Deve ter sido a minha carinha hoje ao receber um telefonema de uma amiga do curso de mestrado
que acabara de descobrir que
depois da saída da Portaria nº 350/2008, de 5 de Maio (regulamentação da concessão da licença sabática... com a interessante novidade de possibilidade de pedido de uma sabática a 50%.... redução da componente lectiva... explicando que os prazos para a pedir seriam... Março - que já havia passado à história... o que me tirou o sonho do horizonte...)
fora publicada no dia 2 de Julho (site DGRHE)
uma circularzita (Concessão da Licença Sabática para o ano escolar de 2008/2009 – Circular nº B08037074V - 02/07/2008 ) ... juntamente com um manualzito de apoio - Manual de utilização da aplicação da Licença Sabática para o ano escolar de 2008/2009 - 02/07/2008 a dizer que podíamos candidatar-nos a licença sabática para o próximo ano lectivo.
E de quando a quando poderíamos nós fazê-lo?
.... de 2 de Julho.... a 9 de Julho... (sim, 5 e 6... fim -de-semana).
Ora, tendo em conta tudo o que é necessário solicitar e fazer... entre uma contagem de tubos de ensaio e de outros materiais, reuniões de Departamento sobre Avaliação de Desempenho e outras coisas... e mais matrículas e relatório dos Portáteis, e apresentação de projecto inovador para o ano que vem, e reunião de portáteis, e relatório do Plano de Matemática e... e... ocorre-me perguntar:
quantos se terão dado conta disto... e... quem terão sido esses quantos que, adivinhando estas dádivas do céu, estariam em condições de se candidatar, ou teriam sequer tempo para o fazer?
Se existirem alguns e ficarem os lugares todos preenchidos, chegarei à conclusão de que não só sou muito distraída, como também muito incapaz e incompetente por não ter conseguido antecipar o movimento, preparar-me para ele e arranjar maneira de não ter faltas para ir à capital tratar de papelada, ou encaixar mais relatórios na lista, ou convencer orientador, escola e tal a produzirem pareceres e análises assim do pé para a mão, num instantinho. Ah! E também sou muito mal agradecida com as minhas ironias a propósito da generosa dádiva de que todos se devem ter dado conta, excepto eu e a minha amiga. Melhor... se ela não me tivesse telefonado... nem eu ficaria a saber.
Sou só eu que acho estas coisas estranhas, ou há mais alguém que me acompanha neste meu espanto infantil?
Recordação
Há 5 anos
2 comentários:
Pois é Teresinha... quanto mais espantada mais infantil me sinto, ao reparar que ninguém à minha volta repara nas mesmas coisas que eu...ou se calhar até repara mas já não quer saber...
Espantada, infantil e triste. Por me sentir enredada (agora sim numa teia de aranha como a tua...)num País pseudo-democrático ao serviço de um ministério de pseudo-educação... Mas recusarei até ao fim sentir-me uma pseudo-professora, por muito que tentem.
Vou guardar os pareceres dos meus alunos, para quando me reformar não dar em doida e me lembrar que afinal havia um motivo para continuar...
Beijinhos e Parabéns!
Adoro ler-te...
Pois é querida Vocas... parece surreal... Temos de nos agarrar à essência para não nos perdermos. Obrigada pelas tuas palavras e carinho. Bom saber-te por aqui... :)
Beijinhos muitos!
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