Vou tentar concentrar-me nas pétalas aromáticas, nas vozes deles, no entusiasmo e na vontade renovada de fazer progressos nas aulas de Matemática da manhã e esquecer as suas caras de desapontamento depois de mais uma sessão onde 23 alunos, que frequentam voluntariamente o espaço à terça-feira, tinham apenas à disposição 4 computadores portáteis completamente operacionais e 3 semi... Uma fartura! Os restantes 6... nada... 2 deles nem abriram.
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Voltei a perguntar pelos seus... os tais... os supostos pessoais que são distribuídos aos milhares por esse país fora (ao qual, pelos vistos, não pertencemos)...
Oh professora, muitos códigos estavam errados e fomos hoje à secretaria e também os pais já disseram que como nós vimos no autocarro e estamos aqui na escola muitas horas eles não nos vão deixar trazer os nossos para cá...
(Só se for às escondidas, disse em voz baixa um deles)
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E eu a tentar focar as pétalas... as pétalas... e o cheiro bom... a ver se me esqueço dos enganos e do faz-de-conta em que andamos a viver.
Reality check. Back to the same never ending technologic portuguese story...
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Em frente. Só posso contar comigo e com eles.
(E pensar muito bem antes de, para o ano, voltar a apresentar o projecto de um clube sem condições nem recursos para funcionar realmente como devia.)
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