sábado, setembro 15, 2007

Regresso às aulas... e dedo na ferida

...crónica de Carlos Fiolhais publicada no Público e, hoje, no blogue "De Rerum Natura"...

Fundamentais estas vozes sérias, inteligentes e de referência (já que aos professores ninguém ouve) apontando o dedo às medidas danosas do Ministério da Educação. Registo excelente a não perder! Espero que a tutela leia. Leia e pense. Pense e compreenda. Compreenda e aja. A tempo de evitar o pior.

Tenho apenas que comentar a referência ao eduquês e aos "autores" do anterior/actual currículo de Matemática... e, talvez, estender a pertinência da intervenção de CF, completando/pormenorizando/divulgando absurdos que não estão à vista e precisam de continuar a ser expostos (preparem-se, que com a minha disposição, a coisa será longa e... confusa... tipo... catarse).

Na minha muito modesta opinião (23 anos destas coisas de escola e educação bem pertinho dos acontecimentos) o problema essencial do insucesso na matemática não reside nas orientações metodológicas dos currículos (ainda que possa residir, em parte, na extensão da lista prescritiva de conteúdos). As orientações produzidas desde há anos por equipas de onde se destacou sempre o nome de Paulo Abrantes - leia-se o livro "A Matemática na Educação Básica" - são internacionalmente reconhecidas. Nunca será de mais louvar o excelente trabalho do Paulo e gostava de ver mais vezes a sua memóra enaltecida (acho injustas certas acusações nas entrelinhas de um ou outro comentário e até mais explícitas, como as feitas por Nuno Crato - que, não me esqueço, em entrevista no canal 2 tinha justificação pronta, e "extrínseca", para o insucesso dos seus próprios alunos na universidade... investigado e exposto brilhantemente pela jornalista.)

Não foram os nossos investigadores que inventaram as linhas metodológicas englobadas na designação de "eduquês". Basta consultar o MIT e o trabalho desenvolvido actualmente no Media Lab, as orientações do NCTM, o Currículo do Ontário - país que possui dos melhores resultados do PISA, o Currículo da Finlândia (nem comento os resultados...), para perceber que não é numa matemática "centrada" no aluno e numa concepção incorrectamente chamada "eduquesa" que o problema reside. Penso que não seria difícil provar que apenas uma minoria dos professores consegue aplicar as ditas e correctas orientações inscritas internacionalmente nos curricula dos países com melhores resultados (mas que criaram as condições para que metodologias activas pudessem realmente ser aplicadas com exigência, boa preparação e qualidade) e esses são os que acabam, em Portugal, por conseguir alunos motivados, bem preparados e com resultados satisfatórios. (Os professores que ficam com os meus alunos no 3º Ciclo, não se queixam, pelo contrário. Nem os alunos, nem os pais, nem a escola... Desculpem a imodéstia, mas sou considerada uma boa professora de matemática e não vale a pena estar aqui com meias palavras.) Os restantes professores, a maioria, (pelas mais diversas razões... tantas...) reproduzem o modelo mais confortável e mais naturalmente convocado pela forma como o sistema educativo se organiza - o modelo transmissivo com mais ou menos adaptações pontuais e pouco significativas.
No fundo, a maioria, "dá" tudo, exigentemente cumprindo todo o programa (tal como nos é exigido agora - tendo que justificar se não conseguirmos) como sempre se "deu". Isto só pode resultar no exemplo de uma história educativa (Miguel A. S. Guerra) do cientista que ensinou o cão a falar (cão que nunca pronunciou uma palavra, durante a conferência de apresentação do fenómeno): eu ensinei-o, ele é que não aprendeu! E alguém se surpreende depois com os maus resultados? A culpa não é da existência do "eduquês" é da ausência generalizada dele, por falta de condições e de formação para o aplicar correctamente. Acham que o mundo de hoje, as crianças de hoje são iguais às de outros tempos? Experimentem umas horas de aulas numa escola de hoje e perceberão rapidamente a diferença... Os métodos que funcionaram na geração dos meus pais e da minha, não funcionam mais. Esqueçam. Não precisei de 23 anos de experiência para o perceber... e olhem que partilhava uma ou outra destas ideias conservadoras, mas encontrei o equilíbrio metodológico possível, não cedo na exigência e procurei sempre ir melhorando de ano para ano... enquanto me deixaram e me deram tempo para tal.

O que acontece, penso eu com os meus modestos botões, como sempre acontece neste país (e noutros), é que as leis e as orientações são sementes lançadas a solo estéril nunca regado nem cuidado convenientemente. Da formação inicial deficiente dos professores (não são exames, nem falta de confiança que vão resolver isso), à falta de tempo para uma formação e qualificação contínuas de qualidade (até isso nos retiraram), ao número excessivo de alunos/tarefas atribuídos a cada professor, à carga horária mínima da disciplina de matemática (das menores no mundo - realmente o discurso valoriza, mas depois na prática é tratada como se fosse uma disciplina qualquer e os resultados devessem surgir magicamente), ao excesso de funções atribuídas à escola, à gradual recente desqualificação do tempo, que cada vez menos permite o encontro de pares para reflexão e produção de materiais, o tempo pessoal para estudo e formação, um tempo extra com alunos seus, e é ocupado por tarefas estéreis que vão desde a substituição de professores noutras turmas, a apoios a alunos que não os seus, reuniões infindáveis para preencher mais um papel... mais um plano, mais um relatório (imagino então quando tivermos de reunir com os avaliadores... alguém pensou de onde sai esse tempo?)... Turmas enormes (no Ontário uma das medidas prioritárias no primeiro ciclo foi a redução do número de alunos por turma, reconhecendo-se que as crianças são diferentes, o mundo é diferente e que para fazer o que realmente as orientações preconizam é preciso alterar o sistema e a organização da escola, permitindo um acompanhamento mais individualizado).

Tudo se junta e conspira, penso eu, para que o ensino (em geral e da matemática em particular) se mantenha, mais do que nunca, igual ao que sempre foi... centrado no professor, assente num modelo de transmissão que nunca mudou uma linha e que apenas foi diminuindo a exigência por conta da falta de condições e das pressões (políticas) para o sucesso... Ah, sim, as tecnologias... pois.. na maioria dos casos têm sido usadas para reproduzir os mesmos modelos: se hei-de estar para aqui a falar ou a escrever no quadro, bem posso apresentar um slide show e eles copiam... Ah! E que tal um quadrozito interactivo para eles fazerem os exercícios lá, que é tão divertido, em vez de fazerem com giz no quadro? Boa ideia, hem? Há lá tempo para fazermos formação e aprendermos a fazer diferente? Há lá tempo para pensar como fazer diferente! Há lá tempo para de forma generalizada fazer diferente! Há lá tempo sequer para pensar! Tudo o que acontece de comprovadamente bom, com excelentes resultados, são experiências pontuais, de excepção, sem condições para serem generalizadas, suportadas, como sempre e agora ainda mais, na carolice de um ou outro entusiasta (que também começam a rarear... nem os mais motivados sobreviverão se continuarmos como estamos...).

...
Professores com excesso de atribuições... vejamos... Eu sou um exemplo no presente ano lectivo:
Mat 5º, Ciências 5º, Mat 6º, Ciências 6º (as turmas - duas, cerca de 100 alunos, possuem crianças com necessidades educativas especiais: um deles uma criança com o síndroma de Asperger, o outro um atraso que implica acompanhamento individualizado e apoio, ambos implicando adaptações curriculares e condições especiais de avaliação), Estudo Acompanhado 5º e 6º, Apoio Pedagógico Acrescido de Matemática a alunos com dificuldades, Centro de Recursos Educativos, Projecto dos Portáteis, Plano de Acção de Matemática (a tutela quer reuniões semanais dos professores... mas o mais provável é a escola não atribuir horas porque não as tem - são precisas para o plano de ocupação, para dar apoios... e os professores terem de dar mais tempo ou recusar-se a fazê-lo - o que recomendarei). E não acabou! Como integro dois departamentos e um grupo curricular que reúne fora do departamento, tenho reuniões regulares a triplicar, sem falar nos Conselhos de Turma que reúnem para preparação dos trabalhos com as turmas (sou secretária permanente de um deles) , pois é preciso fazer os Projectos Curriculares das Turmas, planos de recuperação e afins... Explico apenas que nos são atribuídos dois tempos de 45 minutos semanais por semana para reuniões (rio-me) e 10 tempos de 45 minutos (cerca de 7 horas e pouco) para a componente não lectiva individual... onde se prepara tudo, vêem testes, estudamos, concebemos materiais, planificamos, avaliamos... Feitos os descontos com os tempos dessa componente logo gastos nas voltinhas da escola nos tempos sem aulas, enfiados no meio dos horários - e sem gabinetes ou condições/materiais para trabalhar, sobram cerca de 5 HORAS por semana... UMA HORA por dia (útil) para tudo...
E, isto já é um extra, mas não deveria ser, pois temos direito a continuar a nossa formação, avanço como posso para a tese de mestrado que decidi fazer este ano sem saber o que me aguardava... mas nem sei exactamente o que vai acontecer...

E já que estou em movimento de desabafo, recordo para que não se esqueça: eu, (e quantos como eu?) com 23 anos de serviço, 45 anos de idade (daqui a uns dias), como fui apanhando todas as mudanças de leis, estou congelada desde há muito muito tempo a receber ordenado de 8º escalão, quando pertenço ao 9º (fui das que ficou no limbo, por uma semana e só voltarei a ganhar aquilo a que tenho realmente direito, uma semana depois de descongelarem as carreiras... falamos de cerca de 250 euros multiplicados por muitos meses, mais de um ano, dois anos... ) e, como as regras se vão alterando, continuo com apenas 2 tempos de 45 minutos de redução da componente lectiva... e assim estarei até aos 55 (a lei mudou novamente). Nas escolas convivem lado a lado, professores que, separados por dois dias de tempo de serviço, recebem ordenados de 8º ou de 9º escalão, professores que têm a redução máxima antes dos 50 e professores que, como eu, esperarão mais 10 anos para ter... apenas mais dois tempos. Não, não quero os tempos para descansar, para brincar. Não, não quero o dinheiro para férias (embora tivesse direito a ele para o que quisesse... só que gasto muito dinheiro comprando livros, materiais, tinteiros, papel, computador decente - que os da escola são um atraso - e investindo na minha formação, quantas profissões assim?). Se olharem para
o meu currículo percebem que na componente individual que tinha antes destas absurdas medidas, e era mais adequada - embora sempre tivesse ido além das 35 nas minhas ambições - não brinquei mesmo nada durante toda a minha vida... e agora sinto que estou no limite do que posso dar (nem falo da motivação, ou da vontade, pois com todos estes argumentos, muitos já teriam baixado - baixaram?- os braços e eu não os condenaria, não os condeno)... digo-o sem vergonha. Os professores andam cheios de medo de dizer que não conseguem... porque têm fama de preguiçosos e receiam que por cada desabafo surja o pronto: vocês não querem é fazer nada!
Mas eu não sou preguiçosa e não estou a conseguir. Assumo. Atire pedras quem quiser.


Regressando ao raciocínio. Que alternativas tenho com estas atribuições? Uma pessoa normal que se dispusesse apenas a trabalhar as suas 35 horas, avançava para uma linha de montagem expositiva, ficha aqui, ficha acolá...talvez até diminuisse um pouco a exigência para não ter muitos problemas... talvez nem preparasse grande coisa... manual, uns exercícios etc... como fazer melhor?
E o mundo que determina os resultados estatísticos é feito de gente normal com direito a viver, a ter família. Por isso os resultados vão piorando, eu acredito até que piorarão muito mais (falo dos exames... porque as notas da escola... ui!... essas vão subir por conta de avaliações que também se relacionam com resultados, como se avaliar um prof. fosse o mesmo que avaliar um enchedor de salsinhas... ora vamos lá a ver quem foi o trabalhador que encheu mais salsichas? Ohhhh... encheu pouquitas hoje... vai ter de apanhar um não satisfaz! Ohhh estes dois até encheram muitas, muito bem... mas... hummm... não posso dar excelente aos dois...deixa ver... ohhh... aquela salsichita ali tem menos um milímetro de comprimento... que pena!...).

Os resultados vão piorar porque o desfasamento entre o que é pedido, entre as orientações metodológicas de, por exemplo, currículos e Planos de Acção de Matemática, são completamente impossíveis de concretizar para a maioria dos professores, da forma como os tempos, o serviço atribuído e as escolas se organizam, com as actuais normas administrativas.

Exemplos como o meu há muitos... Alguém acredita que uma pessoa normal dá conta do recado com o panorama que vos descrevi? Tentarei fazer o que puder e só conseguirei um pouco mais aqui e ali porque: sacrifico muito do meu tempo pessoal para além das 35, porque tenho saúde (... como me revoltam e repugnam as histórias sobre os professores doentes...), porque não tenho filhos (não há medida do governo que me convença... digamos até que, agora, estou bastante aliviada por essa ter sido uma opção de vida... uma vez um pai disse numa reunião, a propósito de uma professora que estava a faltar porque tinha o seu bebé em risco de vida no hospital, as professoras n'áveram de ter filhos!.....), porque tenho de me manter fiel à vocação e a princípios de que não abdico: os alunos em primeiro lugar.

Mas notem como estou diferente... como a minha mágoa já não se consegue calar e salta para as palavras em certos momentos! Como o meu instinto de sobrevivência (poderia dizer maternal, para proteger os alunos que dependem de mim) desperta e começa a colocar, com sucesso, a escola e as suas tarefas/exigências/papeladas absurdas em segundo e indiferente plano. Sorriso sim, em frente com coragem, sim, escusam de me dizer, eu sei e faço, pelos meninos (eles não notam diferença no brilho do olhar, e até partilho com eles as dificuldades - são os meus melhores aliados e os mais certos motores de alegrias), mas calar é que não. Incomoda-me o silêncio que se instalou. As conivências.
Como se tudo estivesse bem.

O que é que aconteceu aqui hoje?
Nem sei bem... mas ainda bem que aconteceu. Sinto-me um grama mais leve.
Seria bom que alguém escutasse e se sentisse mais pesado muitas toneladas por conta de estar a comprometer perigosamente o futuro.
Mas até essa esperança de que tenham a inteligência de perceber começa a faltar-me...

ADENDA: se descobrirem erros ou gralhas, desculpem... estou cansada de rever o texto e tenho de ir preparar umas aulas e materiais para os meninos...

21 comentários:

Teresa Pombo Pereira disse...

minha querida... como não há nada que possa dizer e como te percebo tão bem - apesar de apenas 14 anos de carreira - aqui fica um abraço! Um abraço, não! "Aquele" abracinho sabes?!

Teresa Martinho Marques disse...

Sei... Bigada.... Beijinhos

Miguel Pinto disse...

A ideia desta gentalha é vencer os professores pelo cansaço. A intensificação do trabalho docente nivelará por baixo a qualidade das práticas: os que nada faziam no sistema irão receber, muito em breve, a companhia dos que sempre fizeram das tripas coração pelo seu labor.

Nota: Não sei se fizemos bem em mudar de trilho no aragem?... agora que é cada vez mais necessário mudar de ares…

João Torres disse...

Olá Teresa,

O texto não é longo, extenso... É apenas GRANDE... em conteúdo.

Um abraço
João

Anónimo disse...

Pois Miguel... heditei em começar a entrada, pois sabia o que aconteceria e tenho tanto trabalho acumulado que seria, como aconteceu, mais uma sobrecarga. MAs isso equivaleria a ceder, a deixar que a gentalha ganhasse. Assim, faço mais umas horas extra e a coisa lá se vai resolvendo. Não me apeteceu calar. Precisava de o fazer. Quanto ao Aragem... pois... não sei que te diga... por um lado é fundamental discutir as questões... por outro.. estamos mesmo a precisar de brisa para nos aguentarmos.
E, João, obrigada pelo teu "grande", pelo apoio. A ambos obrigada pela paciência de conseguirem chegar ao fim :)

Herr Macintosh disse...

Miguel,

acho que os que não faziam nada no sistema já estão contentes com as novas companhias. Quando a 3za escreve um texto com este nível de desencanto estamos, decididamente, no caminho errado.
No futuro, quando se fizer a História de Portugal do início do século XXI, José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues serão certamente mencionados como os autores da destruição final do sistema educativo português. O que eu não consigo perceber (entre muitas outras coisas) é como é que uma pessoa doutorada em sociologia compreende tão mal a sociedade, não conhece a realidade e não faz a mínima ideia da História.

Teresa Martinho Marques disse...

No comment... heditei = hesitei

e JL... realmente até eu fiquei surpreendida com o texto dessa dama que dá pelo nome de 3za... o facto de já nem bem me reconhecer nela, diz tudo. Na essência não mudo, hei-de ir encontrando o caminho adequado, mas realmente o corpo tem os seus limites (até a mente os tem)...

João Paulo Proença disse...

Olá Teresa:

Tinha muito para te dizer mas sendo o teu post tão pessoal e tão "só teu" que acabo por ter pudor em comentá-lo...

Apetecia-me dizer-te tanta coisa...
Não desanimes,
não estás só, ânimo,
Não te deixes vencer...
lembrei-me do belíssimo texto do José Mário Branco "A Noite" onde ele pergunta "Mas cabe perguntar, como é que aqui chegámos?"
Mas será que eu te compreenderia? será que tu me compreenderias? (há um belíssimo texto de Sarte sobre isto...)

Se calhar o texto que segue é mais para mim do que para ti. Espero que te revejas nele e te dê força


Não Passarão (Miguel Torga)

Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que não o são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!

Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.
Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mudo todo
Que na tua tragédia se redime

Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!

Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada JP! Não, não me deixo vencer... mas andava a precisar de desabafar. Ajudou. Agora sigo caminho como sempre. Que se pode fazer! Obrigada pelas tuas palavras e pelas emprestadas e tão pertinentes que partilhas aqui... :)
Não passarão... que eu não deixo.

Anónimo disse...

Nem sei que diga... Não digo! Tu sabes; tu sentes. O que é preciso é não esmorecer. Se não conseguirmos correr, o melhor é andarmos devagar. Chegaremos lá!

Teresa Martinho Marques disse...

Chegaremos........... Beijinho

Teresa Martinho Marques disse...

Chegaremos........... Beijinho

Anónimo disse...

Teresa, tb sinto como tu... Estou a começar o ano com tantas incertezas e frustrações (como a falta de tempo para o essencial: os alunos), que nem sei bem se o que sinto é desânimo ou cansaço de tantas medidas educativas destinadas ao insucesso escolar...

bjinhos e esperemos que algo mude para melhor!

«« disse...

a excelencia do texro não precisa de grandes comen tarios, ainda por cim quando são de professores de "ginastica", mas desafio-te a falar do grau de acesibilidade dos exames nacionais...

Anónimo disse...

O seu texto está tão completo, tão directamente tocante naquilo que sentimos que não acrescento nada. Só o facto de estar exactamente na mesma situação (escalões, mudanças de escalão etc.) E o facto de, por ser prof. de Inglês, (convenhamos que se é para os nossos meninos aprenderem uma língua o tempo de contacto com o prof. não pode ser só de 90 min. semanais porque assim só aprendem os que podem frequentar um instituto, tantas injustiças...) tenho portanto 6 turmas, 150 alunos todos diferentes. Acho que é por aí que devemos ir. Insistir no que é verdadeiramente essencial e afirmar alto que deste modo não é possível ser um bom professor!
Um bem-haja

Teresa Martinho Marques disse...

Daniela... a minha voz é a nossa voz. Eu sei bem quantos sentem esta aflição e impotência!
Miguel "kékéisso" dos professores de ginástica, hem???? :) Não posso falar de algo que não domino. Os professores de matemática do 3º ciclo estão mais dentro dessa realidade. Eu sou "só" stora "de 2º" e lido "apenas" com provas de aferição que são os testes dos mais pequenitos....
E Fátima... tanto mar tanto mar e vai-se a ver... as asneiras são as mesmas. Tudo em nome de poupar dinheirito. Um dia os nossos países pagarão caro (aliás... já estão a pagar). Abraço

armanda disse...

Teresa, este texto quase podia ter sido escrito por mim, tantas são as semelhanças: em vez de Matemática, Português; substiteuem-se as duas turmas de 5º e duas de 6º por duas de 10º e duas de 12º; um anito a mais para mim e umas tarefas ligeiramente diferentes e o resto fica na mesma: apesar do gosto pela profissão, um desânimo muito grande, mas derrotada nunca. O que nos tem valido são mesmo os miúdos, não é?
Bom ano! Um abraço. Armanda

Anónimo disse...

Bom ano Armanda! Vivam as crianças! Grande abraço

Paideia disse...

Estou sem fôlego e com um peso sobre o peito, pelo peso auto-revelatório.
Relativamente à questão do "eduquês", que me pareceu sempre uma abordagem superficial, sobretudo no que diz respeito ao ensino da matemática, parece-me que a tua interpretação faz mais sentido.
Gostava que os nossos meninos fossem bons alunos a Matemática, tenho pena que assim não seja, mas de cada vez que estou com eles e avalio a sua capacidade de calcular, de efectuar operações elementares, fico consternada.
É o termo exacto.
Miguel, o trilho do ARAGEM pode sempre ser corrigido: o caminho faz-se a andar.

Jardins disse...

Um Bem Haja Teresa, por assumires, tão honestamente a função mui nobre de PROFESSORA.

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada... pela força que me dão, pelo carinho. A sensação (certeza) de que não estamos sós...
Bejinho