Já ando para contar este episódio há tempos.
Imaginem-me sentada no sofá a tentar comer assim a correr uma espécie de coisa parecida com um almoço antes de regressar à escola. Televisão ligada nas notícias. Pára tudo! Estão a falar das TIC na escola (davam relevo à instalação de muitos quadros interactivos) e de como tudo se torna por artes mágicas mais interessante e divertido para os alunos, que assim se esforçam e aprendem mais. Aguardo que um dia o exemplo usado numa qualquer reportagem me convença de que caminhamos todos no certo sentido. Ficaria feliz.
Nestas coisas da televisão o tempo é muito contado e não se pode mostrar tudo, mostra-se qualquer coisa... Num segundo, estávamos numa sala de aula moderna, a professora (por certo nervosa com a invasão das câmaras) fazia uma pergunta aos alunos (1ºC) respeitosamente sentaditos a olhar para ela junto ao quadro (interactivo): "O que é que os homens usam na casa de banho?". A minha cabeça acelerou em silêncio: que resposta pretenderá a professora? E ainda a ouvi partilhar muito depressa uma pista importante (por certo apercebeu-se de que a coisa não tinha resposta fácil nem única). "É um electrodoméstico!" (aqui em casa esse electrodoméstico não existe)... e puff... A reportagem acabou de repente como começara para dar lugar à campanha eleitoral ou bancos, ou futebol, ou... (não me lembro bem porque é sempre mais ou mais a mesma coisa e se disser isto não me devo estar a enganar por muito...). Mas eu já ria à gargalhada, no maior respeito, meio engasgada com o sumo, tentando perceber as razões da escolha de um tal segmento de segundos para ilustrar uma peça sobre as TIC na educação. Sobre a interactividade que elas permitiam e os bons efeitos produzidos. Há mistérios que me escapam. Mas eu sou uma pessoa simples... não alcanço os grandes desígnios da informação.
À noite o Cara-metade perguntou-me: rias de quê sozinha à hora de almoço?
Nem queiras saber... nem queiras saber...
(Vou convidá-lo a ler esta entrada hoje para ver se se convence que ainda estou com a minha sanidade mais ou menos no sítio certo... e não careço de internamento compulsivo.)
Recordação
Há 5 anos
3 comentários:
Ontem divinal, hoje hilariante.:)
Não fora o império da insensatez. :(
Mas ó 3za, tu (e eu e os outros cento e tal mil) já estás internada compulsivamente (num manicómio, quer dizer). Chama-se a Escola da Miluzinha e tem repartições em todos os cantos do País e nem os Monty Python nos seus momentos de maior caos hilariante se lembrariam de coisas que este ME se lembrou (mas, obviamente, eu prefiro a loucura do Monty...).
Pois é... não tinha pensado nisso... sinal de que já tenho o raciocínio meio toldado... :)
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