sexta-feira, março 31, 2006

Critérios de avaliação...

.
"A avaliação e as suas práticas nas novas concepções curriculares"
a propósito da organização da avaliação em função de critérios.
CRIAP ASA

quinta-feira, março 30, 2006

Sabedoria popular


Bem... deixem cá ver o que vou partilhar convosco hoje...
Hummm (este hummm tem direitos de autor)... acho que não estou muito inspirada... Por que será?


Não é com vinagre que se panham moscas.
Não é com palha que se apagam fogos;
Não é a pancada da vara que amadurece a azeitona;

Não é a Escola que faz a vida, mas a vida é que tem de fazer a Escola.

(in O Grande Livro dos Provérbios)


Como há quem não acredite na sabedoria popular:

Andam as moscas cansadas por não serem bem apanhadas...
Anda o sucesso a aumentar (muito mais do que a gripe a alastrar...)

Andam as azeitonas completamente moídas em vez de bem amadurecidas...

E obrigam a Escola a fingir que tempo inteiro é suficiente, para encobrir as falhas de toda a gente...

As coisas boas da educação no nosso país são como as bruxas:
parece que já ninguém acredita nelas... mas lá que as há, há!
(Têm é muito papel por cima delas e não é fácil de descobrir onde estão!)


No meu sonho de ser professora,

este "pesoadelo" não existia...

Figuras - clipart do Freehand

quarta-feira, março 29, 2006

contrário Ao


ser. deve como direitinha estava e sentido tinha que fingir a ar, o para pernas de coisa uma vez uma Era

contrário. ao estava não quem era contrário ao estava quem que e contrário ao estava não que pensar a contrário ao coisa uma vez uma Era

ela. menos trocados princípio o e fim o tinham todos que e fim o era princípio o e princípio o era fim o que achando fim do começar a coisa uma vez uma Era


(alegoria?) devaneio o Desculpem



sanidade? a perder a Estarei

(recuperá-la? a Ou)

regressar... a está humor de sentido o menos Pelo

P.S (a direito) Este é o efeito de aulas de manhã, hora de DT e milhões de papéis, problemas para resolver... vinda a casa de corrida ver a bicharada, trincar algo, largar aqui semente... depois última sessão da oficina de matemática toda a tarde, reunião da equipa dos portáteis a seguir... e... uff... cama! Amanhã é outro dia!

terça-feira, março 28, 2006

Ficar só a ser...

.
Tenho as roseiras em botão.
Tenho as crisálidas no silêncio que antecede a cor.

Estou como elas hoje.

Com uma diferença: não posso ficar só a ser e a pensar no poema que não me vem à ideia florir e depois deixar voar.
(Porque a ideia está, como uma gaveta, cheia de cinzentos para cumprir e mal se consegue fechar.)

Pode ser cansaço. Uma gota de desencanto. Vai durar só hoje. Só um minuto, se for possível. Prometo-me.
Quantos de nós assim?
(É urgente uma Páscoa e renascer.)




"Amanhã" faço como os gafanhotos do jardim: deixo para trás esta pele cansada e seca, e busco a esperança dos rebentos primaveris... (Não consigo fazer dieta dela durante muito tempo.)

segunda-feira, março 27, 2006

Direitos do leitor

.
Não resisti a mais umas palavrinhas sobre os livros. Melhor, sobre o leitor, novamente pelos olhos de Daniel Pennac. Nenhuma novidade. Apeteceu-me recordar alguns direitos... Mesmo assim trabalho pela calada para que a vontade de ler dos alunos ganhe, com distância convincente, à vontade - direito - de não ler. Porque o professor, às vezes, consegue dar aos livros aromas apetecíveis... E esse é um dever de que não abdico (não há direitos sem deveres...)


.

"(...) Passemos ao leitor.
Porque, mais instrutivos ainda do que os modos de tratar os livros, são os modos de os ler.
Em matéria de leitura, nós, os "leitores" temos todos os direitos, a começar pelos que recusamos aos jovens que pretendemos iniciar na leitura.

1) O direito de não ler.
2) O direito de saltar páginas.
3) O direito de não acabar um livro.
4) O direito de reler.
5) O direito de ler não importa quê.
6) O direito de amar os "heróis" dos romances.
7) O direito de ler não importa onde.
8) O direito de saltar de livro em livro.
9) O direito de ler em voz alta.
10) O direito de não falar do que se leu.

Parei arbitrariamente no nº 10, primeiro porque é uma conta redonda, depois porque é o número sagrado dos famosos Mandamentos, e também porque é agradável, pelo menos uma vez, servir para uma lista de autorizações.

Porque se queremos que o nosso filho, a nossa filha, a juventude leiam, é urgente outorgar-lhes os direitos que outorgamos a nós próprios."

Daniel Pennac
Como um Romance
Ed. ASA

domingo, março 26, 2006

Continuámos a celebrar...

.
Celebrámos outra vez o dia 22... plantando hoje a videira antiga - prenda mútua que assinalou mais esta data.

(Truques para estender o prazer das celebrações...
e da vida?)



sábado, março 25, 2006

Outro dia mais-que-perfeito



Manhã soberba para os lados do Vimeiro...
O afilhado/sobrinho pela primeira vez em cima de um ponei... e em cima de um cavalo!
Eu pela primeira vez em cima de um cavalo (sonho de criança finalmente realizado).
(Até a minha mana, mãe do JG, se iniciou também nas lides de cavalgar...)

Manhã (bem) passada na escola dos "cavalos", neste sábado de sorrisos e afectos mais-que-perfeito! (Às vezes usamos o tempo de formas tão doces e ficamos tão felizes que apetece partilhar... lá entreabri eu a janela de novo...)

sexta-feira, março 24, 2006

Vida (mais) longa...

Continuo a celebrar a leitura e os livros, nesta semana de poesia... A propósito de alguns comentários ao post de ontem... sorriam com o que se segue.

Há tempos escrevi a alguém dizendo que não podia morrer já, pois tinha imensos livros para ler à espera na prateleira e isso me garantia, decerto, maior longevidade...
A resposta a este meu devaneio espantou-me. Foi-me comunicado que havia algo já publicado num livro que ia ao encontro desta reflexão aparentemente absurda. O livro era "A Louca da Casa", de Rosa Montero. (Um dos melhores livros que li recentemente.) O tal texto é o que se segue.
Disfrutem e tenham uma vida longa com o elixir aqui revelado.


.

"Há pouco tempo ouvi a escritora argentina Graciela Cabal, falar em público, em Gijón, numa intervenção divertidíssima e memorável. Acabou por dizer (embora ela se expressasse melhor do que eu) que um leitor tem a vida muito mais longa do que as outras pessoas, porque não morre até acabar o livro que está a ler. O seu próprio pai, explicava Graciela, tinha demorado imenso a falecer, porque vinha o médico visitá-lo e, abanando tristemente a cabeça, garantia: "Não passa desta noite"; mas o pai respondia: "Não, nem pense, não se preocupe, não posso morrer porque tenho de acabar O Outono do Patriarca." E, assim que o médico se ia embora, o pai dizia: "Tragam-me um livro mais grosso."- Enquanto isso, amigos do meu pai, que eram saudáveis, fartavam-se de morrer; por exemplo, um pobre senhor que só foi ao médico fazer um check-up e já não saiu - acrescentava Graciela. - É que a morte também é leitora, por isso aconselho a que andem sempre com um livro na mão, porque, quando a morte chega e vê o livro, espreita para ver o que estamos a ler, tal como eu faço no autocarro, e distrai-se."

Rosa Montero
A Louca da Casa
Ed. ASA

quinta-feira, março 23, 2006

Tempo para ler...

.
Ainda embalada pelos livros e pela poesia... veio-me à lembrança esta leitura de tempos passados.
.
clipart office
.
.
"Tudo bem, mas a que parte do atarefado dia podemos ir buscar essa hora de leitura diária? Aos amigos? À televisão? Às viagens? Aos serões familiares? Às minhas obrigações?
Onde desencantar tempo para ler?
É um problema grave.
E não é o único.
O tempo disponível para ler e o desejo de ler, nem sempre coincidem. Porque, se virmos bem, ninguém tem tempo para ler: nem os pequenos, nem os médios, nem os grandes. A vida é um perpétuo entrave à leitura.
- Ler? Eu bem gostava, mas sabe... o trabalho, as crianças, a casa, não tenho tempo...
- Nem sabe como o invejo, por ter tempo para ler!
Mas como se explica que aquela, que trabalha, vai às compras, educa os filhos, guia o carro, ama três homens, vai ao dentista, vai mudar de casa para a semana que vem, arranje tempo para ler, e este casto celibatário que vive de rendimentos não o consiga?
O tempo para ler é sempre um tempo roubado. (Como aliás o tempo para escrever, ou para amar.)
Roubado a quê?
Digamos que ao dever de viver.
É sem dúvida por essa razão que o metropolitano - símbolo tranquilo do referido dever - é a maior biblioteca do mundo.
Tanto o tempo para ler como o tempo para amar dilatam o tempo de viver.
Se encarássemos o amor pela perspectiva do emprego do tempo, o que sucederia? Quem tem tempo para estar apaixonado? No entanto, alguma vez se viu um apaixonado não ter tempo para amar?
Nunca tive tempo para ler, mas nada, nunca, me impediu de acabar um romance de que gostava.
A leitura não resulta da organização do tempo social, ela é como o amor, uma maneira de ser.
A questão que se coloca não é saber se tenho ou não tempo para ler (tempo esse que, aliás, ninguém me dará), mas sim se tenho ou não prazer em ser leitor.
Banane e Santiags resume a situação com um slogan arrasador:
- tempo para ler? Está no meu bolso.
Ao ver o livro que ele tirou do bolso (Légendes d'automne, de Jim Harrison, 10/18), Burlington aprova, com ar pensativo:
- Pois é... quando se compra um blusão, o que é importante é o formato dos bolsos!"
.
Daniel Pennac
Como um Romance, Ed. ASA
.

Acrescento que ler, nos gestos de partilha, pode ser também viver e amar em simultâneo.

(Vale a pena experimentar... com os filhos, com os companheiros, com os alunos...)

quarta-feira, março 22, 2006

Um sorriso...

aluna A.F said...
Querida professora!O blog da professora está óptimo e gostei muito do seu ponto de vista de uma Primavera maravilhosa a despertar...e qual o meu espanto quando vejo o meu sorriso a completar a decoração... e sabe que isto me fez pensar numa coisa:não há nada como começar a Primavera com um sorriso na cara!Muitos beijinhos

O comentário foi colocado hoje quando AF encontrou esta entrada de há uns dias...

Estas palavras também me fizeram pensar numa coisa: a AF tem toda a razão. Não há nada como começar a Primavera com um sorriso na cara.

Estamos precisados destas verdades simples. Obrigada AF por nos lembrares!

(Só eles me faziam regressar aqui hoje... e já estivemos juntos de manhã! ;)

Dia (em) cheio...

.


Aulas, três reuniões...
...e uma comemoração especial: 25 de amor (e 21 de troca de "sins").
O tempo de teia hoje acaba aqui. Até amanhã!
.


terça-feira, março 21, 2006

A Floresta das Adivinhas

"É uma questão de pudor, não sei falar do que escrevo: o que tenho a dizer sobre o assunto da minha poesia é a minha própria poesia". Manuel António Pina, Público 21-3-06


No Meio da Floresta
havia uma adivinha.

Quem a adivinhava voltava para casa,
quem não a adivinhava nunca mais vinha.

A Sara gostava muito da casa
mas ainda gostava mais de adivinhas.
Meteu-se pela Floresta sem nenhum receio
e só parou mesmo no Meio.

Vê se és capaz de adivinhar esta
- disse o Homem Mau Dono da Floresta
adivinha se vais voltar para casa ou se não,
se vais ficar aqui para sempre presa ao chão.

A Sara também gostava muito das árvores
mas não queria ficar ali para sempre a arborizar!
Antes queria ser menina e falar e andar
e ter as pernas soltas para saltar.

Se dissesse que ia voltar para casa
o Homem Mau dizia-lhe que não,
que ia ficar ali presa na Floresta,
e ela ficava mesmo, porque não tinha adivinhado a adivinha.

Vais-me prender - disse então a Sara - E o Homem Mau
ficou muito atrapalhado com a resposta.
Porque, se a prendesse, ela adivinhava e tinha que ir para casa,
mas, se fosse para casa, não tinha adivinhado e devia ficar presa.

A adivinha ainda podia ter solução,
mas a resposta da Sara é que não.
E o Homem Mau pensava no assunto com toda a força que tinha
a ver se adivinhava a solução da resposta à adivinha.

E tantos pensamentos o Homem Mau pensou,
encheu a cabeça com tantos pensamentos que chegou
uma altura em que já Lá não cabia mais nenhum,
e quando ele pensou em mais outro, a cabeça, pum!

(Quem diz que se pode pensar muito
e que os pensamentos não ocupam lugar
de certeza que nunca pensou muito no assunto
se não também acabava por rebentar...)

A Sara libertou todas as árvores e nós ficamos a saber
que uma maneira de ganhar é forçar
os homens maus donos das coisas a perder.
(Se calhar não é nada disto, mas também pode ser...)


Manuel António Pina
O TÊPLUQUÊ e outras histórias
Edições Afrontamento

Dia Mundial da Poesia...

.

clipart office


Eu já devia ter percebido o porquê deste meu "estado poético" desde que o dia amanheceu...

Ainda não é tarde. Leiam o Público (secção de Cultura) onde se dedica tempo a um dos meus poetas favoritos: Manuel António Pina. (Junto-lhe Eugénio de Andrade, com paixão). Escutem-no(s). Refrescam-nos a alma. Bem precisados andamos...

E depois lembrei-me de Florbela, de Sophia. E acho que hoje me irei lembrando de muitos mais, sem chegar a todos.
Ao longo deste 21 de Março de flores várias, celebrarei o dia... apenas com poesia. (A Primavera pode chegar de muitas formas possíveis...)


A avó

Tinha ao colo o gato velho
cansadamente passando
a sua branca mão pelo
pêlo dele preto e brando

Sentada ao pé da janela
olhando a rua ou sonhando-a
todo o passado passando
a passos lentos por ela

Dormiam ambos enquanto
a tarde se ia acabando
o gato dormindo por fora
a avó dormindo por dentro

(Manuel António Pina in «Os Livros»)


Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)



poema

O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê

O poema alguém o dirá
Às searas

Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento

O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento

No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas

(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)

Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas

E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo

(Sophia de Mello Breyner, in Livro Sexto II (1962))



As palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade


Além do arco-íris

.


Às voltas com a preparação de uma "surpresa" de final de ano, para os Pais da minha DT, tenho de ouvir várias vezes a canção do feiticeiro do Oz pela voz de Ella Fitzgerald... E é, para mim, a melhor versão que alguma vez encontrei. (Se a descobrirem... não percam - por razões legais não a posso divulgar aqui). Os alunos também a estão a ensaiar e é um prazer ouvi-los, depois de me terem dito que seria impossível aprendê-la... Pois... Eles já perceberam que eu não gosto nada da palavra impossível...

É com o som na alma e no ouvido que a partilho aqui hoje (só a letra).
Um prazer que recomendo com som.
Porque os sonhos fazem-nos falta. Muita falta. E, ultimamente, o real que nos inunda é profundamente descolorido e desanimador. É preciso lutar para sacudir de nós este peso que os dias insistem em ter. Confesso que me viro para as coisas bonitas da vida e para os meus alunos. Como tenho tido alguma sorte com eles nestes dois anos... aproveito-me dela para renovar a confiança num futuro mais claro... (Cada um ilumina o caminho como pode.)



"Somewhere Over the Rainbow"
music by Harold Arlen and lyrics by E.Y. Harburg


(Ella Fitzgerald Lyrics - a introdução não pertence à letra/canção original)


When all the world is a hopeless jumble
And the raindrops tumble all around
Heaven opens a magic lane

When all the clouds darken up the skyway
There's a rainbow highway to be found
Leading from your window pane

To a place behind the sun
Just a step beyond the rain

Somewhere, over the rainbow
Way up high
There's a land that I heared of
Once in a lullabye

Somewhere, over the rainbow
Skies are blue
And the dreams that you dare to dream
Really do come true

Some day I'll wish upon a star
and wake up where the clouds are far behind me
Where troubles melt like lemon drops
away above the chimney tops
That's where you'll find me

Somewhere, over the rainbow
Blue birds fly
Birds fly over the rainbow
Why, then oh, why can't I?

If happy little bluebirds fly
Beyond the rainbow
Why, oh, why can't I?


http://www.reelclassics.com/Musicals/Wizoz/wizoz.htm

segunda-feira, março 20, 2006

Think global, act local

.
clipart office


A propósito de "uma certa poluição" e dos efeitos de estufa de qualquer tipo e ainda a propósito do Dia do Pai (descubram porquê), fui ao baú das memórias e trouxe de lá estas palavras... porque é segunda... porque parece que é preciso fazer alguma coisa para que alguma coisa mude. Foi assim que me ensinaram.

"Como poderemos contribuir, individualmente, para a resolução de um problema complexo, a nível global - perante o qual nos sentimos impotentes- , se a nossa acção se faz sentir apenas a nível local?
Deixo-lhe uma pista que se afigura estimulante: uma das chaves desta questão reside na possibilidade que cada um de nós tem de pensar globalmente e actuar localmente! Aliás, este lema é válido para todos os “efeitos de estufa” que nos afectam, a qualquer nível, seja na nossa rua; na colectividade que frequentamos; na praia onde passamos férias; no município, na região ou no país a que pertencemos, enfim, no mundo que queremos mais apetecível. No fundo, a resolução dos problemas colectivos - que nunca são apenas dos “outros”... - passa pela maneira como os encaramos e por comportamentos individuais coerentes com a ideia que tivermos do que deve ser feito para os resolver. Nota -A primeira vez que li a expressão “Pensar globalmente, actuar localmente” (“Think global, act local”, no original) foi num cartaz afixado no Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, há cerca de três anos. Foi uma revelação: ali estava uma explicitação eficaz do que dá sentido à acção individual."


Eduardo Martinho
Pensar globalmente, actuar localmente
O Mirante / Memorial, nº 145, 25.Abril.1995

domingo, março 19, 2006

Dia dos Pais

.

A Avó Mila e o meu Pai

.
No dia da Mãe
parabéns ao Pai.
No dia do Pai
parabéns à Mãe.
Porque um sem o outro
nunca poderiam ser
por todos lembrados.

(Estes dias não deviam
ficar longe um do outro
sempre que são celebrados.)
.
Parabéns ao meu Pai (e à minha Mãe que o escolheu, entre outras coisas muito boas, para me fazer a mim e aos manos... e à Mãe dele que o fez assim com o Pai dele... e assim sucessivamente...).
Celebro o melhor de tudo: nunca quiseram que a escola vos substituísse no dever de nos amar, de nos ajudar a crescer, de cuidar de nós, de nos acompanhar.
Isso fez e faz toda a diferença!
.

1967

sábado, março 18, 2006

Penso... logo...

.

"Penso coisas tão profundas e sinto-me tão mal
que penso se não serei um Intelectual.
E penso coisas tão mal e sinto-me tão profundo
que devo ser o maior intelectual do mundo!"

Pensamento de Inventão




O Inventão
Manuel António Pina
Edições Afrontamento
(1987)

sexta-feira, março 17, 2006

Tanto mar (Pouco mar?)

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar



Dizia Chico Buarque num tempo sem teias. Um tempo de maiores distâncias. Oceanos mais vastos.


composição 3za - baseado em imagens do office clipart

Agora é assim:

Em OUTRÓÒLHAR, há tempos, esta adenda levou-me ao Brasil numa fracção de segundo.
Adenda: Vá ao outro lado do oceano para conhecer a

OFICINA DE PROJETOS.

Fui ao encontro das teias do Vicente e percebi que há mais quem tenha o sonho de fazer destes tempos, tempos de partilha, crescimento, apoio e construção de algo novo em educação. Tempo de pensar uma Escola sem muros.
O Vicente fez o percurso inverso e e navegou até este lado do oceano, deixando por aqui os seus sinais. O seu abraço.

Continua a fazê-lo e, para além da Oficina de Projectos, gostaria de divulgar aqui hoje outras teias suas que conduzem a outros caminhos educativos. Do outro lado encontro as mesmas preocupações, medidas que dificultam a tarefa educativa, queixas e reflexões gémeas das nossas, orientações e apoio ao trabalho do professor. É como olhar no outro lado do espelho...


Tique de professor / informes & reflexões
(antes TIC NA EDUCAÇÃO / CAPACITAÇÃO)

e

MATEMÁTICA NAS OITAVAS


O destino é assim.
Este mar agora já não nos separa. Aproxima-nos. Ele e a língua cheia de cumplicidades.

A teia vai crescendo. A seda chegando mais longe.


Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar


(Agora, estes belos versos poderiam referir-se apenas à distância entre o que sonhamos, cá e lá, para a educação e este presente conturbado que nos prende e puxa para trás.)

Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar

Naveguemos.

Porque navegar é preciso... (Embora viver também... não é preciso o extremo da anulação, embora o poema traduza um intenso sentimento de dedicação à causa, que é comum a muitos professores...)


Navegar é Preciso


Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.

Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.


Fernando Pessoa in Obra Poética


[Nota de
SF
"Navigare necesse est; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu]

quinta-feira, março 16, 2006

Doce "roubo"

.
A Elisabete surpreendeu-me (desde pequenina que é assim) com o doce "roubo" de uma teia (aqui publicada há dias).
Nos seus contrastes recriou essa teia, provando que certas cumplicidades entre professor e aluno não se desvanecem com o tempo. Arrancou-me um sorriso quando descobri o feito.
Mais um sorriso. Perdi a conta a quantos já foram...


Agora roubei eu o "contraste" dela para o colocar aqui. Assim se tecem as trocas e as partilhas.

Que cor tem a cumplicidade? Todas as cores...

Sem energia para mais...

Resolvi hoje servir-me de palavras alheias (que me foram enviadas pela net por HM, ou JL, como preferirem, no seu exercício de partilha de frases do dia) por traduzirem o intraduzível e porque o dia vai ser muito comprido... (ou muito curto, dependendo da forma de olhar).


A frase não é nova. Na realidade trata-se de uma variação da Lei de Murphy.

If there's more than one way to do a job, and one of those ways will result in disaster, then somebody will do it that way.


Os comentários... bem... esses deixo-os para vocês.

quarta-feira, março 15, 2006

Pi ontem, Pi hoje (qualquer dia é dia de Pi?)


A IC lembrou ontem : dia do Pi (mês 3, dia 14)

Hoje, dia 15, reforço e divulgo o encanto do Pi

em livro:


e na Internet


www.joyofpi.com

enJOY PI

terça-feira, março 14, 2006

Ajustes (Sabor e Saber)

Ainda que visivelmente não sejam muitas as diferenças, substituí todos os "menus java" por "imagens idênticas com ligações html"... para evitar alguns dos problemas que se têm registado em alguns computadores e alterei algumas estruturas de página para servir melhor quem usa 800x600. Espero não ter esquecido nenhuma ligação nas substituições... E que os acessos tenham melhorado. Continuo em teste neste novo servidor e agradeço qualquer informação sobre as falhas que forem sendo detectadas. Nada de urgente. Conto na Páscoa avançar nos conteúdos (do site e do blog SOS). O tempo não é, infelizmente, tão elástico como a minha vontade de avançar...

Viciados no fácil...

.
office clipart


Ainda a propósito de algo que disse ontem

(...)Habituam-se a ver nas "notas" o reflexo do que estão dispostos a investir e a dar do seu trabalho e não o resultado de técnicas questionáveis de revisões-cópia da ficha de avaliação, feitas no dia anterior ao do teste.(...)

e do que a Tit disse aqui no seu Canto do Vento


John Holt reforça:

(...) Eu próprio já entrei neste jogo. Quando comecei a leccionar, achava, que a finalidade de um teste era testar, ou seja, descobrir o que os alunos sabiam de uma determinada matéria. Não demorei muito tempo a descobrir que se fizesse testes-surpresa aos meus alunos, cobrindo toda a matéria dada até à data, quase toda a gente reprovaria. Isto deixava-me mal visto e causava problemas à escola. Aprendi que a única maneira de obter uma percentagem respeitável de notas decentes, ou que dessem para passar, era anunciar os testes com bastante antecedência, dizer com algum pormenor qual a matéria que sairia e começar a fazer logo desde muito cedo bastantes exercícios do mesmo tipo que iriam sair no teste, a que dávamos o nome de revisões. Posteriormente, soube que os professores fazem isto em toda aparte. Sabemos que o que estamos a fazer não é realmente honesto, mas não ousamos ser os primeiros a parar e tentamos justificar-nos ou desculpar-nos quando dizemos que, afinal de contas, não é assim tão prejudicial quanto isso. Contudo, estamos errados: é bastante prejudicial." (...)

Pois é. E os efeitos estão aí à vista de quem quiser olhar. (Ler IC nas suas Memórias Soltas... ).

As drogas leves são assim... achamos sempre que nunca ficaremos viciados. Que podemos sempre voltar atrás quando quisermos.

Neste momento há gerações presas à droga dura do facilitismo, da falta de exigência. Com esse vício surge a apatia, a desresponsabilização, depois a indisciplina.

A culpa não é dos alunos. A pressão para as estatísticas do sucesso de quem tutela e a nossa cumplicidade (receosa?) deram uma boa ajuda. Partilhamos culpas, mas de nada serve agora apontar dedos. Não é essa a intenção do que digo. Agora seria tempo de pensar e encontrar a solução que nos colocasse no melhor caminho. Também eu quero que as crianças passem de ano, que o sucesso seja real e duradouro, que se movam todos os recursos da escola para as ajudar. Mas não a qualquer preço. Não sem condições para o fazer. Os alunos merecem muito mais do que só isto.

E, convenhamos, enquanto nos distraem das nossas verdadeiras obrigações e vão criando legislação que pressiona, mais uma vez, para um determinado tipo de sucesso de consumo imediato, temo que a resposta seja a mesma de sempre: desenvolver estratégias como as anteriormente descritas para que, com uma capa de seriedade e tradição, se possa continuar a fazer exactamente o mesmo que se tem feito. Não. Reformulo. Para que se faça cada vez pior. (Porque as crianças que nos chegam agora já trazem vícios de difícil desintoxicação... e o tempo que o professor tem para elas, suas crianças, é cada vez menor.)

segunda-feira, março 13, 2006

Atrasada?

.
office clipart

É sina. Todos os anos me sinto assim. Basta um colega perguntar: ainda só vais aí? Para a dúvida se instalar de novo. Os anos passam e é sempre o mesmo. Mesmo sabendo que o que consigo não se mede em quantidade. Que os alunos têm um sucesso talvez mais real, medido frequentemente com testes-surpresa (que não são fáceis) com questões que nunca fiz, nem parecidas, onde me testo e os testo, para ver se consegui chegar onde queria (sem batota) e qual o nível e qualidade das suas aprendizagens e transferência para situações completamente novas. É um sofrimento que me imponho a mim e a eles (que nos ajuda ambos a crescer) para manter acordada esta ideia de que pedindo pouco, só obterei pouco.
A experiência de anos tem-me dito que não estou errada. Confirmá-lo-ei agora que vou poder acompanhar os meus alunos de perto até ao nono ano... já os avisei de que vou perguntar aos novos professores como se vão portar no 3ºC. E poderei comparar também com os alunos dos colegas que conseguiram escrever sumários com a matéria toda e manifestam o seu espanto com a minha forma de trabalhar... com o meu pressuposto atraso. Há pequenas unidades que os meus alunos vão estudar sozinhos. Marcaremos aulas para as dúvidas. Uma forma de estimular a sua autonomia, trabalhando mais conteúdos. Sempre o fiz e nunca falhei nada que fosse importante. Os meus alunos gostam das aulas, da exigência. Explico-lhes o porquê de tanto desafio às suas capacidades. Habituam-se a trabalhar muito, a envolver-se muito, não apenas a ouvir muito. Habituam-se a ver nas "notas" o reflexo do que estão dispostos a investir e a dar do seu trabalho e não o resultado de técnicas questionáveis de revisões-cópia da ficha de avaliação, feitas no dia anterior ao do teste. O estudo tem de ser regular. Não há outro remédio. Só compreender lhes permite avançar. Só estudar regularmente é garantia segura. Não se podem fiar em truques. Sinto que é este o caminho certo para fazer as coisas.
.
Hoje reli John Holt para ver se tirava de mim esta ansiedade que certas perguntas me trazem. Eu sei a mensagem que quero passar. Sei que há mais quem pense como eu. Tenho de aprender a confiar. (Ou talvez não. Para aproveitar os momentos de inquietação e reflectir sobre o meu ofício. É sempre bom manter o pensamento bem acordado.)
.
Partilho. Porque é bom irmos ouvindo várias vozes. Para além das dos colegas que nos fazem certas perguntas...
.
(...) Parece que todos os professores, desde a escola primária até às escolas superiores, trabalham afincadamente com o objectivo de mostrar que os nossos alunos sabem mais do que na realidade sabem. A nossa posição entre os outros professores, ou da nossa escola entre as outras escolas, depende da sabedoria aparente dos nossos alunos; não dos seus conhecimentos reais, nem da eficácia com que eles possam vir a utilizar aquilo que sabem, nem mesmo se eles vão ser efectivamente capazes de o fazer. Quanto mais matéria formos capazes de "cobrir" nas nossas aulas, nas nossas disciplinas, ou em todo o ano lectivo, mais conceituados pareceremos; e quanto mais facilmente conseguirmos mostrar que, ao sairem da escola, os alunos sabiam aquilo que era suposto saberem, mais facilmente poderemos escapar à responsabilidade, quando mais tarde se descobre (o que normalmente acontece) que não sabem grande parte do que estudaram. (...)
.
John Holt
Dificuldades em Aprender
Ed. Presença
.
NOTA: Não pretendo generalizar. Sei que as provas "do que se sabe" não se relacionam exclusivamente com o trabalho do professor. Que há muitos factores envolvidos. Que nada me garante que os meus alunos um dia não falharão, tal como outros. Sobretudo se deixarem de investir disciplinadamente no seu trabalho pessoal e no estudo. Mas tenho pelo menos uma certeza: não será "despachando" matéria e sumários que aprenderão mais.

domingo, março 12, 2006

Janela entreaberta

.


Era assim em 1983 (história começada em 81)... O curso de Geologia estimulava a vida ao ar livre nas frequentes saídas de campo organizadas pelos professores.
(Este foi apenas um momento de pausa em que fomos apanhados sem saber... não julguem que era só festa...).

Um quarto de século depois...
... continuamos a achar que tivemos sorte e agradecemos as voltas do destino que permitiram este encontro.

O Cara-Metade está a caminho de casa vindo dos distantes Andes e só tenho sorrisos para oferecer. :)

(Desculpem ter deixado a janela um bocadinho entreaberta. Foi um feliz descuido de Domingo... Já a fechei, mas não prometo que um dia ela não se volte a abrir por um breve instante. É que eu não sou só uma professora ou uma aranha tecedeira. Sou gente, como toda a gente. E gosto de o ser.)

Domingo revelador...



Foi preciso uma manhã silenciosa de nevoeiro para ver.
(Por vezes o Sol ofusca mais do que ilumina.)



A romãzeira do jardim encerrava em segredo a metáfora para este caminho. Este sonho meu.


E ao ver o tamanho de quem tem tecido estas estradas, renasceu a esperança de que, mesmo pequenos, é possível ir chegando lá... devagarinho, sem se acreditar na espera.

(A (im)paciência pode ser uma virtude que constrói o futuro?
)

sábado, março 11, 2006

Sem fronteiras...

OfficeClipart


Gi, ex-prof. da Mónica said...
Olá às duas!Parabéns pelo vosso blog. Está muito rosa...Gostei do nome do vosso blog. Está original.Mais uma vez parabéns e continuação de bom trabalho.Gi
7:55 PM

Olá,Muito giro o vosso blogue! Vou passar por aqui mais vezes...João T.
10:26 PM

Olá meninas,Chamo-me Isabel O., sou professora de História em Setúbal (já fui colega da vossa professora Teresa Marques). Parabéns pela iniciativa. Estou um bocadinho invejosa, acho que gostava de ter a vossa turma ou também incentivar os meus alunos a fazer blogues. Mas eu própria não faço a mínima ideia como se procede... Beijinhos


Se tivessem visto o brilho no olhar da Mónica ao contar-me "estas" novidades todas... Professora foram lá amigos seus dar parabéns!

Os Professores são realmente seres muito especiais, que ainda encontram tempo do seu para mimar alunos "de outros". Acho que sabem que os "nossos" alunos são afinal todos sem fronteiras de aula ou escola, (é o acaso da vida que os coloca à nossa frente e nada mais), o que transforma esta missão quase impossível, numa missão possível e indispensável ao mundo. (Mundo que procuramos colocar nas mãos deles, de tantas formas diferentes, bocadinho a bocadinho.)

Pena que haja quem não perceba nem reconheça o empenho, o alcance desta dedicação...

Seguem-se uns recados doces (quase) em privado:

Gi, o bloguebichinho já entrou em ti... confessa lá que andas divertida em descobertas (quem nos visse ontem em frente ao teu PC... imaginaria que éramos duas miúdas... cinco minutos de puro deleite, satisfação e carrinhos espalhados por todo o lado num blogue muito especial acabadinho de criar... ai o html e os seus mistérios a ser desvendados... )

João, a tua dedicaçao à causa, a tua aTICtenção ao que vai acontecendo é sem limites... Abraço à ESE de Setúbal... foi lá que tudo começou para mim com a tartaruga do LOGO... há quase mil anos atrás... (mais de 20, pelo menos...)

Isabelinha, foi bom encontrar-te por ali... trouxe-te para aqui... e agora, quem sabe, estás quase pronta para uma nova aventura... Vai até
www.blogger.com , e procura seguir as instruções para a ilha do tesouro... há lá uma seta a apontar o caminho... eu cá acho que vais conseguir...

(E faltou falar da Emília, do projecto Netescrita (
http://netescrita.blogspot.com/), que visita e mima regularmente os meninos que fazem o blogue da Sala 16)

A todos estes (e a todos os que andam por aqui) um enorme Obrigada por guardarem para nós um tempinho de teia...

ADENDA

IC na sala 16 hoje (é uma repetente nos mimos aos meninos):Já dei, noutro blogue, os parabéns à vossa professora, estes parabéns agora são para a turma da "sala 16". Beijinhos.Isabel (professora de Matemática)

IC, estas tuas pausas... tu também não páras quando páras! Esse teu carinho está sempre à mão de semear... Obrigada pelas tuas palavras e pelo teu estímulo aqui e lá!

sexta-feira, março 10, 2006

Sabor e Saber mudou de endereço

Depois de problemas vários com o servidor (revelou-se fraco e inadequado para o objectivo traçado) que me obrigaram a parar o desenvolvimento deste cantinho, encontrei uma solução (não gratuita) mais estável, fiável e fácil de gerir. Criei também um domínio próprio.

A partir de hoje, este Sabor e Saber poderá ser encontrado em:

www.saborsaber.com

(já actualizei o "link" na barra lateral).

Ainda está em fase de teste, mas optei por fazer já a divulgação, o que permitirá a identificação mais rápida de eventuais problemas (obrigada ao meu "beta-tester" oficial, EdMartinho - Pai, que amanhã vai já proceder a uma avaliação detalhada... ). Esta parceria nos projectos já data de longe... como devem imaginar... trabalho não lhe tem faltado nos últimos, digamos, 42 anos de ideias, aventuras e experiências a velocidade de cruzeiro! Mal comecei a falar, acabou-se o sossego!


Continuando a falar de flores...


Mais razões para estar feliz com o Jardim...
Inscrevi a minha Turma A no projecto Netescrit@ e enviei ontem algumas histórias escritas por eles...
A Emília é rápida... entusiasta... apaixonada... e devolveu já hoje no espaço http://netescrita.blogspot.com/ (Netescrita)
este mimo que vai pôr toda turma feliz hoje à tarde, quando lhes der a notícia. E já imaginaram o fim de semana? As novidades para contar à Família?
A motivação para escrever, ilustrar, está a crescer...
Objectivo a cumprir-se (o da Emília e o meu).

Percebem este dilema de viver rodeada de flores sem alterar os desígnios cósmicos que ofereceram só 24 horas de dia à Terra?

(Não deixo de lamentar os espinhos... não os das minhas rosas, que aceito e respeito. Mas agora vou só disfrutar... Perdoem este bocadinho sem pensar nos problemas...)


Despertar...

.
Hoje acordei para isto...
Escondida atrás do comedouro dos pássaros, a minha cerejeira japonesa de frutinho comestível! (prunus tomentosa Nanking Cherry) conseguiu surpreender-me... não esperava este despertar antecipado.


E, já no caminho de volta, um dos áceres (ácer palmatum orange dream) estava a acordar e eu não havia dado por isso.

Ando distraída?

Não. Ando de volta de outras flores também a DESPERTAR...


(Foi ontem depois das 11... ela, a A.F., pediu que eu lesse, que visse, que corrigisse, que publicasse no blogue da Sala 16... eu podia lá resistir... )

quarta-feira, março 08, 2006

Silêncio que apetece

-


Dia de longa reunião...
Apetece apenas:
palavras com asas,
e formas
e sombras
e (muitos) silêncios entre elas...
Paz.



Pesos e facadas no coração


Pois...
Nos blogues dos meus alunos podem perceber a razão destas criativas construções, a propósito dos seus trabalhos de Área de Projecto em torno da saúde... mas não é por isso que estas imagens estão aqui hoje.

Outros pesos, outras facadas, outros golpes na educação podem pôr em causa e em risco a saúde do sistema educativo e, consequentemente, a do País (que a educação está para o País assim como o coração está para o corpo humano.)

O cuidado diário, a prevenção, a atenção regular são o melhor remédio... Não há comprimido nem lei de aplicação rápida que operem milagres de cura, sucessos consistentes, reais e duradouros. (Sobretudo se os efeitos secundários causarem mais mal do que a doença.)

Verdade?

Escolham vocês as palavras para os "pesos" e para as "facadas"... Há espaço que chegue?

terça-feira, março 07, 2006

"A insustentável leveza..."


Acordou um dia sentindo-se leve. Muito leve.
Isso poderia ser uma coisa boa, mas depressa percebeu que não era.
Tão leve estava que qualquer aragem, qualquer sopro o deslocava facilmente de um lado para o outro, contra a sua vontade. Como se a leveza se devesse à própria partida da vontade, que antes o defendia desses abusos fruto do acaso (ou da intenção).
Deu consigo tão leve e tão translúcido como se já tivesse percorrido mais de metade do caminho em direcção à transparência. Perdera a opacidade, a densidade da força, do poder de decidir não deixar passar através de si o que não fosse justo. E depois da transparência o que se poderia seguir? Chegaria talvez a invisibilidade com o seu halo de inexistência, parente da morte. Quanto mais leve, mais difícil cortar o ar em sentido inverso. O regresso tornava-se, assim, viajem quase impossível.

Foi só quando sentiu sobre si um traçado fino e doloroso, percorrendo-lhe o corpo em rabiscos sem sentido, que tomou consciência nítida do que havia acontecido: uma folha de papel fino, era uma folha de papel fino, já quase vegetal, daquele que se usa para cópia sem qualidade, sem iniciativa, sem gesto seu. Nela, folha, se estava a escrever, se estava a emendar, a corrigir, a dobrar, até a rasgar, sem perguntas, sem pedido de permissão, sem autorização expressa ou negociação de palavra.
Nunca havia pensado numa folha de papel como um objecto tão leve e impotente. Parecia tão imprescindível, tão útil, tão sempre ali presente à mão de se usar. Como se tivesse um poder que afinal, descobria agora, não tinha.

Só mesmo percebendo que se era uma delas, para olhar esse papel na vida com outros olhos. (Mais atentos?)
Em vão tentou afastar lápis e canetas, borrachas e correctores, para não ser riscado ou limpo, sem causa, razão, ou conhecimento. Em vão se agarrou ao que podia, para que o vento o não levasse.

Fizeram dele um avião de papel. Às vezes até parecia que voava, se olhasse apenas para o céu, fingindo não haver mais lugar nenhum para olhar. Mas a queda que se seguia à divagação, lembrava que a ilusão se desfazia quando se olhava no sentido certo. E que o voo era sempre resultado da iniciativa de alguém, que não era ele.

O caminho da salvação começou apenas quando tomou consciência da “insustentável leveza do seu ser” e entendeu finalmente que precisava de se alimentar melhor, cuidar mais de si, olhar mais pela sua alma, aumentando-lhe densidade e consistência (para que o pudessem ver e ouvir, o deixassem decidir em que direcção era melhor voar, que palavras deveriam ser escritas no seu corpo, que luz deveria passar através de si.)

O caminho da salvação começou no acordar que deu início a esta história.


E isso foi (será) quando?

Pedimos desculpa pela interrupção...


O programa segue dentro de momentos...
(É dia de corrigir testes e reflectir sobre a minha eficácia no "fazer aprender".)

segunda-feira, março 06, 2006

Febre de sexta (de manhã, à tarde e) à noite...

Começou assim, na minha caixa de correio, sexta-feira passada, de manhã:

Prof.,
quando puder vá ao meu blog (e da minha irmã), pois eu não sei se consegui criar aquilo bem, e colocar bem a apresentação... O endereço é o seguinte:
www.gostamosdevoar.blogspot.com
Depois diga-me alguma coisa!
Obrigado!
Bjs,
M


Está tudo lindo... só não consigo ler a mensagem que lá deixaram, deixaram alguma? Diz lá que sim, mas não se vê (mas vejo a linda borboleta... adorei o "posted by a butterfly...).Hoje, na aula de EA, se for possível, damos um pulinho ao CRE e vemos qual é o problema.Parabéns!
Beijinhos
T

Obrigado por já ter ido lá "espreitar". Também reparei que não se via a apresentação (o texto) mas se clicar em View my complete profile mesmo ao lado dá para ver o texto.
O que será que se passa? Pensei que isso só estava a acontecer no meu computador....
Já estou a preparar um texto sobre um dos meus gostos favoritos, é pena não me ter lembrado antes senão teria colocado no blog da Sala16... Bem depois vê!
Beijocas,
M

P.S:. A borboleta se calhar vou mudando de texto para texto, ou continuo com a mesma? Não sei, o que acha?



Tanto é engraçado de uma maneira como de outra... até podes ter uma borboleta por estação...4 borboletas com cores a condizer, ou uma de cada uma (mais pequena, como um símbolo/assinatura que identifica quem foi que escreveu...). Até porque é natural que depois vos apeteça ir colocando imagens para ilustrar o que dizem... a borboletinha deveria ficar sempre no fim. Na escola vemos o que se passa... na mesma não consegui ver... ohhhhhhhhhhhh
Beijinhos
T

À tarde
fomos à Sala de Informática. Identificámos o problema. Corrigimos a situação.
Na aula de EA apresentaram-se algumas fichas de leitura de livros (escolhidos pelos alunos). Serão colocadas no blogue da turma (e a M colocará também a sua no seu próprio blogue e da mana mais nova, acabadinho de criar hoje). O R vai digitalizar as ilustrações das adivinhas feitas em LP para irem sendo colocadas no da turma... já está tudo passadinho por eles: uma adivinha por aluno.

À noite

Prof.
os problemas estão todos resolvidos, mas agora tenho uma outra coisa: quando é para deixar comentários "ele" (blog) não deixa escolher identidade e tem de ser blogger mesmo, será que consegue mudar isso?
Beijocas,
M


Só tu podes fazê-lo com a password e o username... Não me parece bem estares a dar-me esses dados que são pessoais e secretos para eu te resolver o problema. Resolvemos em AP... é fácil, eu ajudo-te!BeijinhosT
P.S. Imprimi e levo os vossos primeiros textos na segunda-feira para fazerem umas correcções a uns erritos de português... já sabem como eu sou!

Obrigado, mas afinal já não vai ser necessário, é tão fácil que acabei de descobrir, acho eu....
Beijocas,
M


Assim é que é! Estás a tornar-te perita em resolver problemas... sim, que os problemas nem sempre são matemáticos, mas a matemática treina essa nossa capacidade de os enfrentar!Parabéns! Deixei lá um comentário a felicitar-vos.
BeijinhosT

Eu sei que deixou um comentário pois também fiz aquilo de receber por mail todos os comentários! Também consegui descobrir isso!
Beijocas
M






Mais um blogue, um voo colorido: Flying Butterfly

É exactamente isso.
Borboletas a voar e nós, os professores, a voar com elas.

Proibido ficar no chão só a contemplar... urgente partilhar as aventuras!

ADENDA (e, uns dias depois, continuou ...)

Eu queria que a professora me ensinasse a colocar links no meu blog, já tentei mas não consegui. Beijocas,M


Falas de links nos próprios posts ou ao lado, na barra lateral.Na barra lateral é um bocadinho difícil mas acessível. Só que não dá para explicar por mail. Em AP vemos isso. Depois de aprenderes é fácil e só tens de ter alguns cuidados.No próprio post é fácil: pões uma imagem ou a frase /texto que queres transformar em link. Depois assinalas (a imagem, ou passas o cursor por cima do texto para ficar com aquela mancha), em seguida clicas num símbolo tipo anel de corrente (está no topo, perto do local para mudar cores do texto). Ele abre-te um espaço para colocares lá o endereço net do tal link. É só copiares para lá o dito e OK... deve ficar tudo bem. Experimenta! Se não conseguires eu explico ao vivo.BeijinhosT

Sim, obrigado mas no texto eu já descobri como era no primeiro "post".
Beijinhos,M

Temos trabalho para esta semana, oh se temos! As aventuras tão desejadas com o template... Assim será. Porque o ano caminha para o fim e delegarei a gestão do blogue Sala 16 nas "mãos" da turma (6º ano), quando me despedir para receber os meninos do 5º ano no próximo ano lectivo. Até lá, a formação deles terá de estar concluída e a autonomia conquistada. Para o ano contarei com eles como monitores no apoio aos mais pequeninos... não quero perdê-los de "vista do coração"...

NOTA: A M tem 11 anos. A irmã, co-autora no blogue, está no 1º Ciclo (imaginem quando chegar à escola o que já saberá!)... Fui autorizada pela M a reproduzir o conteúdo das mensagens que trocámos.

domingo, março 05, 2006

Netescrit@ e Netescrita

Nos meus passeios dei há tempo com estes recantos especiais que agora reencontrei e voltei a visitar com olhar mais atento.
Eles desafiam as escolas e os alunos a participar... parece-me que temos ali muito espaço para a fantasia, a criação, a criatividade. Muita qualidade também. Muito desafio bom para pôr todos a escrever e a gostar de o fazer.
(Que falta faz educar o gosto pela nossa língua, pela escrita e pelos nossos autores!)

Vão até lá e deixem-se desafiar!

Netescrita o blog (Vencedor da categoria "Melhor Blogue, serviço ou programa ao serviço da educação" dos BLOPEs)

Netescrit@ o site (com a participação de autores portugueses)

Já coloquei entradas com estes "caminhos" nos blogues das minhas turmas, para que explorem e me digam se gostavam de participar... basta preencher um simples formulário.

Pelas nossas palavras, TUDO!

Vamos lá netescrever!