quinta-feira, outubro 15, 2009

Chão de papel...

Cruzei-me com o Paulo Vicente há uns meses no ciberespaço, a propósito de África, do Malangatana... Gostamos ambos da ideia de sinergia(s)... Fosse o tempo mais, mais diálogo se conseguiria. Mas a vida é mesmo assim. Não sei se gosto da velocidade dela. Acho que cada vez mais gosto menos. Coisas da idade. Ainda bem que existe a internet para não perdermos de vista o que nos faz bem e enriquece.

Gosto muito dos universos do Paulo. Este é o mais novo de todos eles. Escutem as razões na primeira voz... Promete (e eu sei que cumpre).


http://www.pnvicente.com/chaodepapel/


O primeiro Chão de Papel nasceu-me em Março de 2005. Então, o baptismo saiu-me inspirado por uma viagem.
Tinha acabado de regressar, com o
fotógrafo Claudio Vaz, de uma longa reportagem, um mês na Guiné-Bissau: hoje, reunir à mesma mesa “reportagem” e “um mês” é triste raridade de classe profissional.
Durante esses dias, alguém me soprou ao ouvido “Chão de Papel”. Lá, em Bissau, é nome para um dos bairros, uma das zonas da capital. À letra, quer dizer “Território dos Papéis”. Sendo que os Papéis são os membros de uma das mais de 30 etnias guineenses.
Nessa altura, como hoje, o nome surgiu-me como metáfora elegante para o universo do jornalismo: um chão frágil de letras, inconstante, volúvel, mutante.
Daí para hoje, os sinais de um caminho percorrido estão ainda acessíveis:
Pó de Fm, Diplomaticar, Report on Safety, Synergias. Uma arqueologia de experimentações: exemplares claros da falta de tempo diário e de um certo cansaço com a blogosfera: primeiro, vieram os posts telegráficos, depois o automatismo delicious-weblog.
Talvez por isso, sinto que tenho de escrever: este é um regresso desejado, com tempo para artigos analíticos, textos críticos e muita produção multimédia.
Durante os próximos três anos estarei fora da rotina informativa da Antena 1, em regime de Licença sem Vencimento. A minha dedicação será entregue ao Doutoramento em Media Digitais [Online Journalism] pelo
Programa UT Austin – Portugal. Este será também um diário de bordo para essa viagem.
Vamos a isso!
Paulo Nuno Vicente

2 comentários:

Nenúfar Cor-de-Rosa disse...

Só o nome já me encanta "Chão de papel" e eu também não gosto nada da velocidade que assumem as "correrias da vida". Bjs.

Teresa Martinho Marques disse...

Acho que estou a ganhar uma aversãozita... mas ainda não consigo contrariar o velocímetro, nem o acelerómetro :)... Irá aos poucos... Bjs