As expressões numéricas com números racionais...
Testes corrigidos no fim-de-semana. Progressos e alegrias, recuos e apreensões.
Muitos alunos já voam, outros continuam perdidos...
Mais uma vez regresso e procuro o caminho novo na semana nova. Tentar convencer... mesmo quem acha que não se vai deixar convencer. Exigente, paciente, exigente, paciente... ralhando, dando a mão, pedindo, dando a mão, concentrar toda a sua energia e atenção em mim, porque são quase trinta e o tempo urge. Só se salvam aqueles a quem consigo fazer acreditar que é preciso e possível serem salvos e aqueles a quem convenço a incluir o desejo de salvação entre o rol de mil desejos que os povoam, juntamente com um telemóvel da moda e uma psp da cor certa. Pedir-lhes tudo. Nada de mínimos, meias coisas. É para saber, é para dominar não é para ser só assim-assim, só suficiente, qualquer coisinha que se aproveita e pronto. Cada vez mais quero mais e cada vez mais é mais difícil que dêem mais. Desistir? Colocar-lhes a calculadora na mão como já escutei alguém dizer e passar a fazer? Ignorar e culpar? Não. Há momentos para a companhia das máquinas, momentos certos. Outros são momentos da mente sem dedos pelo meio. Outros são momentos da mente aprender com as máquinas. E tudo tem de se entrelaçar na salvação do futuro.
Um brilhinho no olho aqui, um brilhinho no olho acolá. Acho que sim. Agora percebi. Posso dizer? Posso ir ao quadro? Dedo no ar. Afinal é assim? Oh, eu não tinha percebido nada. Sinais de escuta atenta. Perguntas (oh como gosto de os ouvir perguntar, o supremo sinal), interrupções, dúvidas, respostas. Não sei para a próxima se mais dois... se mais três... se muitos... Mas darei tempo às sementes tentando refrear a ansiedade e a pressa.
Quando estou com os pedaços de papel na mão, sem os olhos deles por perto, não é fácil perceber as razões de tantos erros. Coisas tão repetidas vezes sem conta, tão explicadas, tão depois não consolidadas por eles nesse vórtice de vida que os suga para tantas outras coisas que lhes enchem o peito bem mais do que a escola consegue. Mas de nada me serve dizer de culpas da casa, da família, deles, desta vida, deste presente, dos jogos, da tecnologia, das televisões... Eu sou o cavaleiro andante. Tento salvar cada um tal como é, como a vida o fez e continua a fazer. Porque não posso, digo-lhes, estar em vossas casas convosco. Mudar linhas do que se escreve por lá. Têm de ser vocês a decidir o que é importante e a fazer o que é preciso. Autonomia, iniciativa, rumo próprio sem o adulto omnipresente, polícia das horas e dos dias, ou só negligente. Aos 10, aos 11, aos 12... ainda acreditam. Acreditam se o cavaleiro for alguém onde consigam perceber carinho e preocupação verdadeiros no olhar. E acontecem surpresas doces. Já vi tantas. Mas tenho sempre este receio preso na dúvida do ser ou não ser capaz de os salvar quando os vejo em apuros. Acho que temos todos esse medo. E fazemos disso desafio para tentar sempre salvar mais e mais longe.
Então... depois dos sustos que as fraquezas deles me trazem, levanto-me, sacudo o pó (as minhas próprias fraquezas) e lá recomeço acreditando sempre que é possível fazer a diferença e que, por cada alma salva, a escola se redime do mal que (apesar de tudo) ainda encerra neste desajuste profundo entre a vida e o passado (mais que passado) preso dentro dos muros dela.
Recordação
Há 5 anos
2 comentários:
Já vi que descobriste o mimo mesmo antes de o pousar aqui.
Pois pousei-o, honrada, num blogue de excelente qualidade que felizmente partilhas connosco.
Obrigada 3za :)
Obrigada, Anabela... Mimo muito muito especial... :)
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