sexta-feira, agosto 31, 2007

Para escutar...

... com todos os sentidos.

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quinta-feira, agosto 30, 2007

Ele há dias...

Umas coisas...

Não sei se é da aproximação da data. Se do fim quase certo do sol e dos banhos de poesia. Se do retorno ao lado menos belo do cenário que nos aguarda. Mas sinto umas coisas, tipo umas comichões, que regressam como alergia quando leio certas palavras.
Senti-as há tempos no final da leitura do livro de S. Papert (The Children's Machine) quando dei com umas coisas escritas que apeteceu partilhar de imediato. Mas não... ele era praia, ele era sol, porquê começar tão cedo a escurecer o céu se ainda faltava algum tempo para o Inverno?
Pois...
Mas a comichão persistiu e, azar o vosso, hoje não consigo encontrar inspiração para poema algum.
Assim... Que se há-de fazer? Amanhã, se tudo correr bem, arranjo para aí umas flores e umas borboletas e pinto umas palavras de relax...

E vai mesmo em inglês que nem me atrevo a quebrar o cristal límpido das palavras do Papert.
Qualquer semelhança entre uma coisa e a outra coisa... não deve ser pura coincidência. Admito até que seja doença. E doença contagiosa!

(...) We are living with an educational system that is fundamentally as irrational as the command economy and ultimately for the same reason. Is does not have the capacity for local adaptation that is necessary for a complex system even to function efficiently in a changing environment, and is doubly necessary for such a system to be able to evolve.
What this means will be appreciated more concretely by looking at proposals for education reforms that fail in systemic thinking. A good example is the plan with the grandious title " America 2000", announced by George Bush so as to make good on his campaign promise to become "the education president". My discussion is not intended as a partisan attack on Bush; the flaws in thinking are, in more or less severe forms, almost universal in contemporary educational thinking.
(...) Bush announced that by the end of the century American students will be the best in the world. The lynchpin of his proposals for achieving this was to institute a national system of tests. If this happened, he seemed to hope, Americans would no longer have to be embarrassed by reading that their children scored seventeenth in an international survey of science knowledge, or wonder there is after all any truth in the statement made by a Japanese politian in 1992 that American workers are lazy and ignorant. (...)
There was no hint in Bush's education plan of any specific theory of what might be wrong with the present situation on the level of underlying mechanisms. His remedies were the remedies the bureau-cratic mind proposes indiscriminately for every situation: Issue orders, tighten controls. Weakness in result can mean only that people are lazy and a good system of tests will expose them.

(os sublinhados sao meus)


That's all folks!



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quarta-feira, agosto 29, 2007

terça-feira, agosto 28, 2007

Dos sonhos, das equipas, das comunidades...

Tenho uma forte inclinação por cavalos brancos, príncipes encantados, vestidos de princesa, castelos e coisas que tais. Pode até não parecer, aqui de jeans, por entre papéis, livros e computadoreS (no plural, sim, já nem só um me chega) mas é a encantada realidade a que não consigo escapar. Nem tento. Nem quero.
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Dou comigo aqui a pensar que há claramente um tempo, sei-o agora, antes e depois da teia.
Um tempo de sonhos sem grande iniciativa para os levar à acção. As sempre fortes sensações de receio do mundo, dos outros. Uma espécie de sentimento de inferioridade que nos inibe de dar passos em direcção a... se não nos empurrarem... (tive a sorte de ter aqui mesmo à mão quem me empurrasse e bem!)
E, depois, um tempo de sonhos com caminhos próprios. Com coragem para dar passinhos e a seguir correr um pouco. A mesma sensação de insegurança e desequilíbrio, sim, mas já sem o medo de arriscar.

Foi assim que durante muito tempo li o Correio da Educação, sonhando que um dia talvez eu também tivesse lugar naquele recanto especial e pudesse conhecer as pessoas que lhe davam corpo.

E foi assim que durante muito tempo li a obra de José António Gomes, a feita para os grandes, aquela que também chegava às crianças, imaginando poder crescer e ser assim sem receio de vestir asas. Quem sabe um dia até pedir um autógrafo!

E foi assim que, devagarinho primeiro, e depois já sem receio, comecei a conseguir falar com gente que não conhecia, mas que escrevia palavras que eu admirava, num universo virtual que me acolheu com os braços abertos. Caminhei na sua direcção, eles caminharam na minha e percebi que tudo é afinal tão simples se acreditarmos.

Agora, confesso, já não sei viver sozinha sem todos eles. Não é bem não saber... é mesmo não querer.
Sinto-me como a Diana Krall... trabalhando em equipa com as caras com que sonhei um dia. Seja na música, na escrita, na educação... Integrada numa comunidade que me faz crescer a um ritmo bem maior do que aquele que se pode esperar quando vivemos fechados num quarto, isolados, sonhando apenas com os cavalos brancos sem a ousadia de os montar e partir.
Sim... que eu tenho uma forte inclinação por cavalos brancos, príncipes encantados, vestidos de princesa, castelos e coisas que tais. Já o disse. Só que agora me coloco no centro da acção.

Let's fall in love por todos os sonhos que nos atravessam.
Um dia, quem sabe, teremos ao nosso lado (muitos e bons) amigos improváveis...
(Tenho essa sorte. A Diana também.)

segunda-feira, agosto 27, 2007

Viagem... geológica

Directamente dos Alpes suiços... chegam-me estas fotos (autoria: Cara-metade), reportagem de uma tarde de Domingo em busca da poesia das rochas.
Glaciares na primeira...
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Na segunda o primeiro cavalgamento - Glarus Thrust a ser estudado (vêem como as rochas em cima parecem assentar de forma estranha sobre as de baixo, ao longo de uma linha quase horizontal que corta as rochas marcando a separação entre as duas unidades? Pois há para ali uma inversão de posições, posto que as rochas de cima são bem mais antigas do que as de baixo. (Para os curiosos, informação mais sofisticada AQUI e AQUI ...)
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A terceira foto... bem. Nem só de geologia se faz o dia de um geólogo.
Cá para mim são saudades de uma certa aranhiça...

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domingo, agosto 26, 2007

Viagem de/dos sentidos


Têm tempo?

Hoje precisam de ter algum, se quiserem fazer a viagem completa. Arrisquem-se.

A palavra adeus na ideia, o receio de tão depressa não voltar, o sol como estrela guia, fizeram-me partir novamente sozinha com destino ao azul.
Não consigo levar só parte de mim comigo... Não consigo não fazer uma mala de viagem. Livros, artigos, um caderno, uma caneta, misturados com uma garrafa de água, umas barras de cereais e um paneau para cobrir a areia (um não, vários). Roupa leve. Mas também camisola, casaco, sempre preparada para a nortada final (mas não... oh soberba tarde a deste Domingo!)
Lá fui eu.
Preparada para tudo. Como sempre. Há gramas (quilos) que transporto com prazer.
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Como a companhia encontrada foi boa... bem... confesso: li apenas uma entrevista a Seymour Papert (retirada do site www.edutopia.org ), outro artigo vizinho, folheei um novo livro do Jonassen... e depois conversa, divagação, deambulação verbal. Muita sobre educação (se por entre a companhia se encontra um professor... lá se instala o fenómeno habitual).
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A lapiseira? Sim... de estimação. Encomendei há dois anos umas quantas à NCTM (http://www.nctm.org/) quando comprei os Standards para o currículo de Matemática (se disserem que eu encomendo lapiseiras e post'its e blocos com frases sobre a matemática, eu desminto).







A música de ida foi doce. Não sei porquê, mas na RFM devem saber a que horas viajo e lá me oferecem a Mafalda, o Jorge Palma... eu encostada a eles afinando e desafinando em voz alta.

Mas o regresso...
Ai o regresso (leia-se um suspiro e uma exclamação como ponto final aqui neste espaço)

O regresso foi pleno de contrastes, de magia, de sentidos.

Saí da praia ao som de Freddy Mercury. A minha canção preferida.

Too much love will kill you. Sabias?
Tenho saudades tuas. Sabias?



Já a caminho do nosso atalho secreto pelo verde, que me faz chegar à Cotovia sem passsar pelo terrível cruzamento de Santana para Sesimbra, a Esfera de Pedro Khima. Já canto com ele alguns pedaços sem que o imagine. (...) esconde esse sorriso que me faz querer matar por mais...



Na recta da Maçã... perdi o controlo.
Dancei, dancei, dancei agarrada ao volante.
(Ai que bom quem se cruza comigo passar a correr sem olhar...)
Óculos escuros, bem disfarçada, acompanho, com tudo o que do corpo se pode mexer sem comprometer a concentração na estrada, esse momento de loucura. Canto bem alto o refrão e confesso que me rio feliz com a figura que imagino que faço walking on sunshine sem ninguém ver.




Foi quase a chegar a casa que fiquei em silêncio e me apeteceu o dobro da viagem, o dobro da música das duas vozes inesperadas. Não conhecia. E fiquei presa. Presa. I belong to you. (Posso pedir mais um bocadinho? De música? De viagem? Quero mais...)



Dentro do carro as cores vão mudando sucessivamente.
Do riso à comoção. Da memória ao futuro. Da contenção à euforia. Do desejo ao esquecimento.

Nunca sei, depois de chegar a casa, se viajei numa estrada ou dentro de mim.


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sábado, agosto 25, 2007

Eduardo Prado Coelho



Não é adeus. Não é.

Recursos para Matemática - MATHS ONLINE

Procurando outras coisas... dei com isto:


University of Vienna

Aproveitei para fazer umas revisões de matemática "mais para a frente"... (gráficos e funções... ando aqui com umas ideias...)

A explorar.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Bloggerschmoozencontros I

Depois da tentativa para reunir alguns bloggers na praia do Meco hoje à tarde, eis o que se conseguiu: um trio de bloggers no activo + um quase blogger (portanto um quarteto... da zona sul-centro).
Tarde inteira em amena e profunda tertúlia, com muitos sorrisos pelo meio.
Temas de conversa? Todos. Mas todos mesmo. Multidisciplinar (muitas vezes interdisciplinar) este desfiar de seda que se estendeu quase até o sol se pôr. E falámos de outros bloggers, claro. Sempre presentes em espírito.
Não se deu pelo tempo... A maior prova do especial sabor do dia.

Diz a Teresa Lopes que o próximo encontro poderia ser um almoço ali para os lados de Coimbra, para colar o norte ao sul com mais facilidade (embora tivesse sido sugerido o uso de fita métrica para decidir da terra com mais justa e equitativa distância a cada um dos bloggers que venha a participar no dito).
Este foi só primeiro. Resolvi baptizar o evento com um nome simples: Bloggerschmoozencontros *
(Pelo menos é bem mais simples que o nome de uma terrinha galesa, que precisa de uma placa de 5 metros para ser escrito... estão a ver a divergência dos temas abordados?)


Da esquerda para a direita:


Tempo de Teia (3za)
Blogue ainda no prelo... sei o nome mas não divulgo (Joaquim Lopes, vulgo Herr Macintosh)
Paideia (Idalina Jorge)
Talvez uma Península (13a Lopes)

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Agora é que é...

Agradecemos à Paula Marques (minha mana de coração) o registo deste momento especial.
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* ADENDA: Para se perceber a razão da designação do evento, nada como consultar o blogue da Idalina nesta entrada em particular... Deixo aqui um excerto:
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Schmooze, ou schmoose ou shmooze não fazia parte do meu vocabulário, construído na mais refinada ou vernácula tradição de Shakespeare, de John Milton, ou de Charles Dickens, que foram os que me deram mais trabalho, ou ainda, vá lá, Melville, já que a literatura norte-americana nunca acolheu grande simpatia da minha parte.
De repente, vejo-me nomeada como uma schmooser (...)
; e pronto, lá vai o cromo de estudo ver a etimologia da palavra: schmooser, da gíria dos party animals, conversador, que facilmente estabelece relações sociais. Etimologicamente, provém do Yiddish shmuesn, provavelmente de shmues, conversa, rumor, idêntico ao hebreu mû‘â.
ADENDA 2 : AQUI

A melhor cama é...

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... aquela onde o sol também se deita.





quinta-feira, agosto 23, 2007

A minha casa... a minha cabeça... os meus dias...

Imagem exacta.

(Vejam AQUI com todo o pormenor. Vale a pena. Passou a ser o wallpaper do computador...)

right click image to set as background

http://www.vladstudio.com/

Paulo Freire e Seymour Papert - diálogo


Ontem, antes de me deixar dormir, substituí a TV (não é difícil) pela repetição do visionamento do registo vídeo deste encontro de titãs, divulgado há tempo na Teia (tendo como referência o blogue Na Praia e um encontro no Second Life sobre Paulo Freire).

Desculpem a repetição... mas pode haver interessados a quem tenha escapado na altura este registo, que nos provoca e faz pensar sobre o futuro da educação e da escola...

Pelo menos a mim soube-me bem vê-los/ouvi-los de novo.

parte 1 (65MB)
parte 2 (68MB)
parte 3 (60MB)
parte 4 (26MB)

*O FUTURO da escola e o impacto dos novos meios de comunicação no modelo de escola actual. Produtor: Márcia Moreno e Marco Aurélio Del RossoTV PUC de São Paulo com apoio do JornalData: Nov. 1995

a propósito...

Este registo vídeo vai muito bem com o livro que tenho em mãos no momento (chegadinho este Verão da Amazon e que pode ser adquirido a partir de uma libra... procuro sempre comprar os livros em segunda mão e conseguem-se oportunidades óptimas. Estão a caminho uns onde é possível poupar quantias como 80 e tal libras...):

The Children's Machine - Rethinking School in the Age of the Computer
de Seymour Papert, 1993




quarta-feira, agosto 22, 2007

Second Life: "O que diz o teu avatar sobre ti?"

Esta é uma iniciativa de Paulo Frias, da Universidade do Porto, no seu espaço "Discursos do Outro Mundo"

O desafio, nas suas palavras, é o seguinte:

Este é um post diferente, e abre uma nova rubrica neste blog!
A partir da pergunta "O que diz o teu avatar sobre ti?", adorava que comentassem e que tentassem responder sucintamente à "simples" questão :) Se quiserem podem referir onde posso encontrar uma foto vossa e do vosso avatar (a identificação do avatar é obrigatória, a outra é opcional).
Regularmente, publicarei ambas as fotos e os vossos comentários neste espaço!


Eu já contribuí... o Paulo já publicou . Avancem agora vocês...

Claro que, com humor, podemos aflorar essa questão/esse desafio e fugir completamente à sua essência psico-filosófica...

Mas, realmente, o que diz o nosso avatar sobre nós?
Levava-nos longe a reflexão...

Insisto apenas num ponto: eu tenho mesmo olhos azuis.
(Só que ninguém sabe... nem consegue ver.)

[avataresTeYalin.jpg]

Composição feita pelo Paulo Frias - Discursos do Outro Mundo

Desanuviar colorindo...

Imaginei tintas. Os dedos mergulhando nelas.
Precisava de os levar a passear sem rumo... já cansados de páginas.


Sem tempo, arranjei um atalho. Fui (im)precisa e breve.
Nem precisei de lavar as mãos.

(Maravilhosas tecnologias...)






Feito com Corel photo-paint X3 (Paint tool - Water Color - Big Soft Cover - 47)

Pergunto-me...

Ela mora agora no meu jardim.
Todos os dias a encontro.

Pergunto-me: será no jardim de dentro ou no de fora?
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Maniola jurtina

terça-feira, agosto 21, 2007

Era outra vez?

Não que me importe que seja veloz, se escape sem remédio.
Mas, com o tanto que ainda me apetece fazer, até que saberia bem poder...




segunda-feira, agosto 20, 2007

The Power of Schmooze Award

"Este prémio é uma tentativa de reunir os blogs que são adeptos aos relacionamentos "inter-blogs" fazendo um esforço para ser parte de uma conversação e não apenas de um monólogo. Foi criado pelo Mike do Ordinary Folk."

Regras:1. Se, e somente SE, você receber o "Thinking Blogger Award" ou "The Power of Schmooze Award", escreva um post indicando 5 (cinco) blogs que tem esse perfil "schmoozed" ou que tenha te "acolhido" nesta filosofia. (se não entendeu, leia a explicação no parágrafo anterior de novo).2. Acrescente um link para quem te indicou .3. Opcional: Exiba orgulhosamente o "Thinking Blogger Award" ou o "The Power of Schmooze Award" com um link para este post que você escreveu."

Nunca é fácil, mas pronto...

Agradecendo ao Miguel a musculatura que me foi atribuída, aqui estou eu a indicar os 5 (em férias... esqueci-me de "quantos são 5") blogues que mais me provocam, envolvem, acolhem, estendem braços e abraços. Há mais, muitos mais... mas esticar o 5 para além dos 8 já não é esquecimento... (poderia até ser considerada demência incapacitante :)

OutrÒÓlhar

Memórias soltas de uma professora
Terrear
O Canto do Vento

Talvez uma península
Blogue que ninguém lê!

Netescrita
Paideia

:o)

Vá lá... Não me levem a mal esta pontinha de alegria e orgulho com a descoberta que a minha amiga Teresa Lopes fez na Biblioteca Municipal de Lagos, durante a sua estadia por aqueles recantos... (É coisa de novata e principiante... sempre que me acontece qualquer coisa assim, lá surge um sorriso...)

Podem ler AQUI...

SmileyCentral.com

domingo, agosto 19, 2007

O essencial e o acessório II

Através de uma mensagem de correio electrónico (o texto começou por ser um comentário mas, dada a dimensão, JL - HM resolveu enviar-mo por aquela via) chegaram-me palavras pertinentes que completam e reforçam as da entrada de há dois dias.
Enquanto aguardamos por Setembro e por uma "estreia em preparação"... Pedi autorização (e obtive-a) para colocar aqui partes dessa mensagem. Poderá ser útil a todos quantos se interessam por estas questões. (Introduzi apenas alguns links para autores e obras...)

JL:
Complementando a tua entrada, deixo aqui uma parte do início do Capítulo 1 de Multimedia Learning, de Richard Mayer, que ando a ler para, entre outras coisas, preparar a acção de formação que vou dar em Outubro sobre produção de materiais multimédia. Ao falar sobre abordagens centradas na tecnologia (das quais ele discorda) [tradução muito rápida e em cima do joelho]:
O que há de errado com as abordagens centradas na tecnologia? Uma revisão das tecnologias educacionais do século XX mostra que estas abordagens geralmente não conseguiram levar a melhorias duradouras na educação (Cuban, 1986 - L. Cuban, Teachers and machines: The classroom use of technologies since 1920). [p. 8]
Depois de dar vários exemplos (o cinema, a rádio e a televisão), continua:
O que é que falhou nestas tecnologias que pareciam à beira de explorar o potencial do ensino visual e mundial? Atribuo os resultados desapontantes à abordagem centrada na tecnologia tomada pelos promotores. Em vez de adaptarem a tecnologia às necessidades dos alunos, as pessoas foram forçadas a adaptar-se às exigências das tecnologias de ponta. A força motriz das implementações foi o poder da tecnologia em vez do interesse na promoção da cognição humana. O foco foi dar às pessoas acesso à mais avançada tecnologia em vez de ajudar as pessoas a aprenderem com a ajuda da tecnologia. [p. 10] (...)
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(...)
Ainda sobre o potencial das tecnologias, Joseph S. Krajcik e Phyllis C. Blumenfeld, no artigo "Project-Based Learning" (The Cambridge Handbook of The Learning Sciences, ed. por
R. Keith Sawyer), o tal de que te falei e que li assim de uma assentada dizem:
As ferramentas tecnológicas podem ajudar a transformar a sala de aula num ambiente em que os alunos constroem o conhecimento de uma forma activa. [p. 325]
Se reparares todos estes autores não são contra as tecnologias mas centram a sua atenção no aluno e no desenvolvimento de competências de nível superior. As tecnologias são (deveriam ser), somente, uma ferramenta.


(...)
Ainda sobre as tecnologias,
Martin Weller (Delivering Learning on the Net) tem uma saída (verdadeira - ambos conhecemos casos destes) que eu acho espectacular: "Deixemos, por agora, de lado o debate sobre o impacto da tecnologia nos resultados da aprendizagem. É nas práticas de ensino que o impacto das tecnologias educacionais tem sido muito menor do que seria de esperar do investimento, discussão e optimismo que as envolve."
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Palpita-me que o assunto não morre aqui...

sábado, agosto 18, 2007

Cada lugar nosso...

Peguei no carro, peguei em mim, agarrei num livro e fui até aqui.
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Aprendi, finalmente, o prazer da viagem solitária. O prazer do caminho. Aprendi a não deixar que o destino seja mais importante do que a estrada. A escutar cada som, a beber cada cor que se pisa. A dançar a música de fundo. A reparar. A não esperar de mais. A não esperar de menos.

Nunca é igual o caminho. Mesmo quando parece que sim.

A certa altura esta música no rádio. Cantar em voz alta sem ter ninguém a ouvir. Ter a noção exacta de uma vida privilegiada, de que a felicidade se faz de coisas muito simples, de que sorrio com frequência.

Que cada lugar... teu... meu... nosso... pode ser sempre um bom lugar, se afastarmos o medo de naufragar.


sexta-feira, agosto 17, 2007

O essencial e o acessório

Ainda a propósito da leitura em curso e da entrada de há dois dias, deixo aqui o resumo do Capítulo 2 para se perceber que este autor defende como intenção maior da educação o desenvolvimento de competências de nível superior... não considerando que é exclusivamente no computador que se concentram as únicas ferramentas capazes de implicar/desenvolver o pensamento crítico nos alunos.

Elas podem servir um propósito maior, ou não. Ao educador compete encontrar a resposta que mude a forma de olhar a sua utilização na escola, não a tornando nem exclusiva nem uma repetição mais tecnológica, e por isso ainda mais banal, daquilo que sempre se fez. Já aqui se disse isto muitas vezes, mas não faz mal nenhum repetir. Busco, como muitos, esse Graal...

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Neste capítulo, forneci descrições sobre a razão de ser das ferramentas cognitivas - implicar e fomentar pensamento crítico, criativo e complexo nos alunos. Quando os alunos usam as ferramentas cognitivas para representar a sua própria compreensão, eles são, necessariamente, envolvidos em diferentes formas de pensamento crítico. Em cada um dos capítulos relativos a cada uma das ferramentas cognitivas (capítulos 3 a 13), analiso as actividades elementares envolvidas na utilização das ferramentas para criar bases de conhecimento pessoais, em termos de competências de pensamento crítico, criativo e complexo necessárias para usar a ferramenta cognitiva. Fomentar estas competências deve ser um dos objectivos principais da educação. Ferramentas cognitivas são aplicações informáticas que, quando usadas pelos alunos para representar a sua própria compreensão, irão implicar e fomentar essas competências. Não pretendo afirmar que as ferramentas cognitivas são a única forma de implicar o pensamento crítico nas escolas. Professores competentes e alunos determinados têm vindo a fazê-lo ao longo da história da educação. Todavia, se se valoriza o pensamento crítico e a utilização de computadores, as ferramentas cognitivas oferecem um meio para alcançar ambos os resultados.

(David H. Jonassen - Computadores, Ferramentas Cognitivas, Porto Ed. sublinhados meus)

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E as leituras continuam...

(imagem de www.vladstudio.com)

quinta-feira, agosto 16, 2007

Entrelaçar...

... os dias com pedacinhos de várias coisas de que gostamos e outras que têm de ser mas de que também gostamos e ainda outras que têm de ser e nem por isso gostamos muito mas acabamos por gostar um bocadinho porque colocam ordem na tendência aborrecida que o caos tem para se instalar se as desleixarmos em excesso mesmo estando de férias que é a tal época boa em que podemos entrelaçar os dias com mais pedacinhos de mais coisas de que gostamos e deixar uma ou outra de fora das que nem por isso e tal e coisa e substituí-las a essas por outras que apetecem muito mesmo muito como apetecem o sal e a pimenta no ovo cozido e no queijinho fresco e água transparente e fria num qualquer meio dia encalorado por exemplo rever um filme de que se gostou que é um desses pedacinhos das coisas que nos constroem os dias e até a nós próprios quando nos sentamos à frente deles a bebê-los com prazer e também ouvir o cd desse filme e a cantora que nos tocou e que nos ecoa na memória vezes sem conta sem sabermos muito bem porquê e agora pensando bem até a pontuação pode ir um pouco de férias e deixar-me escrever exactamente como me apetece entrelaçando as palavras sem muros nem obstáculos nem carris nem portões de entrada e de saída uff finalmente respiro e retomo ainda mais um pouco para dizer que belo filme foi este e que bela voz a da Aimee e que felicidade terem sido assim casados para toda a eternidade
magnolia-movie trailer

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quarta-feira, agosto 15, 2007

De volta à acção: leitura de "férias" preparando o caminho

O tal meio chegou. E é verdadeiramente uma espécie de fim. Uma espécie de princípio. Tem de ser.
Continuarei de férias, sim, mas já de volta à acção sobretudo através de leituras e instalação de algum software para experimentação (darei notícia em momento oportuno).

Parafraseando um amigo que hoje me enviou mais umas sugestões de leitura e de consulta (HM aka JL): Desculpa(em) lá interromper as férias com estas coisas frívolas, mas não podemos viver só de batatas ao alhinho, não é?
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Computadores, Ferramentas Cognitivas
(desenvolver o pensamento crítico nas escolas)

Este livro de que hoje deixo pista já me encaminhou para a descoberta de algumas ferramentas que preciso de testar, mas não é a sua única virtude. Encerra muitas e maiores!

Avançarei nele a partir de agora um pouco mais depressa mas... se o sol se insinuar com muita insistência, agarro nele (livro) e vamos para a praia bem juntinhos. E quando chegar ao fim tenho muitos mais na manga (embora a manga de verão seja curta ou cava... hummm... manga cava... é ausência de manga?).

Recomendo. Vivamente. (Índice do livro: AQUI)

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Deixo-vos a apresentação do José Duarte (da ESE de Setúbal) que nos abre sabiamente o apetite.
(O prefácio do livro é de Fernando Albuquerque Costa que o refere AQUI)


Computadores, Ferramentas Cognitivas (desenvolver o pensamento crítico nas escolas): uma edição recente (2007), agora em português
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A Porto Editora, na sua colecção Ciências da Educação – Século XXI, acabou de editar “Computadores, Ferramentas Cognitivas – Desenvolver o pensamento crítico nas escolas”, um livro de David H. Jonassen. Como indica na apresentação, a principal contribuição do autor é “propor de forma organizada, sistemática e fundamentada em princípios sólidos de aprendizagem, uma visão muito clara, ainda que exigente para o uso das tecnologias na aprendizagem”. Neste livro, equaciona-se o papel do computador, enquanto ferramenta que ajuda a pensar. Depois de uma breve introdução sobre o que é aprender a partir de, sobre e com computadores e sobre o que se entende por ferramentas cognitivas e o porquê do seu uso, o autor debruça-se com alguma profundidade sobre as principais ferramentas de organização semântica, de modelação dinâmica, de interpretação, de construção de conhecimento e de conversação, sempre referindo sobre o que são, como são usadas enquanto ferramentas cognitivas e também como são avaliadas enquanto tal. Finalmente, o livro termina com um capítulo sobre implicações destas ferramentas e como avaliar as aprendizagens com a sua ajuda. Um livro para todos os educadores, especialmente para aqueles que são utilizadores frequentes das TIC com os seus alunos. Para saber mais informações sobre o livro e o autor pode visitar a Amazon, em www. amazon.co.uk. No referido site, pode encontrar uma breve apresentação do livro: “For instructors who focus on critical thinking applications of technology, this text is an excellent choice for upper-level undergraduate/graduate courses in Educational Applications of Computers, Educational Technology and Critical Thinking. This text provides a thorough explanation of Mindtools - alternative ways of using computer applications to engage learners in constructive, higher-order thinking about specific areas of study. It presents a rationale for using these tools, discusses individual Mindtools and their use, and suggests effective ways to teach with each Mindtool”.



José Duarte

(AQUI)

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Versão original
(Ver aqui , na Amazon, mais informação)
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terça-feira, agosto 14, 2007

Cabeça vazia...

Mas, ainda assim, não me apeteceu branco aqui neste espaço. Deixo apenas uma pergunta de quem não tem mais nada em que pensar no momento (melhor: de quem não lhe apetece pensar em nada neste momento).

Será que é isto que se faz no oceano para matar um ou outro tempito livre?

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www.vladstudio.com

segunda-feira, agosto 13, 2007

Sementes de asas

Porque já não apetecem sementes sem sonho de céu...
Porque chão sempre também não...

Seria bom encontrar...

domingo, agosto 12, 2007

O (A) meio...

A meio da vida... (como se soubessemos onde fica!)
(quase) A meio das férias...
A meio da carreira(?)
O meio é como se fosse o centro. Um centro de qualquer coisa. Pode até ser uma espécie de fim.
Não sei se gosto de centros, de meios. Da nostalgia do que já foi e passou depressa, do que o outro meio ainda pode trazer.
Não sei. Acho que prefiro nem olhar para a estrada pela janela.
Bom fazer o caminho sem medir distâncias.

Meia divagação apenas. Estou de férias e não há energia para fazer uma inteira.
(Aí desse lado também não deve haver energia para ler uma inteira. Quem sabe meia...)

Hoje (só) consegui beber meia caipirinha. Forte demais. Gosto delas mais suaves.
Ofereci o outro meio.
Viver com alguém é viver a meias uma vida e mais duas (a de cada um).

A saudade antecipada é já meia saudade.

O meio de nós fica onde?

A meio da noite o silêncio tem sede.

1+1 quando é bom dá 1
Às vezes 1 é a única companhia de que precisamos.

1/2, por vezes, é um número ainda mais solitário que o número 1.


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Fez algum sentido? Talvez meio sentido apenas...


sábado, agosto 11, 2007

The sound of silence...

Nada de especial para partilhar. (A boa vida tem estes bons efeitos.)

Sabem que som tem o som do silêncio?
Aqui na teia tem exactamente este:


sexta-feira, agosto 10, 2007

Receita rápida: batatas ao alhinho

Inventei-a este ano (ou acho que inventei, não sei se há mais quem faça...), nos momentos em que a vontade/necessidade de comer qualquer coisa saborosa e nutritiva precisou de coexistir com a falta de tempo (que obrigou muitas vezes a refeições sem jeito pouco dignas desse nome).
Hoje a necessidade foi idêntica, por razões diferentes.
Chegar da praia com fome, mas sem paciência para cozinhar.

Ok. Aqui vai:

Lavam-se e cortam-se umas batatinhas de agricultura biológica às rodelas finas (cerca de 5 mm... mas pode ser 1 cm :)... com pele! Não há paciência que chegue para as descascar nas férias...
Claro que se cortam logo para dentro da tijela onde irão ao microondas. As quantidades dependem da fome e do número de pessoas a quem se destinam. Como a fome era muita... usei a terrina maior. Que glutões!
Picam-se uns alhinhos para cima das batatas, salpicam-se com flor de sal (com as mãos espalham-se o alho e o sal por elas para ficarem homogeneamente distribuídos).
Sobre as ditas coloca-se, ainda, um pouco de azeite e um pouco de água (só um fundinho de nada... para manter a humidade na cozedura).


E ala para o microondas (depois de tapar, é claro)! Como a terrina era grande e muitas as rodelas, marquei 15 minutos. Depois mexi e coloquei mais 5. Mas o tempo variará naturalmente com a quantidade. O ideal é não marcar demais e ir vendo.
Enquanto o microondas trabalha (a vantagem é que o sabor não se perde na água da cozedura e tudo se aproveita) faz-se uma salada de tomate com cebola (ou outra qualquer). Se estiverem muito necessitados de proteína, peixe (também no microondas) é boa solução... nem precisa de sal nem de água... falo de uns lombinhos congelados, é claro. Mas hoje dispensámos. Foi mesmo uma rave vegetariana.
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Na foto anterior a terrina com as batatas cozinhadas já não está cheia... alguém tinha tanta fome que nem me deu tempo de fotografar a coisa completa e composta... já havia um pratinho recheado e prontinho a consumir na sala ao lado.
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Conselho MUITO IMPORTANTE:
este prato, em época de romance, não deve ser consumido unilateralmente, mas sim ser devidamente partilhado em simultâneo (envolvendo alho e cebola, nunca se deve arriscar! ;).

quinta-feira, agosto 09, 2007

Visita inesperada de manhã...

Foi uma correria para a beira mar!

Enquanto o vasto grupo saltava e brincava apanhando peixe num meio de um cardume, a praia acumulou-se rente à água e ecoava a uma só voz: ohhh!

Nestes anos todos apenas os consegui ver duas vezes aqui tão perto da praia do Meco. Hoje aproximaram-se imenso. Mas entre perceber que estavam aqui, ir atrapalhadamente buscar a máquina e começar a tentar fotografar, lá se foram eles encaminhando atrás do cardume em direcção ao estuário do Sado. Fotografei o que consegui sem saber o que ficaria registado e parei, para poder contemplar os saltos, o espectáculo grandioso destes mamíferos a que nos afeiçoámos por estas bandas e reflectir sobre o privilégio de ainda os ter aqui, de ainda poder apreciar a sua companhia.
Este ano a praia tem bandeira azul e só espero que se continue a lutar pela qualidade das águas onde vivem estes nossos especiais amigos.
Comoção, também. Como não?
(Eu e os bichos...)

Até breve!

(Para os observar de perto em passeios programados para o efeito: http://www.vertigemazul.com/ . O site voltará a estar online brevemente)


ADENDA: Em comentário a esta entrada, o
Miguel Krippahl disse...
Infelizmente os golfinhos do rio Yangtze na China não tiveram a mesma sorte..

(ler AQUI)

Porque é preciso acautelar antes que seja tarde... e o futuro dos nossos também não está garantido.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Surpresa e coincidência... Duas nuvens (Ney Matogrosso)

Há coisas assim...


A Isabel colocou no seu cantinho uma canção muito especial.
Nem mais nem menos do que Duas Nuvens, interpretada por Ney Matogrosso com letra do Tiago Torres da Silva de quem já falei aqui na Teia (podem ler AQUI, contada na primeira pessoa, o testemunho sobre a história desse tema). Claro que é uma das canções que viaja comigo no leitor de mp3 e é ouvida com regularidade. Vão perceber porquê. Curiosa e saborosa coincidência...


Aproveito o facto de a Isabel a ter colocado no mp3tube e trago-a para aqui em duplicado.

Disfrutem... aqui, lá, ou, de preferência, adquirindo o CD (eu tenho o meu).





DUAS NUVENS
Letra: Tiago Torres da Silva

Música: Pedro Jóia

Tristes são os olhos de quem chora
um amor que pôs o pé na estrada

tentam convencer quem vai embora
que a estrada de ir vai dar em nada

luz que incendeia
corpos confusos
e um coração que anda à boleia
de desejos, mistérios e búzios

lágrimas que surgem na aurora
cristais de geada no lençol

gotas de um orvalho que evapora
na preguiça de um raio de sol

luz que clareia
corpos confusos
e um coração que anda à boleia
de desejos, mistérios e búzios

Olhos - duas nuvens a voar
sobre os céus
talvez sejam os teus ou os meus
vão na chuva, vão no vento, vão no rio, vão no mar

quando escutares o barulho
das ondas ao sabor da minha mágoa

sou eu que na pressa de um mergulho
fui me confundindo com a água

luz que prateia
corpos difusos
e um coração que anda à boleia
de desejos, mistérios e búzios

Olha - duas nuvens a voar
sobre o céu
talvez sejas tu ou seja eu
eu que sou chuva, que sou vento, que sou rio, que sou mar

terça-feira, agosto 07, 2007

Corpo de Vidro (my music III)


Quis recuperar as pistas gravadas há (bastante) tempo desta canção - Corpo de Vidro (a segunda canção composta de raíz, depois do Com Asas de Borboleta, que se encontra no Sabor e Saber)... mas, nada feito. Cometi erros de gravação na altura e um dos CDs de backup avariou... Nada a fazer para recuperar o trabalho. Sobram-me apenas as versões em wave e mp3 com as pistas já todas "mixed"...
A ideia era melhorar a qualidade do tratamento da canção original (pobrezita... foi das primeiras), mas pronto, o que não tem remédiao, remediado está. Só gravando tudo desde o início e isso será tarefa para um dia.

De qualquer forma, resolvi partilhar.
Não uma, mas duas versões. É que o Carlos Sequeira (meu ex-colega da Luísa Todi, professor de Educação Musical e guitarrista dos Piratas do Silêncio, com enorme sensibilidade e talento para o arranjo musical) resolveu, na altura, pegar no meu simples unplugged artesanal de viola e voz e fazer um arranjo diferente, ensaiando um ambiente distinto para a canção. Gravei depois em casa a voz sobre esse arranjo. São duas versões distintas do mesmo tema, e talvez não fossem as únicas possíveis.
O universo musical é cheio de possibilidades, permite experiências saborosas e assim chegam a nossas casas as versões definitivas das canções que nos encantam mais ou nos encantam menos. Uma questão de escolhas, misturas, opções. Como tudo na vida.

Aqui vos deixo estes dois pedaços de um caminho necessariamente incompleto, junto com o poema que me é especialmente caro.
Todos nós, em determinados momentos, nos tornamos um pouco mais transparentes, nos desvendamos, nos revelamos mas, sabemos bem, há um universo interior nosso, muito nosso, que permanece sempre invisível aos olhos do mundo (ou desejamos que permaneça). É esse universo mais privado e pessoal, são esses ocultos sonhos e desejos, esses pensamentos nunca partilhados que, em conjunto com todos os gestos e movimentos exteriores, fazem de nós as criaturas humanas e frágeis que somos, cheias de desequilíbrios, contradições, em busca de algo indefinível a que resolvemos chamar felicidade.

Pratos de balança buscando alinhar-se sem nunca o conseguir exactamente. Essa é a verdadeira felicidade: ter sempre uma meta a buscar, um tesouro a procurar, uma pergunta a fazer, uma dúvida a despontar...
Viver sempre satisfeito e insatisfeito.
(A melhor razão para continuarmos a caminhar.)

Versão original AQUI




Segunda versão com arranjo de Carlos Sequeira

... o player avariou :)

Corpo de Vidro

Em cada cor que pinto há sempre um medo
de revelar nos traços um segredo.
Em cada nota, em cada letra,
cada palavra apagada...
há janelas que se abrem
e não escondem quase nada.

Em cada gesto, em cada olhar, revelo
que cada estrada tem um sonho paralelo.
Em cada passo, em cada som,
em cada dor murmurada...
há janelas que se abrem
e já não escondem nada.

Corpo de vidro, com a alma à vista...
Contempla a paisagem antes que desista
e suba de novo esse muro,
me esconda p´ra sempre no escuro.

Por isso em cada canção de embalar
há sempre duas histórias p’ra contar.
Em cada linha, em cada pausa,
em cada coisa de nada...
há janelas que se abrem
e já não escondem nada.

Corpo de vidro, com a alma à vista...
Contempla a paisagem antes que desista
e suba de novo esse muro,
me esconda p´ra sempre no escuro.


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segunda-feira, agosto 06, 2007

Lembram-se?

Nada de importante a comunicar. Só o vício de vir aqui dizer olá, semear palavras como areia quente que escoa da mão sem razão especial, só porque sabe bem deixá-la escorrer.
Neste tempo morno entre mar, sol e vento, estou como a programação da TV... nada de novo, apenas repetições, reposições, coisa alguma.
A tentação de levar a pena até às notícias, por conta dos absurdos cometidos no ano que passou, até é grande... mas, oh!, o que eu me esforço por não "cair em tentação" neste Agosto em que me prometi algum distanciamento...

Portanto, não estou aqui para falar do provedor da justiça, nem do concurso para professor titular, tão só para vos dizer que juntei aos bons sons que andam na mala comigo, o álbum inteirinho "It's only love" dos Simply Red (2000)...
O que é que querem?
As férias em tempo quente têm sempre (ou deviam ter) um saborzinho a romance... ou não?

E se o saborzinho for a desgosto de amor... é sofrer por inteiro ao som de boa música. De uma forma ou de outra, dá sempre jeito ter umas canções de amor por perto! E uns óculos escuros se os olhos estiverem simplesmente, desesperadamente vermelhos... ("Já arranjei muito bem, tudo quanto convém, p'rá praia levar...")


domingo, agosto 05, 2007

De regresso à (minha) música - II

Brincando... explorando...
recuperei uma outra também antiga (Que amor não foi)... com umas quantas gralhas... falhas... desafinações típicas do artesanato).

Páro por aqui hoje.

(Não precisam de fugir... ;)... aliás... não está em modo auto-play, portanto só ouvem se quiserem e, notem bem, não serei responsável por qualquer consequência nefasta que possa decorrer da audição de tais experiências...)

De regresso à (minha) música... :-)



Comecei os testes. (Finalmente arranjei um bocadinho de tempo... só mesmo em férias... um aninho inteiro tão afastada da música, nem acredito!)

Para já não me vou meter com o Cubase (continua a ser complicado iniciar o trabalho com um programa que me é completamente estranho e não parece muito intuitivo). Consegui instalar o Cakewalk Pro 9, que é aquele com que sempre trabalhei, mesmo sem o conhecer e explorar em profundidade (faço o mínimo) e lá comecei as experiências.

Peguei numa canção antiga (Desencontro) a precisar de uma segunda voz aqui e ali, de um efeitozito e de reforço de som de voz para maior equilíbrio com a guitarra (acreditam que faço copy paste à voz e é como se a minha voz cantasse sobre si própria as vezes que eu quiser? Um coro de mim? Só truques...). Pretexto para testar o software, o micro, a guitarra, a placa, a consola externa que vem com a placa...

Vou deixar aqui, um pouquito envergonhada, o resultado final da experiência... só para perceberem as potencialidades e verem que não é muito complicado criar um mini-estúdio em casa - se não sentirem vocês a motivação, para os filhotes e alunos pode ser engraçado...(claro que isto tudo, já sabem, é sempre sempre muito muito muito muuuuito artesanal... não se esqueçam de que eu não toco guitarra... faço as "posições" :) que (praticamente) toda a gente sabe fazer (aprendidas na adolescência com os amigos) e depois invento canções sem grandes aventuras, conhecimentos, nem preciosismos de composição. Só o ouvido a funcionar e um gravador portátil para não me esquecer do que vou inventando quando a inspiração surge.)

Enfim! Podia dar-me para alguma coisa pior...











sábado, agosto 04, 2007

Eles continuam aqui...

Olá professora
era só para a avisar de que tem no blog da turma um texto meu para ver e publicar.
Adeus e uma continuação de boas férias. (Teresa)


... já lá fui... já publiquei!

Poesia. Tinha de ser.
(Isto de ser Teresa é assim como um karma.)

Parabéns Teresinha! Como sempre os teus textos são muito belos, sejam eles escritos nas férias, nas composições dos testes de Língua Portuguesa ou noutra altura qualquer. :)

http://turbeturma.blogspot.com/2007/08/poemas.html

Receita para alongar os dias...


Há quem nos chame loucos.
Acordar por volta das 6 da manhã... tratar da bicharada... comer qualquer coisa... fazer um pouco de exercício (aos poucos lá vai partindo a minha preguiça)... arrancar para a praia pouco depois das 8.

Viver a menos de meia hora desta paz. Deste sossego.
(Ai Lisboa, desculpa, troquei-te por um pouco mais de azul...)

É sábado e, todavia, perto das 10 horas o cenário ainda é este no Meco.





Há refúgios tão perto de nós...
É preciso aprender a alongar o tempo, alongar infinitamente cada minuto a mais que nos é concedido.
.
(Agora de regresso a casa para um petisco, umas palavras e uma sombra nesta hora de todo o calor... daqui a pouco partir de novo e esticar o dia até ao pôr-do-sol).

Há quem nos chame loucos. Mas esta loucura sabe bem, faz bem.
Experimentem.
.
(...)
Não percas tempo... o tempo corre
Só quando dói é devagar...
(...)
Mafalda Veiga


sexta-feira, agosto 03, 2007

Dos ouvidos às mãos e aos pés... pelo corpo todo.

O Verão é assim...
A música vai rodando dentro dos nossos ouvidos e não podem faltar nela as declarações mais bonitas e cássicas! As que imaginamos são escritas a pensar em nós (estou a sorrir, conseguem ver?).
E quando elas aparecem perdidas no leitor de mp3 os pés mexem, as mãos movem-se ao ritmo certo e quem está à volta pode apenas tentar adivinhar que som invisível se entranha assim com tantos efeitos secundários...
Pode. Mas dificilmente acertará.

Portanto, se alguém me apanhou nesses ritmados (incontroláveis) movimentos, esteja certo de que podia estar a ouvir isto:




ou isto:







Ou outros sons que nos entram pelos ouvidos e saem pelos pés e pelas mãos, depois de os fazerem ondular, dançar, rir-se.

Que vício este da música!



(...)
Se eu fosse compositor
compunha em teu louvor
um hino triunfal
se eu fosse crítico de arte
havia de declarar-te
obra-prima à escala mundial
mas eu não passo dum homem vulgar
que tem a sorte de saborear
esse teu passo inseguro
e o paraíso no teu olhar.
(...)

Jorge Palma
Dá-me lume

quinta-feira, agosto 02, 2007

No combóio descendente (e ascendente)...

Partimos de madrugada.
Ver nascer o sol antes das 7 da manhã na ponte 25 de Abril.
(Bom acordar com as galinhas...)



Direcção?
Novamente Sta Cruz... de regresso a mais uns mimos para matar saudades. Primeiro passar por Lisboa.

Já por lá, pela Praia de Sta Cruz, experiência nova: o combóio mais animado em que já viajei e que dá a volta à vila, várias vezes por dia. (Eu quero um combóio destes para mim!)



Os miúdos deliraram!
(Ora os miúdos... somos nós também, é claro!)

Agora, para completar o cenário, imaginem que estão a ouvir...

Zeca Afonso : Comboio Descendente

Música: Zeca Afonso Letra: Fernando Pessoa


No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada.
Uns por verem rir os outros
E outros sem ser por nada
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...

No comboio descendente
Vinham todos à janela
Uns calados para os outros
E outros a dar-lhes trela
No comboio descendente
De Cruz Quebrada a Palmela...

No comboio descendente
Mas que grande reinação!
Uns dormindo, outros com sono,
E outros nem sim nem não
No comboio descendente
De Palmela a Portimão