quinta-feira, dezembro 13, 2007

Não me venham buzinar...

Gostei da conferência.
Gostei porque reconheci um certo brilho no olhar que partilho infinitamente sempre que entro numa sala de aula. O micro é a minha âncora. Tendência agora mais frequente para me esquecer do macro.

E finalmente conheci a Olga. A ocacao da Universidade de Aveiro virtual no Second Life. Conversámos brevemente. Às voltas com o mestrado. Ambas. Impressões, recordar as histórias. A doçura virtual que se adivinhava, a doçura real confirmada. Um beijinho, até qualquer dia, a vida leva-nos com ela.

São 20 horas. Saio da Faculdade. Mochila às costas. Mala a tiracolo.
Está frio.
O metro. Tanta gente correndo em tantas direcções. Eu devagar na minha. Hoje não quero ter pressa.
Uma estação apenas. E o combóio. Gente, muita gente.
Lá dentro está quente. Mas diz que fora são 12 os graus.

Hoje não me apetece ler. Não me apetece música. Não quero entreter o tempo. Deixo que o tempo me entretenha a mim. Apetece-me só saborear as conversas, os silêncios, os movimentos, os sonos, as leituras dos outros, as tristezas, os risos.
Lá fora a temperatura desce. No Pragal são já 9 os graus.

A Mãe e a criança à minha frente. O pico no dedo. Que não que não, tiras em casa. Dá-me a tua mão eu não mexo. Olha que se mexes nunca mais confio em ti! Acabam por adormecer as duas.
Um senhor de pé lê o Equador. Os jovens universitários recordam a festa de aniversário de uma amiga.
A temperatura é confortável. Lá fora já são 8 os graus.

Este combóio é de pouca(s)-terra(s), pouca(s)-terra(s)... em meia hora o meu destino. São 6 os graus perto dele. Preparo o gorro, o cachecol.

No carro são já 3 os graus. Gelo no vidro. Pagar o estacionamento. Partir.

Estão à espera de alguma nota poética sobre a descida da temperatura? Assim por exemplo do micro para o macro? Hoje não. Apenas a confirmação de que esta minha terra adoptada é bem mais fria que a minha terra de origem, a poucos quilómetros de distância. Mais de metade dos arrepios. Sem mais. Hoje observo a vida sem interpretar. Saboreio. Passeio-me nela.

No carro esta música:

Não me venham buzinar
(hoje não)
vou tão bem na minha mão...

Deito-me cedo apenas por uma questão de coerência.
Boa noite!

2 comentários:

Anónimo disse...

A simpatia e a doçura..confirmadas também :D

e que coincidência terrível...esta música. assim que me liguei ao mundo, aqui pelo virtual...foi a 1ª coisa que me enviaram....
sinsitra...esta sintonia!

Teresa Martinho Marques disse...

:) Pois...
A vida tem estas coisas estranhas e... saborosas! E gostei muito de te conhecer!
Beijinho!