domingo, dezembro 07, 2008

Sala 16 (A turma da Mónica?) Lutas...

Recebi agora em comentário mais notícias da turminha que foi a minha primeira direcção de turma nesta escola (agora no 9º ano) e a minha primeira experiência com blogues feitos com os alunos - www.sala16.blogspot.com

Olá Professora!
Escrevo com muitas novidades para contar.. Bem, não são muitas, mas são grandes... Sem nada para pôr a Sala 16 em funcionamento, sem ideias... Lembrei-me de criar um novo espaço, uma espécie de rubrica: "O Vídeo da Semana". Entrei no MSN e comecei a perguntar a todos os que estavam online o que achavam da ideia. Bem, ao que parece adoraram! Agora passam o tempo na Sala 16 e já "reservaram" a semana de cada um para pôr lá o respectivo vídeo (nem tive tempo de escolher o meu...). A nova rubrica gerou conflito. Discussão. Mas daquela muito saudável. Nos comentários lê-se uma discussão entre a Margarida, o Vasco e o João E. sobre os seus estilos de música favoritos e respectivos cantores e bandas... Já me tentam proibir de pôr o vídeo da Margarida no blogue... :D... Quando puder, se puder, leia os comentários. Divirta-se um bocadinho! Dê opinião, (se não tiver medo de ser atropelada pelas opiniões muito bem fundamentadas do Vasco, da Margarida e do João ;).
Beijinhos grandes!!
Mónica

Há tempos a Mónica veio aqui só para me dizer que adorava o meu entusiasmo e que sentia saudade. Respondi retribuindo com as mesmas palavras e mais umas quantas...

Na escola encontrei-a e... abraçámo-nos. Foi espontâneo e doce.

Pedi que nunca desaparecessem daqui... mesmo depois de mudar de escola (a partir do próximo ano deixaremos de nos encontrar fisicamente por lá - início do Secundário). Ela e a Margarida prometeram manter o contacto, dando notícias, e a Margarida veio depois deixar aqui na teia um miminho.

Se tivesse de eleger a causa maior de todas as minhas lutas nos últimos tempos, era simples: não deixar que a escola se torne fábrica fria sem tempo para os alunos, desviando-se do essencial, e manter viva a chama humanizadora, a exigência, os afectos, os projectos que celebram e ajudam a crescer com rigor, autonomia e segurança, aqueles a quem só deveria caber o lugar exactamente no meio do coração de todos nós.

A Escola não deveria ser tratada como se fosse só mais um lugar da sociedade onde tudo deve ser feito como se faz em todo o lado, em todas as profissões em que só adultos habitam os universos. Cansada dessa argumentação. Não é em todo o lado que as crianças passam a maior parte do seu tempo com crescimento a horas marcadas (o mais próximo são as famílias) e que os adultos devem, nele, dedicar quase todo o seu tempo a elas... É uma coisa única. Não merecerão as nossas crianças uma forma especial de olhar para as questões da escola e da educação que levem em conta a especificidade deste ninho tão especial onde se prepara o futuro da sociedade? É legítimo criar estruturas que desviem o essencial do tempo, da concentração e da energia para o acessório? É legítimo tratá-las como coisas guardadas entre muros, em nome de poupanças e economias com caros custos para o futuro? É legítimo fingir uma avaliação, feita não se sabe por quem (bilhete premiado na lotaria), a não sei o quê, que não muda nada do que precisa urgentemente de mudar na educação, que nunca será capaz de mudar as práticas de ninguém nem o coração dos que amam menos, só para se dizer que se fez alguma coisa? Acordem lá, por favor...

Mas... que sei eu?
Sou apenas uma professora simples a pensar com o coração...

4 comentários:

henrique santos disse...

Pois, mas sem o coração não há Educação nem sequer pensamento válido.

Anónimo disse...

E é dessa receita - emoção, razão e acção que se devem fazer os dias dos professores.
As doses são generosas e os ingredientes têm proporções variadas e ajustadas às necessidades de cada momento!
Isto é mesmo influência de estar a corrigir uns trabalhos com receitas e proporções!
Mas hoje não é domingo? O que é que estamos a fazer ? A trabalhar para a escola? Não acredito!
Os professores só trabalhavam tão poucas horas por semana... Mesmo que assim fosse( e não é verdade) são bem melhores que os deputados que assinam o ponto e só estão presentes em espírito (bem pobres do mesmo, alguns deles).
E para nós, é livro de ponto de aula a aula e nada de chegar atrasado, nem 5 minutos!
Mas como fomos eleitos o alvo a abater, só nos resta vencer pela razão que sabemos que temos!
Filomena

Anónimo disse...

Conhecimento sem coração não faz sentido...

fiz agora uma pequena pausa na correcção de testes!!

um beijinho e um excelente domingo!

Teresa Martinho Marques disse...

Coração e razão... pois
Andam separados nestes tempos estranhos...