Tenho uma forte inclinação por cavalos brancos, príncipes encantados, vestidos de princesa, castelos e coisas que tais. Pode até não parecer, aqui de jeans, por entre papéis, livros e computadoreS (no plural, sim, já nem só um me chega) mas é a encantada realidade a que não consigo escapar. Nem tento. Nem quero.
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Dou comigo aqui a pensar que há claramente um tempo, sei-o agora, antes e depois da teia.
Um tempo de sonhos sem grande iniciativa para os levar à acção. As sempre fortes sensações de receio do mundo, dos outros. Uma espécie de sentimento de inferioridade que nos inibe de dar passos em direcção a... se não nos empurrarem... (tive a sorte de ter aqui mesmo à mão quem me empurrasse e bem!)
E, depois, um tempo de sonhos com caminhos próprios. Com coragem para dar passinhos e a seguir correr um pouco. A mesma sensação de insegurança e desequilíbrio, sim, mas já sem o medo de arriscar.
Foi assim que durante muito tempo li o Correio da Educação, sonhando que um dia talvez eu também tivesse lugar naquele recanto especial e pudesse conhecer as pessoas que lhe davam corpo.
E foi assim que durante muito tempo li a obra de José António Gomes, a feita para os grandes, aquela que também chegava às crianças, imaginando poder crescer e ser assim sem receio de vestir asas. Quem sabe um dia até pedir um autógrafo!
E foi assim que, devagarinho primeiro, e depois já sem receio, comecei a conseguir falar com gente que não conhecia, mas que escrevia palavras que eu admirava, num universo virtual que me acolheu com os braços abertos. Caminhei na sua direcção, eles caminharam na minha e percebi que tudo é afinal tão simples se acreditarmos.
Agora, confesso, já não sei viver sozinha sem todos eles. Não é bem não saber... é mesmo não querer.
Sinto-me como a Diana Krall... trabalhando em equipa com as caras com que sonhei um dia. Seja na música, na escrita, na educação... Integrada numa comunidade que me faz crescer a um ritmo bem maior do que aquele que se pode esperar quando vivemos fechados num quarto, isolados, sonhando apenas com os cavalos brancos sem a ousadia de os montar e partir.
Sim... que eu tenho uma forte inclinação por cavalos brancos, príncipes encantados, vestidos de princesa, castelos e coisas que tais. Já o disse. Só que agora me coloco no centro da acção.
Let's fall in love por todos os sonhos que nos atravessam.
Um dia, quem sabe, teremos ao nosso lado (muitos e bons) amigos improváveis...
(Tenho essa sorte. A Diana também.)
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Há 6 anos
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