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O Facebook e "eles"...
Universo digital...Todos os anos há novidades...Todos os anos acrescentam coisas aos anteriores.Este ano estou a ser supreendida com o crescente número de alunos meus do 5º ano que se colaram ao Facebook, me descobriram, me adicionaram... e aparecem a espreitar...A maioria o que faz? Joga. Alguns aderiram apenas por essa razão.Outros jogam porque não sabem o que mais podem fazer com aquilo, para além de uma ou outra conversa ocasional com alguém.Depois de no fim-de-semana alguns terem reagido às fotos do Clube e à notícia da reportagem, resolvi que era tempo de uma conversa sobre o assunto.Avisei hoje, mas só a teremos na quinta, no Clube.Em que termos a faremos?Simples. Comecei por saber quantos são. 16 em 26 (embora me tenha apercebido de que pelo menos uma aluna o fez/faz sem conhecimento dos pais e usa um nome diferente... será motivo para uma conversa futura mais pessoal...)Depois disse:- primeiro: não concordava com a sua presença por lá, porque isso violava uma regra e os colocava na posição de mentir sobre a idade, o que não me parecia correcto. Alguns confessaram que estão por lá como se tivessem 18 anos... e por aí fora...Valorizei a posição dos que não acrescentavam mais distracções ao seu já movimentado digital quotidiano, concentrando-se noutras actividades mais prioritárias.- segundo: tendo os pais conhecimento e estando a sua rede controlada, então era uma responsabilidade da família, embora eu, na qualidade de sua professora de Matemática e tecnologias, tivesse uma opinião, uma palavra a dizer, e não prescindisse dela.- terceiro: não enterrava a cabeça debaixo da areia fingindo que eles não estavam lá e que aos interessados explicaria como usarem a rede de forma mais rica e proveitosa... partilhando, por exemplo, projectos seus, entradas no blogue da turma com trabalhos seus, música de que gostam... Não o sabem fazer. Penso que alguns desejam aprender. Oh professora dá para fazer isso tudo? A professora às vezes põe uns vídeos bonitos...Combinámos então para quinta...São realidades novas... universos que se abrem. Fingir que não existem é o maior erro. Proibir na crença de que não encontrarão uma forma, não é solução. Ajudá-los a crescer neste mundo que os distrai com tanta coisa, de forma a conseguirem gerir da melhor maneira, sem se perderem, tudo o que existe à sua disposição... parece-me ser o melhor caminho para qualquer educador que se preocupe. Desengane-se quem usa a expressão "no meu tempo!"... o mundo não volta nunca mais a ser como era! É melhor olharem mais para o futuro do que para o passado. Prospectiva estratégica. Fomos nós que inventámos o mundo que temos e oferecemos. Somos nós que dizemos os sins, os nãos, os nins...(E, meninos, se vierem espreitar leiam com muita atenção que só vos faz bem ler e aguardem...)
2 comentários:
No meu tempo de prof não havia todas estas coisas, mas fizeste-me lembrar de um grupo de alunas do 6º ano nas aulas que então tinham de "Iniciação à Informática" e que "apanhei" em chat com desconhecidos, ao mesmo tempo que trabalhavam. Também não ralhei, aproveitei, sim, para conversar sobre isso. E era o meu papel, pois nesse tempo os alunos lidavam com os pcs e alguns tinham em casa, mas os pais não sabiam usá-lo nem sabiam nada desse mundo da comunicação.
Pois...
(e também me lembro do mesmo tipo de peripécias com os chats há uns anitos...)
Os tempos avançam tão depressa...
Pelo menos agora alguns pais já começam a conhecer melhor as ferramentas...
Beijinhos
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