Há coisas más. Sabemos.
A divulgação só poderá servir o propósito de obrigar a uma reflexão que é urgente. Se as razões forem outras, não vale a pena. Tudo permanecerá como está ou, pior, servirá opostos intentos pela valorização e fama do mal (deste tipo de heróis de bigbrother não precisamos), em detrimento do que é bom.
Nada de novo. Apenas agora as tecnologias a tornar tudo mais visível e a ingenuidade da sua utilização a virar-se contra os próprios realizadores e actores (que mesmo tentando retirar as provas do "crime" da internet, ao perceberem a gravidade da acção, se esqueceram de que o vídeo seria copiável por terceiros e nada mais poderiam fazer para impedir a sua divulgação).
Quem como eu viveu 20 anos numa escola de periferia sabe que podemos fazer muito (que remédio... estamos habituados a viver nesse abandono), mas não podemos chegar a tudo sem ajuda. E nem todos os meninos em situação difícil são incorrectos ou se perdem e nem todos os meninos que vivem em boas condições são perfeitos no seu comportamento. E nem todos os professores têm super-poderes ou soluções mágicas para todos os problemas em todos os momentos. A vida não pode ser classificada com preconceito e deve ser olhada para além das estatísticas e das análises simplistas.
Tive bons exemplos de como a violência extrema de um início de vida não acabou como se poderia pensar que acabassse. Suponham uma criança cuja mãe a deixava sozinha fechada num quarto por dois ou três dias com água e bolachas, até aos 3 anos de idade, enquanto ia à sua vida. Recolhido por uma família de acolhimento que depois o adoptou, mimado por nós no Laboratório de Multimédia, num tempo com tempo para acolher, floresceu, fez um caminho lindo na escola.
Por tudo isto, apeteceu-me deixar aqui momentos bons.
Porque os há. E pouco se fala deles.
Este grupo de dança Renascentista do nosso Agrupamento (alunos dos três ciclos), que só resiste ainda por conta da carolice da sua criadora/mentora (que acumula a leccionação de OITO turmas e direcção de uma turma com um aluno autista), costura os fatos à noite, é uma dessas coisas maravilhosas que ainda vão acontecendo. Quanto mais tempo durará? Com a legislação que tem vindo a acabar com qualquer tempo para o desenvolvimento de projectos extra... não me arrisco a fazer previsões.
Temos problemas? Pois temos. Todas as escolas têm. Já falei de coisas menos boas.
Mas hoje quero mostrar o lado iluminado da lua, onde recolhemos força para impedir o escuro de avançar.
Quem não tiver percebido exactamente a razão desta entrada, não tardará a descobrir.
Da blogosfera à televisão vai um passinho mínimo. Estarei enganada?
(ADENDA: por uma estranha coincidência do destino... logo depois de publicar esta entrada, acabei de ver um spot/apelo para um dos jornais da noite, provando que não, não estava enganada...)
Votos de Boas Festas
Há 6 anos
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