Não haverá já professores a mais desempregados? Se não acabam com os cursos das escolas superiores de educação, para professores, não será o menor mal dificultar-lhes a entrada na carreira?
A questão que apontas é relevante: passa por uma estratégia educativa global e de reformulação da oferta em função da procura, para não criar a ilusão de que há mercado quando não há. Mas existe quem defenda que as pessoas devem fazer as opções livremente, conhecendo a realidade social (ninguém pode argumentar que hoje escolhe ser professor "no engano" acreditando que terá lugar... e depois lamentar-se por não o ter. É falta de visão estratégica pessoal, a não ser que conte criar o seu emprego com explicações ou salas de estudo e atls, estando no seu direito - iniciativa privada). O que se contesta aqui é a forma como se pretende fazer a selecção. É inconcebível acreditar que os melhores professores serão os que "passem" em certas provas escritas. Dou um exemplo: a pior e mais deajustada professora que conheci (não conseguia dar uma aula sequer) era aluna de 19 no estágio da Universidade Aberta... tinha problemas emocionais graves, as aulas eram uma coisa indescritível e acabou mal. Mas entrou à frente de muita gente com menor nota de estágio - professores excelentes (nomeadamente numa escola complicadíssima de periferia onde leccionei durante 20 anos e onde ser apenas um professor médio não chegava... muito menos um mau professor com boas notas em exames). Dizer que não se confia na formação de base fornecida pelas univs ou por outras entidades introduzindo mais exames a jusante, não me parece ser solução e até equivale a dizer que a entidade MEduc não confia na entidade Minist do Ensino Superior... logo, o ensino superior serve para quê se depois o ME tem de verificar mais coisas com "exames"?(Os profs do educacional têm cadeiras de preparação estágios supervisionados e saem para o mercado com "notas" que serviram sempre para os seleccionar até hoje... porquê isto agora?). Não é uma questão fácil, mas não é uma prova que resolve...
Obrigada pelos teu comentários e pelas palavras de estímulo... vindo de alguém das artes fico contente, pois para mim é só intuição e gosto pessoal (e influência indirecta de alguns amigos - com formação em artes -com quem muito tenho aprendido e educado o meu gosto...) :)
De facto, tens razão: a selecção feita apenas por três sobrevalorizadas disciplinas não poderá nunca sobrepor-se a muitas outras competências demonstradas durante os cursos e durante o próprio estágio ( infelismente não remunerado. Aqui está uma vantagem de ter interferido neste blog.
Há 2o e tal anos ainda fui uma das privilegiadas a ter estágio remunerado... tudo se vai perdendo... Volta sempre que te apetecer. Esta é uma teia de liberdade: só fica preso quem quer... :)
Já agora, 3za, sabes da pretenção do governo em extinguir o ensino especializado da música no país (no 1º ciclo), assim como extinguir o ensino articulado e supletivo da música? Parece que, obrigando todas as crianças com menos de 9 anos a estudar música nas AEC's, chega perfeitamente para um ensino musical de qualidade e democrático. Ai, ai...
Por favor lê a petição: http://www.petitiononline.com/CFEEMP/petition.html
7 comentários:
Não haverá já professores a mais desempregados?
Se não acabam com os cursos das escolas superiores de educação, para professores, não será o menor mal dificultar-lhes a entrada na carreira?
Gostei bastante do aspecto gráfico deste blog. Parabéns!
A questão que apontas é relevante: passa por uma estratégia educativa global e de reformulação da oferta em função da procura, para não criar a ilusão de que há mercado quando não há. Mas existe quem defenda que as pessoas devem fazer as opções livremente, conhecendo a realidade social (ninguém pode argumentar que hoje escolhe ser professor "no engano" acreditando que terá lugar... e depois lamentar-se por não o ter. É falta de visão estratégica pessoal, a não ser que conte criar o seu emprego com explicações ou salas de estudo e atls, estando no seu direito - iniciativa privada). O que se contesta aqui é a forma como se pretende fazer a selecção. É inconcebível acreditar que os melhores professores serão os que "passem" em certas provas escritas. Dou um exemplo: a pior e mais deajustada professora que conheci (não conseguia dar uma aula sequer) era aluna de 19 no estágio da Universidade Aberta... tinha problemas emocionais graves, as aulas eram uma coisa indescritível e acabou mal. Mas entrou à frente de muita gente com menor nota de estágio - professores excelentes (nomeadamente numa escola complicadíssima de periferia onde leccionei durante 20 anos e onde ser apenas um professor médio não chegava... muito menos um mau professor com boas notas em exames). Dizer que não se confia na formação de base fornecida pelas univs ou por outras entidades introduzindo mais exames a jusante, não me parece ser solução e até equivale a dizer que a entidade MEduc não confia na entidade Minist do Ensino Superior... logo, o ensino superior serve para quê se depois o ME tem de verificar mais coisas com "exames"?(Os profs do educacional têm cadeiras de preparação estágios supervisionados e saem para o mercado com "notas" que serviram sempre para os seleccionar até hoje... porquê isto agora?). Não é uma questão fácil, mas não é uma prova que resolve...
Obrigada pelos teu comentários e pelas palavras de estímulo... vindo de alguém das artes fico contente, pois para mim é só intuição e gosto pessoal (e influência indirecta de alguns amigos - com formação em artes -com quem muito tenho aprendido e educado o meu gosto...) :)
De facto, tens razão: a selecção feita apenas por três sobrevalorizadas disciplinas não poderá nunca sobrepor-se a muitas outras competências demonstradas durante os cursos e durante o próprio estágio ( infelismente não remunerado. Aqui está uma vantagem de ter interferido neste blog.
Voltarei.
Há 2o e tal anos ainda fui uma das privilegiadas a ter estágio remunerado... tudo se vai perdendo...
Volta sempre que te apetecer. Esta é uma teia de liberdade: só fica preso quem quer... :)
Teresa, estou contigo nisto!
~CC~
Já agora, 3za, sabes da pretenção do governo em extinguir o ensino especializado da música no país (no 1º ciclo), assim como extinguir o ensino articulado e supletivo da música? Parece que, obrigando todas as crianças com menos de 9 anos a estudar música nas AEC's, chega perfeitamente para um ensino musical de qualidade e democrático. Ai, ai...
Por favor lê a petição: http://www.petitiononline.com/CFEEMP/petition.html
Isto vai de mal a pior :(
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