sábado, dezembro 17, 2011

Últimas (tantas!) EduScratch...

Natal a qualquer hora... (partitura)

André Cabaço http://www.myspace.com/andrecabaco3, músico e professor de música na AB1 de Aiana de Cima (e escolas do mesmo agrupamento), fez a partitura da canção de Natal que eu compus e produzi "artesanalmente", há uns anos, para os meus alunos (e que Aiana cantou ontem na Festa de Natal). 
Quem perceba de música e queira aproveitar/usar este recurso com alunos, pode agora fazê-lo com mais facilidade.
 (Obrigada, André!)
 Ensaio geral para a Festa de Natal (dei um modesto contributo com a guitarra, porque o músico é o André :)

será...

... que foi


um dia...

... fiz uma


sexta-feira, dezembro 02, 2011

A longa (e bonita) viagem de um postal de Natal feito com o Scratch...



Já passaram quase três anos sobre o seu nascimento...
Viajou pelo MIT -  http://scratch.mit.edu/projects/teresamar/344195 - onde foi destacado pela equipa  (um dos featured projects na altura).
Viajou para o portal Scratch SAPO, quando ele nasceu, e aí se manteve sossegadinho à espera...

Scratch Project

No ano passado, o Scratch invadiu a EB1 de Aiana de Cima pela mão da professora Ana Chambel e, este ano, todos os professores dessa escola foram contaminados.
Resultado?
Todas as turmas de Aiana de Cima estão a trabalhar com o Scratch em sala de aula... Quatro turmas do 1.º ao 4.º ano.

Um dia descobrem este postal e têm uma ideia: por que não cantar esta canção no momento em que todos os meninos da escolinha se apresentam na festa de Natal do agrupamento?
O professor de música escuta/vê o postal no computador... escreve uma partitura (que a autora não percebe nada de música) e ensaia todas as crianças em conjunto com os professores.
Os meninos produzem projetos Scratch alusivos ao Natal para projetar durante a canção e aqui a 3za é convencida a estar presente, enquanto autora do postal e da canção (e enquanto parceira de aventuras com as TIC), para acompanhar com a sua guitarra (o professor de música também, um de cada lado) as quatro turmas a cantar na festa.

Resultado?
Dia 15 lá irei de manhã para o ensaio geral... Dia 16 lá estarei na festa de Natal ao lado dos meninos que tenho acompanhado enquanto elemento do CCTIC-ESE/IPS. O papel do técnico tem de ir muito mais do longe do que apenas o apoio eficaz, eficiente e distante... Ele deve ser motor de sonhos, entusiasmos e de sementes. Um jardineiro. Porque não deixa nunca de ser professor, ao lado dos seus pares, adoptando como seus os meninos de outros, enquanto não regressa às suas turmas. É assim um professor com o desejo de chegar a mais escolas, mais meninos, abraçando mais causas do que apenas a sua.

Porque as TIC são feitas de gente... e só entrelaçadas com as pessoas chegam mais longe e mais fundo até ao lugar mágico onde se aninha o coração...

terça-feira, novembro 22, 2011

A vida: surpresa, paciência, criatividade e humor!



Uma das coisas de que mais gosto no trabalho com a ferramenta Scratch (programação de computadores - descarregar aqui: http://kids.sapo.pt/scratch/download), colocada nas mãos das crianças e jovens, é a não_formatação do pensamento, a surpresa constante, a criatividade, o desenvolvimento cognitivo e comunicação de raciocínios e o humor revelado pelas crianças um pouco mais crescidas (especialmente a partir do 2.ºc... ou final do 1.ºc). Tudo isto misturado num ambiente onde a concentração e a persistência são treinadas de forma intuitiva, onde a resolução de problemas se torna uma necessidade (deixando de ser um papão) e onde perguntar, partilhar e comunicar são o meio mais importante para avançar e crescer.

Longe de ser uma brincadeira, a atividade de programar é exigente e complexa. Desafia os limites da nossa paciência, replicando a vida de forma muito peculiar. Os problemas que o caminho de viver nos coloca são geralmente inesperados e desformatados (não têm limites bem definidos, nem páginas de soluções já prontas a usar), apelam a experiências anteriores, à aplicação de conhecimentos a novas situações, exigem abordagens criativas, adaptação às circunstâncias/limitações e, sobretudo, são suavizados pela força da alegria e do humor (amor) que nos fazem avançar, mesmo nos momentos mais difíceis.

Este ano, no Clube scratchtime, temos uma garota de 11 anos que nos coloca mil sorrisos na boca de cada vez que publica um projeto. http://kids.sapo.pt/scratch/users/Raquel26
Chama-se Raquel... mas podia chamar-se Felicidade... pois...

Nestes tempos sombrios... uma lufada de ar fresco com aroma de morango.

Scratch Project

Scratch Project

Scratch Project

Scratch Project

Comunidade de educadores interessados em saber mais... EduScratch .

terça-feira, novembro 15, 2011

Sons de Scratch... aqui e ali...



Mais uma manhã mágica em Aiana de Cima! Na turma do 1.º ano (professora Ana Chambel), ainda sem computadores, apresentámos o Scratch em grande grupo e, depois, fizemos um jogo do tipo "o chefe manda"... Um a um os alunos deram instruções de deslocação a um colega para o fazer chegar a um determinado local (n passos em frente... n passos para trás... roda para a direita e fica a apontar para... roda para a esquerda e fica a apontar para...). Orientação, lateralidade, pontos de referência... uma área do currículo onde o Scratch pode ser uma valiosa ferramenta de apoio. Na turma do 2.º ano (professora Carla Marques), alguns alunos já tinham o Scratch instalado nos seus Magalhães, outros já avançavam com algumas operações, outros aguardavam que instalássemos a ferramenta e, finalmente, depois de tudo pronto, lá nos aventurámos todos (vídeo a caminho) :) Uma breve apresentação e mãos na massa! A ritmos diferentes, com experiências diferentes, e explorando o que mais os cativou, o tempo passou num instante e nem demos por ele. Muitas aprendizagens e muito entusiasmo! Vamos regressar! :)

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domingo, novembro 06, 2011

Technology In Education - Why?

Digital photo-painting...

... experiências

CREATIVE ESCAPES - Marjorie Yang: innovation is the key to lifting people out of poverty


Um texto de Marjorie Yang para reflexão... (com uma referência ao Scratch, no final...) 
A ler com atenção.

28 Oct 2011-South China Morning Post

CREATIVE ESCAPES

Marjorie Yang says that innovation is the key to lifting people out of poverty, and women are often best placed to find creative solutions to seemingly intractable economic problems
Women can play a much more active role in incubating and promoting change...
(...)
Such examples exemplify how women can play a much more active role in incubating and promoting change. Women’s keen abilities in observing, relating and questioning are important skills for an innovator. Society needs to provide women with an empowering environment with opportunities for exposure, networking, taking risks and experimenting with new ideas and initiatives.
In the long term, at a macro level, education is key for innovative environments. Much is done to foster creativity at college level, but this will only have a limited effect if the effort is not extended to education at secondary and even primary levels.
 

Fortunately, bright innovative minds are working to address this problem. One project of note is Scratch, computer software developed by MIT Media Lab, that allows young children to create programs and multimedia content. It is now used by many schools worldwide. Education systems should seek to nurture and reward the creative, problem- solving mind.
Those who innovate hold the greatest potential to bridge societal gaps. In particular, women, who are the core on both domestic and professional fronts, are in a position to build a culture for innovation at home, work, and across society."


 ...
Marjorie Yang is chairwoman of Esquel Group and a non- official member of the Executive Council. This article is part of a monthly series on women and gender issues developed in collaboration with The Women’s Foundation

Semear... crescer... ramificar... (depois secar?)


Tudo começa com sonhos.
Sonhos teimosos.
Agora, devagarinho, entramos cada vez mais nas salas de aula, com a ajuda dos professores que se vão rendendo à alegria de ver os seus alunos criar, produzir, pensar, refletir, crescer através do uso de tecnologias entrelaçadas com humanos gestos, humana mediação, ao serviço da invenção, da produção de conteúdos. Quando vemos crianças nos primeiros anos a usar o X e o Y para se localizarem no espaço, crianças do pré-escolar a desejarem escrever para animar as suas próprias histórias, a desejarem ler para compreender as instruções que lhes permitirão dar voz a projetos seus, compreendemos que há ferramentas que nos levam mais longe no conhecimento (mais cedo e mais depressa). Em vez de as "treinar" apenas no consumo de jogos, que tal ensiná-las a criar os seus próprios jogos e animações?
Não abdiquemos da exigência.
As tecnologias podem estar ao serviço dela e não do oposto.

No 9.º ano já não precisam?
Engraçada, superficial e leviana afirmação.
Escuto testemunhos de professores universitários: os alunos sabem tão pouco. Uma complicação usar um editor de desenho, uma drama definir itinerários ou observar/interpretar estruturas com o google maps ou com o google earth... Skype? Ah... nunca usei (aconteceu-me há pouco com uma aluna - no contexto de uma cadeira de tecnologias na educação - que queria entrevistar-me e se preparava para uma deslocação física sem sentido). Questionam-se alunos-futuros professores: como usarias a tecnologia nas tuas salas de aula? Conheces ferramentas? Ah... levava uns jogos educativos e powerpoints...
Sabem muito sim. Telemóveis, jogos, escutar música. Usar o computador como máquina de escrever... e mal. Pesquisar... sem critério. Muitas vezes, sequer anexar um ficheiro numa mensagem de correio electrónico. Arriscar-se sem consciência. Desrespeitar direitos de autor. Copiar. Deixar numa identidade digital, inconscientemente desenhada, vestígios de uma reputação duvidosa que, no futuro, regressará como boomerang penalizador de percursos pessoais e profissionais. Divertir-se mais do que aprender, sem tirar todo o partido possível dessa ferramenta que só vale a pena se a alma não for pequena. Porque são pessoas que as utilizam, são as pessoas que definem os modos. A tecnologia é inerte.
Sabem muito sim. Na maioria das vezes não sabem o que deveriam saber.
Consumir, consumir, consumir. E criar?

Talvez valha mais a pena refletir sobre o currículo atual das TIC no ensino básico/secundário e enriquecê-lo de tempo e conteúdos para o tornar ainda mais exigente no que se refere ao conhecimento/utilização de ferramentas de produção, à importancia do rigor nessa produção (partilhada com o mundo e imagem de nós), ao desenvolvimento do sentido crítico relativamente ao universo digital em que vivem afogados, ao desenvolvimento de uma ética de utilização social que se entranhe, como se fizesse parte natural de cada um, e (n)os torne dignos da designação "digital natives"...  em todos os sentidos.
E sem dúvida que puxaria a brasa à "nossa sardinha": aprender a programar, conhecer os bastidores de tudo o que utilizam (e o Scratch é uma boa porta de entrada) deveria ser uma meta fundamental desde muito cedo no ensino básico.

Acabar com as TIC...?

Uma sentença de morte no desenvolvimento e no futuro.
Um retrocesso colossal (para usar palavras em voga).


*Foto minha (ESE/IPS) editada com AdobePhotoshop  textura aqui)

Que ave?

No primeiro sábado em que se realizou a Oficina de formação Scratch e Matemática, cheguei muito cedinho à ESE/IPS e fiquei presa a este cantar nostálgico, doce e estranho.
Alguém me consegue dizer de que ave se trata?


Adenda:
Descobri um site muito interessante

www.bird-songs.com (vários países)
http://www.bird-songs.com/indexpt.htm (aves de Portugal)

e como não consegui identificar escutando... escrevi-lhes.
Acabei de receber a resposta:

"É o estorninho e no background é uma popa a cantar muito baixinho. O estorninho tem centenas de canções porque imita outros pássaros."

Já percebi por que razão não consegui identificar... :)

segunda-feira, outubro 31, 2011

Broas de mel (eu tenho uma teoria sobre elas)

Foi de repente e nem sei bem como aconteceu.
A entrada na teia com a receita das Broas de mel da Avó Mila, sempre foi das mais visitadas... Mas, de há alguns dias para cá, o volume de visitas à entrada mais doce de todas aumentou de forma imensa, intensa, descontrolada...

No mundo inteiro, as pessoas, fartas (quem sabe?) da amargura destes tempos, agarram-se ao consolo do mel com uma sofreguidão indescritível. Ou talvez seja apenas um desejo de recuperar o sentido da palavra Amor tão em falta, tão em desuso, tão abusada e maltratada, tão atropelada pela palavra dinheiro que se está a tornar na coisa mais importante do mundo em vez das pessoas que vivem nele.

Portanto...
Tirem uns minutos neste feriado e... façam umas broas de mel para oferecer a quem mais amam (não se esqueçam de vocês próprios).

Pode ser a receita tradicional...  Receita de Amor - Broas de mel



Pode ser a receita que recriei para estes novos tempos sem tempo... Pedaços de Amor de Mel da Avó


De uma forma ou de outra, cada pedacinho desta receita mágica que saborearem vai trazer-vos à memória cada pessoa que amam, presente ou ausente e, sobretudo, vai trazer-vos ao peito aquele calor especial que só se saboreia quando mastigamos amor e mel bem entrelaçados com as nossas mãos.

Experimentem...

Últimas do EduScratch...

A teia anda abandonadinha... porque há muita coisa a acontecer em paralelo e muitos espaços para atualizar.

E nos links das notícias que aqui deixo, não estão incluídas
a gestão da página do CCTIC - ESE/IPS...
a gestão da conta EduScratch do facebook... do EduScratch twitter (agora seguido no Brasil, Mexico e outros países da América do Sul com o projeto OLPC - "One Leptop Per Children",  e também seguido pela equipa do MIT... depois do sucesso do lançamento da tradução do Guia Scratchdo MIT)

A tudo isto junta-se o acompanhamento de escolas e projetos e a Oficina de Formação para professores do Pré-escolar e 1.º ciclo, que já começou no sábado passado...
sem falar da preparação de mais algumas sessões de formação que me levarão à Guarda, à Amora e a escolas do distrito de Setúbal...

Um frenesim de atividades e projetos que mexem com as salas de aula e cuja continuidade será sempre uma incógnita... nestes tempos estranhos que vão correndo...
Darei o melhor pela missão que escolhi e me foi confiada, enquanto puder e me deixarem.


Clube Scratch time de Azeitão reiniciou as atividades!

Cronograma de atividades do CCTIC-ESE/IPS para 2011/2012

(Mais) recursos pela internet...

Oficina de Formação: Scratch e Matemática - Pré-Escolar e 1.ºC (inscrições abertas)

Eduscratch no IE da Universidade de Lisboa

Recursos: Do ovo à borboleta (uma história de aprender)

Computação Criativa - tradução para língua portuguesa do Scratch Curriculum Guide Draft – Creative computing - MIT

Mitchel Resnick 2011 Prize Winner (McGrawHill Research)

Cheetah, run! (um projeto da Alison Grelha)

Oficina de formação quase a começar...

Projeto EduScratch - Rumo à sociedade criativa

Scratch: das mãos ao digital (Halloween)

Oficina de formação já começou!


segunda-feira, outubro 24, 2011

Não deixar...

... morrer a



Computação Criativa - tradução para língua portuguesa do Scratch Curriculum Guide Draft – Creative computing - MIT




Finalmente concluída a tradução para língua portuguesa  do Scratch Curriculum Guide Draft – Creative computing criado no MIT e partilhado no final de Setembro no ScratchED.

A versão portuguesa (.doc) pode ser consultada AQUI . Existe, também, uma versão .pdf AQUI .


A tradução deste guia resulta do trabalho da equipa EduScratch (um agradecimento especial a Fernando Frederico pelo seu enorme contributo na tradução e, também, a Isabel Campeão e Eduardo Martinho pela revisão atenta e rigorosa e inúmeras sugestões que melhoraram imenso a versão agora disponibilizada). Este documento está aberto a sugestões de melhoria por parte dos leitores/utilizadores, de acordo com as suas experiências e conhecimento.

quarta-feira, outubro 19, 2011

Do ovo à borboleta... (uma história de aprender)


Entraram os dois, muito pequeninos (5.º ano), no turno da tarde do Clube Scratch time onde estão os grandes. Percebe-se o entusiasmo que o desafio representa e este cheiro de coisa nova é do mais saboroso que há. Calhou ir até lá dar apoio à sessão (no contexto do trabalho do CCTIC de apoio a projetos nas escolas) e ter a possibilidade de os receber de folhinha de inscrição na mão e um sorriso imenso.
O Rafa já conhece o programa. Disse, mal chegou,  O meu pai instalou e eu já usei... E como foi que o teu pai descobriu? Não sei... ele é técnico de informática!
O Bernardo avança depressa. Está no 9.º ano e disse que em Lisboa frequenta um curso de design gráfico. Que lá o Scratch se usa assim como que para explicar várias coisas, porque tem tudo.  Quer fazer um jogo e juntos identificámos problemas, colocámos hipóteses. As dele levaram a melhores respostas. Ao lado a Caddy e a Madalena (pioneiras no uso do Scratch em Azeitão, agora no 9.º ano) ajudam colegas de 7.º ano.
A Andreia desenha, explora, inicia-se no uso do Scratch. O Rafa, seu colega de turma, dá uma ajuda. 
Depois decidimos fazer uma animação. Como poderias fazer o sapo piscar o olho? Isso é fácil! Diz o Rafa. Deixo-o tentar. Tem duas figuras, uma com o olho aberto, outra com o olho fechado. Inicia com o comando “quando clicar em tecla espaço”... e começa a construir o bloco de comandos que darão a ordem ao sapo para abrir e fechar o olho, quando a tecla espaço for clicada. No fundo, tem de arranjar uma forma de fazer a sequência saltar de uma figura para outra. Encaixa os dois comandos: “vai para o traje 1” e  “vai para o traje 2”. Deixo-o encaixar estes dois comandos um a seguir ao outro, sabendo o que vai acontecer. A animação fica rápida demais. E agora? Pergunto eu... Se uma coisa anda depressa demais o que podemos fazer? Pedir para o sapo esperar... é preciso tempo..., diz o Rafa. Vou usar o comando “espera” e encaixá-lo entre os outros dois. Arrasta o comando para a zona de programação e muda o tempo de um segundo para 10. Oh... não parece estar a acontecer nada! ... Ah! Agora fechou o olho... Digo-lhe: Rafa, olha para mim. Quanto duram 10 segundos? Fecho o meu olho... ele olha para o relógio e nem espera... Ah, pois é! É muito tempo! Muda o tempo para 3 segundos. Rafa, olha para mim... vamos contar o tempo...  e fecho o olho novamente... Ah! De imediato... Ainda é muito tempo! Escreve 1 segundo. Melhora, mas não resolve. Tem de ser ainda menos, Rafa! Hummmm menor que um... ( e maior que zero, digo eu). Escreve 0,3... depois 0,2.... Excelente.  Mas só acontece uma vez! reclama ele... Pois... Queres que esteja sempre a fazer? Olha para os comandos de controlo... E o Rafa rapidamente percebe que tem de usar um comando que obrigue a um ciclo contínuo de ação e vai buscar o “para sempre”. Perfeito!
Sabem, Rafa e Andreia, programar é conversar com o computador... e ele só percebe o que tem de fazer, se formos rigorosos nas instruções. Meias palavras não chegam, como entre nós. Ele não pensa... ele faz o que tu lhe mandares fazer. Quem tem de pensar são as pessoas.
E depois podemos fazer coisas mais complicadas?
Podem sim... mas quando começaram a aprender a ler e a escrever, começaram logo com livros do Harry Potter? Riem-se... Não... Primeiro foram as letras... Ok. Então tenham paciência... Estão a aprender uma língua nova... a língua com a qual falamos com os computadores. Quando menos derem por ela... Estão a conversar com eles tu cá tu lá.
A educação deve ser tecida com diálogos exigentes de construção. As crianças podem ir muito mais longe do que imaginamos... com as perguntas certas, com a provocação constante, com esperas adequadas, com desafios crescentes. Se for olhar para as metas de aprendizagem (TIC, Matemática, ...), por certo que vou encontrar por lá enquadramento para uma série de aprendizagens como esta (e muitas mais). As ferramentas podem ser várias, mais ou menos tecnológicas, mas o elemento humano e a mediação são indispensáveis. O professor é sempre essencial e insubstituível, por mais que as tecnologias se aperfeiçoem.

Olho para a Madalena e para a Caddy, agora no 9.º ano, e penso que sou feliz por ter o privilégio de poder assistir ao vivo ao milagre da metamorfose do pensamento: que borboletas lindas sairam das crisálidas!

terça-feira, outubro 18, 2011

E se? (Está a acontecer...)

Expectativas...

E se um dia uma turma de PCA (6º ano) descobrisse o Scratch? E se, de repente, quase que por magia, a confiança renascesse, o entusiasmo brotasse, as dificuldades fossem sendo vencidas e o interesse recuperado por outros caminhos alternativos de criação e invenção, com as crianças no centro da ação aprendendo e construindo os seus próprios conteúdos com as TIC? E se de repente a matemática fizesse mais sentido e escrever bem se tornasse algo desejado? E se a realidade fosse ainda mais bonita do que a ficção e do que os sonhos que sonhamos e as expectativas que tecemos para o uso desta ferramenta, em articulação com outras e com a vida?

Escutei via telefone as primeiras histórias desta turma e o que ouvi já me tocou. Brevemente agendar visita a estes meninos e a estes professores...

Uma das professoras envolvidas - Paula Lamy - dizia aos meninos: vocês são a única turma, para já, a usar esta ferramenta e, depois, vão ensinar outros meninos a usá-la (uma das estratégias que combinámos na preparação desta aventura)...
reação: "ohhhhh... - sorrisos - e assim os outros meninos que pensam que esta turma é dos fracos que não aprendem bem, vão perceber que nós também podemos ensinar coisas...".
E se, reconstituída a autoestima, as crianças reconstruíssem as suas asas e finalmente voassem mais longe vencendo muitos dos desafios, limites e dificuldades graves que as paralisam (a elas e às suas famílias) no tempo presente?

Aguardamos o que vai acontecer... Obrigada aos professores desta turma por se terem aberto aos seus meninos dizendo-lhes que também estão a começar e terão muito a aprender com eles...



Fazer acontecer ...

E lá fui, pela manhã do dia 12, fazer a primeira visita de apoio a essa turma especial (PCA), que já está a fazer os seus caminhos no Scratch com entusiasmo e empenho. Na aula de Homem e Ambiente (cujo professor, Paulo Cardoso, também leciona as TIC e matemática) respirou-se criatividade e engenho. Projetos sobre higiene e alimentação saudável, exploração de comandos para fazer animações, uma pequena abordagem às coordenadas, iniciação (para os alunos que vão um bocadinho mais devagar)... tudo tem lugar a seu tempo. O trabalho cooperativo a emergir... quem aprende algo novo ajuda outros colegas. Aos poucos eliminar a palavra "desistir" do vocabulário corrente destas meninas e meninos e fazê-los caminhar em direção à consciência de que sem trabalho nada se consegue. Talvez seja esta a melhor aprendizagem que vão fazer durante este ano... Esteve presente a incansável Paula Lamy (professora de Oficina das Artes e directora de turma) animadora desta ideia que procura levar todo o conselho de turma a trabalhar conjuntamente de modo a proporcionar aos alunos uma verdadeira experiência de interligação entre os saberes, com recurso às tecnologias.

Continuaremos a acompanhar esta história e a partilhar as notícias!

segunda-feira, outubro 17, 2011

Grãos de uma romã (Dia Mundial Pela Erradicação da Pobreza)

A Associação CAIS lança este verdadeiro Hino Contra a Pobreza, na sequência do 17 de Outubro, o Dia Mundial Pela Erradicação da Pobreza.

domingo, outubro 16, 2011

Exploração e construção de situações de aprendizagem da Matemática com programação em Scratch no pré-escolar e no 1º ciclo do ensino básico



Abertas inscrições para a Oficina de formação (acreditada): Exploração e construção de situações de aprendizagem da Matemática com programação em Scratch no pré-escolar e no 1º ciclo do ensino básico 29 de Outubro, 5 e 26 de Novembro 2011 - CCTIC da ESE/IPS (a partir de Janeiro, também para 2.º e 3.º ciclos). Infelizmente o CCTIC ainda não teve financiamento este ano, as ações também não são financiadas e a instituição de formação ESE/IPS (como todas as outras no momento) vê-se obrigada a cobrar a formação. A verba destina-se às despesas com o processo e utilização de instalações.
Os formadores (eu e o Miguel Figueiredo - coordenador do Centro de Competência TIC da ESE/IPS) não recebem pagamento pela mesma. Isso é feito com o nosso tempo e motivação... e é um esforço integrado na nossa missão (CCTIC - Projeto EduScratch) por acreditarmos que vale a pena investir numa utilização exigente e ativa das TIC. Ninguém nos obrigou a apresentar estas oficinas para acreditação... "inventando" mais trabalho para o Centro... Foi uma resposta à solicitação de muitos colegas que desejam mais do que sessões informais de formação. Claro que, até ao último momento, acreditámos que poderia ser possível fazê-lo sem despesas para os formandos... mas infelizmente nem sabemos se o Centro será financiado este ano (no ano passado essa verba destinou-se a pagar as nossas deslocações pelo país na missão de formação a centenas de professores de norte a sul de Portugal).

Ainda assim, mesmo no contexto complexo em que estamos a viver, gostaria muito de poder contar com a vossa presença neste espaço (prático) de formação, que implicará trabalho autónomo em sala de aula para posterior apresentação da experiência... 15 horas presenciais e 15 de trabalho autónomo.

Mais informações AQUI.

Exploração e construção de situações de aprendizagem da Matemática com programação em Scratch no pré-escolar e no 1º ciclo do ensino básico

29 de Outubro, 5 e 26 de Novembro 2011

Ação de formação: Exploração e construção de situações de aprendizagem da Matemática com programação em Scratch no pré-escolar e no 1º ciclo do ensino básico
Destinatários: Educadores e professores do ensino pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico.
Número máximo de participantes: 20
Modalidade: Oficina de Formação
Duração: 15 horas presenciais e 15 horas de trabalho autónomo
Formadores: Miguel Figueiredo e Teresa Marques (Centro de Competência TIC da ESE/IPS)
Creditação: Para efeitos de aplicação do nº 3 do artigo 14º do Regime Jurídico da Formação Contínua de Professores, esta ação releva para a progressão em carreira de Professores dos Grupos 100 e 110;
Creditação máxima de 1,2 créditos
Conteúdos:
  1. Análise de situações de utilização das TIC em contexto educativo, de apoio ao desenvolvimento de atividades na disciplina de Matemática
  2. Exploração da ferramenta didática Scratch, com vista à construção e partilha online de projetos com potencial educativo para disciplina de Matemática
  3. Potencialidades do Scratch nos processos de ensino/aprendizagem e estratégias de utilização desta ferramenta em contexto escolar : modelos de planificação de situações de aprendizagem com recurso à utilização desta ferramenta (em interação com outras ferramentas TIC) pelos alunos
  4. Planificação/desenvolvimento de situações de aprendizagem na disciplina/área de Matemática para serem implementadas em sala de aula e que envolvam os alunos na construção de um projeto.
  5. Análise e avaliação das atividades desenvolvidas com os alunos em sala de aula.
  6. Partilha das planificações e das atividades desenvolvidas.
Calendarização: As sessões presenciais terão lugar ao sábado, das 8h30m às 13h30m, nos dias 29/10/2011, 05/11/2011 e 26/11/2011
Local: Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal

Inscrições: As inscrições nesta ação de formação são feitas

preenchendo o formulário online.

Preço:

Educadores e professores colaboradores da ESE/IPS - 50,00€

Outros educadores e professores: - 75,00 €

...

A culpa é do Facebook...

Pois...

sábado, outubro 01, 2011

Faz sentido


Fui ali buscar um de entre os muitos livros que tenho dele. E depois descobri isto.


Nuno Júdice diz poemas da sua autoria from Pastoral da Cultura on Vimeo.

E li... e escutei... e agora vou ver se a roupa acabou de lavar para a estender...
E depois tentar avançar na publicação de recursos no portal EduScratch.
E comecei o dia a fazer pão. Um pão inventado (na máquina) porque não gosto de pacotes prontos cheios de misturas que não escolhi.

O melhor da vida é podermos cosê-la e cozê-la com os retalhos e os ingredientes de que mais gostamos e com os outros, os necessários, para ela se cumprir com alguma alegria e organização.

A felicidade para ser perfeita tem de ser absolutamente imperfeita.

Há pouco, no alta definição, o Zé Pedro dos Xutos dizia que, sobretudo, gostava muito de viver. E também disse que era bom a arrumar a casa.

Faz sentido.

sexta-feira, setembro 30, 2011

sábado, setembro 24, 2011

sábado, setembro 17, 2011

Mitch Resnick: The Role of Making, Tinkering, Remixing in Next-Generation Learning

Mitch Resnick: Making, Tinkering, and Remixing in Learning Innovation from DML Research Hub on Vimeo.




Via José Henrique Portela
(Sugestão feita no facebook)

Gostava de saber...

... mas


Carta aberta ao Ministro da Educação (Magalhães...? )

Caro Nuno

Não nos conhecemos pessoalmente e nem sempre partilhamos das mesmas ideias sobre as coisas. Mas hoje não falarei de nenhuma delas, porque venho apenas fazer um apelo simples e fundamentá-lo. Faço-o em meu nome pessoal, enquanto professora, e não em nome das instituições onde desenvolvo a minha atividade profissional, ou em nome de qualquer outro grupo.

O apelo?
Deixo-o já aqui e voltará a encontrá-lo por entre as razões que o justificam:
"... solicito que seja ponderada com carinho a ideia de continuar o programa Magalhães mas, desta vez, entregando os PCs às escolas..."
Sei que o tempo é pouco... mas talvez queira conhecer as razões que me levam a fazê-lo...

Sou professora de matemática por absoluta vocação. Diria até que por incontrolável amor, já que não é a minha especialidade. Formei-me em Geologia (Ramo Educacional) na FC/UL e batalhei por lá longamente nos anos 80 para me deixarem fazer o estágio no 2.º ciclo (matemática e ciências) e não no 3.º. São idades especialmente mágicas para ensinar e aprender. Também escrevo para crianças (um dos meus livros de poesia está no Plano Nacional de Leitura) e desde os 20 e poucos anos que abracei a causa das TIC na educação (pela mão de Seymour Papert e da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal), sobretudo na exigente área de utilização de linguagens de programação com os mais jovens. Acredito na interligação dos saberes e em contextos que promovam essas ligações.
Ensino exatamente como vivo: com entrega e intensidade (desde 1984).

Nos anos 80, com Timex_s e ZXSpectrum_s (Minerva), já os meus alunos programavam com a linguagem LOGO (crianças desfavorecidas que viviam  vidas difíceis em zonas complicadas da cidade de Setúbal e que aprenderam a amar a matemática  numa escola feita de barracões sem quaisquer condições).
Depois de uma tese de mestrado recente (na FPCE/UL) que quis prática e virada para a sala de aula, em torno do uso da linguagem de programação Scratch (concebida no MIT, onde estive em 2008, para assistir à primeira conferência ScratchMIT e conhecer a equipa com quem colaborei à distância), avancei para nova luta que desse expressão real ao sonho que deixei escrito nas perspetivas de futuro no final dessa tese.

O MIT tem uma plataforma internacional onde todos os programadores colocam os seus projetos. Os meus primeiros alunos utilizaram-na, e à aplicação original, embora sentindo-se um pouco perdidos no universo imenso de produtos e discussões em inglês. Depois de um trabalho conjunto, a PT/SAPO conseguiu os direitos para replicar aqui a plataforma e apresentar uma aplicação gratuita com excelente tradução feita por especialistas (inicialmente trabalhei com a versão em português do Brasil que não nos satisfazia), mas isso não se traduziu, claro, em mais e melhor trabalho nas escolas, mais experiências, porque faltava o essencial: formação e partilha de experiências entre os professores.
E porque os sonhos grandes são teimosos, um dia aconteceu ter oportunidade de falar de tudo isto à Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas (ERTE/PTE - DGIDC) e finalmente ganhar (no ano letivo passado) a confiança do ME (atual MEC) para se avançar com a criação de um portal de educadores ( http://eduscratch.dgidc.min-edu.pt/ ) e iniciar um processo gradual de sensibilização, formação e apoio a projetos, a partir do CCTIC que integro...
Pelo caminho continuei a trabalhar com os meus alunos, que no 5.º ano usam o referencial cartesiano como se estivessem no 7.º, resolvem problemas sem receio, se habituam a ser rigorosos, a explicar raciocínios e até se aventuram no uso de variáveis para, descoberta uma relação matemática e a respetiva fórmula, a incluirem num programa que permite, por exemplo, desenhar um polígono no ecrã, seja qual for o número de lados... O Scratch é muito mais do que isto, é certo... e convoca a integração de outras ferramentas tecnológicas e artesanais e de todos os saberes sem excepção. E pode ser usado com qualquer tipo de alunos, dos que têm mais dificuldades, aos sobredotados e em qualquer área curricular. Não é solução milagrosa. Só consegue atingir todo o seu potencial junto dos alunos com professores mediadores exigentes, preparados e motivados. Não se compadece com desinteresse ou desinvestimento. Obriga-nos a trabalhar a todos e não é uma solução para quem queira investir pouco. Uma carta como a que lhe escrevo hoje não conseguiria contar-lhe tudo o que já vivemos (e podemos e vamos viver) com professores e alunos que se atrevem ao desafio que o Scratch representa.
Ficará para outro dia.

Então por que razão resolvi dirigir-lhe estas palavras? No presente ano letivo o MEC confiou no trabalho que estava a ser desenvolvido pelos Centros de Competência e, embora com cortes que afetarão o seu desempenho, aceitou a continuação destes centros de apoio. Eu sou uma das professoras que faz parte dessa equipa, pela primeira vez com 100% do tempo dedicado à causa. Integro o CCTIC da ESE/IPS. Iniciámos um trabalho intenso no ano que passou, o qual começa a dar frutos em várias frentes (não apenas na matemática), e quando finalmente íamos avançar para experiâncias inovadoras com alunos do 1.º ano em algumas escolas, cujos professores estão motivados para avançar, não temos computadores em número suficiente. Verdade seja dita, numa delas (recentemente construída), nem sequer existe internet nos computadores que os alunos poderiam usar (Biblioteca).
Se a estratégia nacional prévia tivesse sido a de entregar os Magalhães às escolas e não aos alunos (como sempre defendi – com a possibilidade das crianças os poderem requisitar para trabalhar em casa em projetos da escola) não estaríamos agora nesta situação. Sim... sei... alguns pais dizem:  os Magalhães existem e a Escola nunca fez nada com eles. Mas algumas (muitas?) fizeram e querem continuar a fazer... Um exemplo simples: uma professora de uma escola em Aiana/Sesimbra desenvolveu com uma turma de 4.º ano um trabalho interessantíssimo com o Scratch (nos Magalhães) e, agora, a mesma professora vai arrancar com uma turma de pequeninos do 1.º ano, com ideias, com toda a experiência e formação... mas com um só computador para 20 alunos. E há mais escolas/professores nessa situação.
Sei que para o MEC este é um tempo de reavaliação de projetos, de contenção, de cortes. Mas a tecnologia é indispensável quando bem usada, como o são o lápis e o papel (e eu sou, apesar deste discurso, uma professora conservadora que continua a gostar muito do papel e do lápis e da prática compreensiva dos procedimentos, ou mesmo o treino simples – os meus alunos sabem-no bem), e é já parte inseparável da vida dos alunos, para o melhor e para o pior.

Temos obrigação de os ajudar a otimizar a sua utilização, apoiando-os no sentido de os tornar criadores de ideias e conteúdos com as tecnologias, de os fazer crescer cognitivamente acima do esperado para o seu nível etário ou de escolaridade, e não deixá-los ser apenas meros consumidores de música, jogos e comunicação síncrona, quantas vezes sem critério ou efeito educativo mais formal. Se a escola não os ajudar, quem poderá fazê-lo (em muitos casos, infelizmente, a família está pouco presente, ou é pouco conhecedora de alternativas ao consumo desregrado...)?

Por tudo isto, e mais coisas que não cabem aqui (mas me ofereço para esclarecer em qualquer altura), solicito que seja ponderada com carinho a ideia de continuar o programa Magalhães mas, desta vez, entregando os PCs às escolas. Não apenas por causa do Scratch, é claro (e nós socorremo-nos de muito mais ferramentas TIC e não só, quando trabalhamos em programação), mas pela importância absoluta que as tecnologias têm e terão neste século, pela necessidade de ajudar os professores a tirar o melhor partido delas combinando-as com os métodos tradicionais (a ERTE e os CCTIC que coordena têm de cumprir essa missão) e pela urgente necessidade de educar as nossas crianças e os nossos jovens para fazerem um uso mais seguro, racional e enriquecedor de todo o seu potencial.

Obrigada por ter escutado.

Teresa Martinho Marques
EB 2,3 de Azeitão
CCTIC – ESE/IPS EduScratch
http://eduscratch.dgidc.min-edu.pt/
http://projectos.ese.ips.pt/cctic/


 www.tempodeteia.blogspot.com

quinta-feira, setembro 15, 2011

Últimas no portal EduScratch, um pedido e mais coisas...

Últimas notícias...

Estava programada uma sessão informal sexta dia 16 na ESE/IPS com dois colegas da Moita... convidámos a professora de Azeitão (Clube Scratch time - Ana Almeida) que disse sim, a professora Fernanda Ledesma vai juntar-se à festa... hoje a Ana Paula Lamy da Moita pediu para se juntarem mais quatro ou cinco colegas da sua escola motivados para aprender e aplicar... Matemática, Ed. Visual, duas professora Bibliotecárias, um professor de TIC... E a pergunta é: alguém mais se quer juntar a nós e aproveitar? ESE IPS às 14:30 - 16 Set - Sexta... Sessão informal mas muito desejada... O que podemos sonhar de melhor?


Entretanto... decidimos fazer o levantamento de projetos educativos em torno da utilização da ferramenta Scratch... Continuamos a atualizar. Tabela no Google docs e professora Teresa Pombo semeando os locais com detalhes: páginas das escolas e eventuais blogs associados... Algumas histórias bonitas... No estabelecimento prisional de Tires, um professor trabalha com as formandas reclusas (EFA B1) offline, por ser condicionado o acesso à 'net. Tem utilizado e adaptado materiais do portal EduScratch... e isso enche-nos de alegria... Há missões diferentes e a Escola tem muitas cores e formas.

Se conhecem mais algum projeto... digam-nos!

Entretanto o EduScratch cresce em notícias e em visitantes... Basta clicar nas imagens para aceder às últimas notícias completas...

sexta-feira, setembro 09, 2011

Scratch: imaginar, criar... crescer?

Já passaram alguns anos desde que a Alison entrou na minha vida como um relâmpago. Energética, acelerada, determinada... nunca foi minha aluna em sala de aula, mas apareceu no Clube Scratch time perguntando se podia inscrever-se. Tinha 9 anos e acabara de entrar para o 5.º ano.

Nas sessões de formação Scratch para professores, conto sempre a suas história com o Bolt... De como perguntou se era possível "pôr o Bolt a correr"... de como desenhou o cão, pediu à Mãe para digitalizar as imagens e no Clube aprendeu a fazer animações.

No ano que passou fez-nos uma surpresa doce que contei aqui pois, agora já no 8.º ano, resolveu melhorar um pouco a sua primeira versão do Bolt e voltou a publicá-la.

Scratch Project

Nunca deixou de programar com o Scratch. Adora desenhar, adora inventar e contar histórias e os seus projetos têm uma marca muito pessoal que os distinguem de outros. Programar é algo pessoal e revelador da individualidade. Cada um de nós é único e a Escola devia reconhecer essa verdade. Urge usar ferramentas que não uniformizem, que não limitem quem somos nem o que sonhamos.

Partiu para Inglaterra onde continuará a estudar, agora no 9º ano, e acabei de descobrir um projeto seu em Inglês, decerto já publicado a partir da sua nova casa.

Scratch Project



Já o comentei. Precisa de ser melhorado, claro. Algumas legendas são muito rápidas, existem alguns erros na escrita em língua inglesa, mas, desculpem-me os puristas, olho para ele... sigo a história deliciada e consigo ver para além do pormenor o quanto a Ali vai crescendo na sua criatividade, no seu sentido apurado de perspetiva e realização, na sua persistência e determinação.

Muitos dos seus projetos não são complexos do ponto de vista da programação. Este suporta-se no desenho de cenários sequenciais e a programação não é mais do que um conjunto de ordens para que os cenários se sucedam como imaginou, para que contem a história como deseja contá-la. A ferramenta é o meio para lá chegar, é o suporte para as suas ideias, é a forma de chegar facilmente aos outros. Aprende com a programação, claro, sempre... mas muito para além disso opta por usar as TIC ao serviço da criação, da construção, da reinvenção e vai crescendo como ser humano.





As TIC são terreno fértil para a semente de todo o seu potencial criador. Em vez de as usar apenas no consumo do que outros fazem, a Ali, no verdadeiro espírito Web 2.0, é produtora de conteúdos que oferece aos outros de forma simples. O Scratch, por ser tão flexível, permite tudo e estimula esse importante gesto de construir com as TIC. É integrador, aglutinador de outras ferramentas, é simples e complexo, permite avançar na educação matemática de conceitos-chave complexos (mesmo com crianças de tenra idade), permite desenvolver técnicas de comunicação e o domínio da língua materna, promove o desenvolvimento do espírito crítico e do sentido de responsabilidade (não se partilha qualquer coisa com o mundo), ou apenas ser um meio para que a criança ou o jovem expressem outras habilidades e competências que a Escola nem sempre valoriza (infelizmente) reforçando a sua confiança e auto-estima. É um caminho para o currículo formal para as crianças que dele se afastaram, ou cujas dificuldades constituem obstáculo denso. É um caminho para a excelência, no outro extremo, quando as crianças "filhas de um Deus maior" querem mais e a Escola não oferece outros caminhos para além dos da mediania em que vive.

Como sempre, o elemento humano é a coisa-chave. Educamos e formamos pessoas e não podemos desperdiçar uma só ferramenta que nos ajude a torná-los melhores cidadãos deste século. Pode ser o Scratch ou outra qualquer (ele socorre-se de todas e do trabalho sem TIC para se tornar ainda mais rico no seu alcance)... mas desiluda-se quem acreditar que só por mudar os meios e fazer o mesmo nas aulas os milagres acontecem. As TIC são os que as pessoas querem que sejam. Sem professores, sem alunos e sem formas de utilização bem pensadas e com metas adequadas, não produzem melhor educação.

A maioria dos alunos que experienciou o Scratch não se tornará programador, poderão mesmo nunca mais programar, mas crescem e desenvolvem competências variadas de forma consistente que não vão desaparecer do seu currículo interior enquanto pessoas.
Aprender a língua materna não produz por si só escritores... mas desenvolve em nós muito mais do que competências linguísticas. Aprender ciência ou artes não produz necessariamente cientistas ou artistas, mas se o trabalho da escola for bem feito, fazem a diferença no futuro individual e comum.

E os professores que oferecem aos seus alunos experiências variadas com as TIC, numa perspetiva de inovação das formas de ensinar e aprender, também crescem com eles e são muito mais felizes.

Se mais não fosse... já chegava para valer a pena a experiência neste mundo tão cheio de desilusões e tristezas.

Alguém quer começar?
Deixem-se surpreender...

http://eduscratch.dgidc.min-edu.pt/

quinta-feira, setembro 01, 2011

Receita simples e saudável?

É preciso conhecer os ingredientes um a um. Estudar-lhes o potencial, o valor que representam, a forma possível de se ligarem uns aos outros. Indispensável a visão global do final pretendido. Desejável o conhecimento de vários caminhos para lá chegar.


Não prescindir do melhor, não economizar no essencial, planear sem eliminar o espaço para a surpresa, ou a magia, que a química das coisas sabe fazer acontecer com sabores inesperados. Confiar.


Verificar com cuidado os resultados enquanto tudo acontece e no final também... olhando de todos os ângulos, sentindo os aromas, saboreando cada pedaço de flor que nasce devagar, para poder sempre aperfeiçoar o necessário na vez seguinte. Resistir à tentação de fazer toneladas, fazer igual, industrial, copiado. Gostar da palavra grama, da palavra quilo. Menos é mais.


Podia ser a política educativa, podia. A educação, uma aula. A forma como cada um de nós trabalha o mundo à nossa volta. A forma como vivemos cada minuto de vida.
Assustam-me coisas que escuto. Muitos mais exames, muito maiores turmas, muito mais do mesmo sem nunca se falar do que é essencial.

Mas hoje é apenas uma receita de amor sem nome para concentrar num só pedaço denso de quase pão (para corpo e alma) ingredientes que já provaram merecer estar presentes na nossa vida: farinha integral, farelo de aveia, gérmen de trigo, sementes de chia, de linhaça, de sésamo, de girassol, flocos de aveia, sal, leite de soja, lecitina de soja, mirtilos secos, azeite...
Usem a vossa criatividade nas proporções, amassem tudo bem, tendam pedaços grandes, disponham em tabuleiros e cozam-nos no forno durante o tempo necessário ao vosso gosto... Podem congelar-se como pão. (Se preferirem doces... há mel... há frutose... há melaço... há malte... aventurem-se!)
É rápido, é bom e faz bem enquanto se caminha com as mãos pela massa (a paz doce de re_criar re_inventar alimento) e quando finalmente se saboreia.

Talvez muitos políticos devessem aprender a cozinhar com ternura e sapiência antes de exercerem o seu poder sem estratégia, sem conhecimento, ao sabor de nem se sabe bem o quê...