Afinal não vou à inauguração....
Assim manda a sensatez.
Não estou suficientemente recuperada e em forma. Tenho de garantir o regresso às aulas sem problemas. Essa é a prioridade, portanto ficarei aqui resguardada como uma boa menina, sem pôr o narizinho na rua.
Paciência. Irei lá noutro dia e faço depois a reportagem prometida...
Hoje no Público é feito destaque que transcrevo para aqui.
Assinalei com cor uma passagem e vão perceber porquê.
A Adriana esteve aqui ontem, como contei. Visitou o jardim. Conversámos bastante sobre o trabalho que está a ser desenvolvido no Lagartagis. Saíu depois com o seu camaroeiro e o cesto de recolha e regressou novamente a minha casa, já com algumas borboletas apanhadas aqui perto.
E, finalmente, lá nos despedimos, depois de lhe oferecer as lagartinhas prometidas que apanhei no jardim.
Foi engraçado encontrar no Público referência às borboletas apanhadas em Azeitão...
Pelo menos essas... já as vi!
PÚBLICO - EDIÇÃO IMPRESSA - CIÊNCIAS
http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=11&d=11&uid=&id=106751&sid=11779
Sábado, 11 de Novembro de 2006
Casa para borboletas europeias abre as portas no Jardim Botânico de Lisboa
Helena Geraldes
Receber visitas e promover a investigação são alguns dos objectivos
Uma casa onde os moradores têm asas e nomes de frutos e flores é inaugurada hoje, no Jardim Botânico da Faculdade de Ciências de Lisboa. A primeira estufa de criação de borboletas comuns da fauna europeia pretende estudar e mostrar a vida destes animais que tão depressa se perdem de vista na vegetação. A inauguração marca o Dia do Jardim Botânico, criado há três anos para chamar pessoas àquele espaço que já tem quase 130 anos. Basta passar as portas do Lagartagis para entrar num mundo secreto. Aqui há cachos de borboletas suspensos de flores, lagartas que comem couve para quando forem grandes ganharem os céus e crisálidas que deixam para trás esta condição e desenrolam as asas, pela primeira vez.
Em 2005 arrancaram as experiências de criação de borboletas em cativeiro no Jardim Botânico (na Rua da Escola Politécnica). A estufa começou a ser montada em Maio deste ano e conta com o trabalho de cinco pessoas a tempo inteiro. Nos 220 metros quadrados de jardim mediterrânico está todo um ciclo de vida. "Aqui acasalam, põem ovos, nascem dos ovos, crescem, passam a crisálidas e depois a adultos", explica Patrícia Pereira, bióloga do Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal e responsável pelo Lagartagis, enquanto passeia pelos carreiros de gravilha e descobre as lagartas escondidas na folhagem. O jardim tem ao centro um lago para ajudar as borboletas a passar o calor do Verão. Aqui tudo é feito a pensar nelas. Canteiros de ervas aromáticas, de flores, plantas silvestres e couves. Tudo porque a borboleta-limão, a cauda-de-andorinha, a almirante-vermelho ou a borboleta-da-couve não se alimentam das mesmas plantas. "Temos aqui 100 espécies de plantas, as necessárias para acolher 100 espécies de borboletas." De momento, vivem na estufa oito espécies, mas a bióloga gostava de ter, até ao Verão, cerca de 20. A borboleta-monarca monopoliza a atenção de quem entra na estufa, com as suas asas raiadas de branco, preto e laranja a exibirem-se em acrobacias delicadas.Mas também o mundo das borboletas tem dificuldades. "Como esta é a primeira estufa a fazer criação das espécies mais comuns, mas menos estudadas, não temos a quem pedir conselhos. Apenas existem estufas para espécies exóticas ou jardins exteriores", nota Patrícia Pereira. "Aqui tudo é novo para nós. Estamos a aprender com elas sobre comportamento e biologia.".Dentro das redes da estufa, as maiores ameaças são as aranhas, a chuva e o frio. "Temos de estar sempre a tirar as teias de aranha para evitar que borboletas adultas sejam caçadas."Lá fora é a destruição dos habitats que mais preocupa. Das 135 espécies de borboletas diurnas existentes em Portugal - uma diversidade que a bióloga considera "muito razoável" -, as mais ameaçadas são a Maculinea alcon e a Melitaea aetherie.
Ao fundo da estufa foi construído um laboratório climatizado com 40 metros quadrados onde estão crisálidas e lagartas. Algumas às riscas amarelas e pretas, outras verdes com cabeça a fazer lembrar os dragões dos filmes infantis.
Adriana, do Tagis, chega com um camaroeiro e um cesto e mostra a Patrícia as borboletas que capturou na zona de Azeitão. É com cuidado que as liberta no jardim, entre as sardinheiras, gerânios, medronheiros, funchos, hortelã, rosmaninho, pilriteiro e outras tantas espécies. Para a próxima visita, Patrícia não promete que esteja tudo igual. As espécies podem ser outras, as plantas também. "Isto não é uma exposição bonitinha, para se ver uma vez. É algo dinâmico, que vai ajudar a conhecer melhor a biologia das borboletas."
O Tagis ambiciona centralizar o conhecimento e as pessoas que estudam estas espécies e promover a criação de jardins para borboletas nas escolas do país.
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