sábado, novembro 18, 2006

Tarefa 4

Estou em formação até Dezembro (desde Outubro)... Estão lembrados...
Sim.
Apetecia-me uma sabática paragem para poder dedicar-me a aprender o que gostaria de aprender, sem atropelar tarefas e andar a tocar mais de imensas delas superficialmente, não conseguindo aprofundar nenhuma como quero.

Está quase sol lá fora...
Está.
E eu aqui dentro.

Mas a tarefa 4, a entregar até amanhã (para ser discutida na sessão de 20) chama por mim.
Foi pedida na segunda passada, à noite. Terça estive, sem interrupção, das 8:30 às 22:30 da noite em funções de escola (a última, uma reunião de CT com pais). Mais um bocadinho e fazia 35 horas num dia... :)
Quarta, tentei, numa magra manhã, preparar minimamente as tarefas a fazer com os alunos... avançar na preparação da feira do livro, cursos de monitores e mais mil coisas... a tarde com aulas e um bocadinho de BE-CRE... regressar a casa com testes para ver na mala. Mal consegui tocar-lhes para terminar as tarefas que se acrescentaram à lista durante o dia.
(Passo a publicidade: já experimentaram aqueles pacotes de raviolis congelados de requeijão e espinafre? Não? Bem... de há uns tempos para cá... é como se fosse a ração dos gatos... percebo agora a monotonia que deve ser comer quase todos os dias a mesma coisa...)
Quinta bem cedo na escola... aulas e BE-CRE até às 15... Depois reunião do Departamento de Matemática, até quase à hora da formação, para reformulação do Plano de Acção de Matemática - é a segunda reunião (este plano rouba tanto tempo à preparação de aulas e materiais para as próprias aulas de matemática, que ainda estou com dificuldade em perceber qual é a ideia...). Logo de seguida, sem jantar, formação das 18:30 às 21:30... bem gira por sinal... em torno das potencialidades do vídeo na animação de BEs e leitura e sei lá mais, na criatividade, na produção de materiais... nem consegui aprofundar o que queria (e se o assunto me interessa!), pois ainda tentei ver uns testes... adormeci tarde e levantei-me de madrugada para ir cedo à livraria (em Setúbal) escolher livros para a feira... depois, correr de seguida para a escola... aulas o dia todo e BE-CRE... noite: tentar avançar nos testes, mas sem conseguir acabar.

Hoje, sábado.
Agora vejo o sol a brilhar. Convidando.
Mais um fim-de-semana aqui fechada.

Sei qual seria a alternativa: deixar cair as metas que me impus enquanto coordenadora do CRE... nada de página na net, boletim, blogues, animações em grande escala, e fazer apenas os trabalhos rotineiros que assegurassem um funcionamento digno dentro das regras exigidas, guardando o tempo para as imensas reuniões, papelada e burocracias. Nada de muitos extras com as turmas: dramatizações, blogues, actividades de enriquecimento, visitas de estudo, apenas o estritamente necessário para aprenderem bem e depressa tudo, o programinha cumprido sem flores. Ficava mais tempo para as planificações de PCTs, as imensas reuniões, as burocracias... Ainda não sou (fui) capaz. Mas dêem-me mais uns anos de funcionalismo, de tarefinhas em lista acumuladas por ordem superior, de uma componente individual que não chega para coisa alguma (sempre consegui manter uma actividade pessoal de estudo e enriquecimento de competências didácticas e pedagógicas, de há dois anos para cá isso acabou) e, quem sabe?, para lá caminharei...
(Saudade de um tempo em que marcava horas extra do meu tempo com os meus alunos para ensaios, actividades de recuperação...trabalhava em tempos extra com colegas de grupo ou de projecto, gestão autónoma das actividades e necessidades... me dedicava ao estudo e preparação de materiais e estratégias mais inovadores em cada ano, agora esses tempos são gastos em apoios a outros alunos, em acompanhamento de turmas, que não as nossas... planos de acção de matemática sem que os professores do departamento de matemática tenham sequer tempo para reunir e articular, aferir estratégias e modos de avaliação... preencher fichas estéreis e sem sentido... Que culpa temos nós da existência dos que pouco faziam? Agora esses continuam emocionalmente afastados e a cumprir horário, os outros, que asseguraram durante muito tempo o funcionamento e a vida das escolas, estão a ficar fartos, cansados, à beira de se deixar esmagar e passar a cumprir o minimamente necessário... qual a lógica? Quanto tempo mais conseguimos resistir? )

Ainda testes para ver. Imensa coisa do CRE para dar "despacho". A casa, campo de batalha, e a tarefa 4 a gritar por mim. (E se grita alto. O prazo aperta-se. Amanhã, Domingo, é a data limite...)

Mas não foi preguiça, senhor formador, não foi. Vou tentar fazer o melhor ao meu alcance, mas não prometo conseguir.

Deixo aqui o que tenho de fazer, os materiais que terei de consultar para cumprir o que me é pedido.
Ajuize quem quiser, o que quiser. Isto não é nem foi uma lamúria. Não tenho feitio para lamúrias. Quando tiver de tomar decisões, tomá-las-ei. Foi um simples retrato do real. Pelo menos do meu real.
(sem foto... quem precisa de uma?).

Tarefa 4

De acordo com um dos modelos de classificação de atitudes, elaborar um questionário de atitudes sobre leitura no domicílio:
Dirigido a alunos
Elaborar entre 5 a 7 questões
Estabelecer as respostas possíveis de acordo com o modelo de classificação de atitudes utilizado
Em nota:
identificar o modelo classificação de atitudes utilizado
identificar o nível etário dos alunos a quem o questionário se irá aplicar
Nota: existindo vários modelos, seria melhor utilizar apenas um deles no questionário, servido aqui o modelo de Likert como modelo de trabalho pela sua simplicidade. No entanto outros modelos apresentam soluções igualmente interessantes e podem ser utilizados em alternativa.
Enviar para o e-mail do formador até dia 19 de Novembro.

Documentos de apoio
- em Materiais
Exemplo de aplicação da escala de Likert numa biblioteca escolar:Documento PDF: Student Learning Thr Through ough Ohio School Libraries:
oelma_report_of_findings.pdf (25 páginas)
- Documentos online:
Informação teórica sobre escalas de Likert e Thurstone: "Era da Medição de Atitudes"
www.hoops.pt/psicologia/psico2.htm (1 página)
Tânia Modesto Veludo de Oliveira - Escalas de Mensuração de Atitudes: Thurstone, Osgood, Stapel, Likert, Guttman, Alpert -
www.fecap.br/adm_online/art22/tania.htm (21 páginas)
- Recursos extra:
Atitudes e mudança de atitudes:
http://cwx.prenhall.com/bookbind/pubbooks/aronson/chapter7/deluxe.html
Processos duais da persuasão:
www.as.wvu.edu/~sbb/comm221/chapters/dual.htm
Persuasão e propaganda:
www.socialpsychology.org/social.htm#persuasion
Persuasão e características das mensagens:
www.as.wvu.edu/~sbb/comm221/chapters/message.htm

(contem vocês as páginas todas...)


socorro!





(E se houver aí alguém ironicamente a pensar: oh miúda! Então e o blogue da teia e o das poesias... não era melhor aproveitares essa meia hora em média por dia para adiantar tarefas úteis? Eu respondo: sufocaria. Preciso de alguma janela aberta para respirar... Às vezes meia-hora chega. Por enquanto.)


9 comentários:

Alda Serras disse...

Ufa! Fiquei cansada só de ler o teu post. Também tenho a mesma sensação (não é bem uma sensação, é mais uma constatação da verdade) temos cada vez mais horas de trabalho, mais reuniões, mais planos e cada vez menos tempo para as coisas essenciais. Não vejo como o ensino possa melhorar assim!

Teresa Martinho Marques disse...

Não vai melhorar... é coisa certa, embora muito triste...

Miguel Pinto disse...

Lamúria? Onde é que eu já ouvi isto?... ;) Bom fim-de-semana, 3za.

imaz disse...

Quantas horas a mais das 35h, com reuniões, papelada e mais papelada... e o tempo para a nossa dedicação aos alunos e outras coisas tão precisas?...Quando é que irão abrir os olhos?
Bom fim de semana, apesar de tanto trabalho que tens pela frente...

Biblioteca Escolar disse...

Como te compreendo Teresinha... Mas não desesperes! Deixa lá o formador... Ainda não fiz a tarefa 3 e acho que não vou conseguir fazer. Fica para outra oportunidade. A última sessão foi gira, apesar de me ter perdido a ver vídeos. Até já pus o "ler devia ser proibido" no blog da minha BE. Recebi o teu mail, confirmo segunda. Bjinhos e bom fim de semana

Teresa Martinho Marques disse...

Pois é Miguel... lembrei-me! Fui lá ao teu canto e pimba! Acusei-te de mais uma lamúria por conta do teu enfermo... ;)
Imaz... no dia em que contar as 35... até mesmo esticando para as 40... há tanta coisa que deixo de fazer...
Guida... passei o dia de volta do trabalho e acho que está orientado... é vício antigo, tenho uma dificuldade pessoal enorme no incumprimento de tarefas, nem que para isso faça das tripas coração . Bem gostava de ser mais descontraída... Agora vou deixar a marinar, vejo mais uns testes e amanhã dou-lhe fim e envio. Tenho de ir tirando as coisas das listas... uffa!!!!!!!!
Aguardo então! Beijinhos

Teresa Lobato disse...

Lembro-me de, quando as minhas filhas eram pequenas, ter tempo para as levar ao infantário, para ir para a escola, para fazer montes de materiais, para preparar sossegadamente as minhas aulas, para ir com elas ao jardim, para fazer o jantar, para...
Não precisava de correr. O tempo corria.
Os anos foram passando e o tempo apressou-se, também. Tal como tu, também eu corri.
Hoje, tu sabes, Teresa, já não corro. Talvez porque já corri demais, talvez...
O tempo também ensina a parar... enquanto é tempo.

IC disse...

Teresa, venho falar a sério: Faz que alguém mande este teu texto-relato para o gabinete da Ministra, há-de haver um meio, alguém que conheças e o consiga.
Claro, tal como com o teu, outras diligências são precisas para fazer chegar outros testemunhos.
Difícil? Sim, deve ser difícil fazer chegar as vozes à ministra, mas talvez não seja impossível.

P.S. Como é natural, notei a tua referência ao plano de acção para a Matemática e fico com a ideia de que se confirma o que pensei desses planos na altura em que foram determinados. Já não sei onde pára o post que então escrevi, mas tenho andado à procura de indícios de como eles estão a decorrer e de como está a ser sentida essa papelada exigida de cima - é um dos assuntos em espera para o meu cantinho, não só para conseguir ter alguns dados, mas também porque neste momento as atenções estão no ECD.

E, como diz Guida, deixa lá o formador, protege-te seleccionando prioridades (por muito que tudo pareça prioritário)

Beijinho grande.

Teresa Martinho Marques disse...

Teresinha... eu sei que um dia destes vou parar de correr... sei. Isso assusta-me um bocado, mas não há volta a dar. Não aguento outro ano como este e como o anterior. Penso que, ironicamente, ao decidir não me candidatar a titular (e se muitos sentirem o apelo da titularidade) finalmente possa subtrair-me a estas coisas da coordenação e de ser responsável por coisas a mais... Isso não resolve na essência, claro, pois andarei a fazer mil coisas que não deveria fazer na mesma... mas pelo menos escapo de algumas das burocracias e de algumas reuniões... como as do CP, por exemplo... esta semana há um... e... logo seguido da formação até à noite...
Isabel... se for possível, este ou outro... anda cá dentro um outro a desenhar-se... se o conseguir publico no CE e assim será mais fácil. Quanto às prioridades... realmente eu tenho dificuldade em distinguir... o que noto em mim é que já nem me rala muito quando acoisa fica feita superficialmente... um pouco como se fizesse as coisas sim, mas sem as levar muito a sério. Ora isso é grave. Grave porque toda a vida achei que as coisas eram para se levar a sério, grave porque estou ljá a ser empurrada para o faz de conta (muita tarefa, muita coisa e tudo pela rama... só que não dá para fazer tudo como deveria ser feito. É impossível!)
Beijinhos