sábado, março 15, 2008

Muitas vozes, um sentimento...

Tinha de trazer para a frente um comentário de uma leitora (a uma entrada anterior) que diz muito sobre o que sentimos e estamos a viver.
É mais uma professora que decidiu não se candidatar a titular...



«Quando me auto-avaliar a propósito das TIC direi que só não fiz mais por culpa do Ministério da Educação que não providenciou as condições necessárias…»

Teresa,
Como me revejo no seu desabafo-denúncia.
Também eu ajudei a conceber o projecto dos portáteis – e em duas frentes: o clube do jornal e o meu Departamento.
Mas, passados quase três anos, sinto uma amargura imensa pelo tempo gasto em tão pouco feito.
Este ano, perseguindo a ideia de que quanto mais cedo se lançarem as sementes melhor, “sonhei” para os meus sétimos diversos projectos, bem mais humildes que os seus. E, até agora, (a dois passos do final do ano) ou porque cai a net, ou porque os portáteis não estão disponíveis, ou porque estão cheios de vírus, ou porque as aptidões dos miúdos se resumem ao Messenger, ou porque a capacidade da professora também não é muita, (factor nada despiciendo) o sonho vai-se tornando quimera, e o sentimentos dominantes são mesmo o desânimo, a tristeza e o cansaço.
Obrigada pela suave frontalidade, pela ajuizada revolta, pela teimosa persistência e, 'the last but not the least', pela requintada ironia.
Dão-me alento para continuar, mesmo que não «progrida para lado nenhum», porque também eu não tive tempo, e sobretudo pachorra, para me candidatar a titular, apesar dos 30 anos de “serviço aos alunos”.
Parabéns pelo trabalho.
Bem-haja pela atitude.

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