sábado, março 04, 2006

Le temp passe...

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(...) a preparação séria do futuro do País, pela via da formação escolar da juventude, está muito mais nas mãos de professores competentes e motivados do que em contínuas reformas do sistema de ensino.(...)

Eduardo Martinho
Ensino e realidade quotidiana

Expresso / Opinião, nº 1253, 1.Novembro.1996


Escrever para dizer o excesso de uma profissão.
E o risco.
E a dádiva (tantas vezes ignorada).
Escrever o entusiasmo que os cegos poderes ignoram e
às vezes
desprezam.

José Matias Alves
O primeiro de todos os ofícios,
Cadernos do CRIAP ASA, nº17, 2000



Serão merecedoras de aplauso as medidas governativas que resultaram numa campanha populista de imolação da credibilidade dos profissionais da educação [cuja resistência será sempre entendida como uma resistência corporativa mesmo que essa resistência seja motivada por outra razões, nomeadamente, o seu entendimento do que é o interesse e o bem das crianças e jovens], sob a bandeira da eficiência, coragem e acerto das medidas?

Palavras de Miguel Pinto, nesta sua entrada, a propósito de "outras palavras", 2006

"Há duas maneiras
de governar:
pela força
ou pela farsa."
(Glauco Mattoso)
Colocado pela IC, nesta sua entrada
, 2006

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O tempo lá vai pass(e)ando... os anos escoando...

O que vai mudando?

(Os cegos poderes continuam a tentar amarfanhar a alma e a motivação de quem (ainda) ama?)

A esperança, às vezes, parece uma palavra com cor verde desbotada...

... ainda assim... verde.

(Que estranha magia a faz resistir? Terá nome de aluno?)


4 comentários:

matilde disse...

Como comentário, deixo um excerto do texto "A Fita Vermelha" de Matilde Rosa Araújo, disponível aqui...

"A escola era muito triste. Feia. Mas eu entrava nela, ou digo antas, em cada aula, e todo o sol estava lá dentro. Porque via aqueles rostos, trinta meninas, olhando para mim, esperando que as ensinasse."

Bjnho 3za.

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada Tit pelas palavras, pela referência às palavras da outra Matilde... tenho obras dela comigo... É bom saber que a esperança vai resistindo em nome do sol que ainda é possível ir encontrando no caminho...
Beijinho

Anónimo disse...

Nós aqui (em vários blogues)partilhamos o mesmo "sentir" (ou temos sentimentos, atitudes e preocupações semelhantes). Mas os professores em geral? Como estão a viver este ano (além de estarem contra aulas de substituição e de estas serem penosas para muitos)? Eu, verdadeiramente não sei, nem da minha própria escola, excepto de um ou dois.

Teresa Martinho Marques disse...

Estão "em baixo de forma", mas tenho a sensação de que já nem se fala muito. Uma espécie de sensação de impotência... de que de nada serve falar (pensar?) no assunto. E quando se fala é um pouco só queixume sem destino (ou com destino errado... temos tendência a ralhar uns com os outros... em vez de dirigir a energia da reivindicação para a origem). Uma espécie de expectativa muda sobre o que virá a seguir. Mas sei que muitos partilham estas preocupações sem as tornar acção... porque sempre foi assim e isso tem sido a nossa morte. É quase como se acreditássemos no que dizem de nós e nem encontrássemos forças para mostrar que somos diferentes...Isso é talvez o que mais me assusta... Nesse sentido, realmente, são poucos os que se levantam e vão encontrando formas de fazer chegar a sua voz mais longe... se antes não encontravam esse tempo, essa vontade...agora mais difícil será... Até isso nos levaram.