sábado, setembro 30, 2006

Fazer blogues e usá-los em contexto educativo

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Nesta nova função de coordenadora da Biblioteca Escolar-Centro de Recursos Educativos de Azeitão reúno periodicamente com o Grupo de Trabalho das Bibliotecas Escolares do Concelho de Setúbal (GTBECS - http://users.prof2000.pt/users/be_set/default.asp - constituído pelos representantes das bibliotecas dos estabelecimentos de ensino do Concelho e por um Grupo Coordenador - O responsável pela Biblioteca Pública Municipal de Setúbal e o responsável pelo respectivo Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares e sua equipa - SABE).
Para rentabilizar os encontros, procura-se ocupar uma parte deles com momentos de formação informal, quer orientada pelo SABE, quer por um dos coordenadores de BE-CRE, quer por um convidado exterior a designar, de acordo com as necessidades sentidas.

Dia 17 de Outubro cabe-me a mim, nessa reunião, (com o apoio da coordenadora da minha anterior escola - Luísa Todi - Setúbal, colega e Amiga - Fátima Pais) dinamizar a formação informal sobre utilização educativa de blogues e seu "fabrico"...

Uma grande parte do dia de hoje foi passada em pesquisas, selecção e organização de um pequeno documento apontador de ligações com interesse, que possam constituir-se como um recurso para esse momento de formação.
Agora vou colocá-lo a circular na lista de distribuição do GTBECS, para que todos possam preparar-se previamente e trazer cada um o manual impresso que descobri na internet (realmente descobri dois, não um)...

Como aqui não é possível anexar documentos... resolvi colocá-lo no banco de recursos da páginazita da BE-CRE em que venho laborando, para disponibilizar uma ligação aos interessados que aqui cheguem com sede deste assunto.

http://creazeitao.googlepages.com/dicasblogues.doc
Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão – Escola Básica 2,3 de Azeitão
Biblioteca Escolar – Centro de Recursos Educativos
BLOGUES – Dicas
Como fazer... Utilização educativa... Reflexão... Exemplos...



Este é para mim o verdadeiro sentido da teia... falo da teia de conhecimento gerada pela pesquisa, organização e difusão de recursos... na missão de dar resposta a uma qualquer necessidade.

Literacia da Informação é também sermos capazes de usufruir do melhor que se encontra à nossa disposição, sem nos perdermos em labirintos que pouco acrescentam a quem somos e aos problemas que pretendemos resolver... É preciso ir treinando um pouco todos os dias.
É é preciso ter cuidado para que não aconteça o que Herbert Simon diz, por conta da convivência com esta sobrecarga tremenda de informação à disposição do mundo:

“A wealth of information creates a poverty of attention”
ADENDA: Atenção ao manual maior. A IC reparou bem que se esquecem de indicar a forma mais simples de inserir imagens e incorrem em erro ao dizer que o blogger não permite o armazenamento de imagens. A verdade é que permite. Eu costumo usar o sistema de ter rascunhos com fotos gravadas no blogger, que depois, editando o html, me permitem obter um endereço que uso para inserir a foto, por exemplo, no template, quando preciso. Isto sem falar na simples inserção das imagens nas mensagens a partir do icon específico para tal que toda agente conhece. É directo.... Nem reparei nessa falha do manual, preocupada com os outros textos.

Só mais uma pequena nota, já que referi a literacia da informação:

http://www.rbe.min-edu.pt/literacia/dibe-doc1.htm
(...) ser capaz de ler não define a literacia no complexo mundo de hoje. O conceito de literacia inclui a literacia informática, a literacia do consumidor, a literacia da informação e a literacia visual. Por outras palavras, os adultos letrados devem ser capazes de obter e perceber a informação em diferentes suportes. Além do mais, compreender é a chave. Literacia significa ser capaz de perceber bem ideias novas para as usar quando necessárias. Literacia significa saber como aprender".
STRIPLING, Barbara K. , ERIC,1992, in CTAP Information Literacy Guidelines K-12,
http://ctap.fcoe.k12.ca.us/ctap/Info.Lit/Guidelines.html

A literacia da informação é um processo de aprendizagem pelo qual se identifica uma necessidade ou se define um problema; procura recursos eficazes; reúne e consome informação; analisa e interpreta a informação: sintetiza e comunica com eficácia a informação e avalia o processo.
Adultos informados são leitores ávidos e consumidores de informação artística e cultural. São pensadores críticos e criativos, aprendentes interessados e investigadores organizados. Usam a informação de forma responsável e são comunicadores eficazes. Colaboram com outros, não só pessoalmente como através das TIC, desenvolvendo e avaliando projectos e produtos, o que os torna utilizadores sistemáticos das novas tecnologias.
As competências da informação constituem ferramentas de aprendizagem ao longo da vida, induzindo o desenvolvimento cognitivo do aluno. A literacia da informação deve ser integrada transversalmente no currículo. As aprendizagens tornam-se mais significativas quando operacionalizadas de forma interdisciplinar e/ou ligadas a necessidades ou problemas da vida real.
CTAP Information Literacy Guidelines K-12,
http://ctap.fcoe.k12.ca.us/ctap/Info.Lit/Guidelines.html

Traduzido e adaptado pelo Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Leitura musicada...

Alguém aí pelo norte que vá lá por mim!



O Sam e o Som - Sam and Sound em Matosinhos no Dia Mundial da Música

Domingo, dia 1 de Outubro

Assinalando esta data, realiza-se na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos, uma leitura musicada do livro O Sam e o Som - Sam and Sound, com texto de Ana Saldanha e Basil Deane e ilustrações de Gémeo Luís.
O violoncelista Basil Deane, co-autor e «personagem» do livro, compôs uma música expressamente para a ocasião. A leitura musicada será feita por dezassete crianças/músicos da Escola de Música Óscar da Silva, acompanhadas pela actriz Sílvia Correia. A direcção musical e artística é de Fátima Correia, Jorge Carvalho e Manuela Campos, professores da Escola de Música.

Ana Saldanha e Gémeo Luís estarão presentes e poderão autografar as suas obras, que estarão à venda na Biblioteca.
Paralelamente, uma exposição com as dezoito ilustrações de Gémeo Luís para O Sam e o Som - Sam and Sound estará patente no átrio da Biblioteca, de 1 a 17 de Outubro.

Biblioteca Municipal Florbela Espanca Rua Alfredo Cunha, s/n
4450-510 Matosinhos Editorial Caminho


O SAM E O SOM - SAM AND SOUND EM MATOSINHOS (PROGRAMA)
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1 de Outubro - 11 Horas
Auditório da Biblioteca
Conto com música: O Sam e o Som de Ana Saldanha, Basil Deane e Gémeo Luís
(Música: Basil Deane. Direcção musical: Fátima Carreira. Adereços: Jorge Carvalho e Manuela Campos. Músicos: Alunos da Escola de Música Óscar da Silva. Narradora: Sílvia Correia)
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1 de Outubro a 17 de Outubro, das 10 às 19 Horas
Átrio da Biblioteca Exposição das ilustrações de Gémeo Luís para O Sam e o Som - Sam and Sound

ECD - Não esquecer...

Porque é preciso estar acordado.

Porque a palavra tem de passar e o silêncio não é permitido.
Porque é preciso conhecer as ideias que temos, o que pensamos.

Unidade não é pensarmos todos da mesma maneira. É unir pensamentos em torno de algo.


Suplemento do Correio da Educação
25 de Setembro 2006
Ed. ASA

http://creazeitao.googlepages.com/ECD.doc

quarta-feira, setembro 27, 2006

Conhecem o Tiago?

Conhecem o Tiago Torres da Silva?

Provavelmente sim… mas não deram por isso.
Tal como eu, que tinha em casa músicas cujas palavras/poesia eram dele e, ofuscada pelo som que as vestia, me esqueci de ver/lembrar quem era o autor da escrita…

Aqui podem ouvir a Maria João num tema do álbum Pele (a maioria das composições é assinada por TTS e José Peixoto): http://www.josepeixoto.com/01%20Sono_Adormecido.mp3

Mas a vida às vezes corrige estes desencontros. Conheci-o no Verão. Ditou uma sequência de acasos que fosse primo do meu Cara-Metade e depois dos rumos da vida os terem afastado, este Agosto aproximasse o Tiago deste lado da família. Parece que estivemos na mesma casa há muitos anos, era ele menos crescido. Não nos lembramos. Foi também por acaso, numa conversa à beira-mar, que me falaram das suas aventuras pela escrita, teatro, música, Brasil e me surpreendi por não saber. Agora sei. E partilho o que sei.

No dia 22 de Setembro o Expresso fez-lhe a homenagem devida. Ainda bem. Há uma tendência neste país para esquecer o valor e substituí-lo por coisas muito levezinhas, tipo balão com hélio, sucesso imediato, pastilha elástica, mastiga e deita fora…
Quem aos 17 anos decide viver da escrita e não desiste desse destino, que procura por todos os meios encontrar o Ney Matogrosso para lhe dizer que escreveu uma canção para ele, tem na alma a lusa força do melhor que habita esta coisa de ser português. Assim foi escrevendo a história de encontros com gente que vive na nossa memória desde sempre. Claro que ele também escreve palavras para fado. Claro. Tinha de ser. E escreve livros. E tem o teatro no sangue. Claro que escreve a toda a hora, por dentro e por fora, com papel e sem ele e, para nossa alegria, o vai fazer para sempre. Mesmo depois de desaparecer, porque poderemos sempre ouvir a surpresa das palavras que nunca se repetem mesmo repetidas e recordá-las de cada vez que alguém cantar.


Eu sei que não é fácil… Não é vida fácil. Acreditem. A ilusão pode ser dada pelas imagens que se seguem, como se tudo fosse paraíso e não fosse maior a quantidade de pedras do que de flores no exercício de sobreviver com uma caneta na mão e um sonho na outra.
Mas é a vida que ele escolheu. O sorriso denuncia a certeza de que a escolha, apesar dos pesares (que vai equilibrando com sabedoria e optimismo), valeu a pena.

Se quiserem conhecê-lo melhor:

http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=369518
(Aqui podem ouvir-se pequenos excertos de temas que escreveu para Ney, Daniela Mercury e Mônica Salmaso)

http://expresso.clix.pt/Multimedia/Interior.aspx?content_id=369522
http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=355215

http://www.spautores.pt/page.aspx?idCat=139&idMasterCat=67&contentID=222&idLayout=9&idLang=1

http://www.cancoesdotiago.blogspot.com/



Roubei umas fotos ao Expresso, que por sua vez haviam sido cedidas pelo Tiago a este Semanário...

Com Amália Rodrigues em Lisboa, 1993

Com Ney no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, em Julho deste ano

Com Bibi Ferreira e Maria Bethânia no Rio, em 2005

terça-feira, setembro 26, 2006

BEs na Gulbenkian...

Foi ontem. O d i a t o d o. Não vou aprofundar. Deixo apenas fiozinhos de seda para o que me pareceu mais interessante e útil.

Os preferidos do dia? Foram dois...

Alberto Manguel

Cómo Pinocho aprendió a leer
(a partir de uma outra intervenção, noutro local, um cheirinho do que ouvimos)

por: Roberto Carlos Contreras
http://www.buscajalisco.com/bj/articulos/articulos.php?art=2168
A pesar de que los implementos tecnológicos que impone la vida actual obligan a las personas a trabajar y pensar rápido, sin detenerse a reflexionar y aplicar un mínimo de esfuerzo en sus actividades, ni los libros ni los lectores desaparecerán, aunque sí puede costar más trabajo lograr el interés por la lectura, porque: "La lectura puede aprenderse, mas no enseñarse", señaló Alberto Manguel durante su conferencia "Cómo Pinocho aprendió a leer". Manguel estuvo acompañado por Gonzalo Celorio, quien habló sobre el lector ideal, aquél que no sigue el hilo de la historia sino que va con ella; el que sólo sabe lo que el escritor intuye, que lee para encontrar preguntas y desea llegar al final del libro, pero al mismo tiempo no quiere que acabe. Con una comparación constante entre la historia de Pinocho, escrita por Carlo Collodi, y la realidad, Manguel explicó que educar es un proceso lento y difícil, como ocurrió a Pinocho cuando se dio cuenta que para complacer a su abuelo debía ir a la escuela: "Hoy en día parece casi imposible convencer a la mayoría de nosotros de los méritos de la lentitud y del esfuerzo deliberado y, sin embargo, sólo podrá aprender a leer quien no tiene prisa".

http://www.editpresenca.pt/autores_resultado_detalhe.asp?autor=1611
http://www.fantasticfiction.co.uk/m/alberto-manguel/
http://www.ratsdebiblio.net/manguelalberto.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Alberto_Manguel



Dorothy Williams

The impact of the school librarian on learning

http://www.rgu.ac.uk/abs/staff/page.cfm?pge=5616

http://www.rgu.ac.uk/files/Impact%20of%20school%20library%20services.pdf
IMPACT OF SCHOOL LIBRARY SERVICES
ON ACHIEVEMENT AND LEARNING
IN PRIMARY SCHOOLS

http://www.rgu.ac.uk/files/Impact%20of%20secondary%20school%20libraries.pdf
IMPACT OF SCHOOL LIBRARY SERVICES
ON ACHIEVEMENT AND LEARNING

http://www.rgu.ac.uk/files/Impact%20of%20school%20library%20resource%20centre.pdf
THE IMPACT OF THE
SCHOOL LIBRARY RESOURCE CENTRE
ON LEARNING

http://www.rgu.ac.uk/files/ACF8497.pdf
The Use of Research by Teachers:
information literacy, access and attitudes


Não digo mais... já têm muito para pesquisar!



segunda-feira, setembro 25, 2006

Se inveja matasse...

Desculpa Panterinha...
... mas confesso uma certa invejazita em alguns dias mais longos...

E depois passa...

domingo, setembro 24, 2006

Por onde andarilhei dia 23...

Gentes, palavras e momentos...
Foi AQUI

Cristina Taquelim
que só conhecia pelo nome (mais recentemente através de troca de e-mails e combinações de encontro para tecer palavras com meninos, em torno da poesia e de livros, lá para os lados de Beja) tem nas mãos as asas de quem sonha por dentro e por fora com coisas belas e nos olhos o desejo de as fazer voar até nós. Assim a vi e ouvi. Me encantei. Fada e feiticeira. A alma do Andarilhas...
Para saberem mais...
http://www.inatel.pt/tempolivre/167/paixoes.html
http://www.eseb.ipbeja.pt/encontrobrancosul/CVRESCTaquelim2002.htm


Álvaro Magalhães
“(…) Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor.Não quero trabalhar de manhã à noite, seja no que for.Quero brincar de manhã à noite, seja com o que for.Quando for grande, quero ser um brincador.Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer. Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador… A minha mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida.E depois acrescenta, a suspirar: “é assim a vida”.Custa tanto a acreditar. Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.A vida é assim? Não para mim. Quando for grande, quero ser um brincador.Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta.Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar mesmo depois de morta.Na minha sepultura, vão escrever: Aqui jaz um brincador. Era um homem simples e dedicado, muito dado, que se levantava cedo todas as manhãs para ir brincar com as palavras”.

Ele e o M.A. Pina: os meus brincadores favoritos.

http://www.instituto-camoes.pt/cvc/livros/1075.html
http://www.asa.pt/autores/autor.php?id_autor=495
http://www.asa.pt/produtos/produto.php?id_produto=702300


Bartolomeu Campos Queirós
“As palavras sabem muito mais longe...”
http://www.caleidoscopio.art.br/bartolomeuqueiros/
Ri, sorri, comovi-me,
As palavras dele escritas, faladas, respiradas sabem ao que a palavra sabor deve saber.

Teresa Meireles
Deixei-me enredar na teia dela... outra fada feiticeira.
Conheci-a finalmente (há tanto tempo que me falavam desta Teresa. Nunca nos cruzámos. E vivemos a poucos metros uma da outra! Foi preciso Beja.
http://www.apenas-livros.com/autor.php?id=20&sid=7e0afd5602fb048b3244557748ea23f6




Gabriel Janer Manila
" Literatura Oral e Ecologia do Imaginário"-

http://www.escriptors.cat/autors/janermanilag/

http://www.mallorcaweb.net/janermanila/base.htm

Aprender, desenvolver, evoluir com as palavras, com a fantasia que se esconde nelas... Um privilégio que não se pode perder...




Ju Godinho e Eduardo Filipe
http://www.ilustrarte.web.pt/
http://www.cm-barreiro.pt/noticias/detalhe_noticia.asp?Id=1988
http://faroldesonhos.pt/organizacao.htm






Deles se pode dizer o que nos querem dizer a nós: Quem ilustra um conto...aumenta um sonho...

Não há razão nenhuma em particular. Há talvez a melhor razão do mundo: um enamoramento que se transformou em amor pelo universo da ilustração.

Bernard Jeunet já esteve em Portugal
http://papeisportodolado.blogspot.com/2006/07/bernard-jeunet.html
http://www.cm-barreiro.pt/noticias/detalhe_noticia.asp?Id=1866
http://www.rostos.pt/paginas/inicio2.asp?cronica=130352&mostra=2







Kveta Pacovska (a melhor na opinião de muitos)
http://www.ricochet-jeunes.org/auteur.asp?id=872
http://www.ac-creteil.fr/crdp/telemaque/formation/kpacovska.htm








Apenas alguns exemplos do muito (belo) que vimos ouvimos no Palavras Andarilhas 2006...

(Imaginem o que terá sido 21, 22 e as noites de faz-de-conta...)







sexta-feira, setembro 22, 2006

Sem horas...

Vou roer qualquer coisa e cair

num buraquinho qualquer

onde se possa dormir

descansar, enfim, isso tudo

que faz um qualquer sortudo

que trabalha à hora certa

e não ao incerto sabor

do vento que empurra as costas

sem horas do professor...


Escutar, aprender, crescer...
(Não... não levo PC... Ele está farto de mim e pediu-me que desaparecesse por umas horas
porque precisa de descansar...)
Se não vos chegar este pedacinho de queijo e estiverem com muita vontade de ler... podem sempre passear-se pela entrada de ontem no blogue da equipa do CRE...

quinta-feira, setembro 21, 2006

Oh professora, e se a gente não conseguir ...?

Depois da aula de apresentação, costumo iniciar o ano nas Ciências da Natureza, com um inquérito aos alunos, ao qual devem responder por escrito numa folha à parte, que lhes forneço, ficando claro no enunciado que o objectivo é conhecê-los melhor para melhor poder ajustar o trabalho às suas necessidades e características. (Podem consultar em baixo as questões que o integram.)
Uma espécie de diagnóstico que me situa, a forma como organizam a folha, o grau de desenvolvimento das respostas, os seus interesses e gostos...
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Há uma pergunta que invariavelmente é feita nesse dia e me perturba:
Oh professora, isto conta para a avaliação? (Traduzido: isto conta para a a nota? )
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Afinal eles só estão no 5º ano e é apenas a segunda aula... já tão entranhada esta ideia de que a avaliação/ a nota é o fim único/último de todas as coisas da escola.
Segue-se o discurso habitual, mais tarde aprofundado, sobre as regras do jogo da avaliação, os critérios, os instrumentos, o objecto da dita... que contempla tantas vertentes... e a repetição de que não, não, não... quero apenas conhecê-los melhor.
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Acho que no início nenhum aluno acredita no professor. Partirá sempre do princípio que se lhe pedem algo, deve ser para avaliar, dar uma nota qualquer de uma maneira ou de outra mais ou menos camuflada, mas nota, assim mesmo.

Este ano não foi excepção. E depois das imensas e naturais dúvidas e de ter repetido várias vezes qual era o objectivo do inquérito, surgiu uma pergunta que nunca me foi feita antes e que conseguiu perturbar-me muito mais do que a que já referi. Uma das meninas mais pequeninas, 9 anos, coloca o dedo no ar e interroga:
Oh professora, e se a gente não conseguir dar as respostas que a professora quer?
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Só consegui responder: mas eu não quero nenhuma resposta! Eu não faço essas perguntas sabendo a resposta ou esperando uma resposta. Cada um dará a sua resposta, porque as perguntas dizem respeito a cada um, ao que sente, espera, sabe, conhece, já fez, gosta, não gosta... coisas pessoais. Como seria possível eu querer uma certa resposta com perguntas destas?
Os 28 olham para mim e sinto que, finalmente, ao fim de uma hora consegui conquistar o benefício da dúvida.

Serenam enfim e dedicam-se ao trabalho.

Serenam.

Mas eu continuo perturbada.
Não sei onde nasceu esta pergunta que todos guardam em si mas que só teve som na voz de uma menina. Mas agradeço a quem lhe deu voz. Porque me fez pensar profundamente sobre o significado da escola e da educação. Sobre esta ideia que se entranha de que quando há uma pergunta no ar, só existe uma resposta: aquela que o professor quer.

Perverso. Mas muito real.
Não deixarei fugir de mim esta perturbação.

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Estas eram as perguntas...


1. O que esperas da disciplina de Ciências da Natureza? E o que esperas do teu professor nesta disciplina?
2. És curioso? Gostas de fazer perguntas sobre o mundo que te rodeia? Gostas de investigar em busca de respostas para as tuas perguntas? Onde procuras a informação de que precisas?
3. Faz algumas perguntas relacionadas com temas de Ciências (ou outros) para as quais gostasses de encontrar respostas.
4. Explica o que é para ti um cientista.
5. Gostas de animais? Justifica a tua resposta.
6. Gostas de plantas? Justifica a tua resposta.
7. Tens animais e/ou plantas em casa? (Se respondeste sim, diz que tipo de plantas e/ou animais tens)
8. Que animal gostarias de ter em casa? Explica porquê.
9. Qual é o teu animal preferido? Porquê?
10. Já foste ao Jardim Zoológico ou a outro parque zoológico? Se sim, diz a que lugares foste, quantas vezes e se foi há muito tempo.
11. Já foste a algum jardim botânico ou à Estufa Fria?
12. Achas que os seres vivos, como as plantas e os animais, sempre tiveram o mesmo aspecto que têm hoje e são os mesmos que havia quando apareceu a vida na Terra? Fala um pouco do que sabes sobre este assunto.

13. Fala um bocadinho sobre ti... como és, do que gostas, do que não gostas... enfim, o que te parecer que é útil para te ficar a conhecer um bocadinho melhor!

quarta-feira, setembro 20, 2006

Apontamentos de "beta-tester"

Pois eu cá tenho um BT de luxo, especialista nestas questões, colega de muitos anos na anterior escola. E pedi-lhe autorização para divulgar a troca de mensagens por conta do meu pedido de identificação de erros na página do CRE e sugestões de melhoria.
Porque nesta partilha alargada a luz espalha-se e poupa-se electricidade... fusíveis, neurónios e outras coisas mais. Insisto na ideia da teia.
Do trabalho em equipa alargada.
Sem isso não há futuro na Educação. Nas pontes se esconde o segredo.


O JL (Herr Macintosh) deixou-me, então, estas pistas:

Como pediu ajuda aos "bêta-tésteres" da net aqui vai:
1- Os links com duas linhas surgem como dois links em vez de só um (Literacia da Informação e Difusão Bibliográfica)
2- Penso que os dois links anteriores deviam ser Literacia da informação e Difusão bibliográfica
3- O link Última hora (repara que hora não está em maiúscula) não está alinhado com o resto e está em itálico, quebrando assim duas regras importantes: a consistência interna (os outros links não são em itálico) e o princípio do alinhamento ("Os elementos no design devem estar alinhados com um ou mais elementos. Isto cria uma sensação de unidade e coesão que contribui para a estética global e a percepção de estabilidade.", William Lidwell, Kristina Holden e Jill Butler, Universal Principles of Design)
4- Os primeiros links (Sobre nós, Notícias...) estão num tamanho mais pequeno do que os de baixo (Literacia da Informação, Difusão Bibliográfica...) mas o último (Aconselhamos) está outra vez do tamanho dos de cima
5- Na página da difusão bibliográfica o link para a página (agora muito bem desactivado) está demasiado grande e a cor é demasiado forte. Se não o quiseres pôr a cinzento escuro dá-lhe o tamanho normal dos links e atribui-lhe a cor que tens no título do lado direito
6- Não sei se consegues, mas os títulos das páginas deviam ajudar a situar o visitante. Género:Página inicial: CRE de Azeitão
Página da difusão: CRE de Azeitão - Difusão bibliográfica (atenção que se no link aparece bibliográfica com maiúscula aqui também deve aparecer com maiúscula)
Página da literacia: CRE de Azeitão - Literacia da informação7- Na página sobre divulgação bibliográfica há um espaço antes de Literacia da Informação
8- Há uma discrepância entre a forma como fazes as ligações nas áreas Literacia da Informação e Difusão Bibliográfica. Na primeira o endereço aparece todo no link (http://www.rbe.min-edu.pt/literacia/index.htm) e na outra aparece a palavra Número 1 para se clicar.
Transforma o título Formação e apoio aos professores (Rede de Bibliotecas Escolares) num link (se tiveres alguma informação sobre o lá está faz um pequeno resumo)
9- Se calhar, a palavra Mapa de viagem devia aparecer antes de todos os links e não depois de Era uma vez (partindo do princípio que estamos a navegar num universo de informação e precisamos de um mapa...)

E eu ainda pedi um esclarecimento sobre o ponto 6, nestes termos:

Acho que não percebi... mas como estou com sono...É naquela frase laranja no campo à direita no topo, que diz só era uma vez e assim???? (Estão a ver o sono com que estava...)

Resposta:

"Son los titalos qui aparecen na ventana" lá em cima (no teu caso: Internet Explorer seguido do nome da página). Por exemplo, se procurares "Rio Sado" no Google, no título da página aparece "Rio Sado" - Google Search, o que nos ajuda a perceber onde estamos no universo da informação.

Claro que agora vou precisar de tempo para digerir tudo e voltar a agarrar-me à página.
Mas as aulas começaram em força. Conheci os meus doces meninos e a cabeça anda centradinha neles, como tem de ser. Enquanto isso, o CRE espera...
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Tempo! Oh tempo! Onde andas tu?

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terça-feira, setembro 19, 2006

A sopa...

O pai pôs a mesa, a mãe pôs a sopa na mesa,
o filho pôs-se à mesa a dizer que não queria a sopa.
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Não se iludam com as fotos... Os únicos vegetais que encontrei, para além dos pobres alhos franceses que viram as suas entranhas devassadas por uma caneta, à conta dos mil e muitos autógrafos sempre arranhados nestes dias, foram a cenoura, a batata e a hortelã... (Felizes por estarem cozidos e não terem consistência para tais atrocidades... Antes descer pela gOela dos convivas!)
De resto, ao belo caldo alentejano com pão (e hortelã), foram associadas umas travessas muito bem compostas de carnes e enchidos (batata e cenoura) que se entranharam sopa adentro e retiraram qualquer intenção vegetariana anunciada pelo verde da capa do livro ssschlep (http://tempodeteia.blogspot.com/2006/09/ssschlep-no-vou-resistir-mnham.html) .
Os adultos, porque podem, são assim uma coisa sem explicação nem emenda: criancinhas, bebei vós os vegetais, que nós ficamos com pitéus de comer e chorar por mais...
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Noite de encontro à mesa, de descobertas, de surpresas, de partilha, de risos, sorrisos que são muito precisos. Noite de matar saudades também.
O contributo da sopa com açúcar, a que temos a mania de chamar arroz-doce, deu o toque final que confirmou a tradição: se comerem a sopa toda, terão direito à sobremesa...
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Eu cá, como gostei muito de tudo, fiquei assim com a sensação de que comi e li uma enorme sobremesa do princípio ao fim...



o alho francês ofuscou aqueles que deveriam realmente estar no centro das atenções...

afinal, toda a gente no país sabe o nome do legume! (embora durante o convívio tenham surgido dúvidas sobre a designação do dito e diferenças entre os ditos e os não ditos)

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pois... muito livro muito livro e sopinha ainda nada!


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reparem bem no alho, no livro e na t-shirt...
(para não se distrairem na observação, foi estrategicamente removida a cabeça do ilustrador, designer e editor...)

O alho visto de cima...



Para que se saiba quem é um dos culpados...




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Este é o outro.... Não lhe chegou escrever a sopa toda, ainda tinha de escrever mais um bocadinho...





pequeno momento de descanso... do alho francês
(as dedicatórias já estavam a ter dificuldade em escrever-se com recurso à língua portuguesa...)
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E como nestas coisas somos sempre postos fora antes de terminar o trabalho... acabei a noite na rua recolhendo mais uns autógrafos do escritor e do ilustrador (porque várias amigas queriam comer desta sopa...). Pacientemente... o alho francês lá deu por concluída a difícil e inovadora missão que lhe foi atribuída nesta noite alentejana e acredito que, amanhã, em casa do Luís ou do Emílio, se comerá uma sopinha com este pobre vegetal bem ralado...

Que descanse em paz...
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O LIVRO:

ssschlep

Eugégio Roda + Gémeo Luís

EDIÇÕES ETEROGÉMEAS (luismendonca@netcabo.pt)

IELT, Instituto de Estudos de Literatura Tradicional

Colecção Paredes meias a IELTsar se vai ao longe

ADENDA:

Notícia de última hora!

Consta que sozinhos conseguiram escrever e ilustrar estes livros todos que aqui se vêem e mais umas centenas deles iguais! Dá muito trabalho ser escritor e ser ilustrador...

segunda-feira, setembro 18, 2006

Página "web" do Centro de Recursos


Depois de largas horas aqui sentada de volta da página do CRE-BE de Azeitão, e quase de abalada para Évora (sopa e livro), só me resta energia para tecer um fio de seda que vos leve ao trabalho já feito (hoje reformulei na essência uma série de ligações e fui acrescentando outras... claro que a casa ainda está muito vazia, mas quem sabe possa ser útil o tempo que já gastei na queima de etapas de outros.)

E porque foi através destas boas partilhas na blogosfera que cheguei ao "fazedor de páginas do Google", aqui estou eu a partilhar também para quem queira experimentar! (Se descobrirem algum erro, avisem-me por favor! Nada como ter um batalhão de beta-testers espalhados pela internet...



Pobrezinho do meu Sabor e Saber, tão abandonadito...
Não chores que a "mãezinha" um destes dias, quando tiver tempo, vai arejar-te a casa!

domingo, setembro 17, 2006

Silêncio... que se vai cantar...

foto em http://galerias.escritacomluz.com/gaston/album02/abn


Mesa de Frades
Restaurante em Alfama – Rua dos Remédios

Jantar delicioso
Fados quase até ao raiar da aurora (sábado é dia da diva Cidália Moreira... que foi uma surpresa especial e mágica: eterna, poderosa, bela, canta com o corpo todo, olha-nos nos olhos tão perto, toca-nos... nos outros dias outros nomes também especiais encantam as noites e marcam quem ouve, assim diz quem percebe...). Perdi a vergonha, pedi licença e sentei-me com ela, a Cidália, enquanto jantava sozinha. Fez-me percorrer a história do fado e pensar no património que não preservamos, nos registos que não fazemos do que acontece nestas vielas escondidas e que é o mais profundo da nossa alma lusa. A memória futura irá perder-se quando esta geração se for...
Achava eu que até nem era grande fã de fado. Rendi-me. Quando é bom e arrepia é mesmo fado. E ao vivo, tão pertinho, faz toda a diferença. Tanta poesia bela numa noite só...
Desafio, mais fadistas a cantar, a falar o fado também, ao som de dois jovens que acompanharam divinamente todas as intervenções. A certa altura, na mesa do canto, uma voz substitui quem canta e pega no fio da meada... o irmão do Camané. Partilha o fado com quem o estava a cantar num dueto improvisado. Depois levanta-se e vai ele para o palco que somos todos nós tão perto uns dos outros nesta sala pequenina.
Brinca-se, improvisa-se... tivemos direito a ouvir novamente a Cidália, que cantou pela segunda vez depois das 3 da manhã...
E adormeci, finalmente, às 5 da madrugada, embalada na memória pelo fado que se entranhou em mim.

Ah fadista!



sábado, setembro 16, 2006

ssschlep! ... não vou resistir... (mnham)

Divulguei há tempos a iniciativa
Escrita na Paisagem, Festival de Performance e Artes da Terra
http://www.escritanapaisagem.net/2006/geral.html

Ora as actividades prolongam-se por Setembro (lembram-se?) e estarei presente numa delas no dia 18... não é por acaso, claro...
Convidaram-me para comer um livro e ler uma sopa... e eu nunca resisto a um desafio saboroso como este!





Dia 18
Abertura 18 h
Eugénio Roda e Gémeo Luís
Lançamento do livro ssschlep!
na Cozinha do Cardeal (Universidade de Évora)
acompanhado de uma sopa da panela à alentejana

Haverá mil e uma maneiras de comer e fazer comer a sopa. E outras tantas para descobrir cada uma delas: é neste exercício que se pode muito bem abrir o apetite.
E. R.

A hora da sopa na casa de cada um, vista com o humor de um duo infatigável!

...


Mais notícias, e eventos de Setembro, em:



sexta-feira, setembro 15, 2006

Borboletas ao vivo e a cores - Lagartagis

http://tagis-pt.blog.com/



Já sabem desta minha paixão...

(aproveito para informar que o jardim está cheio de ovinhos e lagartinhas de Papilio machaon nas arrudas - terceira geração, que voltou este ano a ser muito numerosa.)


Como sócia da Tagis, acompanho as iniciativas como posso, nem sempre como gostaria (o tempo não é elástico).
Divulguei já aqui, há tempos, a associação e este projecto Lagartagis que finalmente se concretizou.

Para saberem tudinho e programarem passeios muito especiais (com familiares e alunos), foi criado um blogue que conta já com fotos da ante-estreia deste espaço - mais de 600 visitantes nesse dia (só em Novembro acontecerá a inauguração oficial).

Lá podemos ler:

O LAGARTAGIS abriu as suas portas por um dia no passado dia 10 de Setembro. A iniciativa foi um sucesso, tendo comparecido 644 pessoas que puderam observar de perto as diferentes fases do ciclo de vida das borboletas desde o ovo, passando pela lagarta, crisálida e borboleta adulta, bem como diferentes plantas da nossa flora mediterrânica. A estufa tem a sua inauguração marcada para o próximo dia 11 de Novembro, abrindo permanentemente ao público no dia 13 de Novembro das 10h às 18h. Esperamos por todos!!

Contactos úteis:

BLOGUE: http://tagis-pt.blog.com/

Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal Museu Nacional de História Natural – Museu Bocage Rua da Escola Politécnica, 58 1250-102 Lisboa
www.tagis.net
Tel. + Fax. 213965388

quinta-feira, setembro 14, 2006

As nossas mãos, encontro de sentidos

O ano começa e vou até ti de mãos nuas.
Tento despejar de mim todos os cansaços passados, todos os desalentos, todos os pensamentos, preocupações, todos os escuros. Tento acender luz nova nos meus olhos para os teus sedentos. Quero ajudar-te a sentir o prazer de olhar e ver as coisas profunda, vagarosa e demoradamente. Assim nascem as melhores perguntas, as que mais nos fazem caminhar e aprender.

Serás novo para mim. Eu nova para ti.
E haverá no nosso mútuo olá de primeira vez uma coisa fresca de fruta doce de Outono. Hei-de ajudar-te a distinguir os sabores que o saber pode partilhar. E o gosto apurar-se-á em cada colher de sopa mágica que tomarmos na mesa que vamos partilhar. Sei que te darei tudo o que puder, mas pedir-te-ei muito mais do que aquilo que te posso dar. Para que sejas tu a progressivamente saborear, a construir (e não eu através de ti).
E já sei que, provavelmente, as minhas mãos se encherão das tuas. Nelas vais ler os muitos anos na companhia de ti sem seres exactamente tu. Perceberás as mil texturas de que é feita uma estrada. E descobrirás que também consegues moldar formas novas, tornar macio o áspero, encontrar o quente que se esconde no frio.

Te direi, um dia, das minhas causas, das minhas lutas, porque as não esqueço e é por ti que elas se desenham e cumprem. Mas apenas depois de crescermos os dois um bocadinho mais, nesse exercício de aves aprendendo a voar juntas e separadas. As tuas causas, as tuas lutas serão as tuas.

O ano começa e vou até ti de mãos nuas. Porque quero ter espaço para ti em mim.
Quero os meus sentidos livres no encontro com os teus.
Sacudo os restos do pó acumulado do ano que já foi. Lavo-me (procuro lavar-me?) de tudo o que fere o sorriso que te quero dar. Afasto o cheiro menos bom do que é velho e desnecessário, perfumo a preciosidade antiga que faz falta, decido partilhar o aroma dos futuros possíveis. Das flores que semearmos a meias. Mereces um sorriso fresco e claro. Um cheiro a cama feita de fresco. Tudo novo por ser mesmo novo ou apenas porque o é aos olhos de quem vê pela primeira vez o que pensava já conhecer.
E sei que, nos anos contados a partir desse sorriso primeiro, iremos entrelaçar-nos numa teia macia que não prende, e ajudará o difícil exercício de libertação. E abraçar-nos-emos de mil formas possíveis, percorrendo com o corpo bem desperto todos os caminhos reais e sonhados. E hei-de escutar-te sempre, mesmo quando não te ouvir. E ajudar-te-ei a descobrir essa arte preciosa de saber colar os ouvidos ao universo infinito que nos habita por dentro e ao mundo, que tantas vezes dizemos ser pequeno, desarrumado fora de nós. Na escuta se aprende o prazer e a importância do som. Se cresce em cada aventura entranhada nos dias. Tudo é música, até o silêncio.
Vais descobrir. Basta quereres, deixares, aceitares as minhas mãos, quando bater à tua porta. Acreditas em mim se disser que está também nas tuas mãos?

E as minhas mãos na companhia das tuas passarão a ser as nossas mãos.
(Com um cuidado especial, segredo que todos os Professores deviam conhecer:saber sempre, em cada minuto partilhado, onde acabam os meus dedos, onde terminam os meus sentidos e começam os teus... As tuas asas?)


TMM
Correio da Educação, nº 265 , 11 de Setembro
ASA

quarta-feira, setembro 13, 2006

Teias e mais teias...

Hoje levo-vos para outra teia... apenas porque estou um bocadinho embrulhada em vários fios de seda e terei de aprender a viver no meio deles como uma aranha que se preze, sem me deixar prender, nem baralhar.

Se vos apetecer ler alguma coisa... podem viajar até:

http://creazeitao.blogspot.com/

Encontram o blogue da(s aventuras da) equipa do Centro de Recursos do nosso Agrupamento... e a entrada de ontem... de lá conseguem chegar a outra teia, que é o ensaio modesto e ainda extremamente incompleto da página web do CRE - em estudo, planeamento... e etc. Não gosto de dizer em construção porque... o que é que alguma vez deixa de estar em construção? Ocorre-me algo desagradável e nem vou acrescentar mais nada...
E a teia Sabor e Saber? Não está esquecida... deixem-me arrumar primeiro a casa, colocar o combóio nos carris e regressarei... já nem sei se pareço mais uma aranha ou uma formiga... com alma de cigarra, confesso-me. Mesmo que não acreditem... E o SOS - Prof? Fará parte dos recursos para continuar a enriquecer. Qualquer dia há novidades.)

Se por vezes sentirem a minha falta por aí... não se preocupem. Foi algum fio de seda que me prendeu... Poderei ler, sem "falar" tanto como é hábito, sobretudo depois das aulas começarem (vai ser um ano muito "intenso")... mas estarei sempre que possível em viajem por todas as teias que me são caras e indispensáveis...

Não me queixo. Tenho em mãos desafios que me são muito queridos.
E já lá diz o ditado: Quem corre por gosto...

terça-feira, setembro 12, 2006

Palavras Andarilhas - Eu vou!

VIII PALAVRAS ANDARILHAS
21, 22 e 23 de Setembro
Biblioteca Municipal de Beja José Saramago
"Quando se fala em promoção da leitura e narração oral, são muitos os que de imediato associam estes dois temas às "Palavras Andarilhas" e a "Beja - a Cidade dos Contos".

As razões de tal associação encontram-se no trabalho regular e continuado que a Biblioteca Municipal de Beja José Saramago desenvolve desde 1994 e, nos últimos oito anos, também num encontro que reúne em Beja, durante três dias, mais de 250 mediadores de leitura e narradores de todo o país e 50 especialistas nacionais e estrangeiros - todos andarilhos, como as palavras!
Promovida pela Câmara Municipal de Beja e pela Associação para a Defesa do Património da Região de Beja e contando desde a primeira edição com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, esta iniciativa que este ano acontecerá dia 21, 22 e 23 de Setembro, é um momento importante na reflexão sobre as muitas formas de mediar a relação com o livro, possibilitando a troca de experiências e saberes entre técnicos nacionais e estrangeiros, que em torno de conferências e mais de 15 oficinas, trabalham a leitura em voz alta, a escrita criativa, a ilustração, a narração e a animação à leitura.
É também daqui que sai uma estafeta que durante 3 meses percorre mais de 53 bibliotecas portuguesas, que de Setembro a Dezembro vão experimentando muitas formas de contar, proporcionando o encontro entre os autores consagrados e a tradição popular que na oralidade se encontram na esquina dos contos.
"Palavras Andarilhas" é ainda um Festival de Narração que reúne contadores de muitos lugares do mundo, oferecendo à sua cidade contos ao luar, histórias sem tempo nem idade, que muitos ouviram da boca dos avós e que aparecem agora na boca dos novos contadores, para ajudar a tecer novos sonhos e novas utopias.
"Palavras Andarilhas" é uma festa de contos e palavras, livros e leituras escutadas por centenas de crianças, jovens e adultos, num mundo em que a palavra cada vez é mais urgente, para construir afectos e reparar emoções e por tudo isto um bom pretexto para nestes dias, deixar o televisor desligado e vir até à biblioteca, ver, ouvir e quem sabe contar! "

Estarei em Beja no dia 23, Sábado, para partilhar sabores de palavras... Vai saber-me bem...


Para mais informações basta "clicar" no texto de divulgação...

segunda-feira, setembro 11, 2006

O Diário de Ma Yan

Aos sábados um amigo envia-me sempre a crónica do Miguel Santos Guerra, escrita para
La Opinión de Málaga (http://www.laopiniondemalaga.es)

Recomendo. São sempre palavras inspiradoras e fortes, mas a última crónica tocou-me de forma especial e preciso de a levar mais longe.

(...)Conviene tener presente esta inmensa fortuna que es poder acercarse al conocimiento de una manera tan fácil, tan segura, tan organizada. Habituarse a tener bienes nos puede hacer pensar erróneamente que todos los tienen y que siempre se han tenido. No es así. Entre nosotros el analfabetismo estaba muy extendido hace no muchos años. Y en el mundo siguen existiendo hoy día millones de personas privadas de un mínimo bagaje intelectual."Quiero estudiar", grita Ma Yan cuando su madre le dice que no podrá continuar en la escuela. Una escuela que está situada a cinco horas de distancia de la casa familiar. Camino que recorre a pie. Ma Yan permanece en la escuela en régimen de internado de lunes a viernes. Durante dos años Ma Yan escribe con palabras sencillas y a la vez desgarradoras la tragedia de su pobreza y de la imposibilidad de seguir en la escuela por falta de recursos. Hasta que el diario cae en manos de unos periodistas franceses. Un reportaje sobre su caso aparecido en el periódico Libération cambia su suerte ya que lectores sensibles y solidarios deciden ayudar a los niños que están en la situación desesperada de Ma Yan. Me gustaría que leyeran este diario algunos alumnos que consideran un suplicio tener que acudir a la escuela, tener que leer y tener que estudiar. Me gustaría que conocieran estas situaciones que no son excepcionales en el mundo algunos estudiantes que nadan en la abundancia. Dice Ma Yan: "Sigo sin encontrar mi bolígrafo. Tengo el corazón destrozado. A lo mejor podéis pensar: "¿Qué más da? ¡Sólo es un bolígrafo! ¿Cómo te puede causar tanta tristeza?" ¡Si supieras cuánto he tenido que sufrir para conseguir este boli! Estuve ahorrando de mi paga durante dos semestres" (...)
(o excerto tem ligação para o texto integral)

A curiosidade levou-me a pesquisar e descobri que o livro a que Miguel se refere está traduzido em língua Portuguesa pela ASA : O Diário de Ma Yan


Ma Yan tem catorze anos e vive na província de Ningxia, no noroeste da China. Filha de camponeses pobres, sabe desde cedo que a espera uma vida difícil. Porém, quando se apercebe de que os pais não têm meios para a manter na escola, todos os seus sonhos se esfumam.Numa missiva pungente, Ma Yan descreve toda a revolta e impotência que sente face a um destino impiedoso. A mãe, transtornada pelo desespero da filha, confia a carta, bem como os três pequenos cadernos que perfazem o diário íntimo da filha, a um grupo de cidadãos franceses que estão de passagem por aquela aldeia do fim do mundo. Entre eles está o jornalista Pierre Haski… O pedido de ajuda acabará por chegar a bom porto!No diário, Ma Yan conta o seu quotidiano na escola e na aldeia onde vive. Com palavras simples, traça a história de uma infância penosa, a miséria da família, o sacrifício feito pela mãe, que trabalha até ao limite das suas forças para que os seus três filhos conheçam um destino diferente. E é através da sua escrita – e dos comentários de Pierre Haski, o jornalista francês que tomou a seu cargo o caso de Ma Yan – que ficamos a par da pobreza, física e intelectual, em que vive; mas também da sua coragem e determinação de menina decidida a superar todas as adversidades e a continuar a acreditar nos seus sonhos.A história de Ma Yan, contada por Pierre Haski em Janeiro de 2002 no Libération, de que é correspondente em Pequim, provocou uma onda de solidariedade e permitiu a criação de uma associação cuja acção fez com que Ma Yan e mais uma trintena de crianças das redondezas reencontrassem o caminho da escola.

Vou ler. Vou partilhar com os meus alunos.
Porque se não lhes dissermos, eles nunca saberão e não podemos esperar que adivinhem.

Porque é preciso conhecer outras realidades para crescer.

domingo, setembro 10, 2006

ECD - Consulta pública

E como Domingo é um dia tão bom como outro qualquer, talvez até melhor, porque estamos mais disponíveis para pensar nos erros graves desta proposta, divulgo aqui exactamente o que o Miguel Pinto no seu OUTRÓÒLHAR divulga, para reforçar e alargar a teia de conhecimento.

A proposta de alteração do regime legal da carreira do pessoal docente da Educação Pré-Escolar e dos Ensinos Básico e Secundário encontra-se em consulta pública.
Para enviar sugestões e comentários, utilizar o seguinte endereço de e-mail:
ecd.consulta@me.gov.pt


Informação em:

ME


ADENDA: A versão que se encontra para discussão pública é a 1... agora fico sem saber para que servirá a versão 2 fabricada em Agosto... a tal que foi apresentada no primeiro encontro com a Fenprof e que motivou o adiamento da negociação, para que pudesse ser lida previamente... É suposto discutir publicamente exactamente o quê? A 2 desapareceu? Ou mantém-nos entretidos com a 1, enquanto mexem na 2 com os sindicatos? Alguém mais esclarecido e bem preparado do que eu, mera futura equiparada (tanto na versão 1, como na 2... quer dizer... dependendo do descongelamento e passagem para o 9º escalão... se continuar no 8º, mesmo depois de ter já sido concluído o processo de avaliação, relatório entregue, classificação atribuída e por 10 dias interrompido o processo, só na 2ª versão serei equiparada, pois incluem o 8º "na coisa") e impossibilitada de exercer cargos de coordenação pedagógica, científica ou outros... até conseguir chegar a titular à séria (versão 2), me explica este fenómeno da discussão pública de qualquer coisa que nem se sabe exactamente muito bem o que é?
E se acharam este parágrafo confuso, não se preocupem... é o estado em que fica a nossa cabeça e em que vão ficar as escolas, ou até, quem sabe, a prova provada de que não tenho mesmo capacidade para continuar a desempenhar os cargos que toda a vida desempenhei com entrega e dedicação...

Menos verde... mais verde II


Como prometido... ao nascer do sol.

sábado, setembro 09, 2006

Menos verde... mais verde


Pois...
Quando o calor se insinuou no arranque do Verão, decidimos deixar de regar a relva... ela foi morrendo como seria de esperar, mas a causa era boa e fizemos o luto sem tristeza.
O jardim foi plantado com cuidado (escolha de espécies, densidade de plantação e alturas relativas) de forma a não necessitar de regas frequentes, mesmo com temperaturas elevadas, como os 40 graus com que temos vivido com frequência aqui em Azeitão. Apenas algumas poucas plantas e vasinhos necessitam de rega diária, que é breve. A rega geral mais demorada tem periodicidade de duas, no máximo três vezes por semana. A relva consumia fatia exagerada deste bem precioso e, mal percebemos que seria um Verão de seca, a decisão foi fácil.

Finalmente, entre ontem e hoje, conseguimos cumprir o plano feito desde essa altura: substituir toda a superfície antes verde, por seixo pequenino sobre tela (que permite impedir o crescimento de daninhas e preserva mais eficazmente a humidade do solo).

Hoje foto de um pequeno pormenor do jardim. Já anoitecia.
Amanhã talvez umas vistas do efeito geral.
Ficou bonito.

E, realmente, às vezes, menos verde é igual a mais verde.
O planeta agradece.

P.S. Mais um pormenor de minuto verde, já que esta entrada tem tom ecológico: desde há anos que temos junto à banheira um regador grande. É ali que recolhemos a água que corre antes de finalmente a temperatura ser a certa para nos banharmos... Com essa água regamos todas as floreiras e plantas do andar de cima e, no inverno, a água é sempre rentabilizada de várias formas (rega das espécies que não recebem água da chuva, limpezas), não se desperdiçando nem uma gota. Já aqui vivemos há cerca de 12 anos... muitos litros, sim, muitos litros...

quinta-feira, setembro 07, 2006

A HISTÓRIA DEVIDA


Há tempos divulguei numa entrada muito especial uma história (As lições do Joaquim) contada em voz alta num programa da RDP - A História Devida. Era de um certo senhor chamado Eduardo Martinho.
Exactamente. O Pai que é o meu.


http://tempodeteia.blogspot.com/2006/06/alegrias.html

Com apresentação de Nuno Artur Silva e Miguel Guilherme, A História Devida baseia-se num conceito do escritor Paul Auster e pretende dar a conhecer as histórias de vida dos ouvintes da RDP.

Hoje
esta minha entrada volta a ser muito especial. Nela vão ouvir uma outra História Devida (Recordando outros tempos) desta vez... escrita por uma senhora chamada Maria da Piedade Pinheiro.
Exactamente. A Mãe que é a minha.

mms://195.245.176.20/rtpfiles/audio/wavrss/at1/122294-0609061833.wma

Nasci em 1962. Sou uma das 3 irmãs do Paulo Miguel...

Na história não se revela, mas a mana mais nova perguntava se o Paulo, quando estivesse na guerra em África, podia vir almoçar a casa...
E o Tio Berto? O mais querido e doce tio do mundo...

(Só muito mais tarde entendi a dor.)
Outros tempos. Sim. Mas eles continuam a partir. Outras causas, sim.
A guerra essa... parece-me sempre a mesma.

As palavras e as histórias sempre fizeram parte, na família, da nossa história devida...
Percebem agora melhor esta teia?




Blog do programa da RDP
http://www.ahistoriadevida.blogspot.com/

Outras histórias
http://multimedia.rtp.pt/area_home_podcast.php?rcanal=1

Ainda as formigas - ECD, versão 2 (de Agosto)

1º - As formigas voltaram à minha casa. Tive segundo round de uma guerra que pensava ter vencido. Agora sim, respiro há dois dias, mas aprendi a não me convencer de que lutar uma vez basta...

2º - Eu não digo que é no Verão que elas se insinuam? Que diabo! Tem de ser sempre Agosto?

3º - Se há cigarra que não dorme e que gosto de ouvir cantar para me despertar os sentidos é uma chamada Isabel. Ora espreitem lá aqui e vejam se não é verdade: vai de abalada um bocadinho, mas deixa sempre uma adenda que nos acorda para o real.

4º - O que as formigas gostam, eu já percebi, é de tentar passar despercebidas... por isso são tão pequeninas.

5º - Para ver melhor, aqui fica um link até ao formigueiro - ECD versão 2 de Agosto (que o sindicato desconhecia e se pretendia fosse negociado mesmo assim. )

6º - Nada do que fizemos chegar aos ouvidos da ministra teve consequência que se visse. Tal como o insecticida, não chegou a quantidade da primeira vez.

7º - Não dá para fingir que não as vemos. Mais tarde ou mais cedo trepam por nós acima e mordem. E vai doer... Oh se vai. Em breve o som mais ouvido na escola será o amarfanhar de papel das fichas/formulários aos montes aprovadas por despacho ministerial e que servirão, depois de preenchidas por enorme variedade de actores, para avaliar o desempenho do professor. E comecei já a ouvir os sinais de desimportamento... para que é que eu quero chegar a ser titular? Bom bom será ser só professor e nem poder ter cargo nenhum para não ter mais trabalho...
E isto não é tudo o que tenho ouvido. O pior é o silêncio. Aquilo que não se ouve. Não se sabe. (Não se quer saber?)

8º As formigas consomem coisas "inertes". E até conseguem atacar coisas vivas que mexem.

9º Ao céu, onde voam os sonhos com asas de querer algo mais, não há formiga que chegue. (Ai... não é verdade... há formigas com asas! É preciso é voar mais alto do que todas elas.)

10º Abre as tuas asas.

quarta-feira, setembro 06, 2006

As formigas... esses monstros



Não gosto de formigas. Nunca gostei.

Levantei-me hoje às 5:30 da manhã e iniciei o dia com um duelo definitivo, uma batalha mortal que vinha sendo adiada por falta de tempo e capacidade de organização. (Isto de matar uma ou outra formiga sem ir à raíz do problema, nada resolve. Torna-se numa luta diária, cansativa, sem objectivo, sem fruto que se veja...)

Elas querem, porque querem, invadir cada recanto da casa e tornar seu, pôr a seu jeito, tudo o que fomos construindo com cuidado e carinho. Não duvido que, se me distraísse no Verão (é sempre no Verão), transformariam a minha casa num enorme formigueiro bem organizadinho, com toda a gente sempre ocupada em carreirinha, sem tempo sequer para uma canção de cigarra pelo meio. Gosto de disciplina, gosto de trabalhar, mas gosto de sorrisos e as formigas não se riem (nunca as ouvi rir, parece-me prova quase suficiente).

Mas regresso ao combate desta madrugada.
Tive a meu favor o elemento surpresa. Descobri-lhes o rasto, não deixei pedra sobre pedra, munida de toda a minha razão, de outros instrumentos e, confesso com algum pudor, de insecticida forte para o exterior... (dentro de casa o combate foi ecológico... não quero que os que estão à minha responsabilidade sofram as consequências nefastas destes conflitos).

Enfim. De repente nem sei bem do que falo.

Ah! É verdade! Formigas... esses monstros.
O que têm de pior é insinuarem-se devagarinho, quase sem se dar por elas... vai-se a ver depois e o estrago está feito. Formigas. Sim. É de formigas que falo. Esta batalha consegui vencê-la com determinação, inteligência e empenho.

Não gosto de formigas. Nunca gostei. Acho que cada ano que passa gosto ainda menos.

(Espero ter aprendido alguma coisa nesta madrugada...)

terça-feira, setembro 05, 2006

Esta vida de professor...

Manhã: reunião da equipa do CRE.
(Entusiasmadas a preparar a recepção dos meninos do 5º ano... texto para o PCA, informações para o CP.)
Sair da escola às 13:30.

Engolir qualquer coisa a correr. Acabar de corrigir as informações no computador.

14:20 na escola para fotocopiar as informações para o CP.

15 h - Conselho Pedagógico... até às 20...

Jantar uns raviolis prontos a cozinhar em segundos e ainda preparar a reunião do Projecto Curricular de Agrupamento de amanhã à tarde...
(De manhã, antes dessa, reunião de Departamento)

Estou quase sem palavras...

Pois...

(... fôlego apenas para algumas semeadas aqui. O gosto de partilhar.)