terça-feira, outubro 16, 2007

Apetecia-me algo...

Mas tem de ser algo diferente.
Um intervalo de ar, de azul de frescura só para respirar um pouco antes do dia que se segue.
Isso: uma canção, um poema.
A ver se adormeço embalada...
(este fado meu... navegar a vida assim tão intensamente...)




De tarde, no campo, nenhum pássaro cantou;
e só neste fim de dia um vento traz o assobio
da primavera melancólica: despedidas,
imagens breves, nenhuma inspiração. O sopro nocturno,
porém, anuncia um reflexo de espelho no fundo
do corredor. A voz surge de um dos quartos
em que a ausência se perde. Um baço
murmúrio se aproxima do gemido que evoca
o mar - sem que a onda se decida, quebrando
o som agonizante. Então, abro a porta
e chamo-te; sabendo que só a noite me responderá.


Nuno Júdice
in «Poesia Reunida 1967 -2000»

3 comentários:

Anónimo disse...

Teresa:
Está aqui uma coisa bonita, feita pelos nossos amigos brasileiros, para todos nós, professores, que o somos porque gostamos e acreditamos que o nosso trabalho é sério, honesto, que somos competentes e ainda porque gostamos das crianças:
http://www.escolabr.com/portal/modules/news/article.php?storyid=215
Um abraço,
Emília.
P.S.Acreditas se te disser que nem sequer tenho tido tempo de colocar no blog alguns pequenos textos que os pequenotes escreveram?

Anónimo disse...

... melhor que qualquer Ferrero Rocher.

Anónimo disse...

Obrigada Emília...
Acredito, sim, e entristece-me esta coisa do tempo escoando sem tempo.
Pois, José, pois... e se eu gosto de ferreros!... mas, realmente, nada se compara ao sabor da música e à doçura de um poema...