terça-feira, abril 07, 2009

Ferramentas do pensamento: mal-nos-querem...


(...) Foi Dante, creio, quem comentou que o artífice medíocre odiava as suas ferramentas. Para mim, é muito perturbador que tantos estudantes não gostem de duas das maiores ferramentas do pensamento - a matemática e o desdobramento consciente da língua materna na forma escrita, ambos dispositivos de ordenação dos pensamentos acerca das coisas e dos pensamentos acerca dos pensamentos. Tenho esperança de que na nova era que se anuncia nos dediquemos devidamente a tornar estas ferramentas mais amadas. Talvez a melhor maneira de o fazer seja torná-las mais eficientes nas mãos dos seus utilizadores. (...)

Jerome Bruner
Para uma Teoria da Educação, Relógio D’Água, Lisboa, 1999
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2 comentários:

IC disse...

Na nova era que se aproxima(va)? Hummm... Quanto à língua materna, é um desespero, cada vez menos crianças e adolescentes gostam de ler. Lembro-me do que os livros foram para nós. Afinal fomos felizes - tivemos sorte - por não haver no nosso tempo computadores, playstations, etc. É verdade que eles aprendem muito e se desenvolvem com as novas tecnologias, mas receio que os livros sejam insubstituíveis. Estarei a ver mal? A minha neta de 10 anos gostava de ler, e agora já não gosta, e o irmão só lê os livros de leitura obrigatória na escola. Será que descobrirão o prazer de ler mais tarde? Não sei, não sei.

Teresa Martinho Marques disse...

Acho que não estás ver mal e é uma coisa que me preocupa...
Penso que teremos de descobrir uma forma de aproveitar as coisas que gostam para as reintroduzir aos livros... Por acaso tenho uma turma (a das actividades com o Scratch) que está cheia de meninos que adoram ler e lêem muito... mas muito mesmo... É importante descobrir o que pode fazer "clique"... e tentar encontrar novas estratégias adequadas aos novos tempos e aos seus interesses...
Beijinhos