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Divulgado no Suplemento nº 38, 31 de Março de 2003 (do Correio da Educação 146)
No meu sonho de ser professora,
este "pesoadelo" não existia...
Figuras - clipart do Freehand
sanidade? a perder a Estarei
(recuperá-la? a Ou)
regressar... a está humor de sentido o menos Pelo
"Amanhã" faço como os gafanhotos do jardim: deixo para trás esta pele cansada e seca, e busco a esperança dos rebentos primaveris... (Não consigo fazer dieta dela durante muito tempo.)
Manhã soberba para os lados do Vimeiro...
O afilhado/sobrinho pela primeira vez em cima de um ponei... e em cima de um cavalo!
Eu pela primeira vez em cima de um cavalo (sonho de criança finalmente realizado).
(Até a minha mana, mãe do JG, se iniciou também nas lides de cavalgar...)
Manhã (bem) passada na escola dos "cavalos", neste sábado de sorrisos e afectos mais-que-perfeito! (Às vezes usamos o tempo de formas tão doces e ficamos tão felizes que apetece partilhar... lá entreabri eu a janela de novo...)
.
"Há pouco tempo ouvi a escritora argentina Graciela Cabal, falar em público, em Gijón, numa intervenção divertidíssima e memorável. Acabou por dizer (embora ela se expressasse melhor do que eu) que um leitor tem a vida muito mais longa do que as outras pessoas, porque não morre até acabar o livro que está a ler. O seu próprio pai, explicava Graciela, tinha demorado imenso a falecer, porque vinha o médico visitá-lo e, abanando tristemente a cabeça, garantia: "Não passa desta noite"; mas o pai respondia: "Não, nem pense, não se preocupe, não posso morrer porque tenho de acabar O Outono do Patriarca." E, assim que o médico se ia embora, o pai dizia: "Tragam-me um livro mais grosso."- Enquanto isso, amigos do meu pai, que eram saudáveis, fartavam-se de morrer; por exemplo, um pobre senhor que só foi ao médico fazer um check-up e já não saiu - acrescentava Graciela. - É que a morte também é leitora, por isso aconselho a que andem sempre com um livro na mão, porque, quando a morte chega e vê o livro, espreita para ver o que estamos a ler, tal como eu faço no autocarro, e distrai-se."
Rosa Montero
A Louca da Casa
Ed. ASA
Acrescento que ler, nos gestos de partilha, pode ser também viver e amar em simultâneo.
(Vale a pena experimentar... com os filhos, com os companheiros, com os alunos...)
Estas palavras também me fizeram pensar numa coisa: a AF tem toda a razão. Não há nada como começar a Primavera com um sorriso na cara.
Estamos precisados destas verdades simples. Obrigada AF por nos lembrares!
(Só eles me faziam regressar aqui hoje... e já estivemos juntos de manhã! ;)
Às voltas com a preparação de uma "surpresa" de final de ano, para os Pais da minha DT, tenho de ouvir várias vezes a canção do feiticeiro do Oz pela voz de Ella Fitzgerald... E é, para mim, a melhor versão que alguma vez encontrei. (Se a descobrirem... não percam - por razões legais não a posso divulgar aqui). Os alunos também a estão a ensaiar e é um prazer ouvi-los, depois de me terem dito que seria impossível aprendê-la... Pois... Eles já perceberam que eu não gosto nada da palavra impossível...
É com o som na alma e no ouvido que a partilho aqui hoje (só a letra).
Um prazer que recomendo com som.
Porque os sonhos fazem-nos falta. Muita falta. E, ultimamente, o real que nos inunda é profundamente descolorido e desanimador. É preciso lutar para sacudir de nós este peso que os dias insistem em ter. Confesso que me viro para as coisas bonitas da vida e para os meus alunos. Como tenho tido alguma sorte com eles nestes dois anos... aproveito-me dela para renovar a confiança num futuro mais claro... (Cada um ilumina o caminho como pode.)
"Somewhere Over the Rainbow"
music by Harold Arlen and lyrics by E.Y. Harburg
(Ella Fitzgerald Lyrics - a introdução não pertence à letra/canção original)
When all the world is a hopeless jumble
And the raindrops tumble all around
Heaven opens a magic lane
When all the clouds darken up the skyway
There's a rainbow highway to be found
Leading from your window pane
To a place behind the sun
Just a step beyond the rain
Somewhere, over the rainbow
Way up high
There's a land that I heared of
Once in a lullabye
Somewhere, over the rainbow
Skies are blue
And the dreams that you dare to dream
Really do come true
Some day I'll wish upon a star
and wake up where the clouds are far behind me
Where troubles melt like lemon drops
away above the chimney tops
That's where you'll find me
Somewhere, over the rainbow
Blue birds fly
Birds fly over the rainbow
Why, then oh, why can't I?
If happy little bluebirds fly
Beyond the rainbow
Why, oh, why can't I?
http://www.reelclassics.com/Musicals/Wizoz/wizoz.htm
1967
O Inventão
Manuel António Pina
Edições Afrontamento
(1987)
composição 3za - baseado em imagens do office clipart
Agora é assim:
Em OUTRÓÒLHAR, há tempos, esta adenda levou-me ao Brasil numa fracção de segundo.
Adenda: Vá ao outro lado do oceano para conhecer a
OFICINA DE PROJETOS.
Fui ao encontro das teias do Vicente e percebi que há mais quem tenha o sonho de fazer destes tempos, tempos de partilha, crescimento, apoio e construção de algo novo em educação. Tempo de pensar uma Escola sem muros.
O Vicente fez o percurso inverso e e navegou até este lado do oceano, deixando por aqui os seus sinais. O seu abraço.
Continua a fazê-lo e, para além da Oficina de Projectos, gostaria de divulgar aqui hoje outras teias suas que conduzem a outros caminhos educativos. Do outro lado encontro as mesmas preocupações, medidas que dificultam a tarefa educativa, queixas e reflexões gémeas das nossas, orientações e apoio ao trabalho do professor. É como olhar no outro lado do espelho...
Tique de professor / informes & reflexões
(antes TIC NA EDUCAÇÃO / CAPACITAÇÃO)
e
MATEMÁTICA NAS OITAVAS
O destino é assim.
Este mar agora já não nos separa. Aproxima-nos. Ele e a língua cheia de cumplicidades.
A teia vai crescendo. A seda chegando mais longe.
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
(Agora, estes belos versos poderiam referir-se apenas à distância entre o que sonhamos, cá e lá, para a educação e este presente conturbado que nos prende e puxa para trás.)
Sei também que é preciso, pá
Navegar, navegar
Naveguemos.
Porque navegar é preciso... (Embora viver também... não é preciso o extremo da anulação, embora o poema traduza um intenso sentimento de dedicação à causa, que é comum a muitos professores...)
Navegar é Preciso
Fernando Pessoa in Obra Poética
[Nota de SF
"Navigare necesse est; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu]
Que cor tem a cumplicidade? Todas as cores...
Ainda a propósito de algo que disse ontem
(...)Habituam-se a ver nas "notas" o reflexo do que estão dispostos a investir e a dar do seu trabalho e não o resultado de técnicas questionáveis de revisões-cópia da ficha de avaliação, feitas no dia anterior ao do teste.(...)
e do que a Tit disse aqui no seu Canto do Vento
John Holt reforça:
(...) Eu próprio já entrei neste jogo. Quando comecei a leccionar, achava, que a finalidade de um teste era testar, ou seja, descobrir o que os alunos sabiam de uma determinada matéria. Não demorei muito tempo a descobrir que se fizesse testes-surpresa aos meus alunos, cobrindo toda a matéria dada até à data, quase toda a gente reprovaria. Isto deixava-me mal visto e causava problemas à escola. Aprendi que a única maneira de obter uma percentagem respeitável de notas decentes, ou que dessem para passar, era anunciar os testes com bastante antecedência, dizer com algum pormenor qual a matéria que sairia e começar a fazer logo desde muito cedo bastantes exercícios do mesmo tipo que iriam sair no teste, a que dávamos o nome de revisões. Posteriormente, soube que os professores fazem isto em toda aparte. Sabemos que o que estamos a fazer não é realmente honesto, mas não ousamos ser os primeiros a parar e tentamos justificar-nos ou desculpar-nos quando dizemos que, afinal de contas, não é assim tão prejudicial quanto isso. Contudo, estamos errados: é bastante prejudicial." (...)
Pois é. E os efeitos estão aí à vista de quem quiser olhar. (Ler IC nas suas Memórias Soltas... ).
As drogas leves são assim... achamos sempre que nunca ficaremos viciados. Que podemos sempre voltar atrás quando quisermos.
Neste momento há gerações presas à droga dura do facilitismo, da falta de exigência. Com esse vício surge a apatia, a desresponsabilização, depois a indisciplina.
A culpa não é dos alunos. A pressão para as estatísticas do sucesso de quem tutela e a nossa cumplicidade (receosa?) deram uma boa ajuda. Partilhamos culpas, mas de nada serve agora apontar dedos. Não é essa a intenção do que digo. Agora seria tempo de pensar e encontrar a solução que nos colocasse no melhor caminho. Também eu quero que as crianças passem de ano, que o sucesso seja real e duradouro, que se movam todos os recursos da escola para as ajudar. Mas não a qualquer preço. Não sem condições para o fazer. Os alunos merecem muito mais do que só isto.
E, convenhamos, enquanto nos distraem das nossas verdadeiras obrigações e vão criando legislação que pressiona, mais uma vez, para um determinado tipo de sucesso de consumo imediato, temo que a resposta seja a mesma de sempre: desenvolver estratégias como as anteriormente descritas para que, com uma capa de seriedade e tradição, se possa continuar a fazer exactamente o mesmo que se tem feito. Não. Reformulo. Para que se faça cada vez pior. (Porque as crianças que nos chegam agora já trazem vícios de difícil desintoxicação... e o tempo que o professor tem para elas, suas crianças, é cada vez menor.)
Foi preciso uma manhã silenciosa de nevoeiro para ver.
(Por vezes o Sol ofusca mais do que ilumina.)
A romãzeira do jardim encerrava em segredo a metáfora para este caminho. Este sonho meu.
E ao ver o tamanho de quem tem tecido estas estradas, renasceu a esperança de que, mesmo pequenos, é possível ir chegando lá... devagarinho, sem se acreditar na espera.
(A (im)paciência pode ser uma virtude que constrói o futuro? )
Gi, ex-prof. da Mónica said...
Olá às duas!Parabéns pelo vosso blog. Está muito rosa...Gostei do nome do vosso blog. Está original.Mais uma vez parabéns e continuação de bom trabalho.Gi
7:55 PM
Olá,Muito giro o vosso blogue! Vou passar por aqui mais vezes...João T.
10:26 PM
Olá meninas,Chamo-me Isabel O., sou professora de História em Setúbal (já fui colega da vossa professora Teresa Marques). Parabéns pela iniciativa. Estou um bocadinho invejosa, acho que gostava de ter a vossa turma ou também incentivar os meus alunos a fazer blogues. Mas eu própria não faço a mínima ideia como se procede... Beijinhos
Se tivessem visto o brilho no olhar da Mónica ao contar-me "estas" novidades todas... Professora foram lá amigos seus dar parabéns!
Os Professores são realmente seres muito especiais, que ainda encontram tempo do seu para mimar alunos "de outros". Acho que sabem que os "nossos" alunos são afinal todos sem fronteiras de aula ou escola, (é o acaso da vida que os coloca à nossa frente e nada mais), o que transforma esta missão quase impossível, numa missão possível e indispensável ao mundo. (Mundo que procuramos colocar nas mãos deles, de tantas formas diferentes, bocadinho a bocadinho.)
Pena que haja quem não perceba nem reconheça o empenho, o alcance desta dedicação...
Seguem-se uns recados doces (quase) em privado:
Gi, o bloguebichinho já entrou em ti... confessa lá que andas divertida em descobertas (quem nos visse ontem em frente ao teu PC... imaginaria que éramos duas miúdas... cinco minutos de puro deleite, satisfação e carrinhos espalhados por todo o lado num blogue muito especial acabadinho de criar... ai o html e os seus mistérios a ser desvendados... )
João, a tua dedicaçao à causa, a tua aTICtenção ao que vai acontecendo é sem limites... Abraço à ESE de Setúbal... foi lá que tudo começou para mim com a tartaruga do LOGO... há quase mil anos atrás... (mais de 20, pelo menos...)
Isabelinha, foi bom encontrar-te por ali... trouxe-te para aqui... e agora, quem sabe, estás quase pronta para uma nova aventura... Vai até www.blogger.com , e procura seguir as instruções para a ilha do tesouro... há lá uma seta a apontar o caminho... eu cá acho que vais conseguir...
(E faltou falar da Emília, do projecto Netescrita (http://netescrita.blogspot.com/), que visita e mima regularmente os meninos que fazem o blogue da Sala 16)
A todos estes (e a todos os que andam por aqui) um enorme Obrigada por guardarem para nós um tempinho de teia...
ADENDA
IC na sala 16 hoje (é uma repetente nos mimos aos meninos):Já dei, noutro blogue, os parabéns à vossa professora, estes parabéns agora são para a turma da "sala 16". Beijinhos.Isabel (professora de Matemática)
IC, estas tuas pausas... tu também não páras quando páras! Esse teu carinho está sempre à mão de semear... Obrigada pelas tuas palavras e pelo teu estímulo aqui e lá!
E, já no caminho de volta, um dos áceres (ácer palmatum orange dream) estava a acordar e eu não havia dado por isso.
Ando distraída?
Não. Ando de volta de outras flores também a DESPERTAR...
Pois...
Nos blogues dos meus alunos podem perceber a razão destas criativas construções, a propósito dos seus trabalhos de Área de Projecto em torno da saúde... mas não é por isso que estas imagens estão aqui hoje.
Outros pesos, outras facadas, outros golpes na educação podem pôr em causa e em risco a saúde do sistema educativo e, consequentemente, a do País (que a educação está para o País assim como o coração está para o corpo humano.)
O cuidado diário, a prevenção, a atenção regular são o melhor remédio... Não há comprimido nem lei de aplicação rápida que operem milagres de cura, sucessos consistentes, reais e duradouros. (Sobretudo se os efeitos secundários causarem mais mal do que a doença.)
Verdade?
Escolham vocês as palavras para os "pesos" e para as "facadas"... Há espaço que chegue?
Mais um blogue, um voo colorido: Flying Butterfly
É exactamente isso.
Borboletas a voar e nós, os professores, a voar com elas.
Proibido ficar no chão só a contemplar... urgente partilhar as aventuras!
ADENDA (e, uns dias depois, continuou ...)
Eu queria que a professora me ensinasse a colocar links no meu blog, já tentei mas não consegui. Beijocas,M
Falas de links nos próprios posts ou ao lado, na barra lateral.Na barra lateral é um bocadinho difícil mas acessível. Só que não dá para explicar por mail. Em AP vemos isso. Depois de aprenderes é fácil e só tens de ter alguns cuidados.No próprio post é fácil: pões uma imagem ou a frase /texto que queres transformar em link. Depois assinalas (a imagem, ou passas o cursor por cima do texto para ficar com aquela mancha), em seguida clicas num símbolo tipo anel de corrente (está no topo, perto do local para mudar cores do texto). Ele abre-te um espaço para colocares lá o endereço net do tal link. É só copiares para lá o dito e OK... deve ficar tudo bem. Experimenta! Se não conseguires eu explico ao vivo.BeijinhosT
Sim, obrigado mas no texto eu já descobri como era no primeiro "post".
Beijinhos,M
Temos trabalho para esta semana, oh se temos! As aventuras tão desejadas com o template... Assim será. Porque o ano caminha para o fim e delegarei a gestão do blogue Sala 16 nas "mãos" da turma (6º ano), quando me despedir para receber os meninos do 5º ano no próximo ano lectivo. Até lá, a formação deles terá de estar concluída e a autonomia conquistada. Para o ano contarei com eles como monitores no apoio aos mais pequeninos... não quero perdê-los de "vista do coração"...
NOTA: A M tem 11 anos. A irmã, co-autora no blogue, está no 1º Ciclo (imaginem quando chegar à escola o que já saberá!)... Fui autorizada pela M a reproduzir o conteúdo das mensagens que trocámos.