quinta-feira, maio 08, 2008

Matinal mel...

Escolinha em Setúbal. Alunos de 2º ano. 7 aninhos em média...
Ah manhã bonita esta!


Sabem quem sou?
És uma pessoa que inventa livros...
Foi a coisa mais bonita que já me disseram para me descrever...
Mostrei os livros que levei...
Esses livros que trazes aí estão em branco para tu escreveres neles?
Há livros em branco. Há mesmo um livro com esse nome para escrevermos nele... e há os vossos caderninhos onde deixam poemas e histórias... mas estes livros que vos trago hoje....

... abri devagarinho...

Ohhhhh já estão escritos!
E como é que aparecem aí dentro desses livros essas letrinhas assim com essa tinta especial mágica?

E aí partimos nós...
Que mágicas são as letrinhas que saem da mão... mão que está ligada à nossa cabeça. É lá que todas as magias acontecem! E as ideias e as histórias e as palavras... e depois descem pelo braço... e depois saem para o papel pela caneta... e depois a parte de fazer os livrinhos é assim como fotocópias, para muitas pessoas poderem ler, não é a parte mais importante. A magia é antes!
Eu um dia queria ser inventor... e inventava motas voadoras e carros com ventoinhas que voassem também.
Não te esqueças de inventar também semáforos para o céu!
Risos
Sim, estou a falar a sério... temos de ter cuidado com o que inventamos para não ficar tudo uma confusão. Se inventamos um monstro, temos de inventar um herói, ou o monstro acaba com a história toda...

Leram-me pequeninos poemas, li-lhes a triste história do zero poeta (se calhar ele queria ser um Ó, porque é a letra 15 e ele assim era um 15 e valia mais que zero - comentário de uma menina, que me disseram depois ser sobredotada), ensinei o que era o diâmetro e o raio... e até o que eram palavras homónimas (ao ler o poeminha com o mesmo nome do livro "Das palavras").

E querem aprender uma canção? Era um poema mas eu inventei uma música para lhe fazer companhia...
"Os números aos saltos..." Todos a uma só voz.

Contaram-me histórias, tocou para sair e perguntei se queriam ir lanchar, brincar ou se ficavam mais um bocadinho.
Ficaram.
Eu gosto tanto de fazer perguntas...
"Porque é a palavra grande mais pequena que pequena?..." (dedos no ar para dar respostas: é porque pequena tem mais letras que grande...). Poema difícil lido devagar e explicado... eles comentando pelo meio... pois é! Libelinha é tão grande e céu é uma palavrinha tão pequena! É como pequenino... é enorme e enorme é... pequenino.
Risos
Eu cá sei uma palavra grande! Oftamologista...
Eu sei outra! Otorrinolaringologista...
Pronto, com essa já ganhaste... Que palavra grande!

E ficámos todos com vontade de mais.
Mas o tempo chamava e a hora da despedida chegou, com promessa de regresso no final do próximo ano: Nesse dia eu não vou trabalhar nada! Vou sentar-me ali ao fundo e vocês fazem tudo! Recitam poemas, cantam-me canções...
Mais risos.

Tens de ir já?

Muitos abraços, beijinhos...

"(...) mas para um amor (palavra)
assim tão pequeno
encontrei uma razão
se fosse maior
como poderia
morar nas palavras
sonho e coração?"

5 comentários:

Anónimo disse...

Também eu hoje descobri o significado de uma palavra nova - ORNITORRINCO (palavra grande que desconhecia mas que li hoje no jornal).
Será um pássaro ou um réptil ou é mesmo um mamifero? Parece que descobriram (através de estudos genéticos) que é um pouco uma mistura dos três.
Envio-te também uma noticia do jornal DN "A Escola que não se limita só a ficar na esperança".
para leres se tiveres tempo, as noticias bonitas dão sempre uma vontade de as multiplicar por 100.
http://dn.sapo.pt/2008/05/08/cidades/a_escola_nao_limita_a_ficar_na_esper.html

IC disse...

Não páras, Teresa! Como consegues esticar os dias?? ;)
Se morasses aqui pertinho ia visitar-te com a minha neta, ou então arranjava um convite da escolinha dela para lá ires :))
Beijinhos

Teresa Martinho Marques disse...

:).... levantando cedinho e tal... mas começa a ficar complicado... só que há coisas às quais não posso dizer não (nem quero)....... (tem perdido um pouco o mestrado... as leituras... mas tudo se há-de ajeitar!). Beijinhos

Anónimo disse...

Teresa do Lindo Nome
sei donde vem a Magia
que espalhas com o teu saber.
Vem de um coração com fome
de semear a Alegria
que é ensinar a crescer.

O Tempo não existe para ti, ou antes, tu fazes render, um a um, os 84.600 segundos que o Banco do Tempo te dá todas as manhãs.O teu Tempo é feminino, reproduz-se.
Um beijo grato pela Esperança, da Carmo

Teresa Martinho Marques disse...

"O meu Tempo é feminino, reproduz-se..." Que ideia mais deliciosa..... Posso roubar? Posso? Posso? Vou roubar...
Obrigada por tanto carinho. Beijo