sexta-feira, novembro 30, 2007

...

Feito com Corel-Photopaint X3

quinta-feira, novembro 29, 2007

Não minto quando lhes digo: aprendo convosco!

O F, como decerto reparam, não pára.
Passa por aqui todos os dias e deixa recados, comentários, tudo o que deseja que eu saiba.
Ontem, mais uma vez, um projecto Scratch.

Olá professora
acabei de fazer um novo projecto no Scratch que é virado para o Poético chama-se Cores Simples (ainda tenho que descobrir como se põe os Sprites às cores)
F
(corrigi as gralhas do texto original)

Simples mas diferente. Um ensaio que me fez aprender algo que havia tentado perceber mas que, pela falta de tempo, ficou pelo caminho: como construir instruções para que o fundo (background) faça parte da animação e mude de acordo com os meus desejos.

Já percebi...
E só posso agradecer a este dedicado professor e aos outros de quem já falei pelo muito que me têm poupado de tempo na aprendizagem do Scratch ao partilhar comigo os seus projectos, as suas descobertas.

Assim crescemos. Juntos... crescemos mais e mais depressa. As teorias o dizem, a prática o vai confirmando.
Aprendo com os meus alunos. Não é uma coisa que eu diga levianamente apenas porque fica bem. Não é uma figura de estilo paternalista. É a mais pura das verdades!

(E professor que não aprenda nada com os seus alunos... alguma coisa anda a fazer mal feita...)

O projecto do F:

Scratch Project

Uma nota curiosa...

Há cerca de dois dias tinha um "Duarte" a adicionar-me como "friend" na galeria do Scratch...
Pensei: quem terá sido o aluno da TurBêturma que resolveu assinar desta forma. Guardei a pergunta para aula...
Pois...
Não é um aluno da turma. É o irmão da Rakel (minha aluna).
A Rakel pegou-lhe o bichinho e ele aí vai todo entusiasmado.
Idade? 8 anos... Virá um dia para esta escola, claro. Sabor engraçado de estar a preparar antecipadamente para estas loucuras, quem sabe, um aluno meu. Claro que o adicionei como amigo e fui lá felicitá-lo.

http://scratch.mit.edu/users/Duarte

(Tivesse eu mais tempo...)

quarta-feira, novembro 28, 2007

Do baú do Miguel para outra arca...

Ao recordar o que o Miguel tirou do baú das memórias e que descreve de forma soberba o actual estado da escola, não consegui deixar de pensar em algo que tenho dito vezes sem conta, de há alguns anos para cá, sempre que olho para os horários dos alunos (cada vez mais atropelados e cheios de dióxido de carbono, pelas razões conhecidas): se eu fosse miúda agora ia ser uma miúda infeliz e asfixiada na escola... admito até que os meus pais precisassem de consultar um (pedo)psiquiatra quando vissem a tristeza acumular-se em mim à medida que os dias escolares progredissem, sem me deixar tempo para viver nos intervalos saborosos de não-escola.
Quem sou construiu-se em percentagens variadas por efeito da genética, da educação dos pais e da educação providenciada pelo tempo sobrado da escola, que era muito, felizmente. A escola lá teve o seu papel, um professor ou outro deixaram boas marcas, mas não foi a escola que me fez no mais essencial da minha essência. Disso tenho a certeza. E ainda bem que não foi. Porque a verdade é que não pode ser nem tem de ser assim.
Lembro-me de ter frequentemente horário de manhã e as tardes por minha conta. Uma alegria. A sorte de ter a Mãe em casa e de poder regressar ao lar ao invés de um ATL, explicador ou até mais escola, mais disciplinas, mais aulas de qualquer coisa. Lia. Sim, lia muito. Juntava-me com os amigos nas escadas do prédio em Lisboa e foi com eles que aprendi a tocar viola. Escrevia poemas, histórias, inventava jornais, fazia desenhos, pintava. Namorava, trocava livros e LPs... assim conheci muitos músicos que desconhecia. Íamos com a Mãe ao cinema, fazíamos chás com as bonecas quando o urso da Isabel fazia anos (ele fazia anos várias vezes por ano) e até o monopólio com os manos, e outros jogos de grupo, tinham sabor especial nas infinitas tardes partilhadas a quatro, cinco com a Mãe presente mas deixando-nos espaço para respirar. Brincávamos aos 5 e aos 7 com os amigos do "ciclo preparatório", íamos para o terraço de binóculos a ver se descobríamos matrículas de carros roubados (que os jornais da altura divulgavam), aventuras inventadas. Às vezes descíamos, para mais aventuras cheias de ervas daninhas, até às ruínas de uma casa velha que mais tarde se transformaram na embaixada da Rússia (depois do 25 de Abril). Estudava, muito, que o tempo era suficiente para tudo. E o Pai chegava do trabalho e fazia experiências de física e propunha desafios. E brincávamos aos correios tardes inteiras, preenchendo impressos que a Mãe trazia de lá, escrevendo cartas que o carteiro colocava em cada divisão da casa. Desenhávamos selos, construíamos envelopes, fazíamos moedas passando os lápis de cor em papel sobre a textura original dos escudos, que depois passávamos tardes a recortar, desenhávamos notas, às vezes as três manas alinhavam nos "cóbois" e nos "índios" do mano, simulados por ínfimos bonequinhos de plástico, aos quais se juntavam soldadinhos. Fazíamos tendas em papel, os ladrões roubavam bancos, os bons prendiam os maus. Ensaiávamos peças de teatro para apresentar aos pais. E nós, as mais velhas, fazíamos de professoras para a mais nova: senta-te aí, agora vais aprender a história de Portugal. Não quero. Ó Mãe!!!!! Olha elas! Tem que ser. Tens de aprender. Também lhe líamos histórias e a Lena fez em pano o duende da Floresta da Sophia de Mello Breyner para oferecer à Isabel (que tinha o mesmo nome da heroína)... foi uma das prendas de aniversário (sim, as prendas entre nós eram feitas, pintadas, construídas num tempo sem dinheiro fácil). Eu costumava fazer roupas para as bonecas dela... tricotava e cosia coisas mínimas. A certa altura comecei a fazer camisolas e vestidos para mim em estilo muito "freak"... No liceu e na Universidade usei bastantes...

Eu não sei muito, realmente. Mas sei do bom que era uma falta ou outra de um professor, sem exageros (os pais preocupavam-se, claro, se a coisa ultrapassava o esporádico), do primeiro café num café, da conversa com os amigos, do poder estar um bocadinho na presença daquele que se amava secretamente, mesmo sabendo que nunca olharia para nós. Crescer, cresci realmente nos intervalos da escola, no tempo que os pais nos dedicavam, no tempo que tinha para decidir o que fazer com ele. Por isso a escola sabia-me bem. Gostava de lá voltar. Ela não me cansava, era um espaço amigável onde podia respirar, um espaço sem exageros, sem excesso de zelos e protecções. O espaço do primeiro beijo, do primeiro poema, da primeira flor.
Oh juventude feliz a minha na escola. Que pena tenho dos miúdos agora.
Repito o que tenho dito tantas vezes e disse mais acima: se eu tivesse de andar hoje na escola ia ser profundamente infeliz. Tenho a certeza de que a detestaria e provavelmente nem seria a aluna que fui no tempo em que tive a felicidade de lá andar.
Mais tempo de ocupação não significa mais qualidade na educação. Um princípio tão aparentemente simples e tão ignorantemente ignorado.
A escola a tempo inteiro? Não, muito obrigada.
Verdade, verdade, eu ainda sou aquela criança de que vos falei. Por isso o tempo inteiro em excesso por lá, por coisa nenhuma, em nada tem beneficiado os meus alunos. Se eu não escrever um poema, se eu não inventar uma canção, se eu não pintar uma aguarela, se eu não ler muito, se eu não estudar, se eu não recuperar do cansaço de um dia para o outro, não poderei ser a melhor professora do mundo. E era só isso que eu queria ser, por favor, se fosse possível. Pode ser? Não me chamem preguiçosa. Eu não desperdiço os dias. Nunca desperdicei o tempo que me era concedido. Transformei tudo em flores que lhes ofereci.
Qualquer professor tem obrigação de ser um artista exigente na sua arte, não o dever de ser um funcionário automatizado e frio.
Eu sei que não será fácil de entender para alguns, mas é que não consigo explicar-me melhor a esta hora da manhã (que é aquela hora que reinventei, para ser possível continuar a fingir que existe um bocadinho de tempo de não-escola, esticando os dias como pastilha elástica...).


terça-feira, novembro 27, 2007

1º SALÃO ILUSTRARTE DO LIVRO INFANTIL


NO AMAC - Barreiro

De 8 de Dezembro
a 11 de Dezembro
(as escolas podem visitar o evento)

O Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC), no Barreiro, vai receber, de 8 a 11 de Dezembro, o 1º Salão ILUSTRARTE do Livro Infantil do Barreiro, um espaço de divulgação e promoção do livro infantil, ponto de encontro de autores, ilustradores, editores e público, infantil ou não.

Este certame, apadrinhado pelo Salon du Livre et de la Presse Jeunesse de Montreuil, surge ao fim de quatro anos de programação ininterrupta de exposições (trinta) e em plena 3ª edição da ILUSTRARTE – Bienal Internacional de Ilustração para a Infância 2007, cuja mostra se encontra patente ao público no AMAC até 31 de Janeiro de 2008.

O 1º Salão terá quatro dias de intensa actividade. Contará com a presença dos melhores escritores e ilustradores nacionais, disponíveis para autografar e personalizar os livros dos visitantes; lançará novos livros – os originais das ilustrações do livro a ser apresentados serão exibidos –, e terá abertas para visita as exposições da ILUSTRARTE 2007 e de projectos de alunos finalistas da ARCO.

As portas do Salão, uma organização conjunta da Câmara Municipal o Barreiro e da Associação Ver Pra Ler, estarão abertas, sábado e domingo, das 14h00 às 20h00, e segunda e terça-feira, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 20h00.


Actividades paralelas e múltiplos atractivos

Paralelamente haverá sessões de narração de contos, em particular dos livros lançados no Salão –, animações teatrais de livros, ateliês de ilustração, com artistas que lançaram as suas obras no certame e em torno do tema do livro apresentado, sessões de cinema de animação de qualidade e sorteios de livros.

Os estabelecimentos do ensino pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico poderão inscrever-se, em grupo, para as actividades paralelas. Cada menino(a) do Concelho receberá, também, um folheto com vales de dois euros de desconto na compra de livros. A cada turma que visite o Salão com o respectivo professor será oferecido um livro autografado para a biblioteca escolar.

Estarei por lá toda a tarde de sábado (14h - 20h, 8 Dez.) na companhia do Gémeo Luís e da eterogémeas... O Gémeo Luís (Luís Mendonça) estará ainda presente no Domingo. Uma boa oportunidade para os jovens contactarem com ilustradores e autores.

Apareçam!

segunda-feira, novembro 26, 2007

Scratch: O Relógio do Bagija - problemas escondidos e caminhos possíveis

Chegou entusiasmado, desejando partilhar. Oh professora pensei no desafio e construí o meu relógio com o scratch.
Boa! E então como foi? Como fizeste?
Bem, eu fiz o relógio e o ponteiro dos segundos (eram dois sprites) e pensei que o ponteiro depois de rodar tinha de esperar um segundo, claro. Mas depois o ângulo é que demorou mais a descobrir!
Conta lá! (Final da aula de EA, O F contando-me a história a mim e ao professor de LP)
Então, aquilo quando começa tem sempre 15 graus na instrução de rodar, mas achei que era muito e mudei para 10. Experimentei mas não deu. Depois experimentei um grau por cada segundo. Era pouco e não dava. Fui experimentando e acabei por chegar a seis graus que é o valor certo para o relógio funcionar.
Então porquê? (A minha cabeça já a mil, apercebendo-me do problema matemático que havia estado à sua mão de resolver... se eu estivesse perto dele tê-lo-ia colocado a pensar no assunto) Vamos lá pensar juntos. (O professor de LP a ficar entusiasmado com o rumo da conversa...) Foi ele quem perguntou: o relógio é o quê?
É um círculo...
Sim e então quantos graus tem uma volta completa?
Via-se através dos olhos e das mãos a cabeça do F a trabalhar... ele ia dizendo em voz alta: ora assim é 90 graus, depois fica 180...
E? E? Nós quase sem resistir...
Ao todo 360 graus...
Pois... Então... Quantos segundos numa volta completa?
São 60... ah!!!!!!Dividia-se 360 por 60!!
A descoberta...
Por isso é que me deu 6 graus. 6 x 60 dá 360! Era mais fácil!
Pois... A Matemática tem esta forma interessante de nos ajudar nos momentos mais inesperados. Através dela é posssível fazer atalhos aos caminhos e não usar apenas métodos por tentativas. Mas, neste caso, também é bom ensaiares e depois perceberes a possibilidade de existência de outros caminhos! Foi óptimo o que fizeste! E, vês, acabaste por descobrir uma outra forma de resolver o problema. Se puderes escreves as notas do projecto - como fizeste as tuas descobertas para eu ficar com elas?

Precisava de tempo... bastante mais tempo para inventariar estas situações, para as testar com os alunos, conversar mais com eles, descobrir os problemas possíveis... antecipar-me um pouco sem depender exclusivamente dos projectos que eles vão apresentando livremente e do tempo extra que ainda não desisti de oferecer mas que se está a esgotar. Mas agora tempo real para se ser professor/investigador com seriedade é coisa que já não há, porque alguém entendeu que a nossa função não é pensar, preparar, estudar, criar situações novas de aprendizagem adequadas às novas ferramentas disponíveis. Alguém entendeu que bastava apenas distribuir tarefas a metro, computadores a quilo e esperar que, por geração espontânea, os milagres acontecessem.
Não vão acontecer. E sabem perfeitamente disso. Só que o dinheiro fala mais alto do que a educação.
Mais. Uma certeza podem ter: vão desacontecer muitas das coisas boas que aconteciam.

Oh professora... ainda não consegui foi fazer o ponteiro das horas...
Vais conseguir... vais conseguir...


Com a simplicidade de dois sprites e dois scripts o F (11 anos, 6º ano) fez o projecto que a seguir se divulga.
Aguardo com expectativa o que se vai seguir.

Scratch Project

O "Scratch team" está a crescer...

A TurBêturma já tem sete alunos nas galerias Scratch...

A GTurma começará mais tarde.

O entusiasmo vai crescendo.

http://scratch.mit.edu/users/telle

http://scratch.mit.edu/users/Ritty

http://scratch.mit.edu/users/estrelar

http://scratch.mit.edu/users/rakel

http://scratch.mit.edu/users/Bagija

http://scratch.mit.edu/users/roselina

http://scratch.mit.edu/users/jorginho

Aguns projectos contêm elementos muito curiosos. Um deles merecerá destaque em breve pelo raciocínio que convocou e pela discussão de possíveis abordagens matemáticas na resolução dos problemas que surgiram ao aluno durante a sua execução. Magnífico.
(depois... depois...)

domingo, novembro 25, 2007

Domingo como deve ser...


Estamos todos a ver o tempo passar devagarinho sem o apressar...

Estamos todos a conseguir...

Uns fazem-no à frente do aquecedor...

(O calor dilata... o tempo? Quem dera...)

Agenda Princesses 07/08... confesso


Começa por ser um livro:

(Vão até à Amazon seguindo a ligação que se segue para poderem apreciar outros trabalhos... lindos!)

Depois as maravilhosas ilustrações levam à criação de uma agenda.
Um dia vi-a nas mãos de uma amiga que a havia trazido de Paris.
Não resisti: encomendei pela 'net e no ano que passou... foi lá que o meu tempo se anotou com detalhes intercalados por belas imagens.


Pois...
Confesso...
Ofereci-me de novo uma prenda... que deve estar a chegar.



(Não vale a pena tentar explicar estes caprichos. Sabe-me bem escrever e anotar a vida que preenche os dias nestas páginas suaves...)


sábado, novembro 24, 2007

Breathe...

Intervalo para respirar...




Breathe, breathe in the air
Don't be afraid to care
Leave but don't leave me
Look around and chose your own ground
For long you live and high you fly
And smiles you'll give and tears you'll cry
And all you touch and all you see
Is all your life will ever be
Run, run rabbit run
Dig that hole, forget the sun,
And when at last the work is done
Don't sit down it's time to dig another one
For long you live and high you fly
But only if you ride the tide
And balanced on the biggest wave
You race toward an early grave.

.

http://www.azlyrics.com/lyrics/pinkfloyd/breathe.html

sexta-feira, novembro 23, 2007

Conferência na FPCE da Universidade de Lisboa

Já me inscrevi... AQUI

Blogue da conferência

13 de Dezembro de 2007, pelas 18 horas

Anfiteatro da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
da Universidade de Lisboa

Orador: João Carlos de Matos Paiva (página pessoal) é Professor Auxiliar no Departamento de Química (Secção de Educação), da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. O seu principal interesse profissional situa-se nas aplicações pedagógicas das Tecnologias de Informação e Comunicação, particularmente no domínio da Química. É coordenador do Grupo de Ensino e História das Ciências do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra.

Faz-se uma reflexão sobre alguns desafios relacionados com o e-learning no nosso tempo. O estabelecimento de comunidades de aprendizagem a pretexto das novas oportunidades do mundo digital é uma evidência do nosso século, mas as questões mais profundas e dilemáticas estão no fascínio da pessoa humana e dos relacionamentos, sempre "além dos bits"…

(destaque meu sobre o texto da equipa responsável pela organização do evento)

O que acrescento mais para vos convencer?

Bem... na página pessoal do orador encontrei esta ternura (que vos deixo mais abaixo). A química vista pelo meu filho Afonso... Já sabem como sou... há fios que são muito mais apetecíveis do que outros. Que falam mais do que outros. Talvez por isso saiba que, sim, teremos as pessoas no centro, que o mais importante no digital, que o mais importante das tecnologias, continua a ser a pessoa humana, o relacionamento que estabelece com o outro. A mim o digital permitiu a inclusão na minha estrada de gente muito especial. Gente que me tem feito crescer, que se preocupa, que é testemunha do caminho. Sem as tecnologias não seria possível, realmente. Mas sem as pessoas seria impossível, mesmo com todas as tecnologias do mundo...


(Agradece-se a divulgação do evento nas vossas comunidades...)

quinta-feira, novembro 22, 2007

Madeira Viva

Finalmente em andamento esta dança preciosa do Gepeto com a madeira...
Lembram-se desta história?
.

Bailarinos (2006)


Sim, a arte do meu mano (que é também veterinário) está finalmente disponível aos olhos de todos. Os seus meninos pinóquios de todas as formas (que não saem de perto dele) podem agora ser vistos no blogue Madeira Viva...

Acompanhem que vale a pena. Uma galeria viva do trabalho inspirado de anos que promete continuar a crescer.
.


[Pinóquio-02+63kb.jpg]

quarta-feira, novembro 21, 2007

Pesadelos reais... metáforas? máximas?

Há dois dias: inundação na cave à noite. Eu sozinha a lutar com a água, tentando não a deixar avançar. A bomba parada. De repente a mãe de uma aluna, vizinha há anos, vê-me naquela aflição, pés ensopados, pijama molhado, a tentar curar a laringite, amigdalite, sei lá mais o quê, com antibiótico e água fresca por todos os lados... e oferece ajuda... o seu pai chega e consegue colocar a bomba a funcionar. No fim ainda me ajuda a limpar o chão...

Sei lá... qualquer coisa como: unidos venceremos... a humidade?

Hoje... madrugada... saio com o gatito à rua e... fecho-me nela. Na rua. Não consigo encontrar a chave da salvação. Quase pânico. Bater à porta dos segundos pais que têm duplicado da chave... assustei-me, pensei que ninguém estava. O tempo passando. Só quero regressar a casa. Só isso. Está frio cá fora. Eu a tentar curar a laringite, amigdalite, sei lá mais o quê com antibiótico e uma boa dose de ar fresco matinal. De repente a salvação. Uma chave, o calor da casa. Suspiro de alívio.

Sei lá... por muito que nos queiram deixar de fora, com paciência e persistência conseguimos sempre uma chave para entrar onde queremos?

Não liguem. Já nem sei o que digo.

Vou partir para a faculdade e tentar reconfigurar os neurónios, sintonizando-os noutras frequências para recuperar dos abalos variados. Dos sismos e das réplicas.
Janela para respirar um pouco.

Boa tarde e boa noite...

terça-feira, novembro 20, 2007

Mad world

Gary Jules


já foi assim...

Tears for Fears


Respirar antes da reunião... e de mais uma acta...

Palavras para quê?

Manhã passada aqui (fotos). Papéis moles de tanta humidade. Vamos adoecendo, claro. Como não? E aqui nos tentamos curar, tossindo em todas as direcções nas convalescenças apressadas (que não chegaram a ter interrupção de cama).
É preciso tê-los enfiados em qualquer lado. Não importa onde, nem como.
E fabricar sucesso. Em série. Com cheiro a mofo.
Arranco um sorriso não sei de onde (aliás, sei, são as estrelas dos olhos deles que o fabricam): meninos, vamos começar?
À tarde plano de Matemática. Pensar em combater o insucesso. Ironias. Uma casinha quente ajudava. Isto não vai lá só com pedagogias. Depois, em seguida, mais um Conselho de Turma em sala também fria... a acabar previsivelmente tarde. (Ah! Sou secretária da dita... mais tarde ainda do que tarde...)
Das 8 às mais que 8. Já não chove só do lado de fora. Há uma chuvinha aqui por dentro a marcar o compasso dos dias. Tento sacudi-la. Às vezes não é fácil.
Amanhã às 8, tudo recomeça. Na mesma sala fria e molhada. Um ciclo vicioso. Viciado. Repito: com cheiro a mofo.
Salvam-se os dias apenas por causa deles. Mas mesmo eles se desalentam e desconcentram e se entristecem com os locais que lhes destinam (em casa é que se está bem, no quentinho e com bons equipamentos). E isso vai-se reflectindo no interesse, no ânimo, até nos resultados. Sabem que não merecem. Que têm direito a mais. Este é o seu tempo de viver a escola. Esta espécie de escola às pressas, meio apodrecida (não apenas por causa da humidade). Tentamos ser assim uma espécie de sol para os aquecer, para não os perder. Porque sabemos, repito, que este é o seu (mau)tempo de viver a escola.
E o tempo não volta atrás...
(Que preservem, apesar de tudo, algumas boas humanas recordações!)



Dictionary



Na manhã do Domingo que passou, na RTP 1 divulgaram esta ferramenta.

Provavelmente já conhecem... mas eu não conhecia e fiquei bem impressionada.

Cheio de potencialidades... Explorem que vale a pena.

Pronto. Está partilhado o meu deslumbramento.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Em busca da autonomia?

Sorriso para desanuviar... do frio... do sono... e do resto...

Cá em casa... são três. (Sem contar com a cadelinha que também sabe pedir).
Felizmente... não há bastões por perto. Só montes de livros (hummmm... também fariam bom serviço, alguns deles, de pesados que são... Tenho de rever esta coisa de os deixar espalhados por todo o lado...).

Pára tudo! Sim, vou falar de futebol... e de outras coisinhas.

Mais vale jogar mal e ganhar do que jogar bem e perder.

Jogámos mal, mas ganhámos, esse era o objectivo.

Algumas das pérolas que ouvi no fim-de-semana a propósito sabem bem do quê.

A vida centrada nos resultados.
Parece ser o modelo a seguir.
(Felizmente o comentador desportivo, logo depois, referiu-se às expressões como sendo um enorme disparate. E acrescentou que o objectivo é jogar bem. Não é ganhar por acaso mesmo tendo jogado mal. Haja alguma inteligência e sensatez. )

Hummm... a propósito. É possível não ir à escola e depois provar que se conseguem meter uns golos numas perguntas. Já há regulamentação para isso. Aliás, já o John Holt dizia, e eu já devo ter dito aqui: o bom aluno é aquele que só esquece a matéria que decorou depois de fazer o teste.

Ahhh! É verdade! Mesmo a propósito. Acabámos de descobrir na escola algo magnífico. Os ATLs que a circundam fazem arquivo sistematizado de todas as fichas de avaliação que os professores utilizam na escola e colocam os seus clientes a realizá-las como treino intensivo de chuto à baliza. O que está a acontecer? Ora bem, eu explico. O tempo da componente lectiva não dá nem para ver testes e trabalhos, quanto mais inventar testes novos todos os anos para variadíssimas disciplinas (no meu caso, quatro). Portanto, por norma, os professores têm um conjunto de instrumentos disponíveis e vão optando pela seleccção deste ou daquele, consoante (de vez em quando lá conseguimos uma pequena inovação - momentos cada vez mais raros)...
Agora, o mais comum é ouvir os alunos nas aulas, quando o teste é colocado na mesa (perdoai-lhes , Senhor, que eles são pequeninos e ainda dizem em voz alta estas coisas, os mais crescidos calam-se que nem espertos ratitos), olha! Este é o teste que fiz no ATL. E fiz várias vezes até saber!
(Trabalhamos para os ATLs de graça! Perfeito.)

Como vamos continuar sem tempo para fazer "testes novos todos os anos"... será que o sucesso escolar vai aumentar por conta dos ÁTÊÉLES? Sim... que se os testes são mais importantes que as aulas (a lei atesta-o, e não pode haver descriminação dentro de uma turma), então isto vai transformar-se num oásis aqui por estes lados. Mesmo que se jogue mal, vão ser marcados imensos golos! Uma felicidade! Eu cá subsidiava-os a fundo perdido!

A propósito, achava eu na minha infinita ignorância que, depois desta coisa da escola a tempo inteiro e da família a tempo reduzido, os ATLs teriam menos mercado. Lembro-me até de ter ouvido responsáveis queixar-se. Mas, pasmemo-nos (eu pasmo-me, tu pasmas-te ele pasma-se... e por aí fora), que afinal o paradigma é outro: escola a tempo quase inteiro, ATL a tempo que resta do tempo quase inteiro e família, em alguns casos, a tempo praticamente nenhum (noites?).

Ahhhhh! E os professores com filhos são bons clientes desses ATLs... passam a maior parte do seu tempo na escola a tempo mais que inteiro - conseguido à sua custa, de sol a sol com dezenas de reuniões a desoras, que terminam muito para além das 8 da noite...
(Ou achavam que os professores não eram também encarregados da educação dos seus filhotes e culpados de absentismo (abzentismo?) às reuniões de pais nas escolas, desleixo no seu acompanhamento e ausência às festinhas dos seus rebentos?)

Veio-me à lembrança um malogrado episódio, nem sei se já o contei aqui, mas se sim, repito (é o que dá ser professor, estou a caminho de alguma debilidade mental pelo stress a que sou submetida e tenho uma certa desculpa), sobre uma professora da 2,3 Luísa Todi que tinha o seu bebé de poucos meses em risco de vida no Hospital de Setúbal. Ao tentarmos explicar aos pais a razão das suas faltas e o porquê dos atrasos do Ministério da Educação na sua substituição, já sem argumentos, um pai ainda disse em jeito de ponto final: as professoras n'áveram de ter filhos!

Está tudo dito.

Quanto mais gosto de estar com os meus meninos, mais me irrita o estado da educação da nação. Eles merecem realmente melhor. E é preciso amá-los, aos meninos, para perceber isso. Talvez seja o que está em falta. Eles não são números e resultados. Têm uma face bem real.

A minha indignação é directamente proporcional ao amor pela minha profissão. Ao amor por eles.

.

domingo, novembro 18, 2007

Mais um projecto Scratch...

Pois...
Eu não preciso de saber tudo... (e neste Domingo já arranjei imensas dúvidas).
Mas convém ir experimentando para poder saber um pouco mais e ir crescendo em paralelo com os alunos.
Hoje, finalmente, roubei um tempinho ao dia (e às leituras, também urgentes) para treinos. Nada a fazer, o tempo não estica e a minha clone ainda está por inventar.
Isto foi o que se arranjou.


Está AQUI
(tive de retirar o applet pois "pesava" muito para alguns PCs...)

Scratch Project


Deixo aqui as "Project notes", tal como constam na galeria.
O tempo hoje não dá para mais escritos...

Project Notes
Playing with words and colors without care... just exploring (Brincando com cores e palavras sem grandes preocupacoes... explorando o potencial.) Background: watercolor I made myself with watercolor pencils... (Aguarela pintada por mim com lapis "aguarelaveis" e lapis de cera branca, para que a agua nao penetre em certos locais...) Fish: made it with (fi-lo com) Corel photo paint.... Music: Louis Amstrong (What a Wonderful World) The rest... came from the heart, where poetry is born. Go and learn some portuguese... please... cause I like my portuguese words... sorry! (A falta de acentos deve-se ao facto deles provocarem o caos linguistico... :)

Gato escaldado...

É ali na porta do vizinho Miguel e na do vizinho Paulo
As contradições a nu.

Gato escaldado…

O Absoluto Ridículo

Intervalo na poesia. Há que manter os olhos abertos. Julgavam que estava distraída? Nãããão.....
(mas, ainda assim, uma nota curiosa para não deixar de lado um sorriso ou outro: sabiam que o meu mano se chama... Paulo Miguel? :)

Acordar com poesia...

O tempo já não tem tamanho suficiente.
(É preciso para tanta objectiva coisa.)

Mas hoje... Acordar para as palavras. Gesto de rebeldia: um livro na mão. Abri-lo sem pressa. Demorá-lo para provocar os deveres.

Gosto desse canto.
De cada recanto.
(Saudades desse olhar)

Sorrio.

E saboreio as cerejas que se desprendem dele sem precisar de outra refeição. Ofereço esta:


Amor como em casa

Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa. Faço de conta que
não é nada comigo. Distraídíssimo percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeníssimas coisas me prendem,
uma tarde no café, um livro. Devagar
te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no
amor como em casa.


Manuel António Pina

.

sábado, novembro 17, 2007

Where do you go, when you’re lonely?

When the stars go blue...

Centro de Competência CRIE FCUL e "Scratch"

Parece que faço colecção, mas não.

A culpa desta entrada noutra comunidade foi do
José Oliveira :)

cccrie_fcul

Como a minha área de interesse na tese de mestrado gira em torno do Scratch... e o Centro de Competência CRIE FCUL tem lá um recanto dedicado ao assunto... o José descobriu, partilhou e lá fui eu inscrever-me na disciplina (não resisti já a umas primeiras partilhas... o meu nome do meio, conhecido de muitos, é melga, embora me disfarce habitualmente de aranha)... Foi bom descobrir que há mais quem queira reflectir sobre o assunto.
Ai estas comunidades virtuais... pois... vai-se crescendo...

Se houver alguém interessado... é AQUI




sexta-feira, novembro 16, 2007

"No melhor pano cai o livro"


(até 18 de Novembro)


Les Voitures


Louise-Marie Cumont, nasceu em França em 1957 e estudou Belas Artes em Paris e em Itália.
Em vez de pintar ou desenhar, cose! As obras de arte que produz são magníficos livros de pano, objectos únicos que nos surpreendem e maravilham.
Os tecidos são a sua paleta. Panos vindos de África e da Ásia, tecidos de Nova Iorque, quimonos antigos comprados na feira da ladra.
(...) continuar a ler...

Descobri na Internet UM LIVRO em pdf desta autora.

É aqui:


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Permitam-me mais um desabafozito...

Pensava eu que teria ficado na saudosa Luísa Todi aquela coisa de dar aulas em salas geladas.
A dor de garganta fortíssima com que acordei ontem (e hoje piorada) prova que não. Ainda assim aguentarei o suplício hoje de mais umas salas preservadoras da condição da carne, sem qualquer disposição para a missão. Adiante, que vem aí o fim-de-semana e o trabalho acumulado é tanto que nem sei como lhe dar a volta... mas pelo menos por aqui não tenho frio.

Ainda não chegou o Inverno e já nós e as crianças lutamos para sobreviver a manhãs passadas dentro de verdadeiros congeladores, neste caso os "barracões" do jardim, outras salas e a sala de Ciências que é mesmo apelidada o congelador da escola.

Pensava eu que já me havia habituado à congelação. Mas não.
É uma coisa muito magnífica trabalhar nestas condições, acreditem.

E só me ocorre a tutela muito bem instalada nos seus quentinhos gabinetes, enquanto aqui ponho os alunos roxos aos saltos dentro de uma aula de Ciências, porque me faz uma confusão imensa vê-los a tremer de casaco vestido.

Como uma vez disse um "engenheiro" da DREL que nos visitou por conta dumas obras necessárias e nunca mais feitas: era bom trabalhar assim num ambiente adverso, que boas condições a mais para trabalhar não faziam bem... Ele deveria querer referir-se ao provérbio na adversidade se tempera o carácter. Mas, ao fim de cerca de vinte e tal anos de adversidades, tenho o carácter mais que temperado e os meus meninos mereciam muito mais do que aquilo que lhe é oferecido. Posso temperar-lhes o carácter de outros modos com exigência, por exemplo. Poderem concentrar-se no que fazem sem me dizerem de cinco em cinco minutos oh professora estou cheio de frio já seria bastante bom.

Quem sabe podíamos trocar com o gabinete do senhor engenheiro. Melhor do que falar do que não sabem, era experimentar um pouco da dose de veneno que nos é impingida a todos, todos os dias. Aprender como, assim?
Mais uma vez chocada... e nem posso dizer que o choque hoje seja tecnológico... hoje é mesmo uma questão de choque térmico. Farta de dar aulas de luvas e cachecol.

Pronto. Já está. Tinha de ser dito.
É que hoje custa-me muito a engolir e, portanto, recuso-me a deglutir qualquer coisa que não seja um chá de gengibre e limão com mel, muito quentinho, para me preparar para um dia que não será fácil.
Este sapo da educação está cada vez mais gordo...

Lembrei-me do livro "O triunfo dos porcos": todos os animais são iguais... mas alguns animais são mais iguais do que outros.
(E tomar conta dos destinos do país é coisa tão importante que merece boas condições para o exercício das funções... ok. Já percebi. Desculpem lá o desabafozito.)

quinta-feira, novembro 15, 2007

Ambrósio, apetecia-me algo...

Não, não era um daqueles, que hibernam no Verão para regressar no Inverno.
Era ter tempo e energia para denunciar o que parece que ninguém vê ou quer ver. Para gritar o que se desabafa em sussurro, o que ninguém ouve pelos corredores (que deixaram de ter tamanho para o tamanho da pena e do suplício).

Só que já nem forças tenho para segurar na caneta do meu teclado (mas tenho para mim que é estratégia concertada para nos roubar tempo ao exercício da cidadania...).

Sorte a minha, a nossa, que o Paulo diz tão bem para o seu umbigo... e que o umbigo anda para aí exposto por tudo quanto é lado. Se chegou aqui e ainda não foi lá. Experimente pelo menos estes dois sabores e aventure-se depois pelo resto. (Sobretudo se estiver a pensar ser professor... e quiser um duche de realidade fria.)

Novembro 14, 2007
Agora É Que Está a Bater Com Força
O Trabalho Que Ninguém Vê

Acresce que li muito bem o estatuto da carreira docente antes de me meter em aventuras. Percebi exactamente o enorme disparate da titularização antes da coisa se me pegar à pele e resolvi nem bater à porta da doença (mesmo com lugarzinho guardado para mim). Tive pena de mim e do que me iria acontecer. Talvez a gripe das aves fosse mais benévola... conheço-me bem. Sou uma pessoa frágil.

Não sei se teria sido solução... mas agora à distância da coisa pergunto-me: e se todos nós tivessemos decidido não sermos opositores ao concurso?
Não tenho resposta, mas duma coisa tenho a certeza: ao ver cumpridos os meus maiores receios aquando da leitura dos textos que agouravam este presente, na altura futuro, proponho-vos que adivinhem a resposta à pergunta que já me foi feita mais do que uma vez - não estás arrependida de teres decidido não te candidatar a titular, sabendo que ias ficar?
Não é nada difícil adivinhar a resposta.

(Ah! Também acresce que desde há anos, perdi-lhes a conta, recebo pelo 8º quando tecnicamente transitei para o 9º e por uns míseros dias fiquei no limbo. É preciso ir recordando. Eu e muitos outros, claro. Façam as contas. Tinha dado para pagar muitos mestrados... sim, que quem paga a formação "de luxo" para sermos melhores profissionais na nossa empresa... somos nós. E, curioso, no nosso estatuto prosseguir estudos, aperfeiçoar a coisa, é um dever. Um rancho de filhos e lá ficava penalizada por não o cumprir. Divido-me entre oferecer à nação a prole que o Governo tanto deseja para renovar as doces rugas do país, e o cumprimento dos deveres, quantas vezes sem sentido e a desoras, a que nos obrigam. Hummmm. Deixa cá pensar... Têm de ser os deveres. Não há tempo para proles. Qualquer dia nem tempo para as fazer condignamente com a lentidão adequada. Para "rapidices" e "aceleradices" sem "profundidade", reuniões a metro tipo "never ending story", já nos chega a escola do momento.)

Qualquer dia começo a acreditar que a maior fonte de felicidade será sem dúvida a ignorância. Não ler, não saber, não pensar. Maravilha.

Acéfalos, anestesiados podíamos ser tão tão felizes.

Ambrósio! Oh Ambrósio! Apetecia-me algo!!! Ouviste?

(Que falta de imaginação... e não é que me trouxe um maldito ferrero? Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. (...) FP)

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It's Oh So Quiet... (It's Oh "Not" So Quiet)

Gosto.
Porque me dá vontade de dançar.
E se não posso dançar por fora, que os papéis, os livros, o trabalho é muito... posso sempre dançar por dentro, enquanto tento "arrumar com" eles...




Que tipo de problemas?

Estou a aplicar uns questionários aos alunos de 5º ano da escola. Coisa simples: relação com a matemática, auto-imagem, relação com a resolução de problemas...

Na última turma onde fui... um aluno chamou-me e, relativamente à questão sobre qual a frase que descrevia melhor a sua relação com a resolução de problemas (do adoro resolver até detesto, com três fases intermédias), perguntou-me baixinho: oh professora, são problemas da matemática ou aqueles problemas assim que aparecem na vida e que nós temos de resolver?

Gostaria de ter conversado com ele. De lhe dizer que aprender a "fazer" matemática é aprender sobretudo uma atitude perante a vida, perante os desafios... que devia ser tudo a mesma coisa... que os problemas são sempre coisas para as quais não temos resposta imediata, sobre os quais é preciso pensar porque nos propõem que encontremos solução para algo que nunca experimentámos.

Mas estava aplicar um questionário... e, da forma mais inóqua que consegui, respondi também baixinho: são os problemas da matemática...

quarta-feira, novembro 14, 2007

Ilustrarte: não percam a exposição


Foi no sábado a inauguração, depois de conhecido o vencedor.
Mais propriamente a vencedora, Susanne Janssen.
Não foi possível estar, embora estivesse prometida a ida.
Mas ontem à noite, eu e a Nena (lembram-se das danças renascentistas? Sim, ela.) fomos até ao Barreiro ver a exposição, que é como quem diz, inundar a alma de coisas belas para depois dormir melhor.
Regressámos com o catálogo (precioso) nas mãos, cartazes e mais materiais.
Aconselho o passeio (das 17 em diante, até às 22, no AMAC - Barreiro).

E deixo aqui um aperitivo. (Embora apeteça partilhar tudo e seja difícil escolher).

Susanne Janssen (capa do catálogo)

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Gabriel Pacheco - México (Solidão)


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segunda-feira, novembro 12, 2007

De três em um...

... a três, cada um no seu.

O blogue que ninguém lê voltou a ser apenas do João...
... a Carla e a Cristina passaram a habitar, respectivamente,
Ardósia Azul e Poeira dos Dias

Big bang.
(Mais estrelas no universo bloguista.)

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Vê-los crescer...

Acabei de receber estes "apelos" em comentário à mensagem anterior...
Explico-os (aos comentários) e divulgo o projecto a que se referem. Fui apanhada de surpresa... ou nem por isso. Estes "miúdos" têm o turbo ligado e com pouco da minha parte, uma dica aqui, uma pista acolá, uma explicação hoje, um estímulo amanhã... acontece magia. As relações que temos vindo a construir desde há mais de um ano ajudam, sei. Mas tenho muito que aprender com eles! Essa é a parte melhor... eles já vão lá mais adiante!

Teresa disse...
Professora! Consegui! Já construí o projecto scratch de ciências :) já o pus na minha galeria vou tentar enviar à professora :) Se não der, tento passar para uma pen e entrego à professora. Beijinhos.
9:03 PM
Teresa disse...
Professora já criei uma conta no scratch. Já pus o meu trabalho na galeria. Se quiser ver ponha em search, telle. E depois nessa página procure corpo. Beijinhos. Espero que goste:D
9:18 PM
28 na sala disse...
Professora,vá ao turbeturma, já lá pus o meu trabalho do scratch. :D. Beijinho. Teresa


Pois...
Desde o início do ano que partilhei com a turma do 6º... primeiro o endereço, depois o programa... as potencialidades... o vídeo que traduzi com o mojiti... o meu único projecto (o tempo não chega para mais), fui sabendo quem instalou, quem ia avançando (ainda vamos apenas em 10 alunos com o programa instalado), o que iam fazendo, como... pequeninas conversas... sugestões... dúvidas partilhadas entre todos. Bem, na última aula de apoio de Matemática (onde é suposto irem dois, mas nunca vão menos de quatro) instalámos o Scratch e experimentámos... mais uns com vontade de experimentar, foi o que consegui. Tenho sugerido que usem o programa direccionando os projectos para a construção de actividades que vão reforçando as aprendizagens das aulas. Pequenas demonstrações, actividades interactivas. Fracções... sistema digestivo, mas sem cortar nunca a possibilidade de fazer coisas só pelo prazer de explorar e experimentar. Pelo contrário. É por aí que devem começar.
Na aula de estudo acompanhado da semana que passou... recordar (projectando) como instalar, para tentar motivar os mais ausentes. Vários alunos foram até ao quadro e explicaram à turma os projectos que já fizeram ou em que estão a trabalhar. Curiosamente, nem foi mau que a internet tivesse falhado, porque tiveram de encontrar uma forma, algures entre as palavras e os esquemas no quadro, para comunicar as ideias e isso é competência que insisto em desenvolver todos os dias um bocadinho. Um projecto com um barco que vai e vem, falando dos descobrimentos, um de fracções já iniciado, menina em trampolim falando em inglês, sistema digestivo iniciado... e mais uns quantos... o interesse pareceu crescer com a partilha. (Era um dos objectivos). Fui colocando questões... mas porque usaste 79 graus? E que instrução deste para ele não sair das margens? E isto? E aquilo? E como conseguiste que a menina desse uma cambalhota no ar? E eles explicando... sem poder mostrar os programas escritos (mais tarde partilharão ao vivo nas galerias do Scratch). Foi bom. Foi muito bom. Em alguns casos foi mesmo surpreendente, se pensarmos no caminho que já fizeram e no imenso que progrediram do ano passado para este. O Scratch parece ter também esta potencialidade de abrir janelas, portas, oferecer confiança, desinibir pelo aumento da auto-estima, pela colocação em evidência de outras competências menos comuns: a capacidade de programar o computador, de o fazer obedecer à nossa vontade, concretizando as nossas ideias...
E depois do que a minha alunaTeresa partilhou, acabei de ficar com uma certeza:
acabaram-se as certezas...vou ter muitas surpresas este ano!

Nota: antes de fazer o que é pedido (carregar na barra de espaços), clicar primeiro com o rato para activar o "applet". E não se esqueçam de experimentar o jogo interactivo das perguntas!

Learn more about this project

domingo, novembro 11, 2007

iTunes U: a universidade num iPod

Atenção a esta entrada de JL no NEXUS (é pessoa com inclinação para os descobrimentos tecnológicos... ou não fosse ele professor de História, com uma fortíssima queda para as Tecnologias...)

iTunes U: a universidade num iPod

A internet é um universo de informação cheio de pequenas pérolas. Hoje, redescobri um desses tesouros a explorar: o iTunes U, lançado pela Apple há já algum tempo e que disponibiliza desde cursos de universidades como o MIT, Stanford ou Yale ou museus como o Smithsonian. As lições podem ser vistas/ouvidas no iTunes ou descarregadas para um iPod.

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Quando me falta o ar...

... e não posso partir.
Faço o que sempre fiz (há viagens que nunca envelhecem):
peço emprestadas umas asas azuis e voo até um castelo distante.

A louca da casa é o meu reino, sempre que preciso.
Com ela (imaginação*) tenho uma tórrida história de amor, tal como Rosa Montero no seu livro (meu eleito livro)...
*A imaginação é a louca da casa. (Santa Teresa de Jesus)

Sleeping Beauty Princess Florine Bluebird Pas de Deux



Duet

Outono no jardim...



Estou a secar-me depois do banho, importas-te?
Não há privacidade nenhuma neste jardim...

Bom dia!




sábado, novembro 10, 2007

O tempo: bem insusbstituível

Via Terrear, esta excelente crónica de Miguel Santos Guerra. Toca na ferida. Se há algo que me incomoda, me irrita, me acaba com o sorriso, é a falta de pontualidade. Abomino que me roubem o que não me podem devolver, tal como ele refere.

Mas não é só dessa forma inútil que o tempo nos é roubado. Na entrada antes desta ficam expostas outras formas de furto.
As consequências?
Se quiserem esperar para ver...

O desafio do Miguel e mais umas coisas...

Tenho seguido atentamente o desenvolvimento (em comentário) do desafio lançado pelo Miguel no seu canto. Já nem falo da capacidade do Paulo e do umbigo dele (leitura indispensável) para nos manter acordados a nós e para tirar o sono a quem achava que podia dormir descansado com esta classe(?). Obrigada Paulo. Obrigada Miguel. (Já agora, obrigada ao Antero, que nem precisa de muitas palavras :).Obrigada a quem serve a causa inteligente - serviço público - de desmontar os desvarios e os absurdos desta administração.

Não me parece que o desafio deva ficar por lá perdido pelo passado, misturado com outras entradas, sem que a reflexão a que ele convida se prolongue. Porque é necessária e urgente. Opto por responder aqui, apenas para que mais alguns lá possam chegar e pensar no assunto.

Penso na escola como um todo. As naturais divisões hierárquicas não são impeditivo para a projecção de uma voz comum, desde que haja em cada escola sentimentos comuns (não distingo aqui órgãos - somos professores antes de sermos outras coisas). Se não existirem sentimentos comuns capazes de se expressar de forma organizada, então a impressão que a classe (?) dá é que alguns estão satisfeitos e outros não... daí às generalizações propagandistas vai só um passinho. E o facto da ME dizer que recolhe essas suas sensações no Conselho de Escolas vale o que vale. Parece-me até ser uma boa estratégia para acentuar uma divisão que não é desejável entre os professores e os seus órgãos de gestão e assim desviar as tensões para outras arenas. Neste momento já desconfio de tudo e peso as palavras pronunciadas procurando nelas as intenções escondidas, posto que a sua verdade é impossível de provar.

O que o Miguel propõe, tentei fazê-lo em vários contextos e apelar a que fosse feito em conjunto por todos. E neste todos incluo os vários órgãos. Recordo uma discussão/desabafo em Conselho Pedagógico que se prolongava para além dos limites do tolerável, sobre as visitas de estudo e a falta de condições para as realizar. O habitual queixume, as habituais explicações da presidente sobre novas regras, o problema das faltas, do plano de ocupação, de os professores terem de dar as aulas do fim do dia se chegassem a horas, mesmo que com a visita tivessem gasto bem mais tempo do que o das actividades lectivas... Pedi a palavra e perguntei por que continuávamos a fazer visitas de estudo e depois a queixar-nos. Sugeri que se deixasse escrito que nestas condições a escola teria de optar entre concentrar os seus esforços e pouco tempo nas actividades das aulas e sua preparação, ou dispersar-se, com sacrifícios que faziam com que os professores trabalhassem para além do tempo obrigatório, como parecia ser o caso com as visitas de estudo. Levei ao limite a proposta afirmando que seria importante as escolas deixarem claro que não tinham condições para realizar essas actividades de complemento/enriquecimento. Ainda acrescentei que se fosse ME, no ano seguinte acrescentaria mais umas horas à componente de trabalho dos professores nas escolas, pois, por mais que essa componente fosse sendo aumentada e os professores se queixassem pelos cantos, a verdade é que tentavam sempre manter o "estilo de vida" sacrificando tudo (tempo, fins-de-semana, família) para poder continuar a fazer as mesmas coisas de sempre, dando uma imagem para o exterior de que tudo era maravilhoso, que tudo estava óptimo. Confesso que para além desta intervenção, fiz e tenho feito outras (Conselho Pedagógico, Departamento, Conselho Curricular) que vão nesse sentido: de dar a conhecer as dificuldades que se acumulam e de tentar assumir as impossibilidades reais de continuar a cumprir o que nos é exigido e assumir que os extras, as flores deviam ser encerrados formalmente, enviando as escolas ao ME as razões desses gestos.
Disse-o de cada vez que chegava uma legislação que obrigava a mais relatórios ou preenchimento de papéis (cada legislação esquece as anteriores e funciona como se esse fosse o único relatório... quando, na verdade, lá para trás já ficou acumulada a obrigatoriedade de vários que se vão acrescentando), disse-o no ano passado quando vi o estatuto do aluno em proposta e perguntei, relativamente à construção das provas para os alunos que faltavam, quem as fazia, com que e em que tempos...
E não tenho sentido que consiga mobilizar ninguém a ponto de se construir essa voz comum. Paira algum receio do "deixar escrito em acta certas coisas". Não entendo. Apenas um destes dias, quando tentei, em desespero, acordar uns quantos dizendo que adoraria ser ME desta classe(?) de professores disposta a entregar-se ao sacrifício como cordeiros, num silêncio aterrador, fazendo tudo sem aprofundar nada, aceitando tudo sem reclamar para que não pensem que somos uns preguiçosos, consegui, já depois de sair da reunião (onde as palavras que mais ouço são coisas como: nem vale a pena tentar porque isto agora tem de ser assim e pronto e um dia pode ser que mude...) que uma colega que raramente fala me dissesse no corredor, depois de mais não sei o quê que nos tinha sido pedido e de se constatar a desumanidade de certos horários para levar a cabo com seriedade a nossa função, algo como: começo a concordar contigo...

E os porquês deste silêncio? Desta incapacidade de produzir uma voz comum?
Complexos de inferioridade? Medo de continuarmos a ser tomados por uma classe que nada faz, só reclama? Vergonha de sermos professores? Heterogeneidade de funções, distribuições de serviço, papéis, cargos, sei lá mais o quê?
Talvez... muita coisa junta. Sopa estranha. Nos corredores fala-se tanto... depois é apenas o silêncio. Escrever, assumir, fundamentar, argumentar... não fomos treinados para isso. Acabámos acreditando na imagem que projectaram sobre nós e estamos desejosos de apagá-la... até começamos a ficar satisfeitos com o novo papel de coitaditos e vítimas que estamos a ganhar na sociedade, por conta dos comentadores que foram acordando...
Pois eu não quero ser nem missionária, nem vítima (não confundam o meu carinho e respeito pelos miúdos, tudo o que vos conto, com questões de missão divina e tal... eles foram a razão para me tornar professora, são o meu destino principal na escola, por isso cada vez mais me desconcentro do resto para tentar não os prejudicar no essencial, embora saiba que podia estar a fazer melhor, se tivesse mais tempo para ler e estudar, como já tivemos, e para preparar melhores ambientes de aprendizagem... em suma evoluir, como sempre consegui fazer, antes de me obrigarem ao absurdo da permanência na escola para coisa alguma).

Temos uma profissão sensível, única nas suas implicações para o futuro, que tem de ser tratada com cuidado.
A exigência devia focar-se noutros sentidos, que não aqueles que as funções desconexas e em excesso agora atribuídas e as grelhas e demais absurdos indicam. É esse o erro. O que nos exigem não é nada que possa melhorar a qualidade do sucesso educativo em Portugal. Dispersa-nos, retira tempo ao estudo, a uma prática reflexiva, à melhoria das situações de aprendizagem dos alunos, ao apoio que deveríamos poder dar aos que são nossos. A vida passa a correr, de tarefa em tarefa, colegas com 8 turmas, colegas que leccionam todos os níveis de matemática no 3º ciclo, quem, como eu, tenha 4 níveis, sem contar com as demais tarefas e projectos.
Só que, e não vale a pena negá-lo, nem escondê-lo, também há realmente os que leccionam apenas, por exemplo, 5ºs de uma certa disciplina, com horário arrumadito e "dia livre" estratégico. Voz comum? Não é fácil, realmente, mas sem isso podemos estar certos de que as coisas só piorarão.

Ou isso, ou um milagre de Fátima... ora... talvez, afinal de contas, a nossa classe(?) seja optimistica e descontroladamente devota e essa seja a principal razão da disposição para o silencioso sacrifício.

Em síntese. Como sei que trabalho muito, sempre trabalhei e o que digo não é sinal de preguiça (esses complexos não tenho) continuarei a lutar para que se consiga o que o Miguel sugere. Porque vale a pena. Esse seria o caminho. Provar, por A+B que assim como está é impossível, não faz sentido, e terá graves implicações no futuro...

Eu cá assumo. Já sou capaz de ir para uma reunião e levar fichas ou trabalhos para corrigir. Se ela durar 3 horas e tal (das 17 às 20:30) para discutir o regimento de um laboratório (como já aconteceu) eu cá já não me inibo de fingir que presto atenção e ir adiantando trabalho. Nunca o fiz na vida, agora já nem vergonha de o confessar tenho...

(É que os meus meninos gostam de receber o feed-back do trabalho rapidamente e como educadora sei bem a importância disso: as minhas fichas não servem para carimbar, servem para reflectir, identificar dificuldades lado a lado com os alunos e reformular caminhos... avaliação formativa, estão a ver? E isso é bem mais importante que todas as reuniões do mundo... sobretudo quando as reuniões, para as quais temos dois tempos semanais da componente não lectiva, já ultrapassaram, só no ano passado, os tempos para pelo menos mais 4 ou 5 anos lectivos... Parece anedota, mas não é. É a crua realidade.)

Não seria bom acordar?
Alôôôô!!!!????