quarta-feira, maio 17, 2006

Arqueologia dos Sentimentos

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Divulgado no suplemento nº 69, 1 de Maio, do Correio da Educação... apontei-lhe uma seta, por pressentir que precisaria dele... fechei os olhos, acho que pedi um desejo, e pronto... Como por magia está nas minhas mãos. (Sorrio, que faz falta sorrir.)

Não resisti a uma visitinha breve, porque são já tantos os livros acumulados para as férias, que vou matando a sede como posso... Abri-o, portanto, e demorei-me um bocadinho mais do que podia, um bocado menos do que queria...

Adeus, até já meu livro. Quase já. (Será que resistirei? Mas há outros ali que decerto ficarão com ciúmes se me aninhar mais tempo em ti...). Tenho o Rubem à espera... (A Boa Nova dos Dias)

Um bocadinho dentro dele que me soube bem, perceberão porquê, foi este:

Necessidade da arqueologia dos sentimentos (p.17,18)

O que esteve soterrado durante muito tempo pode, um dia, converter-se numa fonte de interesse, de valor, de beleza, de felicidade. É, pois, necessário estarmos conscientes do enorme potencial que constitui, tanto para cada indivíduo, como para a instituição escolar, esse incalculável tesouro dos sentimentos e das emoções. Sentimentos para consigo próprio, para com os outros, para com a escola, para com a sociedade. Sentimentos gerados e desenvolvidos na escola. Sentimentos em relação a todos os que a integram.

(...)

A arqueologia contém uma importante dimensão pública. É que esse património, essa riqueza, não pertence, exclusivamente, a cada indivíduo considerado isoladamnete. pertence a toda a colectividade, a toda a sociedade. Os tesouros apenas o são, devido a acordos consensuais entre quem os descobre, analisa, expõe e contempla.

São objecto de estudo, não apenas os conteúdos das emoções, como também os procedimentos e métodos existentes (e que podem ser inventados) para os conhecer com rigor e os trabalhar de uma forma exigente.

Sentimos orgulho nos nossos tesouros, desfrutamos deles, protegemo-los. O sentir não é a única forma de prazer. Pode também existir prazer no conhecer, no descobrir, no partilhar.

Não faz sentido vivermos de costas voltadas, indiferentes e desdenhando riquezas tão deslumbrantes como os sentimentos e as emoções de todos os membros da comunidade educativa."

Miguel Santos Guerra
Arqueologia dos Sentimentos
Estratégias para uma educação de afectos
Edições
ASA - Março de 2006

E percebam, também, o meu sentimento por este autor. Não tenho pudor de o confessar. Por isso regresso tantas vezes aos seus ninhos de palavras.

2 comentários:

Teresa Pombo Pereira disse...

lol... pois... o gato malhado sou eu... ou melhor.... os meus alunos...estou na escola a trabalhar e não percebi a falha... mas pronto! podes sempre ir lá dar-lhes um alô... e nós temos de arranjar tempo para vos dar um também....

Teresa Martinho Marques disse...

Isto está mau... ainda não voltei ao SOS nem actualizei o saber esta semana, tal é a quantidade de trabalho (com outras preocupações pelo meio)... Mas leituras... é uma tentação... nem que seja um bocadinho... Bjs