Na livraria espreitei os segredos.
Rendi-me ao som que saía de dentro dele.
Foi há tempo que aconteceu.
Há livros com destino. Estou claramente no dele.
Não explico nem quero nem consigo o que nos abraça e convoca nas palavras de quem de repente está ali à nossa frente e parece vir com precisão ao nosso encontro. Explica-se um Amor? Não.
Explicam-se outros Amores depois desse? Amores desejos paralelos sem conflito em prateleira comum que é a minha?
Não.
São tudo coisas de partir, coisas de ficar, coisas de nem sequer estar a estar.
Explica-se um desejo súbito de poesia?
Não.
A quem devo a explicação do prazer de deixar tudo ali de lado por fazer e beber de va gar estes
ENTRELAÇOS (?)
Uma imensa paciência aqui me trouxe,
um alvoroço de apostar o que não tenho:
como contar feijões ou jogar a
feijões.
De solidão também
as músicas que faço quando caio,
o estar aqui tão íntima
como os feijões pequenos, em trança
os seus barulhos.
Ana Luísa Amaral
Explica-se um desejo súbito de poesia?
Não.
4 comentários:
Sou uma fã de Ana Luísa Amaral, há uns bons anitos. Posso emprestar-te outros livros dela. Alguns desses poemas são uma delícia... Ela tem uma escrita muito particular. Boa escolha... essas coisas de partir...
Sim sim sim sim... empresta-me!!!!!
Estou mesmo precisada de intercalar poesia por entre as horas dos dias... a única que cabe lá nesses espaços intocáveis.
Beijinhos
Bom dia 3za, eu diria que é mesmo uma sede, mais do que um desejo. Podíamos fazer um banco...de poesia claro. Um abraço com poemas dentro
.. sede, sim... Às vezes imensa.
Abraço enorme
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