A Tia.
Joana Luísa... esposa do poeta Sebastião da Gama.
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É verdade, sim. A vida oferece-nos estas prendas inesperadas e saborosas...
O prazer de os ouvir, de ouvir todos quantos participaram hoje nesta aula especial, Mães, Pai, Prima... eles...
E, ao mesmo tempo, também presente aquela que foi a mais pequenina envolvida nas actividades da Semana da Leitura... Deixou-se embalar pelas palavras e acabou por adormecer sonhando, por certo, com elas. Com os sons onde se misturaram os da Mãe e da Irmã num dueto perfeito a que está já habituada.
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No fim Joana Luísa contava-me que se comoveu com a escolha do poema feita pelo sobrinho. Tia, quero ler aquele "Quando eu nasci..."
E leram, a dois.
E percebia-se o carinho. O orgulho. A saudade.
Há dias em que é impossível pensar em coisas menos boas...
Olhando para eles os dois... para a bebé... para a Mãe que a trouxe... para as Mães e Pai presentes e o seu não disfarçado orgulho e ternura escorrendo dos olhos, percebi que, neste momento único, o poema escolhido fazia ainda mais sentido do que o sentido que já fazia...
Há magias assim de que só as pessoas, os livros e as palavras são capazes.
Pequeno poema
Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
P'ra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...
Sebastião da Gama
Serra Mãe
Biografia breve
1 comentário:
Que história linda! Eu própria deixei-me emocionar.
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