quinta-feira, setembro 01, 2011

Receita simples e saudável?

É preciso conhecer os ingredientes um a um. Estudar-lhes o potencial, o valor que representam, a forma possível de se ligarem uns aos outros. Indispensável a visão global do final pretendido. Desejável o conhecimento de vários caminhos para lá chegar.


Não prescindir do melhor, não economizar no essencial, planear sem eliminar o espaço para a surpresa, ou a magia, que a química das coisas sabe fazer acontecer com sabores inesperados. Confiar.


Verificar com cuidado os resultados enquanto tudo acontece e no final também... olhando de todos os ângulos, sentindo os aromas, saboreando cada pedaço de flor que nasce devagar, para poder sempre aperfeiçoar o necessário na vez seguinte. Resistir à tentação de fazer toneladas, fazer igual, industrial, copiado. Gostar da palavra grama, da palavra quilo. Menos é mais.


Podia ser a política educativa, podia. A educação, uma aula. A forma como cada um de nós trabalha o mundo à nossa volta. A forma como vivemos cada minuto de vida.
Assustam-me coisas que escuto. Muitos mais exames, muito maiores turmas, muito mais do mesmo sem nunca se falar do que é essencial.

Mas hoje é apenas uma receita de amor sem nome para concentrar num só pedaço denso de quase pão (para corpo e alma) ingredientes que já provaram merecer estar presentes na nossa vida: farinha integral, farelo de aveia, gérmen de trigo, sementes de chia, de linhaça, de sésamo, de girassol, flocos de aveia, sal, leite de soja, lecitina de soja, mirtilos secos, azeite...
Usem a vossa criatividade nas proporções, amassem tudo bem, tendam pedaços grandes, disponham em tabuleiros e cozam-nos no forno durante o tempo necessário ao vosso gosto... Podem congelar-se como pão. (Se preferirem doces... há mel... há frutose... há melaço... há malte... aventurem-se!)
É rápido, é bom e faz bem enquanto se caminha com as mãos pela massa (a paz doce de re_criar re_inventar alimento) e quando finalmente se saboreia.

Talvez muitos políticos devessem aprender a cozinhar com ternura e sapiência antes de exercerem o seu poder sem estratégia, sem conhecimento, ao sabor de nem se sabe bem o quê...

4 comentários:

IC disse...

Pois... podia ser a política educativa, podia... Mas não é, e tu, querida 3za, não ficarás à espera que seja, como nunca ficaste :)
Desejo-te um ano lectivo cheio das sementinhas que vais deixar por aqui e por ali em meninos e seus professores. Que muitos destes se decidam a fazerem eles a política educativa!
Mil beijinhos

Teresa Martinho Marques disse...

Obrigada IC! Com a tua ajuda e do Fred, a vossa sempre terna presença, tudo é possível!
E, sim, nunca fiquei só a ver o combóio passar... Gosto de ter as rédeas na mão... Conheces-me... E há sementes a florir!! :)) Beijinhos

Luiz disse...

Aos poucos 3Za me encanta!
Venho a vasculhar suas gavetas, por sinal muitos pontos de sustentação! Meu blog "Cultura na Rede" disponibiliza ações das tecnologias no contexto escolar.
Adorei sua performance, parabéns.
Luiz - Florianópolis - SC Brasil

Teresa Martinho Marques disse...

Muito obrigada, Luiz! :)