sábado, maio 31, 2008

Caos?



Imagens que descrevem bem o emaranhado de fios da minha vida...
Eu bem tento... mas está difícil desembaraçar-me de algumas tarefas, concluí-las, livrar-me delas...

Mais emoção...

Uma das minhas meninas da Ventosa (Coração mais que cheio) deixou-me este miminho na teia...

3za
Foi muito emocionante esta manhã e também muito alegre, estávamos todos ansiosos que chegasses para te ver e te dar o cartão. Depois lá nos lembrámos do rock da matemática, o Carlos lembrou-se dos bolinhos da Avó ( hi! hi! hi!)
Tenho o sonho infeliz (que agora é um sonho feliz) muito bem guardado, ainda hoje li um bocadinho.
Muitos beijinhos e abraços da Daniela

(Felicidade elevada à máxima potência... tal como o amor...)

Uma das melhores professoras que conheço...


... é minha amiga e já falei dela mais do que uma vez.
Sim, a Noémia, responsável pelo grupo de dança renascentista da escola (que continua a dinamizar) que este ano resolveu ensaiar dezenas de crianças e montar a Ópera dos castelos. A apresentação foi ontem na festa do Agrupamento e apesar do imenso trabalho em mãos, estive presente por lá das 18 às 20 para mimar os meninos (as minhas turmas estavam envolvidas) e mimá-la a ela que merece tudo de bom no mundo pela comoção que provoca em todos, pelo empenho de fada, de Mãe.
Os pais nem queriam acreditar no que aconteceu durante quase uma hora...
Claro que as condições não eram as melhores e eu só desejava poder ver esta ópera tão especial num sítio mais digno dela. E vê-la, à Noémia, com todas as condições para a poder realizar sem a exaustão a que chegou no final do ano... Ela bem sabe as dificuldades. Eu também.
Mas é assim...

Captei apenas o momento final, depois dos alunos sairem de dentro dos castelos para cantar num coro imenso que se estendia para os meninos que se podem ver atrás. Os meninos dos castelos eram os solistas, que foram alternando as suas intervenções com as do coro.
De arrepiar.

Parabéns Noémia, parabéns meninos.
Parabéns, também, Paula e Bia (professoras de EVT que apoiaram a Noémia em todo o processo, ajudando os meninos a construir o cenário e adereços)

Quem nos tutela não vos merece.
(Mas ontem não pensámos em coisas tristes.)



Mais uma missão concluída...

Seminário ArTICular...



O slideshow foi simples, porque a ideia era mesmo de forma muito rápida (15 minutos) mostrar como ir até ao sítio Scratch na net... fazer o download... encontrar facilmente os recursos em português.... ver alguns trabalhos dos alunos, as potencialidades da ferramenta... enfim, muitas sementinhas como aperitivo para fazer nascer a vontade de experimentar.
Simples.
Espero que venham a nascer umas plantinhas por aí... :)

O resto do dia?
Provas de aferição... testes do 6º ano... (amanhã continuarei, que hoje não darei conta de tudo...)

Sementes de... Scratch?

O trabalho continuado de investigação e aperfeiçoamento das linguagens e ambientes de programação para jovens, desenvolvido no Massachusetts Institute of Technology (MIT) produziu finalmente a ferramenta Scratch - ambiente gráfico de programação inovador, que permite trabalhar cooperativamente e utiliza media diversificados (foi divulgado publicamente em Maio de 2007). O Scratch (cujo slogan é imagina, programa, partilha) foi concebido e desenvolvido como resposta ao problema do crescente distanciamento entre a evolução tecnológica no mundo e a fluência tecnológica dos cidadãos e pensado, igualmente, para promover um contexto construcionista propício ao desenvolvimento da fluência tecnológica nos jovens, a partir dos oito anos, e das competências ditas "para o século XXI", nomeadamente a resolução de problemas.

Os seus autores pensam que poderá, ainda, permitir avançar na compreensão da eficácia e inovação do uso das tecnologias na educação matemática informal (e formal), tornar os jovens criadores e inventores e estimular a aprendizagem cooperativa. Pretende-se com a comunicação divulgar os recursos necessários (em língua portuguesa e inglesa) que permitam a exploração autónoma pelos educadores e partilhar algumas experiências de utilização com alunos do 2º ciclo.
Trata-se, apenas, de semear o Scratch nos espíritos e nas mentes... Os frutos? Se o terreno for fértil e depois bem regado...

sexta-feira, maio 30, 2008

Rever Amigos...


A tutela quer tudo... plano TEC... formação TIC... Plano de Matemática... uso de ferramentas inovadoras e tal e mais isto e mais aquilo.
Não sei que conceito têm do tempo, o que sabem que nós não sabemos, mas devem estar completamente convencidos da sua elasticidade.
Temos pena, mas não conseguimos pôr em prática essa teoria magnífica que subjaz a todos os mandamentos emanados superiormente e que se vão acumulando sem ter em conta o tempo que cada um subtrai ao tempo que já não há. Até ver, a única verdade que conhecemos é esta: o tempo realmente não estica.

Vem isto a propósito do seguinte: sete (!) professores da minha antiga escola estão a ver provas de aferição... claro que alguns acabaram por desistir da sua inscrição no workshop sobre o scratch...


Quem esteve gostou e ficou com vontade de experimentar com os alunos... embora com as habituais reticências: é que o ME retirou-nos o tempo necessário para podermos, na componente não lectiva, avançar na nossa autoformação nestas ferramentas, preparando o trabalho com os alunos de uma outra forma que não seja a mencionada uma vez num programa televisivo: os professores mais antigos não precisam de gastar tempo a preparar aulas porque já sabem tudo o que têm para fazer (hummmmmm foi quase tão bom como dizer que não entendiam por que razão os professores precisavam de ser preparados para avaliar outros professores se já avaliavam alunos há tanto tempo... lembram-se desta saída da ME num prós e contras?)

Assim se vão perdendo oportunidades porque as prioridades do ME são insondáveis e colocam a inovação e o sucesso à frente do discurso político mas nas traseiras da prática real e situada... (É por isso que, embora os dircursos sejam tipo TGV - areia nos olhos - para o futuro, a prática é sistematicamente da espécie do caracol...)

Enfim...

O melhor? Partilhar as sementinhas e rever Amigos queridos... Um dia, quem sabe, o pesadelo acaba e o respeito pelo nosso trabalho regressa.

Moção da Assembleia da nossa Escola


A Assembleia do Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão vem por esta forma manifestar a sua preocupação e repúdio pelo rumo que a tutela tem vindo a impor à escola pública em Portugal.
Porque queremos o melhor para o ensino, porque entendemos que ainda é tempo de arrepiar caminho e encontrar melhores soluções, em diálogo, porque pretendemos clarificar a nossa actuação futura, por transparência e frontalidade afirmamos:
À Assembleia, como órgão responsável pela regulamentação base do funcionamento das escolas deste agrupamento, caberá ratificar a consignação em Regulamento Interno, dos diversos normativos legais que nos últimos meses têm vindo a ser publicados na área da educação.

Genericamente não concordamos com eles.
Na sua base doutrinária extremamente hostil perante os professores enquanto profissionais.
Nos seus indisfarçáveis intuitos economicistas e eleitoralistas em detrimento dos pedagógicos.
Concretamente e em resumo:
- O ECD, entre outras, pela forma como, gratuitamente, sem nexo, sem justiça e sem qualquer valia pedagógica se fractura a carreira docente em titulares e não titulares.
- DL 3/08 – Ensino Especial - Pela negação dos princípios da escola inclusiva de qualidade para todos.
- O DL 2/08 – Avaliação de docentes - Pela sua natureza excessivamente burocratizada, eivado de incorrecções, com parâmetros vagos e, por isso, potenciadora de injustiças.
- A Lei 3/08 – Estatuto do aluno - Pela letra e conteúdo virtualmente impossível de colocar em RI, e em prática, e por ser promotor do facilitismo escolar e do desrespeito pelos docentes e não docentes.
- O DL 75/08 – Gestão - Pela imposição de um modelo de gestão centralizador, não apoiado na realidade, pouco respeitador dos princípios da democracia participada.
- Finalmente, e porque este é um documento da Assembleia, pela forma desrespeitosa, por isso intolerável, como é extinto, sem qualquer tipo de avaliação, este órgão, que tem funcionado desde a sua criação há 9 anos, no estrito cumprimento das suas atribuições, utilizando para isso milhares de horas não remuneradas dos seus elementos que souberam dar o seu melhor para que a Assembleia fosse - e foi – um espaço aberto a toda a comunidade educativa e em que todos tiveram o seu lugar, a sua palavra, a sua participação livre e justa. Fizemos um bom trabalho. Seremos extintos, sem mais. Porém, não sem que nos seja pedido que tudo coloquemos em prática, que tudo vertamos em RI, que todos motivemos para o que de novo se prepara para o ensino.

Constituímo-nos ao abrigo do DL 115-A. Cumprimos sempre as atribuições aí consignadas. No passado dia 12/4, este diploma foi revogado. Enquanto Assembleia incumbem-nos de tarefas relativas ao Regulamento Interno e Conselho Geral Transitório, entre outras. Como elementos responsáveis de um (ainda) órgão de gestão, cumpriremos, pelos mínimos exigíveis, sem qualquer entusiasmo, sob protesto (fundamentado no atrás exposto) e até ao rigoroso dia em que cessarmos funções, as tarefas que os novos normativos legais nos impõem.

Esta escola pública não nos quer
Não é esta a escola pública que queremos

O Presidente da Assembleia
Jorge Freixial

(Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão)

quinta-feira, maio 29, 2008

Coração mais que cheio


Levantar às 5... às 6:30 a caminho.
Primeiro uma escolinha de 1º ciclo na zona de Ribamar (Lourinhã). Começar o dia bem cedinho com cerca de 30 meninas e meninos do 1º ao 4º ano.
Mais um momento de ouro para guardar no coração.
Livros, perguntas, canções e abraços e beijinhos.
.
Depois, às 10:30 na escola grande de Ribamar (EB 2,3 mas onde também têm aulas alguns meninos do primeiro ciclo). Sessão organizada pela Biblioteca, muitos meninos de várias zonas da região.

Antes de começarmos, uma professora (de Inglês) entra e diz-me: eu tenho ali uma turma do 5º ano que a conhece e queriam vir cá dar um beijinho.
Conhecem-me?
Sim...
Mas...
(O coração adivinhava e eu nem queria acreditar...)
São os meninos da Ventosa? Os meninos da Zami? Da escrita a meias? Do sonho infeliz! (ver aqui, aqui, aqui, aqui, ...)
Sim! Esses mesmo!
Ohhhh! Seria pedir muito que os deixassem vir todos para assistirem a esta sessão? Tenho tantas saudades deles!

Deixaram...
Entraram daí a pouco e entre beijinhos e miminhos lá se acomodaram.
A sessão foi animada.
Os marotos falaram do rock da matemática... e lá tive de cantar com todos (lembravam-se das canções).

Quando acabámos... ainda fiquei com eles mais um tempo... abraços, mais beijinhos e novidades e eles tão tão crescidos agora no quinto ano... e Teresa isto e Teresa aquilo, e Teresa o teu mail para te contarmos as novidades, e Teresa este cartão é de todos e Teresa quando vimos anunciado que vinhas cá ficámos tão contentes por te ir ver outra vez... e Teresa e....
.
É assim.
Tece-me a ternura destes meninos todos que vou encontrando pelo caminho.
.
Às vezes apetecia-me tanto ser deles todos, ser do mundo. Viver sem fronteiras nem muros. Ser professora saltimbanca de escola em escola abraçando todos como se fossem todos meus.

Sementinhas.
Nestes meninos ficaram tantas sementinhas.
Não esqueceram... não os esqueci.
Estaremos ligados para sempre.

A vida oferece-me muitos tesouros.

...


Agora, cumprida esta primeira missão do dia... estou já de partida para outra que durará até mais tarde: um workshop para professores sobre o Scratch, na minha antiga escolinha em Setúbal.

As provas de aferição?
Estão ali ao lado... perigosamente perto, mas distantes do coração.

quarta-feira, maio 28, 2008

Amor elevado à infinita potência...

Há tempos escrevi uma carta.
Chamei-lhe Carta a um menino... .
Regressei a esse menino muitas vezes. Porque os caminhos ora se faziam, ora se desfaziam. Não é fácil corrigir anos de sensação de que estamos em último lugar na vida de toda a gente, na vida da escola, na vida da vida. Mas nem desistir, nem ignorar, por mais provas que depositem no meu colo para ver, por mais que às vezes o sono e o cansaço gritem aos ouvidos coisas indecentes como abranda, pára, desliga, não podes chegar a tudo.
Depois de uma avaliação positiva (Bom) na estatística, depois de uma avaliação positiva (Suficiente +) na última ficha de Ciências (mérito próprio, sem adaptações de qualquer tipo), veio a prova difícil de uma ficha de matemática envolvendo conteúdos a que o meu menino tem tido dificuldade em chegar porque cruzaram os piores momentos do terceiro período, a sua preguiça em escutar, em registar tudo, sempre que lhe foi pedido. Mas um banho de realidade também é preciso depois das alegrias. Perceber que se consegue, mas que para se ir mais longe é preciso fazer mais ainda. E é importante ensinar-lhe a perceber que não ter atingido objectivos não significa não ser capaz de os atingir um dia, se quisermos e trabalharmos nesse sentido. Uma ficha entregue quase em branco não tem de ser um drama. Tem de ser a partida para mais um caminho.
Assim, ontem, tentámos organizar uma estratégia com o apoio das deliciosas meninas desta turma, corações doces, dispostas a acolher o amigo e a ajudá-lo sem lhe dar folga. Ele roeu a corda e escapou-lhes. Oh professora, ele fugiu e não veio trabalhar connosco ontem.

Hoje, na aula de Ciências, obriguei-o a uma promessa em que o fiz repetir (o muito que sorrimos no processo, evitando que fizesse figas com os dedos, com a língua, com os pés e ele alinhando no jogo): eu, M A, prometo (ele repetindo depois de mim, bocadinho a bocadinho) que não vou fugir às minhas amigas, e que vou deixá-las obrigarem-me a estudar e ensinarem-me o que eu ainda não entendi da Matemática... e prometo.... que... por ser um rapaz muito esperto e cheio de boas capacidades... não vou desperdiçar essas minhas capacidades... e (risos... eu nunca mais acabava de dizer coisas engraçadas para ele repetir...)...
Lá fiz finalmente um stop na lengalenga (gosto de o ver sorrir... que é que querem?).

Hoje (ainda)... aula de Estudo Acompanhado:
Lá fomos (eu e a minha parceira de aula) organizando o trabalho do dia em função das necessidades e a certa altura eu tive uma ideia.... Meninas... querem começar hoje a ajudar o M? É que ele aqui não pode fugir para lado nenhum! (ri-me... e o M tentava esconder-se na cadeira e desaparecer alinhando nas minhas palavras e simulando a fuga possível).
Boa ideia professora! (Ai estas minhas meninas!). Estás feito M! Hoje não nos escapas...
O que eu não esperava foi o que se seguiu.
.
Quando cheguei ao grupo, o trabalho estava organizado muito para além da minha pobre imaginação nestes tempos em que resmas de papéis me atormentam e tentam minar a minha disponibilidade mental.
Cada amiga fazendo uma ficha sobre um tema (para ele fazer)... informação, perguntas... A Mada supervisionando a correcção do malogrado teste, obrigando-o a fazer tabuadas e depois exercícios: M, queres que eu faça primeiro para tu veres? Sim. Ele depois fazendo a seguir. Elas comentando (levantavam-se e vinham fazer-me relatório: oh professora ele diz que já gosta mais desta turma que da outra, oh professora é que ele na rua ainda às vezes vai ter com aqueles que são má influência, oh professora, ele é esperto, já viu como ele fez isto tudo do teste das potências sem ajuda? Oh professora, ele vai colar no caderno dele a minha ficha informativa que eu fiz para ele estudar as expressões numéricas!).
A F informando-me que depois fotocopiaria todas as fichas feitas por ele e me entregava uma cópia (continuarão amanhã ao almoço... a ver vamos se foge ou se agora aceita ficar com elas...). Já avisei que vou ficar com todo o trabalho dele feito "às ordens" das amigas...
Tive de registar estes momentos de ouro (fotografei ao longe o que me pareceu ser assim uma espécie de nova família do coração)... porque aprendo imenso com eles e com o exercício de reflectir sobre eles. Aprendo sobre a importância de não desistir de ensinar às crianças muito mais do que apenas contas ou estudar para si próprios na mira de melhores classificações em provas. Aprendo sobre a importância da prática da solidariedade activa, da amizade que não é pena do outro, aprendo sobre a beleza destas gerações de quem se diz tanta coisa, às vezes tão pouco verdadeira. Aprendo muito... tanto...
Este tipo de trabalho não pode ser feito por funcionários cansados, por gente sugada até ao tutano, gente maltratada. Se este tipo de gesto começar a desaparecer nas escolas... que futuro digno desse nome será possível?
E, sim, por conta do encantamento e desta partilha dele, lá farei mais umas noitadas de funcionária. Não resisto a magias e feitiços de amor.
Continuarei a lutar por melhores e mais sensatos dias... mas tentando nunca beliscar o que é verdadeiramente essencial na minha acção. Eles, eles, eles...
(Pudesse quem nos tutela ser iluminado pela inspiração e perceber finalmente a diferença entre o essencial e o acessório... perceber que o tempo numa escola não pode ser medido com olhos limitados pelo valor do dinheiro... Será esperar muito?)


terça-feira, maio 27, 2008

Porque...

... apesar de tudo, tem de haver vida na Escola para além das provas e dos exames.

... os alunos deviam ser o mais importante.

Breves imagens de uma aula simples.
Ultimam-se os trabalhos. Faz-se a avaliação do(s) grupo(s) (desempenho e produtos), partilham-se as coisas bonitas em construção...

Agora... voltar a afogar-me nos quilos de papel que me foram atribuídos...
(o serão promete).








Iniciativas TAGIS

Partilho a informação que me chegou por correio electrónico:

O Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, vai participar na exposição "Borboletas no Mondego" que irá realizar-se no Parque Urbano do Rio Diz, na cidade da Guarda, nos próximos dias 29, 30 e 31 de Maio.Nestes dias, o Tagis vai realizar várias palestras sobre as borboletas de Portugal, com especial atenção para as que existem na região do Mondego.
Nos dias 29 e 30 de Maio, iremos estar com as crianças e comemorar o Dia Mundial da Criança. Estas actividades, apenas para escolas, irão decorrer no Parque Urbano do Rio Diz.
No dia 31 de Maio, iremos realizar uma palestra para o público em geral, no Café Concerto do Teatro Municipal da Guarda, às 15h (entrada livre).
Contamos com a presença de todos!!!

Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal
Museu Bocage - Museu Nacional de História Natural
Rua da Escola Politécnica, 581250-102 Lisboa
Telf./Fax: 213965388
www.tagis.org
www.borboletasatravesdotempo.com

segunda-feira, maio 26, 2008

Oásis (eles são o verde, água cristalina e a música que alimenta e acalma...)

... é onde as coisas para mim fazem sentido...
(E como preciso desse sentido nestes momentos!)

Início do trabalho sobre fracções no 5º ano (uma aula de 90 minutos - alguns, poucos, alunos haviam iniciado uma primeira abordagem na aula anterior depois de terem concluído o projecto do caracol)...
Por que não começar do zero sem imensas lições iniciais de preparação, usando apenas o manual (os alunos consultam-no autonomamente em busca de ideias e informação) e o Scratch como ferramenta, deixando os alunos apropriarem-se de alguns conceitos, designações, formas de representar fracções... a partir da construção de situações por si criadas? Quando chegar o tempo na aula de falar no assunto - já esta semana - o sentido será maior, o interesse, o envolvimento surgirão mais naturalmente, ancorados na necessidade de melhorar os projectos e de os tornar mais complexos. Não é assim que o engenho surge?
Sim, sim, também vou ensinar muitos algoritmos e tal e regras e tal, mas de forma a que, pelo significado que acabam por atribuir à tarefa, não sejam coisas para esquecer em dias... ou nas férias. Será que as almas que centram excessivamente a abordagem nos procedimentos não percebem que eles não se perpetuam na mente a seco? Como farão a um filho seu que não decore nunca mais a tabuada? Batem-lhe até o medo o condicionar? É que palavra de honra que gostava de fazer um estudo de/sobre todos os filhotes de quem acha que é fácil fazer as crianças decorarem tudo o que achamos que devem decorar... e... decorar para sempre, nestes tempos de enorme dispersão digital (em que os pais são os primeiros cúmplices), em que as cabeças estão cheias de mil coisas, de mil aprendizagens informais que acontecem todos os dias! Ensinem-me o truque que eu agradeço! É que também sou professora muito ligadinha aos formalismos e ao domínio dos procedimentos... os alunos bem sabem da minha exigência, mas procuro usar caminhos que os estabilizem de uma vez por todas dentro dos alunos. Se consigo melhor do que os outros? Não sei. Mas que tento com muito empenho e energia, lá isso tento...

E hoje em vez de scratch time (mais oásis) com os meus meninos (tanta falta fazia para prolongar o entusiasmo da aula da manhã) tenho reunião para recolher os MSDTMIDT:oTCOMM
(montros sugadores do tempo mais importante de todos : o tempo com os meus meninos)











arTICular e Partilhar Perspectivas


Aproxima-se o dia 31, Sábado, onde decorrerá o Seminário “ArTICular e partilhar perspectivas.
.
Participarei com a comunicação: Sementes de... Scratch?

Seguindo as ligações encontram o programa e um resumo da dita.

domingo, maio 25, 2008

Boa noite...



... serenamente e com alguma doçura...
... para ver se os sonhos bons acompanham o sono e os monstros maus se vão embora...


(
Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. (...)


A.C. - Tabacaria (F. Pessoa)

Lembrete(s)


O meu amigo Herr Macintosh acabou de me enviar um lembrete engraçado... que não resisti a colocar aqui.
Pois... Nesse mesmo dia (quinta 29) irei a Ribamar (Torres Vedras) a duas escolas, na missão de promoção do prazer da leitura. São as minhas missões de amor.... a que se junta esta do Scratch ao fim do dia em Setúbal para ir partilhando com os colegas, em regime de absoluto voluntariado com o maior carinho, algum do trabalho que vou fazendo... na esperança de sensibilizar colegas e de chegar a mais alunos.
Ah! Quarta tenho aula na Univ., portanto... tarde e noite ocupadas, depois da manhã com aulas. Hummm... agora lembrei-me também das aulas de terça e de sexta o dia todo e de sábado, a convite da ESE, uma comunicação no encontro sobre TIC em Setúbal (outra vez o Scratch).
Missões, pois.
Ah! E esta semana, também, faço uma ficha de avaliação aos alunos do sexto ano... sim, que as aulas não páram, nem o trabalho com os meninos, que deve manter o seu curso normal e a sua qualidade.
O que sobra?
Pois... segunda... aulas... apoio até às 15, altura em que terei de ir a correr à célebre reunião das 16 às 19 para receber as provas de aferição que terei de corrigir (não sei bem quando... talvez durante a noite e madrugada?) até 9.
No princípio da semana deverão chegar os dois livros que teria de ler para organizar e fundamentar o trabalho de preparação dos guiões para as entrevistas aos alunos e... até ao dia 11 teria de preparar a apresentação do trabalho feito para o mestrado este ano, pois é neste dia que me calha apresentá-lo na aula. (Em Junho irei a mais duas escolas em missão de ternura: Setúbal e os meus recentemente descobertos Cabaninhas. Sim, é isso, não podia dizer não.)
São os absurdos de um estatuto que nos confere direitos inexistentes e deveres humanamente impossíveis de cumprir na componente de trabalho individual miserável que agora nos é atribuída desde que este Ministério a alterou, quando nos dedicamos realmente à nossa missão em todas as alíneas previstas e mais algumas. Logros.
Dirão, talvez, alguns que o workshop, a comunicação, a ida às escolas eram dispensáveis e só o faço porque quero e ninguém me obriga... Que o mestrado foi decisão minha e é a minha vida privada (como um colega uma vez me disse, tendo eu que lhe recordar o que o estatuto diz sobre o assunto) e que ninguém me manda fazer projectos inovadores e utilizar ferramentas TIC novas (aí é que se enganam, já viram as grelhas de avaliação dos professores?)... que ter um horário em que dou todas as disciplinas do antigo 4º grupo nos dois anos de escolaridade não é mais do que uma obrigação de lei a que não me posso recusar e que as provas é que são a prioridade...
E que isto é um choradinho tonto, meio desesperado e sem sentido.
Ainda bem que esses alguns, se existirem, são poucos, ou eu zangava-me.
(Coisa para a qual tenho pouco feitio).
Enfim.
Haja saúde!
(O resto logo se vê...)

Mimos que me dou...

Às vezes precisamos de nos enviar mensagens...



Pela terceira (quem sabe quarta) vez... regresso aos braços do anjo.
Há alturas em que (é) preciso.



É Domingo.
O trabalho ontem correu bem e hoje não está a correr mal.
Mas é Domingo...

sábado, maio 24, 2008

Há sempre qualquer coisa que me distrai o olhar...


Acabadinha de fazer. Take único a grande distância. Voou de seguida.
Vá, Maria Te, concentra o teu olhar no trabalho!
(Difícil... difícil... o jardim visto da janela é um quadro que apetece...)
.

Parecer...

Parecer da Sociedade Portuguesa de Matemática sobre as provas de aferição de 2008.

(Ligação roubada ao 'Umbigo)

Gémea... (de mim?)

Deixa acalmar a tormenta...

Hoje não há tristeza...

Eu estarei... sempre que...

(Olho-me, digo-me, habituada que estou a embalar-me como se fosse o vento, o colo, o ninho, o berço de mim...)

sexta-feira, maio 23, 2008

Como interpretar?

Corrigi hoje com os meus alunos de 6º ano a prova de aferição.

No item 19, muitos dos meus alunos com melhores resultados disseram-me o seguinte:

Oh professora, como a pergunta diz que eles já gastaram 15 centilitros de tinta e depois dizem que eles vão continuar a pintar... perguntando no fim qual a melhor estimativa para a quantidade de tinta que irão gastar para pintarem completamente o tampo, nós achámos que era apenas a tinta que faltava para acabar de pintar e multiplicámos 15 por 7... só que, como deu 105 e não havia essa opção do 105, pensámos que talvez eles quisessem dizer o total da tinta desde o início (8x15) e assim escolhemos antes a última opção de 110 a 130...

Leio e releio e parece-me que é uma interpretação aceitável. Portanto, tratando-se de uma estimativa, se o valor encontrado com base neste argumento fosse 105, os alunos tanto poderiam optar pela última opção como pela penúltima, pois se num caso aparecia o 100 (a cinco centilitros desse valor) no outro aparecia o 110 (também à mesma distância de 5 centilitros).

O critério de classificação tem em conta apenas a interpretação de que se trata do total de tinta. Repito que foram os meus alunos com melhores desempenhos que levantaram a dúvida (alguns deles têm a prova integralmente ou quase integralmente certa). Terá acontecido a mais alguém os alunos colocarem esta questão?

E para quem não conhecia a prova ou nem é da área, o que vos parece? Professores de língua? Digam coisas se tiverem tempo e paciência.
É claro o que se pede? As duas interpretações são possíveis? Ou apenas aquela pela qual os alunos optaram inicialmente de contabilizar apenas o que ainda faltava pintar?: já gastaram ... vão continuar a pintar... qual a melhor estimativa para a quantidade de tinta que irão gastar ... ?





No final da correcção, depois de um erro grave cometido pela maioria dos alunos na questão 8 - escrevem no ângulo que falta 50º e não 40º (caso a estudar... tenho alunos com a prova quase integralmente certa em que este é o único erro cometido... oh professora, que vergonha! Nem pensei... como parecia que o ângulo estava cortado ao meio e a outra metade era 50º, nem me lembrei que era um ângulo recto! Só pensei que se era metade a outra metade também era 50º...) disse-lhes: eu vou mas é deixar de ser professora de matemática! Sei lá, vou pintar paredes a ver se tenho mais jeito para isso! Oh meninos! Francamente!

Fiquei aborrecida com o disparate, baralhada com as razões e eles envergonhados por se terem deixado levar por uma das perguntas aparentemente mais simples da prova. Que conclusão tirar?

Agora vou passar o resto da tarde (depois de um dia de aulas manhã e tarde) a ver os testes do quinto ano. Para a semana ainda farei mais um teste ao sexto ano. A ver se no fim-de-semana adianto freneticamente o possível antes de receber as provas de aferição na segunda.

Avizinham-se tempos difíceis...

Acordar devagarinho...

... muito devagarinho.
(Pressa para quê?)

Mafalda Veiga - Balançar -

quinta-feira, maio 22, 2008

Mimos (para ajudar a animar)...

Precisava de um teclado (o meu já quase só trabalhava com martelo e fazia um barulho ensurdecedor). Precisava de um disco externo de 500 GB para ir fazendo backup do material do mestrado (com os vídeos a coisa pesa...). Pronto. Pretexto para uma muito curta viagem à FNAC mais próxima, bem cedo de manhã.

Extras que acrescentei ao passear-me por lá (mimos, pois...):


A primeira tradução em Língua portuguesa de Portugal (Dez 2007):
Publicado em 1934, Pensamento e Linguagem foi o último livro de Vygotsky. Momento culminante da sua obra, é nele que Vygotsky analisa, de modo original, as relações entre pensamento e linguagem, uma das questões mais candentes da psicologia.Pensamento e Linguagem compõe-se de vários capítulos, alguns retomando temas já antes abordados pelo autor. O primeiro, Problema e Método de Investigação, foi, tal como o último, ditado pouco antes da sua morte. O segundo capítulo, O Problema da Linguagem e do Pensamento na Teoria de Piaget, teve uma resposta do próprio Piaget, incluída nesta edição. (AQUI)
.

The book is a guide to personal development in the context of the teaching profession. To be able to negotiate in such a fast-changing world, people need to be creative, able to respond flexibly to new situations and find innovative solutions to difficult problems. Similarly, if teachers are to prepare society for these challenges, they will need to be up to the challenges themselves; they will need to be model learners and able to adapt to change in order to stimulate learning in others. In short, a new professionalism is emerging. It is a professionalism that requires more active involvement by individuals in their own development and the development of the teaching profession. The fascinating handbook shows teachers how they can become personally and professionally empowered in order to empower others. By adopting a practical rather than a theoretical approach, Jacquie Turnbull includes reflective exercises and case studies to make it easy for teachers to relate to their own situation. The inspirational message of the book will encourage teachers to look beyond the classroom and develop the skills and attitudes to be leaders of learning in the wider community.
Well-written and accessible, this book should prove essential reading for ambitious teachers everywhere.
(AQUI)

e...

... não resisti ao diário secreto Princesas... (pior que as miúdas, sei, mas o que querem? Nem só de trabalho vive uma mulher!)

Na entrada pode ler-se: as palavras são imagens perdidas... Que palavras guardarei aqui? Vou pensar no assunto...

Vida simples...


... quando o tempo escurece, ou chove, eles saem do ninho.
Hoje apanhámos um cedinho de manhã de volta das peninhas.
Já tem rabinho mais comprido e está maior.
No jardim a vida é simples e ainda bem.

Ainda bem...


...para afastar esses blues de pacotilha

Track 13 - Sergio Godinho

Correio Azul
Sérgio Godinho

Manda-me uma carta em correio azul
p´ra afastar essas cinco nuvens negras
relembra-me as regras
do saber viver
repõe-me o sentido nos sentidos
olfactos
ouvidos
à vista
de tactos
o teu paladar

Manda-me uma carta em correio azul
p´ra afastar esses blues de pacotilha
renega e perfilha
repectivamente
a torpe indiferença
e o amor ardente
amor tão ardente
que dos erros meus
má fortuna se ausente

Erros meus, má fortuna, amor ardente
qual em nós mais frequente
qual em nós mais frequente
amor ardente
cada vez mais frequente

Manda-me uma carta em correio azul
que me deixe a face ruborizada
promete-me a noite fatigada
de termos aberto o nosso nexo
ao nexo
da vida
porção destemida
da nossa emoção

Erros meus, má fortuna, amor ardente
qual em nós mais frequente
qual em nós mais frequente
amor ardente
cada vez mais frequente

Manda-me uma carta em correio azul
p´ra eu guardar no castanho dos armários
no meio de testemunhos vários
escritos por letras tão distantes
murmúrios amantes
que a vida me oferece
só por muito amar

Erros meus, má fortuna, amor ardente
qual em nós mais frequente
qual em nós mais frequente
amor ardente
cada vez mais frequente

quarta-feira, maio 21, 2008

Fly me to the moon...

Para me despedir em grande e com o espírito "alto". É que tenho mesmo de fazer um esforço para não ser/me sentir esmagada.
(Se andar menos por aqui não se preocupem, já sabem a razão.)

E, pelo caminho, sempre posso pedir, sonhar, implorar:

Levem-me daqui para a escola dos meus sonhos, para uma lua longe, para um jardim secreto!
ETs? Someone?
Fly me to the moon! Please!!!!


Fly Me To The Moon - Diana Krall


(Só pela graça... encontrei uma versão cantada por uma Tereza... estranho, ou talvez não... mas realmente a versão da Diana toca-me mais do que a desta 3za desconhecida...)


Tereza - Fly Me to the Moon - Tereza - Fly Me to the Moon




Boa noite!

Estado de choque 2 (da desimportância dos alunos)

Ora bem.
Importante importante é fazer provas e haver quem as corrija.

Já sei que a primeira reunião numa escola de Setúbal (a uns quilómetros daqui) para os castigados com a sorte (de andarem às voltas com 60 provas a 32 perguntas cada... portanto, corrigir/classificar 1920 respostas) vai ser exactamente em cima do meu Scratch time (dia 26) com os meninos do 5º (o único dia em que podemos ter esse tempinho para nós nos computadores para avançar no trabalho) e... ao, que parece, nem o apoio de matemática do 6º ano vou dar nesse dia. Se tiver de haver mais reuniões... não sei como vai ser. Acresce que esse meu dia começa... às 8 da manhã e terminará lá pelas 19 e tal... 20 com a viagem para casa... sem falar de mais alguma reunião e do tempo para correcções, o que sobrará para realmente fazer um trabalho adequado com os meus meninos enquanto durar a festa? Já nem falo do mestrado... No dia seguinte terei de me levantar bem cedo para mais um dia de aulas inteiro... e depois?........

Tolice minha...
Já me havia esquecido que todas as medidas têm partido sempre do pressuposto da desimportância do aluno em prol de mais trabalho de funcionário (o que sai mais barato, já que o vencimento não se altera) muito poucas horas para o que interessa, a bem da poupança nacional... e total desajuste entre o que é exigido e o tempo real e legal atribuído para que as tarefas possam ser realizadas com qualidade. Em suma...
Assédio moral no trabalho?

Em estado de choque...

... acabo de receber um telefonema da escola seco e simples. Fui seleccionada como correctora/classificadora de provas de aferição (venha cá à secretaria, e depois reunião nem sei aonde - Setúbal? - e depois e tal e mais isto e mais aquilo...) numa altura de completa aflição em que nem sequer tenho tempo para dar conta das tarefas em mãos (muitas sempre adiadas), dos testes para ver, aulas para preparar, todas as disciplinas do meu grupo para dar, horário que me prende manhãs e tardes à escola, faculdade, leituras e tentativa de preparação das entrevistas, aplicação de questionários (em horas extra, como é óbvio), acompanhamento individualizado dos meninos e dos seus trabalhos, notas de campo, recolha e organização das observações...
Se os nossos tempos de escola fossem os que eram antes de todos os absurdos, este sufoco que está a tomar conta de mim hoje não existiria...
Pela primeira vez há muito tempo confesso-me completamente perdida.
Tenho esperança de consegui reencontrar-me
(Quem sabe, deixando de dormir...)

É isso aí...


É isso ai - Ana Carolina & Seu Jorge

Não é a primeira vez, eu sei.
Mas foi vídeo, agora apenas som.
É fascínio, confesso.
Há melodias e palavras que foram amassadas no céu e nos comovem para além do corpo que é o nosso. E esta versão é especial assim.
E eu não sei parar de escutar, de te olhar pela janela da teia.
Tu aí desse lado com cara que sei, com cara que não sei e às vezes descubro e guardo como diamante numa caixinha junto ao peito, com cara que às vezes nunca saberei e mesmo assim já aqui guardados porque regressam para beber mais uma gota e eu sinto a presença renovada, mesmo no silêncio da palavra...
Canções de amor podem ser de um para muitos.
É isso aí... para quem acredita em milagres.
Não é um espaço vazio este entre mim e vocês aí desse lado.
É um fio, sim. É um fio tecido com ternura.

E eu não vou parar de te olhar. De vos olhar.

terça-feira, maio 20, 2008

Ritmo a acelerar... e um livro

Embora o meu coração (o real, aquele que está algures aqui por dentro) tenha uma tendência patológico-genética para bater mais devagarinho do que um coração normal (curioso, não é?) a minha vida segue exactamente as inversas pisadas e está a disparar a um ritmo algo louco e difícil de controlar...
Vai começar a série das últimas avaliações em catadupa dos meus quatro níveis diferentes (cruzes! não aconselho...), tenho de me preparar (ler muito, pensar) para vinte entrevistas individuais à turma do 5º ano (sim, mestrado), vou aplicando como posso, turma a turma, os questionários posteste a todas as turmas de 5º ano, tive de ir ao médico para ver se a gripe já fugiu de vez depois de duas caixas de antibiótico (sim, sim, gripe/bronquite resolvida... só os eternos problemas respiratórios próprios de heroína de romance antigo, também eles antigos, que me deram esta aura de asmática - soft one - flor estufa, que me esforço por contrariar minuto a minuto... mas mal... esqueço-me da profilaxia e vai de broncodilatador em excesso por cada crise... o que , lá está, parece que não ajuda o coração e pronto, há que retomar o juízo e juro que estou a tentar porque ralham comigo e eu nunca gostei que ralhassem comigo)... farmácia portanto (horas gastas!), fazer uma sopa, jantar, responder ao mail, encomendar uns livros sobre, precisamente, essa tarefa importantíssima que serão as entrevistas finais depois deste trabalho todo e... a minha teia, a minha teia... será que é vício a minha teia? Claro que é. O mais doce dos meus vícios (sem contar com o açúcar que ponho no chá... ai se me vissem! Que vergonha!).
Enfim... haja saúde e energia. Não me queixo de falta de nenhuma neste momento...

Hoje aproveito apenas para partilhar um dos livros que espero chegue rapidamente aqui a casa, acabadinho de encomendar à Gulbenkian (sugestão preciosa da orientadora) numa versão traduzida do original.

Quem sabe alguém pode também fazer bom uso.
O tema parece-me fascinante e quero fundamentar correctamente os meus passos nesta área tão delicada da investigação envolvendo as crianças...


Autor(es): M. Elizabeth Graue, aut. Daniel J. Walsh, co-aut.
Ana Maria Chaves, trad.
Teresa Vasconcelos, rev.
Edição 1.ª, 2003
Assunto(s)
Educação. Ensino. Pedagogia
Título original: Studying children in context: theories, methods and ethics (1998)

E na aula de matemática (5º ano), a propósito do problema da Nocas e da Bia... acabámos a fazer cálculo com relativos... (matéria do final do 6º ano). Continuaremos na próxima aula!

Nota final: o dia amanheceu chuvoso e os meus melrinhos baby voltaram a passear-se com os pais. Não foi possível fotografar. Hoje ao fim do dia voltei a vê-los no jardim. Há imagens de paz que nos enchem de serenidade, mesmo no meio de toda esta aceleração...

(E a sopinha de agrião ficou deliciosa...)

Bom conselho...

segunda-feira, maio 19, 2008

Dos passos, dos saltos, do crescer sozinho, dos "ses", do tempo que não há...

Se eu tivesse menos alunos, se eu tivesse mais tempo (o tempo que me foi roubado e já era pouco), se a escola tivesse realmente em mente uma intenção de sucesso, aconteciam ainda mais milagres.
Sim, eu sei... se eu tivesse asas... era um passarinho, ou um avião, ou uma mosca, ou uma borboleta... Sim, eu sei que os ses não nos fazem andar para a frente, nos prendem os movimentos se não os soubermos usar como motores para resolver a vida na ausência das condições que sonhamos serem as ideais. Eu sei, mas pronto. Resolver a vida não pode significar apenas aceitar, adaptarmo-nos e não denunciar.

Adiante.
Começa a ser difícil atender todas as solicitações. O bom/complicado de procurar levar todos sem excepção a optimizar as suas capacidades, as suas produções, faz com que a atenção de qualidade (com tempo e calma) seja mais necessária com cada um... e isso tem riscos quando o tempo não chega para todos. Mas realmente começa a acontecer e é uma ginástica nada nada fácil.
Felizmente, também, a procura do desenvolvimento da autonomia dos alunos, que acontece mais depressa nuns do que noutros, ajuda agora nesta fase em que, finalmente, consegui cativar alguns dos resistentes para a elaboração de projectos mais elaborados, mais demorados no tempo a concretizar. E é um conforto grande vê-los a reconquistar a autoconfiança, empenhados sem receio na resolução de problemas nem sempre simples. Tive que separá-los dos parceiros habituais, dar-lhes espaço individual para que o caminho pudesse evoluir (companhias excessivamente absorventes, ou trabalhando em ritmos muito diferentes, podem ser inibidoras nesta fase de crescimento pessoal). Isso significa que ainda tenho que dividir mais as atenções, mas vai compensando... o terceiro período será curto para estas conquistas finais, mas conto no ano que vem prossegui-las.
Hoje deixo aqui, para me lembrar, e em jeito de notas de campo, alguns aspectos dignos de nota.
Finalmente a conclusão do projecto dos Gonfabijo - Bocas e JGFreitas (caracol). Já aqui havia falado dele (e dos "meus engenheiros" planeando ao pormenor a longa sequência de programação que permite ter sempre no canto superior esquerdo a posição do caracol). Hoje posso divulgá-lo. Vale a pena ver (embora ainda subsista um erro ortográfico e a solução precise de ser pensada, mas eles publicaram sem eu ter tido oportunidade de fazer as últimas revisões e já deixei as dicas em comentário na galeria do Bocas)...

Scratch Project

Avanços significativos nos projectos individuais do Pimentinha (caracol) e da Marriapi (caracol - versão tokio hotel em que o vocalista da banda tenta chegar à guitarra. Foi assim que o projecto acabou por se tornar significativo e estimulante para provocar o salto qualitativo no trabalho).
Quase conclusão do projecto (caracol, mas com um elefante pigmeu) do Maribe.
Avanço significativo no projecto caracol da Mada e da Falipa (escreve-se mesmo assim - nome de código scratch :) que me chamam para colocar problemas que resolvem depois sozinhas quando vou ter com elas, sem precisar de mim (basta a atenção, o mimo da companhia...)



E ainda o início da modelação de uma situação que vai levá-los a trabalhar as fracções sem que eu tenha abordado o assunto. Foi uma ideia que tive na última aula e lá sugeri mais uma "queimadela de neurónios"... quem já encerrou o projecto caracol, avança pelas pizzas fora (dois grupos e uma aluna)... brevemente darei notícias. Antevejo consultas ao manual, investigação por necessidade e umas aulas de apoio teórico para a construção dos projectos. E os mais atrasados criando o apetite... De nada me serve tentar/forçar alinhar tudo nos mesmos tempos. Forço o possível no ritmo de trabalho e respeito o necessário. Não me dou mal com esse tipo de diferenciação que não inibe uns de avançar, não paternaliza quem se atrasa (exijo-lhes sempre o máximo) mas respeita as diferenças mantendo em mente que quero que todos cheguem onde é necessário chegar. O tempo... ah se eu tivesse mais tempo!
(Tenho de falar com as meninas sobre esta coisa do "duplicar oito vezes"... na aula com o entusiasmo nem me apercebi... :)



Momento importante com a Bia e a Nocas. Ao olhar para a marcação das linhas de avanço do caracol percebi que as distâncias não eram idênticas e perguntei como fizeram. Com centímetros! Centímetros? Sim... usámos a régua em cima do écran! Hummmmmm... e que tal pensar numa forma correcta de proceder que garanta realmente o mesmo valor para as distâncias? Desafiei-as a encontrar uma forma de corrigir a situação...
Mas como?
Digam-me lá, ao longo de que eixo é que se distribuem as vossas linhas de marcação?
Do y.
Sim. E o y não tem valores marcados sobre ele tal como uma régua?
Ah! Pois tem.
Então pensem... Se aqui, por exemplo, forem -240 e tiverem de subir 40 passos para a linha ficar a essa distância da primeira, para onde a enviam?
Fica no -280, professora?
Olhem novamente para o eixo
... (uma delas foi buscar à capa, sem eu pedir, a ficha de trabalho sobre coordenadas cartesianas)... aqui é zero, e aqui? (fui descendo) Ah, é -1. E aqui? -2 Então, quando descemos acontece o quê? Lá percebemos (sem eu referir o termo valor absoluto) que o número aumentava o valor, embora fosse cada vez mais pequenino (por serem negativos).

Então voltemos ao problema... -240... se eu subir 40?
Ah! Fica no -200.
Ok e depois?
Se eu colocar a outra linha à mesma distância?
Então...Tira-se 40 e fica -160... não é professora?
Ora bem, estes valores são exemplos: agora coloquem o rato para ver a posição da primeira linha, mantenham o x constante e vão subindo mantendo sempre a distância.
Avançaram.
Passado algum tempo chamaram-me. Oh professora! A gente fez tudo certinho e esta distância não ficou igual! Veja a conta (vi... erro daqueles...). Meninas... 4 para 13? Ai professora, pois é... tem um erro. Já perceberam que têm de estar com atenção a fazer os cálculos? Qualquer distracção...
Continuaram.
Passado algum tempo chamaram novamente: ai professora... e agora? Estamos no -17 e como é que ele anda 40 para cima? Para onde é que vai?
Desafio difícil. Operar com relativos é algo ainda um pouco fora do alcance... enquanto estamos apenas nos negativos (ou nos positivos) a coisa aguenta-se... cruzar o zero, passar de negativos a positivos... é algo diferente. Mais uma vez tomei consciência de como este desafio do caracol tem permitido os mais diversos tipos de situações problemáticas. Aprendo eu, aprendem eles, ganhamos todos. Sem grandes empurrões nem soluções formatadas ou definições, apenas levando-as a pensar como seria possível cruzar o zero gastando os 17 e passando aos positivos, a Bia propôs algo como:

17 - 40 ?
Não. É ao contrário...
Ah! Tem de ser 40 - 17...
Fazem a conta. Dá 23.
Mas agora é nos positivos!
Mal tive tempo de agarrar na câmara para filmar a folhinha e ainda preservar na memória a última exclamação associada à descoberta...
Então professora, agora fazemos mais...
Agora é sempre mais!
Fazemos 40 mais 23?
Claro!
Ai se eu tivesse mais tempo... sentava-me com elas e estava criada a oportunidade perfeita para explorar algo bem importante. Mas... quase a tocar... é preciso arrumar, é preciso correr, que temos horita e meia para isto tudo, sempre correndo, sempre vivendo de gaveta em gaveta, de aula em aula, agora isto, agora aquilo. Chamamos aprendizagem a este carrocel?

No melhor da festa, despedimo-nos até sexta...
Apetecia-me ser mais junto deles. Apetecia-me ficar mais um bocadinho... o tempo necessário para crescermos sem campainhas pelo meio.



domingo, maio 18, 2008

Missão de amor...

Aqui na casinha do lado, os Pais do Cara-metade recolheram dois gatinhos (ou gatinhas) do "lixo". Alguém os abandonou perto do contentor com tamanho ínfimo, acabados de nascer. Um alguém a quem dificilmente se poderá chamar pessoa ou gente. Um não sobreviveu. O outro (outra?) é tratado carinhosamente e agarra-se à vida como se agarra ao biberon. Talvez quase a fazer um mês...
O mais certo é vir a precisar de um amigo que o queira adoptar...
Lá mais para a frente, quando estiver de maior tamanho e soubermos se é menino ou menina, volto a lembrar...






Desenhando estrelas...

...ou

asteriscando o céu ?

sábado, maio 17, 2008

Uma história de amor... com penas

Ingredientes: menos cuidado com a hera da vedação que cresceu demais sem ser aparada.
A certa altura pareceu-me que uma melra e um melro andaram a catar raminhos e folhinhas para fazer ninho... e voavam para a hera. Estranho (pensei).

Na quinta-feira passada: cena familiar durante todo o dia debaixo de intensa chuva. Pais arrancando cerejas para os filhos, filhos passeando e bicando, já voando um pouquinho, mãe e pai tomando conta. Mãe pelo chão acompanhando. A certa altura, pai vigilante em cima da amoreira com o filhote mais abaixo.
Fotos feitas com a janela da cozinha de permeio.
Suspeitamos, pois, que o ninho foi mesmo feito algures no jardim... e que alimento não tem faltado, a avaliar pelas cerejas ratadinhas e as amoras espalhadas pelo chão (muitas vezes assisti à frenética e desenfreada caça aos frutos vermelhos).

Gosto de histórias de amor.

Bem perto...

... esse

A maior flor do mundo...

Já havia divulgado o filme AQUI na Teia...
Mas agora um leitor chamou-me a atenção para o facto de ser possível assistir ao dito em versão Youtube.
Não resisti, claro.

Uma boa maneira de começar o sábado...
Oferecendo-vos... uma flor! A maior delas todas.

sexta-feira, maio 16, 2008

Uma entrada que não é só minha...


Depois de uma manhã animada, acelerada, intensa e produtiva com os meus meninos mais pequenitos, a tarde chegou para o sexto ano (Matemática).
Os meus meninos têm tolerância e não precisam de estar aqui comigo na aula de matemática até às 14:15... Fizeram de manhã a prova de aferição de Língua Portuguesa... Ainda assim, disse-lhes que estaria por aqui e que quem quisesse aparecer aparecesse...
Estão cinco.
Professora, podemos usar os quadros e a caneta da professora enquanto os outros não chegam!
Claro que sim.
Já andam ali de volta de exercícios do tipo das provas de aferição e eu aproveitei para abrir o blogger com uma ideia na cabeça.
.

Não querem deixar aqui uma mensagem na teia?
Sim!!! Podemos?
Escrevam o que quiserem. Aproveitem que hoje não pagam nada...

Risos

Agora há um blogue espectacular (meu e da Bia) e o endereço é http://www.saberquetal.blogspot.com/ . Este blogue fala de animais e muitas outras coisas. Podes utilizar para fazeres trabalhos ou então podes ir a http://www.sabermais.netseg.pt/ (site meu). Ass. Sara


Olá, eu sou o Francisco e estou quase a ir para o 7º ano. Não sei quem serão os meus professores, mas tenho a certeza de uma coisa: não serão melhores que os que tenho agora.

Olá! Já há algum tempo que faço criação de borboletas e até criei um blogue que fala sobre elas. Começei a gostar das borboletas no 5º ano graças à minha professora 3za e espero continuar a gostar delas. Se ficaram com curiosidade podem sempre clicar aqui.
Butterkiko

Olá! Hoje houve a prova de aferição de Português e no dia 20 de Maio de 2008 vai haver de Matemática eu não sou muito boa a Matemática, mas espero conseguir. Ass. Catarina Bizarro.

Olá, eu sou a Beatriz estou quase a ir para o 7º ano.Vou ficar cheia de saudades da professora, porque ela é muito boa a explicar e nós percebemos tudo, não temos vergonha de perguntar. Beijinhos da Beatriz Pinto.

Não devemos entrar em pânico por causa da prova de aferição de matemática poque a nossa professora fez vários problemas das provas de aferição passadas e chegamos à conclusão, que não eram muito dificeís, basta ler o enuciado das perguntas. Adriana


Depois da entrada da restante turma, retomámos o trabalho em grande grupo com problemas sugeridos pelos alunos. Um deles, o das vacas, garças e patas entusiasmou-os e foi vê-los numa azáfama a tentar resolvê-lo...



Agora... já passa das 19... Depois de um dia comprido (aproveitei para aplicar mais dois questionários e portanto o dia alongou-se imenso) e de mais umas compras para ver se a alimentação melhora de qualidade e em variedade, trato as imagens e acabo aqui a entrada iniciada hoje à tarde com a colaboração dos meus meninos.

Falta um mês para deixar de ser professora deles.

(Sim. Saudades a querer bater à porta.)