Fui visitar os meus meninos…
Acontecem as coisas mais estranhas…
Uma aluna que teve dificuldades na Matemática o ano inteiro (fui ajudando, apoiando, estimulando…) ao responder à questão do expoente de uma potência de base 10 para obter 1000… muito cuidadosamente verificou tudo … e colocou 3, depois de experimentar o 2. Acertou.
Alguns dos alunos que nunca têm menos de Muito Bom, resolvem problemas de qualquer tipo e grau de dificuldade (e se eu estico a exigência!) e expressões numéricas de qualquer tamanho cheias de potências com todos os tipos de bases e expoentes… escreveram… 100 (!), não verificaram nada e passaram para a frente…
Ah! Uma delas (aleluia!) escreveu 100, verificou... pensou, voltou atrás e corrigiu acertando.
Isto significa o quê? Não sei…
Amanhã e depois vou fazer a correcção com eles e deixar-me surpreender…
Uma das minhas crianças ficou na sala a chorar desconsolada. Excelente aluno, cuidadoso e lento, muito exigente consigo próprio (até demais, por vezes) deixou para o fim a circunferência porque era fácil… tocou, acabou o tempo… e não conseguiu fazer esse exercício… Conhecendo-o como conheço, vai ter ali para uns tempos…
Enfim…
As coisas valem o que valem…
E só sinto alívio por ter acabado. A sensação que tenho é que este período a única coisa que andámos a fazer foi a "treinar as crianças" para as provas... com tanta coisa importante e interessante que podíamos ter feito... mas vai de repetir, de avisar para os truques, as distracções, os problemas-tipo que saem sempre... crianças a comprar os livros das editoras, a repetir provas do GAVE...
Um tédio. E eu alinho porque tenho crianças e famílias que ainda se preocupam e não posso desapontá-las... Sem falar que há sempre a pressão final da folhinha que chega do Ministério (a apontar o dedo aos professores de LP e Mat.) cheia de numerozinhos a provar que falhámos neste tema, nesta competência e tal porque as percentagens dos resultados dos nossos alunos aqui e ali... naquela e na outra pergunta... que traz em anexo o pedido de relatórios e justificações...
Tudo isto não tem nada a ver com a Escola dos meus sonhos...
Recordação
Há 5 anos
4 comentários:
Este ano calhou-me fazer de polícia, perdão, de professor aplique... quer dizer professor aplicador. Não achei a prova de Matemática difícil (acho que os testes que os professores de Matemática fazem são, normalmente, mais difíceis) mas, apesar de não conhecer os alunos que estavam na sala, pude verificar atrapalhações estranhas e erros que o professor da turma achará (como tu) incompreensíveis. Mas isto são coisas que acontecem - fazem parte da vida de estudante. E não é só nestas provas de Matemática e Língua Portuguesa: numa das minhas turmas tenho feito alguns exercícios de tratamento de informação histórica por vezes complexos para testar a compreensão dos alunos em conceitos importantes. O que eu verifico é que alunos que mostram um bom raciocínio histórico nestes trabalhos, depois são incapazes de responder a coisas mais básicas.
Mas isto sabemos nós. Os espertos do ME, como não têm contacto com os alunos (e já não se lembram dos seus tempos de escola), dirão que a culpa disto é dos professores. Enfim, deixemos a caravana passar enquanto os espertos fazem aquilo que fazem bem...
:) Pois...
Eu resolvi nunca fazer preparação para a prova. Faço o que faço sempre. Ao longo do 5º e 6º anos vou colocando nos testes algumas das questões que saíram em provas anteriores que acho mais interessantes. Os que resolvem em casa provas trazem-me dúvidas que tenham e quanto a provas fico assim.Acho que não vale a pena viver preocupada nem preocupá-los muito com essa questão. E têm-se portado bem.
Até este ano sempre fiz como tu... :) E os testes têm como dizes um ou outro problema dos mais interessantes. Mas este ano, os alunos estiveram mais ansiosos do que nunca, muitos compraram livros, todos os dias me traziam dúvidas e propostas de exercício e fui equilibrando o trabalho mas excessivamente centrado para o meu gosto nas provas. Vou voltar a fazer como referes porque me parece o mais correcto e ajuizado. É um disparate que não volto a repetir, mesmo com a pressão criada e o folclore associado. De nada serve e só é prejudicial. :)
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