segunda-feira, dezembro 29, 2008

Sede de asas?






Nostalgia de asas. Desejo de asas. Fome de asas.
Por dentro, por fora. Abertas, em movimento. Paradas. Alerta.
Despirei o ano velho e abraçarei o novo com elas ao peito.
Porque há lama a mais a fingir-se mar. Rio sem leito. Pedras pesadas a fingir navegar. Um cansaço surdo de pés colados no chão. Pregos. Silêncios pesados. Coisas por cumprir. Chaves a mais e nada para abrir.
Ai este hábito verde de acreditar em céus altos e caminhos frescos mesmo em dias molhados de nenhuma cor! Ai este vício de ver sempre no espelho o simétrico da dor!
Chamem-me tonta, não me vou importar...
Chamem-me louca, não vos vou escutar...


(Dou a mão ao vento e finjo que sei voar.)


2 comentários:

Anónimo disse...

A dor que causa este quererem roubar-nos as asas com que ajudamos a construir os sonhos...
A força que temos que ter para resistir ...
Essa força vem aqui sendo demonstrada dia-a-dia, construída com coragem, determinação e saber!
Continua Teresa, também nos dás coragem!
Bom Ano de 2009
Filomena

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada pela força que alimenta a minha força: vocês desse lado!
Um Ano especial para ti e para os teus com beijinhos...