sábado, dezembro 15, 2007

Longe, perto...

Sinal de saudade. Acorda-nos.
Se alguém longe sussurra ao vento saudade de nós, existimos.
Saudade de um poema.
Azul eu preferia.
(Mas também pode ser azul. E se não puder ser, então aceito outro azul qualquer.)
Que se faz com a saudade?
Escrevem-se umas linhas.
Rouba-se um poema.

Ouve-se uma música.
Imagina-se um lago sem margens nem distâncias.

Um ponto?

(Um ponto azul. Castelo.)


Sonho por entre as linhas deste livro
um vento de pássaros que empurre
para longe as nuvens. Nos seus ecos,
um perfume de sílabas embriaga
o horizonte. E fecho os olhos, para
que o rio da memória volte a correr.


Nuno Júdice
A a Z


2 comentários:

Teresa Lobato disse...

Ah!... Ouvir esta música logo pela manhã... O Jobin tem este efeito: deixar-nos maravilhadas com a melodia. E depois, os poemas. Haverá coisa mais linda do que dizer que os nossos beijos serão mais dos que os peixinhos que há no mar?...
Ah! Este nosso romantismo!...

Anónimo disse...

Pois é minha Amiga... como me entendes... um poema que nos toque é um arrepio da alma que se sente no corpo. Lembras-te de ficarmos com pele de galinha ao lermos alguns daqueles poemas no ano passado na semana do amor na BE? É preciso sentir na pele para compreender... E o Jobim sabia...