Hoje. Manhã escola. Tarde até tarde:escola. Amanhã... continua...
Não conseguimos fugir... Acho que a avaliar por algo que hoje comecei a ler, qualquer dia será Agosto: mês todo na escola...
Portanto, chamei Fernando Pessoa (Ricardo Reis) para me cantar pela voz de bethania.
para me serenar...
desacelerar...
acalmar...
adormecer...
Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis
Recordação
Há 5 anos
6 comentários:
Pára um pouco, 3za. Um dia verás que quem te afaga, quem te mima, não é a escola: é a tua casa, são os teus bichos, é a tua família, são os teus amores. E por muito amor que tenhas à tua profissão não vai ser ela que te vai aconchegar quando essa tua força se esvair com o tempo. Porque, um dia, ela vai esvair-se.
"Tens muito que fazer? Não. Tenho muito que amar." (Sebastião da Gama)
E o amor, 3za, não se confina às paredes de nenhuma escola.
Beijinhos
O "blogger" não me tem andado a correr nada bem. Não sei se o problema é meu, talvez seja, tenho que ver o que se passa com as minhas configurações e com o computador!
É que tinha escrito uma nota que não seguiu para publicação e agora, é claro, já não sai da mesma maneira! Estava é, certo, um tanto desconcertante, talvez! No sentido em que falava da minha necessidade de me manifestar sem medo, embora com a preocupação de não ser intrometido na vida dos outros.
Nesta fase da minha vida e da própria época do ano (profissional e até futebolisticamente (!) falando, após aquela (des)vitória com a selecção Francesa) também me sinto com essa necessidade premente e cada vez mais urgente de desacelerar, pelo menos emocionalmente. Se calhar até tenho andado a exagerar!
...
Desabafos, deixe lá, 3za!
António
Teresa, ontem não comentei, estranhei a frase "qualquer dia será Agosto: mês todo na escola..." e não compreendi. Mas vejo que a Teresa Lopes, que te conhece pessoalmente, já disse algo não muito diferente do que eu me inibi de dizer. A escola é importante, mas porque ela existe para os alunos, será que tudo o que nela cria azáfama se vai reflectir nos alunos, pelo menos proporcionalmente a certas canseiras?
Beijinho.
Tu tens razão Teresa... mas como te expliquei de viva voz, a tarefa em que estou envolvida não deixa grande margem para o mais importante. Tudo o que dizes é verdade... mas os compromissos, os prazos...e nem posso dizer que o trabalho não possa ser útil mais tarde (agora para ti Isabel) pois tem sido uma oportuinidade de encontro entre os vários níveis de ensino e as várias escolas do agrupamento (falo da elaboração do PCA). Só que nesta altura do ano a capacidade está reduzida e e custa muito mais, até porque estamos trabalhar com um prazo louco... até dia 18 tem de estar feito e aprovado... O António também tem razão: é fundamental desacelerar... Quando falei em Agosto foi por causa daquele despacho de final de Junho que põe os CT a reunir de novo após as matrículas para preparar logo os PCTs do ano seguinte dessas turmas... Obviamente não tenciono trabalhar em Agosto... mas sabendo a quantidade acrescida de tarefas neste final de ano, perguntava-me se, para conseguir planear tudo para todas as turmas dessa forma, não acabaríamos pelo Agosto fora em reuniões... sinistro...
Obrigada pelo poema 3za... A escola... pois, neste final de ano lectivo sinto-me particularmente cansada, particularmente farta, particularmente sem vontade de recomeçar tudo de novo, para mais uma "guerra" com distribuições de serviço, aulas de substituição, horários, horas de estabelecimento... E ainda falta tanto para a férias... e tão pouco para o início das aulas...
Mas sim. É preciso parar. Porque a escola não é de facto tudo na vida. E a Escola precisa de nós lúcidos.
Beijinho Teresa.
Percebo-te tão bem MAtilde...
É exactamente como dizes...
beijinho
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