terça-feira, abril 11, 2006

Páscoa V - O Clóvis


Já grande, cansado, com frio, molhado
conversando às vezes, outras calado
chegaste da rua, como de viagem
sem nome, sem história e sem bagagem.

E foste entrando, devagarinho
pezinhos de lã, sem permissão.

Foi sem eu saber que te instalaste
com miados doces
no espaço quentinho e resguardado
do sofá, do colo, do cesto, da cama
de um canto vazio do meu coração.


Foi no Inverno que cedemos. A desculpa? Chovia muito e estava muito frio.

E, sobretudo, ele queria...

5 comentários:

matilde disse...

Estas tuas fotos acalmam... Vê-se bem que o teu Clóvis é recheado de mimos - ou não tivesse tido a pontaria de entrar pelo teu quintal (...não me parece que seja pontaria...já deve correr aí pela vizinhança da bicharada que a 3za tem um coração do tamanho do mundo!)
Beijinhos.

Teresa Lobato disse...

Sei bem como são essas cedências...São como o amor à primeira vista. E eles conhecem bem os nossos pontos fracos.
O teu Clóvis é uma delícia!

Teresa Martinho Marques disse...

Pois... mimos... os nossos pontos fracos... como eles são espertos... lançam a seta do cupido e zás... nada a fazer!
Beijinhos às duas!
(Hão-de ver amanhã o Jasmim...)

Anónimo disse...

Os gatos são assim... pé ante pé, miam, esfregam-se nas pernas, deitam-se como uma esfinge egipcia a olhar para nós, fecham os olhos como quem está com muito sono, abrem a boca, enrolam-se e deixam-se dormir... depois respiram lentamente enquanto lhes fazemos umas festas na barriga e esquecem-se da lingua fora da boca, só para se armarem em engraçadinhos. Mas prontos sabem que nos ganham assim.

Sempre tive uma grande vontade de ter destes amigos. Começei por um peixe, depois outro. Tive um caracol chamado Luis durante dois anos. Vieram em 98 dois canários cá pra casa, o Gil e a Docas, irmãos, acabados de nascer. Depois apareceu a Peixa, que era o tipico peixinho(a) dourado, num aquario redondo com pedras e algas. O Clóvis parece-se com o meu Tareco, o gato que era da minha avó. A Julieta manda cá em casa, é a minha irmã mais nova e peluda, não quer mais gatos, o território é todo dela. Ela gostava muito da Peixa, como um gato gosta de peixe. Um dia cheguei a casa e vi pegadas molhadas de gata que vinham do aquario, mas a Peixa estava viva, tiveram só a brincar... digo eu. Tb tive um pardalinho, que alimentei, mas tive de o dar a outra pessoa pouco tempo depois. Gostava de ter muitos mais mas só quando tiver a minha própria casota. Com isto tudo não sei como há pessoa capazes de fazer mal as estes nossos irmãos. Estou muito contente de ter visto nas televisões do metro o anuncio da Acção Animal, cujos cartazes já conhecia e até mostrei no meu blog. Enfim já está muito longo o comentário.
Queria só dizer que tenho uma grande admiração por si, e que o mundo devia ser todo feito com pessoas que tivessem pelo menos metado da sua vontade de ajudar. Quando for grande quero ser como a Senhora Teresa Marques. hehe Fiquei muito sensibilizada com a história da gaivota. Ai já estou a ser chata, vou acabar. Beijinhos


p.s. note-se a originalidade dos nomes que eu e a minha irmã escolhemos para os nossos bichos, é incrivel.

Teresa Martinho Marques disse...

Oh Sara até fico sem palavras! Eu é que recordo com carinho a doce menina que eu tive a sorte de ter como aluna. O sentido de humor inteligente e vivo, o sentido crítico afiado e justo, a energia inesgotável! Obrigada pelas tuas palavras e pelas tuas histórias... continua o mesmo sentido de humor, o mesmo sentido de intervenção, a mesma força. Obrigada por isso e por todos os mimos. Dão-me muita força e fazem-me sorrir :) :) :)