É sábado, estou aqui a trabalhar e hoje, em vez de comprar o pão que constava na lista do supermercado, resolvi que talvez fosse boa ideia comprar qualquer coisa que o fizesse mais ou menos como se faz um poema ou uma pintura, ou uma canção... misturando as tintas e as palavras e as notas que o momento determina, com calma e alma. A escolha primeira (entre os vários pacotes comprados) foi o trigo, o centeio e um toque de sementes pintalgando o conjunto. Muito trabalho? Aí reside a beleza e a tristeza da tecnologia que se ajusta a esta nossa vida escorregadia... Eu até gostaria de roubar-lhe tempo para amassar o meu pão, como amasso as outras coisas: com esforço e persistência... Mas as outras coisas tornaram-se mais urgentes e consomem tudo em mim... Se o pão consegue, neste nosso apesar de tudo admirável tempo novo, nascer sozinho ao fim de três horas, depois de se semear num minuto uma farinha pré-preparada, água e um fio de azeite... quem sou eu para dizer que não a um pão assim?
O meu primeiro pão... cheira bem, é bonito, é pesado, é grande, mas não é bem meu. É um pão sem dedos, nem cansaços. É um pão sem mãe e sem pai. Filho fácil do supermercado e da electricidade. Pão quase órfão.
(Já nem o diabo tem mão nele...)
6 comentários:
Só tu, Teresa, para te lembrares de coisas assim!
Beijinhos
:) :) :)
Muitos beijinhos
Olá Teresa!!!
A minha avó tinha uma balança igualzinha à tua!! (",)
:) :)
hahahaha
Isto trouxe-me recordações - não tão distantes no tempo assim - pois cá em casa tivemos uma ideia assim, tal e qual! xDD
Beijinho ^.^
Foi por causa desse pãozinho que crescente tanto??? :) :)
Beijinhos
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