as conquistas pessoais (é importante que o aluno desenvolva uma motivação intrínseca não dependente dos elogios exteriores) e utilizando o erro e as dificuldades como intrumentos para ajudar o aluno a construir caminhos autónomos de recuperação, apoiados à medida pela acção do professor.
- Avaliando formativamente de forma regular e nunca desligada de todo o processo de construção do conhecimento, oferecendo constante retorno de informação ao aluno, que lhe permita auto-regular a sua acção e desenvolver a sua autonomia no processo de auto-avaliação.
uff!
Um já está... (hoje estou o dia inteiro na escola, mas entro ligeiramente mais tarde... aproveito sempre, como posso, os finais de madrugada e inícios de manhã...)
Hoje:
Alunos - 1 (Geração Best) + 1(aulas o dia todo)= 2
Grelhas - 1
Descanso e repouso necessários - 0
Testes - 0
Antes dos "oi", uns miminhos...
Mas ontem na aula de Área de Projecto foi comovente, depois de algumas recusas iniciais,
ouvi-los a cantar "fado" (Lebre e Tartaruga) - haviam de escutar a A., da Ucrânia, em jeito fadista: "Por causa de certa história, a tartaruga vaidosa!"... (no final cantou para nós em russo)
ver pela primeira vez a N. (que adora a Guiné, mas não gosta de Portugal e que não nos deixa escutar a sua voz) sorrindo a cantar o Rock (havemos de conseguir que nos ensine uma canção da sua terra... ontem ainda abanava a cabeça e escondia a cara quando o pedido foi feito)
sentir as comoção da C. que depois de experimentar o fado, e receber uma salva de palmas da turma, ria e chorava ao mesmo tempo (menina habituada a ir com alguma frequência "arejar" para fora da sala de aula)
ouvir o V. da Moldávia de sorriso aberto a entrar pelo fado adentro
sermos surpreendidas por mais uns quantos ao longo da aula...
No final pediram para eu lhes colocar no blogue as ligações ao rock, aos poemas que vão cantar, recitar... Foi um dia importante (não sonham eles sequer por detrás dos sorrisos, o cansaço imenso deste final de semana) e tinha de ser seguido pelos mimos prometidos.
Não foi ontem. Foi hoje bem cedinho... aqui
----------------------------
Hoje dia inteiro preenchido... talvez uns oi logo à noite... amanhã de manhã pelas 7 a caminho da Faculdade de Ciências para fazer uma sessão sobre Scratch a alunos dos cursos de Mestrado e Doutoramento - das 8:30 às 10 (a convite da orientadora).
O fim-de-semana vai ser daqueles...
(Os testes de Ciências continuam ali ao lado... quietos).
Percebem por que isto tem de mudar?
Por quanto tempo se sobrevive a este ritmo?
quinta-feira, outubro 16, 2008
Não...
não sejas sem seres
não te movas sem te moveres
não concordes sem concordares
sê o que sabes, o que sentes
crê no que sabes, no que sentes
só deixando entrar a culpa e o medo
(fingindo outro que não és, calando a voz)
é que eles se tornam presentes.
.
Não deixem de "ver"...
(também AQUI)
Obrigada Pedro pelo envio e chamada de atenção! :)
quarta-feira, outubro 15, 2008
Razões...
no dia
15 de Novembro
blogue da APEDE
Estarei em Lisboa nesse dia.
ADENDA
Tenho esperança de que... sei lá... até lá algo nos consiga fazer falar a uma voz.
Estarei a ser ingenuamente optimista?
Ui! Oi... em quinze dias!
Mais outra reunião hoje. Tem sido todas as semanas.
Hoje é definitivo: já tenho avaliador(a) (leitora da Teia... já me conhece bem e não se surpreenderá com o que por aí virá - conversámos muitas vezes sobre o assunto ;), tenho assistência a aulas calendarizada e não há como fugir agora!
Começou oficialmente.
Depois descobri hoje que afinal tenho menos tempo do que imaginava para preencher a grelha dos Oi*: baralhei-me e achei (ou foi meu desejo secreto corporizado pela mente em coisa real) que tinha direito a alargamento do prazo...
Mas não. Quinze dias e tem de estar prontinha... Ui!
Prometo ir partilhando aqui o meu esforço.
Resultado?
Conseguem imaginar onde e como labuto agora na resistência, através dos Oi... Tudo o resto parado.
Testes ali ao lado (desculpem meninos... terá de ser para a semana... pela primeira vez não entrego logo a seguir, como gosto de fazer e sempre faço...)
Visitas aos cantinhos dos alunos do clube para os animar? Não consigo.
Aos blogues para corrigir o português? Depois... depois... um dia destes...
Mais uns materiais que tinha em mente levar amanhã... ficaram por concluir...
Livro interrompido, tese parada.
Não há volta a dar. É isto que estão a fazer da educação... a grelhá-la em forno lento e estupidamente quente.
Grelhas - 1
Tudo o que interessa e é mesmo importante - 0
* Oi - Obejéquetivos individuais