quinta-feira, novembro 26, 2009

Afectos...

Informados de que viria outra professora à aula... e pensando que a dita (eu, que não conheciam) iria substituir a sua Professora, duas meninas de 6 anos, gémeas, disseram: assim nunca mais voltamos à escola!

Depois de me conhecerem, perceberam que eu não era uma bruxa má... tiraram uma fotografia comigo, deram-me a mão e puxaram-me para ver as suas produções.
Provoquei-as: então princesas, ouvi dizer que se eu viesse cá nunca mais queriam vir à escola, por pensarem que era para trocar de professora...
A resposta não se fez esperar:
Oh Teresa, é que nós gostamos muito da nossa professora e não queremos outra...

É uma turma onde a cor branca é minoria e os meninos doces como mel se distribuem entre outras cores e etnias. Uma professora muito especial que acima de tudo privilegia os afectos e estimula a cooperação de forma exigente, intencional e sábia. A ordem é perfeita. A alegria construtiva. O amor pinta todos os recantos da aula. Um céu dentro de um bairro que se sabe e se diz problemático. São as pessoas que fazem os bairros. É nelas que temos de investir...

É para lá que vou agora.
Mar de abraços e beijinhos. Já sei.
(Que se dane o plano de contigência!)

1 comentário:

Hugo Correia disse...

É preciso competência técnica e competência táctica. Quem sabe conjugar estas competências com o afecto, não tem, seguramente, necessidade de plano de contingência. É fácil dizer, não é?

«Não basta a substância, também é necessária a circunstância. Os maus modos corrompem tudo, até a justiça e a razão. Ao contrário, os bons tudo remedeiam: douram a recusa, adoçam a verdade e tiram rugas à velhice. Em todas as coisas tem grande parte o como. As maneiras afáveis encantam os gostos e são o ornamento da vida.»

Gracián, Arte da prudência