sábado, fevereiro 16, 2008

Manuel António Pina... mais uma vez

(Acho que há adultos a mais a governar o país...)

... deixo um dos meus poemas favoritos, que tem como lar um dos meus livros favoritos: O pássaro da cabeça .

[DSC02877.JPG]




A canção dos adultos

Parece que crescemos mas não,
somos ainda do mesmo tamanho.
As coisas que à nossa volta estão
é que mudam de tamanho.

Parece que crescemos mas não crescemos,
foram as coisas grandes que há,
o amor que há, a esperança que há,
que ficaram mais pequenos.

Estão agora tão distantes
que às vezes já mal as vemos.
Por isso parece que crescemos
e somos maiores que antes.

Mas somos ainda como antes,
talvez até mais pequenos
quando o amor e o resto estão distantes
que nem vemos como estão distantes.

Julgamos então que somos grandes
e já nem isso compreendemos!


Manuel António Pina
O Pássaro da cabeça
(ilustrado por Joana Quental)

6 comentários:

Anónimo disse...

Professora tenho um trabalho novo na minha galeria. Beijinhos
Teresa

Anónimo disse...

Professora tenho um trabalho novo na minha galeria. Beijinhos
Teresa

Teresa Martinho Marques disse...

Já lá fui e já deixei comentário. Linda a tua voz! Já começaste as aulas de canto/fado? Vais longe "miúda"!!! Vamos ouvir falar de ti... Beijinhos

Teresa Martinho Marques disse...

Quem quiser ouvir a Teresa (é a voz em primeiro plano... teve de recorrer a sobreposição para conseguir umas guitarrinhas de acompanhamento) pode ir até aqui:
http://scratch.mit.edu/projects/telle/100712
Já uma vez divulguei na teia a sua voz especial (tem apenas 11 anos). Agora... vai iniciar-se com aulas de... fado (aceite por um professor que a ouviu e reconheceu nela a enorme qualidade vocal já existente e o potencial que se adivinha). Acrescento que é uma das craques a matemática na turma do 6º ano - 5 sempre, desde o 5º ano. Tão bom ver uma menina a aproveitar a vida de forma tão completa e sempre descontraída e com um sorriso... Força Teresinha!

Anónimo disse...

Grandes todos somos quando olhamos para o umbigo.
Quando a cabeça se levanta, deixa a grandeza de existir: uns avançam para crescer, outros, com vertigens, desamparados, pontapeam tudo o que se lhes defronta.

Teresa Martinho Marques disse...

Pois...