Depois dos anos difíceis que passaram... onde estabeleci como prioridade o trabalho com os alunos, projectos que os envolvessem, a minha formação e crescimento profissional para melhorar conhecimentos e práticas (não gastando tempo com um modelo de avaliação sem nexo e com títulos sem sentido), posso agora fazer o balanço certo de algumas conquistas: a conclusão de um mestrado (de natureza prática... sala de aula... envolvendo os alunos e a escola), uma plataforma portuguesa de Scratch, o convite para a ESE - programa de Formação Contínua de Professores (a meu cargo 30 professores de 1º e 2º Ciclos), a acreditação como formadora certificada na didáctica da Matemática, o reconhecimento do projecto de trabalho na Escola com o Scratch no European e-learning awards, o carinho dos alunos e dos pais (o melhor e o mais importante) que se tem prolongado nas novas famílias das novas crianças a meu cargo (que os meus alunos mais crescidos ajudam no Clube como se fossem seus irmãos mais velhos, mantendo e reforçando os laços criados nos tempos que nunca lhes roubei para coisas muito desimportantes e absurdas)...
Ah... como as regras do jogo mudaram e agora todos foram mesmo avaliados, mesmo sem entrega dos ois ou FAA (optei por documento alternativo) e depois de notificação afirmando o contrário (afinal a razão estava do nosso lado), coube-me em sorte uma avaliação de Bom (8 pontos) por falta de alinhamento no processo... posto que para ter mais era preciso fazer tudo direitinho, cumprir as regras que permitiriam eventualmente trepar mais uns degraus, pedir aulas assistidas, provar mesmo mesmo que era mais que só boa professora e, depois, ter lugar nas "vagas"...
Arrependimentos?
Nenhum. Voltaria a fazer tudo como até aqui.
Uma questão de prioridades.
(Os meus alunos no topo de todas elas... Sempre.)
Votos de Boas Festas
Há 5 anos
9 comentários:
Só posso lamentar que o reconhecimento daqueles professores inovadores, críticos, resilientes e inconformados sejam penalizados por processos burocráticos irrealistas e punitivos. Seguiste um trajecto com a convicção forte de estar a realizar algo extremamente positivo para ti, para a escola e para os teus alunos! E isso conta muito!
Para quem vem seguindo o teu percurso há alguns anos, quero sublinhar o teu elevado e inegável profissionalismo que não está, de modo algum, reflectido nessa classificação injusta.
Estou certo que a justiça será reposta a seu tempo!
Como bem conheço, sei que esse grão de areia não abalará nunca a tua pessoa e as tuas capacidades.
Bem-hajas!
Só consigo perguntar se quem te avaliou não tem vergonha na cara. E tenho pena de não estar na tua escola para afixar esta pergunta devidamente assinada.
Nem pergunto se deram na tua escola algum Excelente. Mas tivestes essa nota no teu mestrado e defesa recente da tese e, aí sim, o Excelente é mesmo excepcional e todos sabemos isso! Acho que vou já, já, escrever umas curtas palavrinhas no meu blogue, e bem gostava que o sr. teu director as lesse.
Muitos, muitos parabéms por tudo o que tens feito. Quantos alunos fizeste verdadeiramente crescer, o que, infelizmente, não são assim muitos os professores que realmente o fazem!
Grande beijinho
JPS e IC... não é grão de areia sequer e já não consigo indignar-me. PArtilhei pelo facto de, apesar de tudo, se tratar de uma conquista da nossa luta... sem ela eu nem sequer teria sido avaliada na escola. As regras do jogo eram claras... Quem não as cumprisse não teria mais do que Bom... Isso não estava ao alcance de nenhum director mudar nesta fase e não culpo ninguém, embora me tivesse sentido feliz se muito mais gente tivesse conseguido lutar contra todas as decisões injustas que nos foram impostas... Não tenho de concordar, mas respeito as opções de cada um ao aceitarem mover-se de acordo com certas regras estabelecidas... Partilhei apenas para que se percebesse que um modelo destes não consegue traduzir a diversidade, o real, precisamente por se suportar mais na burocracia do suposto indicador objectivo pré-definido, do que no vivido e observado... no currículo significativo construído... no trabalho com os alunos que todos conhecem e não pode ser reduzido a duas aulas assistidas.
Em síntese... Não chego sequer a ficar aborrecida... Anestesiei-me há muito para este processo tonto... e foi por essa razão que fiz tudo o que fiz sem sequer me arrepender. A minha história é minha... os amigos, colegas, os alunos e pais conhecem-na de cor, porque faço todos os caminhos de porta aberta. Tenho a consciência tranquila e nunca me movi em função de cenouras. Continuarei a dar o meu melhor pelos alunos e por mais coisa nenhuma. Pode ser que um dia encontremos uma forma qualquer de justiça naquilo a que chamarmos avaliação dos professores...
Obrigada pelas vossas palavras e carinho... :)
Nos idos de 50, um professor do Liceu de Santarém (o saudoso Dr. Guerreiro, de Ciências Naturais) confortou ternamente uma aluna preocupada com a nota de um teste: "Não estejas triste, filha, que o teu Medíocre está quase Bom"...
Com verdade, nós dizemos: Deixa lá, filha, que o teu Bom equivale a Excelente!
Bjinhos, P&M :)
A diferença aqui é que esta nota não me preocupa nem me entristece... :) Embora agradeça muito o carinho implícito na mensagem :) :) :)
O que nos devia entristecer a todos foi a perda de tempo com a insistência num erro que causou muitos prejuízos irreparáveis (gastou-se mais tempo a tratar de coisas desta "diz que é uma espécie de" avaliação do que de outras coisas mais importantes...)
"Quem não as cumprisse não teria mais do que Bom... Isso não estava ao alcance de nenhum director mudar nesta fase". Não estava ao alcance de nenhum director a não ser que o dito direcror fosse corajoso e te atribuísse a nota que merecias com um relatório ou uma tomada de posição. Nada me faria atribuir-te um Bom apenas, porque é demasiado escandaloso. Vou apenas mudar o título do post que pus logo ontem, mas não o retiro.
Ah Mulher de armas! Admiro tanto a tua frontalidade e a tua coragem... Obrigada pelas palavras fortes, pelas posições de coerência......
Vou ler-te agora... já já já :) :)
Muitos beijinhos
Como te admiro, Teresa!
Beijinhos.
Soube no "cantinho" da Isabel desta "peripécia". E pronto... dizer o quê? Os que te conhecem, cada ao seu jeito, sabem o que vales... A caravana passa...
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Carpe diem!
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