6 ou 7 anos de idade tinha eu. Vivia no Porto com os meus pais. Nas férias grandes (eram mesmo grandes; 3 meses, às vezes mais) costumava ir para a minh aldeia, na Beira Alta, Rio Vouga ali ao pé. Ia para casa da minha avó Neves e a minha tia Céu (nessa altura tratávamo-la por Ceo, penso que reminiscências da forma antiga de se escrever e ler Céu)tinha a incumbência de "tomar conta de mim". Parece que era muito traquinas. Em momentos de aperto lá ia eu, em grande correria, escadas abaixo, subia por uma videira, já na época (anos 50), de grande envergadura, e empoleirava-me no muro que dava para a estrada. Escondia-me, inclusivamente, no meio das parras dessa videira. Dava uvas pretas, não sei de que qualidade. Foi, durante esses tempos,o meu refúgio predilecto. Até cheguei a cantar,do meio da ramada, por "encomenda" dos rapazes namoradeiros da altura, uma canção simples, sempre que passava uma moça com o cântaro da água da fonte, que ficava ali perto: "Na noite de Maio/Toca o violão/Ai que lindas pernas/Tem a Conceição". Por motivo de obras de remodelação da casa, os meus pais abateram aquela videira. Não fui ouvido e é-me muito difícil esquecer essa distracção... O tempo... António
2 comentários:
Bom fim-de-semana e beijinhos. :o)
6 ou 7 anos de idade tinha eu. Vivia no Porto com os meus pais. Nas férias grandes (eram mesmo grandes; 3 meses, às vezes mais) costumava ir para a minh aldeia, na Beira Alta, Rio Vouga ali ao pé.
Ia para casa da minha avó Neves e a minha tia Céu (nessa altura tratávamo-la por Ceo, penso que reminiscências da forma antiga de se escrever e ler Céu)tinha a incumbência de "tomar conta de mim". Parece que era muito traquinas. Em momentos de aperto lá ia eu, em grande correria, escadas abaixo, subia por uma videira, já na época (anos 50), de grande envergadura, e empoleirava-me no muro que dava para a estrada. Escondia-me, inclusivamente, no meio das parras dessa videira. Dava uvas pretas, não sei de que qualidade. Foi, durante esses tempos,o meu refúgio predilecto. Até cheguei a cantar,do meio da ramada, por "encomenda" dos rapazes namoradeiros da altura, uma canção simples, sempre que passava uma moça com o cântaro da água da fonte, que ficava ali perto: "Na noite de Maio/Toca o violão/Ai que lindas pernas/Tem a Conceição".
Por motivo de obras de remodelação da casa, os meus pais abateram aquela videira. Não fui ouvido e é-me muito difícil esquecer essa distracção...
O tempo...
António
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