domingo, novembro 23, 2008

Uma espécie de saudade...

Trago comigo, sempre, todos os sonhos em espera, todos os desejos em pausa, todos os futuros que vou fazer, todos os beijos que hei-de dar, todas as tintas que vou misturar, todos os poemas por escrever, todas as melodias que vou inventar, todas as canções que não cantei, todos os rios que me levarão, todos os mares que me afogarão, todas as asas, todos os ventos e todos os sabores que sei ainda me abraçarão um dia.
Trago-te comigo, sinto tanto tanto a tua falta...
É essa espécie de saudade permanentemente colada ao corpo, essa folha branca página seguinte por escrever, que me ilumina, me faz caminhar, me acorda, me aquece e separa do congelar da desesperança e da morte sua gémea.


3za - aguarela e cera

(ilustração antiga, feita a pensar no poema "Árvore velha, menina nova")



Árvore velha
com mil estações

Menina nova
um rebentinho
sem florações

Árvore velha
livro antigo
com tanta história
para se ler.

Menina nova
folhinha branca
com tanto espaço
para escrever...

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