Sábado recebi o telefonema de uma amiga Professora... daquelas empenhadas, dinâmicas, sempre em roda viva na sua escola a promover o livro, leitura, actividades com alunos, exigente, incansável, aperfeiçoando competências TIC a todo o momento... Dizia ela que agora coordenava a Biblioteca da escola, tinha seguido o meu trabalho como coordenadora (blogues, site, iniciativas) e perguntava se podia aproveitar alguns dos materiais e ideias para juntar às suas...
Domingo (soube hoje por uma amiga comum) decidiu pedir a reforma. Chegou ao limite. Tentou, não conseguiu.
400 por mês?
Pois.
Mais seriam, se pudessem. É o que escutamos em cada esquina acumulados pela sala de professores à espera da centésima reunião deste ano, mãos cheias de papéis. Horas a fio, noite fora.
Hoje continuámos o karma dos planos de acção, mais reuniões (e em simultâneo continuam as reuniões de CT de 5º e 7º e começam as reuniões de DT com os pais e prolongam-se as dos avaliadores com o CE e as do CE para fazer mais umas grelhas gigantes e também recolher as infinitas assinaturas em papelinhos que avaliam o que fizemos no ano que passou...). Inenarrável.
Aulas? Quéláisso?
Há professores com 8 e mais turmas que nem os testes diagnóstico conseguiram corrigir ainda. Eu cá vou agora para a cama com os meus de Matemática... a ver se consigo antes de sexta dar conta do recado... É que para a semana... faço uns de Ciências...
Sei de uma colega que está prestes a cometer a loucura de, com 27 anos de serviço (sem direito a reforma) pura e simplesmente sair. Acrescento que também será daquelas de quem se sentirá muito a falta...
Lembrei-me outra vez daquela peça de teatro... a que uma vez aludi. Mas agora lembrei-me dela "ao contrário".
Alguém, em reunião secreta, deve ter imaginado a torrente legislativa sem nexo para construir um plano prático e eficaz de acção que desse rápida resposta ao problema: "e não se pode exterminá-los?"... aos professores?
Parabéns!
Estão a conseguir...
Votos de Boas Festas
Há 6 anos
7 comentários:
Não imaginas as vezes que já (me) perguntei isso mesmo, referindo-me a nós ... e a eles.
Acrescento:
Logo no início da loucura, verdade verdadinha que me interroguei se isto não foi estrategiacmente planeado para afastar de vez o pessoal que gasta mais orçamento, criando vagas para a contratação eventual de professores/tarefeiros que se sujeitam a tudo por falta de tudo, desde o vínculo e a estabilidade até à sobrevivência.
Seria um perfeito 2 em 1.
Depois envergonhei-me do pensamento maquiavélico.
Já estou como o espanhol: não acredito em bruxas... pero que las hay, las hay
beijos
:( pois...
os impossíveis... fazêmo-los todos os dias.
assim continuaremos.
por acreditarmos que, na vida de alguns, somos a diferença.
;)
Olá s'tôra vim dar uma vista de olhos ao blog porque já cá não vinha á muito tempo.
Olá!!! Bom ver-te por aqui! E adorei as mudanças no teu blogue! Beijinho
Tens razão tsi... essa é a razão pela qual continuamos de pé... :)
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