Não me lembro se estes cartoons são do Freehand ou do Corel... mas são, infelizmente, a imagem mais próxima da loucura e cultura esquizofrénicas do papel que se apoderou da vida em geral e da escola em particular. Não se tem sequer a noção das toneladas gastas... ao erário público (a tecnologia afinal serve para quê?) e, sobretudo, ao ambiente, num tempo em que estes gestos todos deveriam ser considerados crimes e atentados contra a humanidade. A Escola não é mais escola com mais fichas e mais papéis... os professores não são melhores... e o sucesso não tem mais qualidade. Então esta coisa, em jeito de competição com os processos judiciais, serve o quê e a quem? Cada criança, por ano, é soterrada anualmente por quilos de papel em fichas nas aulas, registos de avaliação, planos disto e daquilo, avaliações dos planos disto e daquilo, relatórios e propostas disto e daquilo (no caso das fichas de registo faz-se duplicado que fica na escola... em papel, sendo o original entregue aos encarregados de educação), exames e provas de aferição (cada uma tem imensas páginas, com exercícios enormes, geralmente um por página) e...
Quantas crianças há em Portugal na escola? Há quantos anos isto vem acontecendo? Pergunto-me se este dinheiro bem usado não equiparia as escolas com tanta coisa em falta... Pergunto-me se nos outros países também será assim... Se há planeta (e dinheiro) para tanto vício celulósico... Juntemos-lhes os professores, os objectivos, as grelhas, os relatórios, os planos, os porta-folhinhas, os processos, as actas (só impressas num lado), os...
Caminhamos exactamente para onde?
Não era chegada a altura de parar e pensar um bocadinho naquilo em que nos estamos a tornar? Aquilo que estamos a fazer ao mundo? Um mundo onde uns consomem papel como se fosse alimento indispensável e outros não tem sequer alimento para consumir?
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