domingo, setembro 17, 2006

Silêncio... que se vai cantar...

foto em http://galerias.escritacomluz.com/gaston/album02/abn


Mesa de Frades
Restaurante em Alfama – Rua dos Remédios

Jantar delicioso
Fados quase até ao raiar da aurora (sábado é dia da diva Cidália Moreira... que foi uma surpresa especial e mágica: eterna, poderosa, bela, canta com o corpo todo, olha-nos nos olhos tão perto, toca-nos... nos outros dias outros nomes também especiais encantam as noites e marcam quem ouve, assim diz quem percebe...). Perdi a vergonha, pedi licença e sentei-me com ela, a Cidália, enquanto jantava sozinha. Fez-me percorrer a história do fado e pensar no património que não preservamos, nos registos que não fazemos do que acontece nestas vielas escondidas e que é o mais profundo da nossa alma lusa. A memória futura irá perder-se quando esta geração se for...
Achava eu que até nem era grande fã de fado. Rendi-me. Quando é bom e arrepia é mesmo fado. E ao vivo, tão pertinho, faz toda a diferença. Tanta poesia bela numa noite só...
Desafio, mais fadistas a cantar, a falar o fado também, ao som de dois jovens que acompanharam divinamente todas as intervenções. A certa altura, na mesa do canto, uma voz substitui quem canta e pega no fio da meada... o irmão do Camané. Partilha o fado com quem o estava a cantar num dueto improvisado. Depois levanta-se e vai ele para o palco que somos todos nós tão perto uns dos outros nesta sala pequenina.
Brinca-se, improvisa-se... tivemos direito a ouvir novamente a Cidália, que cantou pela segunda vez depois das 3 da manhã...
E adormeci, finalmente, às 5 da madrugada, embalada na memória pelo fado que se entranhou em mim.

Ah fadista!



1 comentário:

Hindy disse...

Bela noite...

Um beijinho "hindyado"!