Tradução de JL:
"Se continuares a fazer o que sempre fizeste, obterás sempre os resultados que sempre obtiveste."
Excerto do segundo e-mail, depois de lhe ter pedido que me situasse:
A frase original ("If you keep on doing what you always did, you'll keep on getting what you always got") é de W. L. Bateman que, de acordo com as minhas pesquisas, é/foi um autor que escreveu sobre educação. Uma das obras que descobri foi Bateman, W. L. (1990). Open to question: The art of teaching and learning by inquiry. San Francisco, Jossey-Bass Publishers.
A citação foi retirada de Kay Thorne, Blended Learning: how to integrate online & traditional learning; Kogan Page, 2003 (estou a fazer um apanhado de tudo o que já li sobre e-learning e encontrei esta pérola).
A proposta em que tenho estado a trabalhar, e que resolvi hoje deixar aqui (ainda a precisar de revisão e amadurecimento... mas acordei com necessidade de acção e portanto resolvi partilhar...) tenta ajudar a combater o insucesso da Matemática na vertente escola - desenho curricular, no quadro da actual organização dos estabelecimentos de ensino (ainda com esperança de que algo possa mudar e, também, que a Sra. Ministra leve para a frente a colocação em prática de algumas medidas resultantes da reflexão tida com os Professores de Matemática de todo o país, sobre o insucesso nos exames, tal como prevê em notícia do Público da passada sexta-feira... já depois de eu ter iniciado este trabalho que aqui deixo).
Me desculpem as outras disciplinas. Trato do que é meu e do que toda a gente fala... até ver é a disciplina no centro das conversas, somos os professores mais convocados para reuniões de reflexão, os mais acusados de incapacidades... temos direito a oportunidades de diferença, para ver se é possível corrigir algumas coisas deste trajecto de insucessos acumulados. E, mesmo "a retalho", parece-me que a importância deste assunto merece uma atenção diferenciada... Se não acharem, peguem nos problemas das provas do 9º ano e tentem resolvê-los, todos vocês, professores de qualquer disciplina. Afinal...todos nós andámos na escola, ou não? O que ficou? Que competência matemática sobrou em todos nós? Vamos ter de começar por algum lado. É mesmo preciso fazer alguma coisa, se queremos que alguma coisa mude.
http://www.gave.pt/reflexao.htm
http://www.gave.pt/pebasico2005chamada1.htm
http://www.gave.pt/pebasico2005chamada2.htm
Talvez este exercício pessoal de nos pormos à prova ajude a perceber em que ponto estamos. Em que ponto a escola está. (Desculpem, eu estou impossível. Aqueles que já "visitei hoje", tiveram de me aguentar... e, agora, se não os tiver afugentado, aqui também têm a sua dose, ainda maior.)
Se ainda não desistiram de continuar... aqui vai a dita proposta. Volto a repetir que ainda estou a trabalhar neste documento. Sejam benévolos (aceito sugestões de correcção, e agradeço-as).
Proposta de reorganização do trabalho do Professor e da disciplina de Matemática
(Com a intenção de melhorar as condições da prática lectiva e de apoio ao trabalho dos seus alunos esperando-se, como consequência, a diminuição dos índices de insucesso nesta disciplina.)
- Considerando o elevado insucesso nesta disciplina e a reflexão que todos os anos é proposta ao nível do estabelecimento (a propósito da avaliação interna) e ao nível do país (a propósito da avaliação externa) sem que sejam alterados os aspectos que, na escola, constrangem a actividade dos professores (os que não se relacionam com a escola, deverão ser trabalhados noutros contextos).
- Considerando a especificidade e dificuldade da disciplina, bem como o estatuto de inacessibilidade que lhe é conferido socialmente e que afecta a motivação, o trabalho e avaliação dos alunos.
- Considerando a extensão dos conteúdos programáticos, por todos reconhecida.
- Considerando que se trata de uma disciplina sujeita a exame no final do ensino básico, mas cuja carga horária é inferior à de muitos países com maior sucesso.
Propõem-se as seguintes medidas a integrar o Projecto Curricular de Escola:
- Apenas seja atribuída direcção de turma aos professores que leccionam a disciplina de matemática, caso estes o solicitem.
- As horas supervenientes sejam marcadas num bloco (ou tempo) coincidente com tempos livres das turmas que lecciona, por forma a garantir um espaço de apoio pedagógico/estudo/recuperação/reforço leccionado pelo próprio professor (o que também garante, posteriormente, a existência de um espaço a ser usado na aplicação de planos de recuperação/acompanhamento de alunos seus e não de outros), concentrando-se assim a atenção e esforço do professor nos seus alunos, tornando mais eficazes as medidas de recuperação e compensação que vierem a ser estabelecidas e ampliando o tempo de contacto com a Matemática.
- As actividades nos tempos de estabelecimento (dependendo das situações) deverão ser canalizadas para trabalho com os próprios alunos (o que pode, por exemplo, significar organização de actividades de acompanhamento em caso de ausência, preferencialmente às turmas em que lecciona matemática ou de criação de espaços de animação/trabalho complementar da disciplina abertos, eventualmente, a outros alunos, se o professor assim o entender (numa perspectiva de diferenciação relacionada com o número de turmas e alunos a cargo de cada professor, número de alunos com necessidades educativas especiais, número de níveis de ensino leccionados e outros aspectos específicos do horário do docente em cada ano, não sendo de excluir a hipótese de diferenciação do tempo a atribuir à componente individual de trabalho – por uma questão de justiça, que não deve ser sinónimo de igualdade sem critério).
- Seja marcado um tempo (ou mais) de estabelecimento comum aos professores do mesmo ciclo - ou de ambos os ciclos, se possível, para propiciar a necessária articulação vertical - que se encontram a leccionar a disciplina, dentro do previsto para o tempo de estabelecimento, mas sempre sem prejuízo da componente individual de trabalho, para trabalho semanal de reflexão, preparação de materiais, articulação, partilha de estratégias, experiência e metodologias.
- Ao professor de matemática seja obrigatoriamente marcada aula de estudo acompanhado nas turmas que lecciona, devendo o trabalho nesta área curricular privilegiar o desenvolvimento/prática de métodos de estudo nas duas áreas prioritárias Matemática e Língua Portuguesa – sendo estabelecidas as necessárias pontes entre estes dois domínios básicos e as restantes disciplinas do currículo.
- O tempo a atribuir pela escola deve ser sempre colocado ao serviço da disciplina de Matemática até ao momento em que se avalie o resultado das medidas atrás expostas.
Propõe-se, ainda, que primeiro seja feito um estudo da exequibilidade das propostas antes da sua discussão em Conselho Pedagógico e que, no final do período de aplicação, caso sejam aprovadas estas medidas, se avalie com rigor a sua eficácia para se programar a continuidade do desenho curricular agora proposto, com ou sem reformulações.
Uff... Entre aulas, testes, enriquecimento pessoal/auto-formação, propostas para o Departamento, a minha teia, blogues dos alunos, reuniões de CP, reuniões de Dep, Oficina de Matemática, Direcção de Turma, Coordenação de Direcção de Turma, Visitas de Estudo, preparação da festa final da turma, Secção de Avaliação e Despacho 50, saída de um novo livro... etc. etc. compreendem quanto é difícil às vezes manter o ritmo sem alguma espécie de desespero... Até a Sra Ministra perceberia a impossibilidade de estender os dias ao infinito, de gerir os parcos tempos que nos sobraram quando o empenho existe. Gostaria de ver tudo andar mais depressa... mas eu própria luto para não me deixar atrasar.
Provavelmente, tudo o que será preciso é conseguir explicar, provar que temos razão... Gostava de acreditar na lógica de uma possibilidade com luz.
Estou mesmo a precisar de parar para cheirar a rosa...
18 comentários:
OK, nem parece teu o engano no meu nome de guerra! Depois deste tempo todo um engano destes só poder ser devido à velocidade com que continuas a trabalhar. Estás, no entanto, perdoada.
Penso que os considerandos se podem aplicar ao Português (como cada um puxa a brasa à sua sardinha, puxo então a brasa para esta sardinha mais próxima de mim). No que diz respeito às proposta, a minha experiência na equipa de horários diz-me que a mais complicada de conseguir será a do tempo comum a todos os professores. Boa ideia mas...
Na última reunião de departamento falámos e concordámos que devia haver horas para nos podermos encontrar para trabalhar em grupo para se produzirem materiais e para discutirmos problemas (não os de matemática mas os de História e Geografia).
São, portanto, boas as tuas ideias não só para Matemática mas para outras disciplinas.
Na tua proposta só sinto um receio: Pessoalmente penso (e já por aí tenho escrito) que o défice de competências reveladas pelos alunos, nomeadamente no exame do 9º ano mas não só, pois observo-o todos os dias, não é fundamentalmente em competências especificamente matemáticas, mas em competências gerais que têm que ser desenvolvidas por várias disciplinas (e não só também pela de Português), pelo que o receio é que os professores das outras disciplinas se sintam desresponsabilizados já que, de facto, só se fala na Matemática - Os alunos não lêm um enunciado inteiro, não retêm toda a informação deste e os pedidos, têm dificuldade em interpretar português corrente a descrever e a problematizar situações que até lhes são familiares, em relacionar, para já não falar em deduzir, e várias disciplinas têm que se preocupar com isso, não só as que vão ser sujeitas a exames.
Quanto ao tempo para reunião, eu pedi em Julho e consegui um tempo semanal para o grupo de Matemática do 3º Ciclo (embora tenha acontecido que quem aderiu com vontade fomos nós, as duas professoras que leccionam 9º ano), e este tempo tem sido importante.
Já agora, passo-te uma medida que propus e, pelo menos no 9º ano, está a ser trabalhada mesmo (mas pode ser sugestão para qualquer ano) Chamámos-lhe "espaço problema", que quer dizer momentos no início ou fim de aulas para problemas que não têm a ver com os conteúdos que estão a ser trabalhados nem com conhecimentos especiais, só conhecimentos de Matemática que todos têm, exigindo, sim, leitura e interpretação dos enunciados ou de situações descritas graficamente (afinal, até são assim boa parte dos itens das provas de exame e de aferição que têm saído). Temos também em vista outro facto: os alunos resolvem problemas aplicando conhecimentos que estão a ser trabalhados, mas já não evocam/mobilizam esses conhecimentos se os problemas lhes aparecem fora desse contexto/momento - daí que no nosso "espaço problema" se invista também na necessidade de aplicarem conhecimentos trabalhados noutra altura. O problema dos bilhetes do circo da 1ª chamada do exame do 9º (item 5.2.)foi um bom exemplo do que acabo de referir (eu fui correctora, tive uma pequena amostra)- deixado em branco ou esboçada uma resolução por tentativas, quando, em aulas em que estão a aprender a resolver sistemas de equações não deixariam de se lembrar logo que o problema se resolvia facilmente por um sistema.
(Passo-te esta pequena sugestão à margem da tua proposta, só porque veio a propósito)
P.S. Teresa, deixei-te um comentário ao teu último comentário lá no meu cantinho)
Acreditas que não me soou bem só com um C? Em vez de vir aqui fui à net e dei com o Mackintosh (tenho uma rosa com o nome dele)... vai daí, achei que era o melhor a fazer... Velocidade excessiva é o que é... STOP! Está corrigidinho!
Concordo que essa parte dos professores articularem tempos deve ser complicada... é um sonho... para quando as escolas forem mais pequenas (mais humanizadas), quem sabe?
Claro que o ideal era reconfigurar os desenhos curriculares trabalhando para o sucesso de TODAS as disciplinas... como deves calcular, isto de falar na Matemática é mesmo coisa de sardinha... quero dizer... puxar a brasa à minha... se servir para todos pensarem na sua sardinhita... melhor ainda! Fica um PCE muito mais interessante e articulado! (E ainda não falei do meu sonho de trabalhar MAT em projecto, em conjunto com outras disciplinas... como por exemplo EVT... pares pedagógicos MAT/EVT ou EV ou ET... Manhãs ou tardes dedicadas a projectos onde a teoria e a prática se cruzassem cheias de sentidos...Que filme! Eu e os meus filmes... manias!
Voltei aqui para acrescentar que o receio que manifestei não significa que não pense que a tua proposta é uma boa iniciativa. Na minha escola tenho sentido professores mais amedrontados (receio que o 50 ponha bastantes a retrair-se em termos de exigência nas avaliações do 2º Período) do que a reagirem com iniciativas.
Isabel, concordo, é claro! Embora ache que se jogam ali outras coisas do foro "psicológico" que nos parecem ser dos problemas com LP e não o são todas (a leitura de John Holt ajudou a perceber isso). É um esforço que faço com os mais pequenos, pois trabalho imenso a vertente de resolução de problemas e em EA procuramos trabalhar também com frequência essa vertente de interpretação de enunciados ... e tb a concentração (é impressionante ver miúdos a dar respostas a perguntas inexistentes, porque na sua cabeça inventaram algo que não está no enunciado... )Costumo na aula fazer o que dizes: avançar com problemas fora de contexto (um exemplo foi o das esferas da prova do 9º ano) e outros mais adequados à idade deles.Mas acho essa vossa ideia óptima para incluir em propostas de trabalho mais específicas com TODOS os professsores no contexto de Departamento (e da oficina de MAT - estamos a trabalhar exactamente esse aspecto, hei-de partilhar). A esperança é que uma proposta destas acorde consciências e ponha os outros a pensar no seu desenho curricular e na forma de intervenção junto dos alunos para corrigir global e formativamente estas falhas (já o sugeri no último CP para todas as disciplinas... mas não sei se me ligaram muito... pode ser que depois ao verem a de MAT se agitem).
Quanto ao comentário ao comentário... fui até lá e não encontrei... Mas encontrei toda a produção "da noite" (eu é mais madrugada cedo...). Ou ainda estou a dormir? Vou até lá outra vez...
Beijinhos
Depois de ler o comentário da Isabel fui à procura de umas coisas que me lembrava já ter lido sobre retenção de informação (que, na realidade, talvez seja um problema de codificação, o que nos leva para outra área) e transferência de conhecimentos para novas situações e encontrei, numa busca rápida, o seguinte:
Howard Gardner, The Unschooled Mind: How Children Think and How Schools Should Teach, Basic Books, Nova Iorque, 2004 [em especial as páginas 159 a 166; para os não matemáticos também há coisas interessantes nas páginas 167 a 181]
John Bransford, Ann Brown e James Pellegrino (Eds), How People Learn: Brain, Mind, Experience, and School, National Academy Press, Washington, 2003 [achei-o todo interessante mas para a discussão: páginas 51-78 e 155-189]
Também há coisas interessantes em Bruce Joyce, Emily Calhoun e David Hopkins, Models of learning - tools for teaching, Open University Press, Buckingham, 2002. Não tive tempo de confirmar mas acho que o Alan Baddeley tem umas coisas interessantes sobre a retenção de informação tal como o Charles Reigeluth (Instructional-Design Theories and Models: A new paradigm of instructional Theory, Volume II).
Quem estiver interessado nas obras que eu referi pode encontrá-las na Amazon.
Obrigada! Já temos com que nos entreter... aprendendo!
Puxando a brasa à minha :) a interpretação dos enunciados é determinante. Eu vi-o na minha mais nova, o ano passado, quando entrou no 5º a Matemática (teve um não satisfaz que me assustou). Fui treinando com ela a 'leitura' dos enunciados e aos poucos foi começando a 'lê-los' bem - agora já tem uns stifaz 'bastante pequenino', como ela diz.
Faço um trabalho logo no 5º ano com os pequeninos (é assim que lhes chamo... depois crescem tanto no 6º ano!)com uma ficha só com enunciados onde faltam coisas, ou há coisas a mais, onde há coisas absurdas e desnecesssárias... o único trabalho é leitura, reconto, eliminação do acessório, procura do essencial, descoberta dos dados que faltam (por vezes é-lhes pedido que inventam dados para poderem resolver o problema)... interpretam tabelas com informação... enfim. Mas mesmo quando aparentemente o problema é de interpretação de enunciados, não são também de excluir hipóteses de alunos cujo medo bloqueia a capacidade de raciocínio e até de confiança para lidar com o enunciado: partem derrotados à partida. Surgem então estratégias de evitamento, pois os alunos não conseguem lidar com a ansiedade durante a resolução do problema e fazem qualquer coisa para o despachar... coisas muito absurdas, por vezes. Costumo treinar muito a avaliação da razoabilidade e lógica do resultado. Já tenho tido miúdos que, sem tempo para corrigir um problema, são capazes de dizer no fim que sabem que não pode ser aquele o resultado por isto ou aquilo, mas já não tiveram tempo para o refazer. É necessária uma delicadeza enorme nesta primeira abordagem, a exigência tem de ser grande mas muito amparada. Tenho uma aluna que só agora, ao fim de cerca de um ano e meio, está a ganhar a confiança necessária para enfrentar os problemas sem receio. Foi maravilhoso vê-la no último "teste" (o resultado condiz) a dizer que se sentia cada vez mais confiante, logo depois de olhar para o dito (que não era fácil, juro). E é um prazer vê-los crescer à nossa frente... Já estou com saudades deles... falta pouco para me despedir destes sextos anos... MAs, ao mesmo tempo, cresce a expectativa do desafio de novos pequeninos para ajudar a crescer... E o tempo vai passando...
Não queres tu dar formação a alguns dos que por aqui andam? :)
MAS há efectivamente coisas que não se ensinam, a que não há formação que chegue (estou a contradizer-me...eu sei...)que é o «amor» que é preciso sentir pelo mundo, pelas coisas e, finalmente pelos nossos alunos, para podermos olhar para eles (com olhos de ver) procurando-lhes as fragilidades, dando-lhes caminhos e não soluções... Mas o 'amor' não se ensina. Ou o temos naturalmente (como me parece ser o teu caso)ou o adquirimos com a vida ou, como acontece com algumas pessoas (onde estão alguns colegas), nunca se sente.
Reli agora o que escrevi e pareço-me muito romântica... :) mas não... sou muito pragmática.
Herr macintosh: Pela minha parte, obrigada pela procura dessas publicações, referes publicações de 2004, 2003, de que estou de facto desactualizada, confesso que fiquei pelo tempo (há poucos, mas já há alguns anos) em que voltei aos "bancos da escola". Também li bastante na altura sobre o problema da transferência. Mas há uma coisa que me tenho perguntado, pois tenho sentido agravado ultimamente o problema da leitura e atenção a toda a informação, por exemplo num enunciado, (e não se trata de estarem despreocupados, pelo menos em situação de teste querem estar o mais possível concentrados): com os novos meios de emissão-recepção de informação e o consequente afastamento dos livros, não estará a haver alguma consequência na questão da atenção à informação escrita? Sobre isso nada tenho lido, confesso, tenho pensado que a questão devia ser estudada mas (mea culpa)não sei se está ou não.
É verdade que a escola pode colmatar o problema sobretudo se o fizer desde cedo, mas... enfim, não sei se não é injusto dizer isto... professores como uma Teresa serão a maioria ou uma mi... (Pronto, não acabei a frase)
Pela minha parte, obrigada pela procura dessas publicações
Não tens de agradecer. Acho que estes espaços são importantes para este género de coisas. Tenho andado a ler umas coisas mas não tenho resposta para os problemas que foram aqui falados. Para quem gosta destas coisas há ainda um bom livro para ler e meditar: Richard Riding, School Learning and Cognitive Style, David Fulton Publishers, Londres, 2002 e ainda (eu sei que disse que era um mas sou uma pessoa da História, não percebo nada destas coisas de números...) Richard Riding e Stephen Rayner, Cognitive Styles and Learning Strategies: Understanding Style Differences in Learning and Behaviour, David Fulton Publishers, Londres, 2002 (eu prefiro o primeiro, mas este tem uma análise de várias teorias e perspectivas). Tenho ainda em lista de espera (à espera de tempo, está bem de se ver) dois livros de Alan Baddeley sobre a memória de trabalho e mais umas coisas...
Emn, os que por aqui passam têm a predisposição natural para a auto-formação (o tal Amor). Mas , por exemplo, na oficina de MAT em que estou a participar e que tem profs de várias escolas, estamos a fazer um esforço nesse sentido... Só que... os que lá estão também me parecem ter a fibra dos que andam por aqui: têm o Amor e andam em busca de melhorar a prática (muitos de nós nem de créditos precisam... e, no actual estado de coisas nem sabemos se viremos a precisar, mas estamos a frequentar a formação por "querer"... Será Amor?). Apesar do cansaço deste ano, não é que nos enlevamos no trabalho e parecemos miúdos a construir materiais para outros meninos? Vamos fazer uma experiência com um problema aberto e espero trazer aqui notícias dele logo que aplicada. Quanto ao Herr, o nosso Jakim (gosto mais)... aproveitem bem! Este senhor do domínio da História e da Língua Portuguesa (e especialista em informática... não estão bem a ver o filme) percorre os caminhos do saber de lés a lés e traz-nos sempre pérolas que nos fazem dar belos saltos para o futuro. Já perceberam por que, apesar de ter (eu) mudado de escola a tertúlia com a Luísa Todi continua? É bom agora, através deste meio, poder partilhar com outros toda esta experiência. Recordo o que o Miguel uma vez disse: é reconfortante saber que há mais quem se preocupe e ame por aí... muitos mais... uma maioria ou uma (ups... nem comecei a palavra! Sua marota IC... O que vale é que estes comentários já parecem um cachecol "da moda" e poucos se atreverão a percorrê-lo até ao fim...).
Gosto muito de vos ter por aqui a tecer fios comigo. Obrigada! Eu não servia para um chat ao vivo: vocês tecem à noite enquanto eu durmo... e eu venho aqui de madrugada bem cedo... mania? (Esperem aí... fui confirmar as horas e o J escreveu antes das 5,ou a hora do PCMac estava trocada. Foi porque não se deitou, ou porque acordou cedo como eu?)
Faltou-me dizer: o Amor não se ensina, de facto... Mas comunica-se (e olhem que eu sou muuuuito persistente e o meu entusiasmo acaba por contagiar alguns menos prevenidos... que já têm lá dentro uma semente de amor a germinar)verdade? A pergunta, destina-se, é óbvio aos que me conhecem ao vivo e têm de aguentar os meus "rompantes", ideias e energia tipo duracel! (E eles andam por aqui... mesmo sem deixar rasto, que eu sei... a mais recente contaminada é a Gi, na minha actual escola... já andamos em aventuras e prevejo muitas mais para o futuro! (Quanto aos miúdos... eles têm energia de sobra para aguentar a minha... mas, mesmo assim, ainda consigo ganhar-lhes! Nem tempo têm para respirar, mas divertem-se com as viagens alucinantes que vamos fazendo.)
A hora do meu Maquinho estava certinha (o computador é mais certinho do que eu). Foi uma sessão de insomnia (e depois deixei-me dormir...).
Quanto às pérolas não tenho a certeza.
"insomnia (e depois deixei-me dormir...)"
hummmm... não conta. Continuo a ser a única madrugadora (só conta se nos levantarmos e não voltarmos depois para a cama...)
(As "ostras" também não sabem que têm pérolas... nós é que sabemos!)
Gostava de te lembrar que no projecto apresentado por mim à gestão da Escola Luisa Todi (há já uns aninhos), havia, precisamente, um espaço a que chamei "clube dos números" e que teria como pano de fundo, a disciplina de EVT e Matemática. Pretendia-se uma Matemática "viva", "colorida" e real.
Tenho também uma crítica: tens sempre em mente e muito bem, as necessidades dos alunos, mas tropeças nos direitos dos professores. Acho muito bem que se criem condições para trabalhar de forma SIGNIFICATIVA nas escolas, mas atenção à transformação do espaço não lectivo em espaço lectivo... isso não será um jogo perigoso para se jogar com um poder político que dá mostras de estar muito distante da escola real?
Bjs da caldeira
Lembro-me bem desse teu projecto: muito para a frente para este sistema educativo tão "congelado".
Tens razão, de certa forma, ainda que eu, apesar de tudo, aceite as supervenientes como equivalentes a trabalho lectivo... já que existem devido às sobras dos ajustes dos tempos de 50 para 45 (é assim, não é?). Eu sei que é um recuo no que se tinha estabelecido antes, mas não é por aí que vejo os direitos serem atropelados. Agora, é claro que esta proposta parte de um pressuposto terrível: que o "conceito de escola a tempo inteiro, com a imposição de tempos extra" não vai desaparecer... e é claro que isso não é nada que me agrade porque sim, acho que atropela muitos direitos. Continuarei a defender sempre que não é impondo substituições, tempos infindos na escola que os problemas se resolvem... mas, enquanto os CEs são obrigados pelo sistema a tal, sinto que se não se reformular criativamente a utilização desses tempos (lutando em paralelo pela reconquista dos direitos essenciais), vamos acabar a vaguear sem sentido e sem projecto, acumulando-nos à espera de ser chamados para substituir alguém, ou sentados em CREs (como tenho visto colegas com horas lá atribuídas) a ler... tipo vigilantes distraídos...
Se calhar até era o que devíamos fazer... pois ao tentar criativamente um ajuste positivo, podemos dar uma informação errada ao sistema... pois... aí concordo em absoluto. temos de ter cuidado, ou acabam pensando que estamos felizes e a ajustar-nos... mas sabes como eu sou... detesto arrastar-me pela escola sem fito, e o trabalho com os miúdos é verdadeiramente aquilo que me dá prazer (e se tenho tido miúdos giros!)... talvez por isso estas coisas que me saem da cabeça...
Mas não me vou esquecer das tuas sábias palavras... Quem sabe se isto bater bem no fundo eles se convençam que não é este o caminho para lado nenhum. Será?
Enviar um comentário