quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Avaliação: perguntas, perguntas...

Eu já me havia questionado na teia há uns dias (13/2 e 16/2)

aqui...
(...)Para além das fundamentais questões de legalidade dos processos em implementação, ainda tenho dúvidas básicas como:No MegaDep que integro, podem coexistir professores de todas as formas e feitios. Uns mais matemáticos, uns mistos (ESE Mat e CN), uns geólogos, uns químicos, uns físicos, uns economistas, uns biólogos, uns engenheiros, uns informáticos... e tudo o mais que cabe no saco das habilitações e formações profissionais adequadas a esta super área (Físico-Química, Ciências Naturais, Matemática 3º Ciclo, Ciências da Natureza e Matemática 2º Ciclo, TIC). Como é que um qualquer destes, sendo titular, tem condições para avaliar todos os outros, com rigor científico-pedagógico, em todas as outras áreas que não a sua, ou próxima? Como é que um professor coordenador de 2º ciclo analisa a dinâmica do trabalho no terceiro ao assistir a uma aula? Não havendo, por exemplo, nenhum titular de físico-química, será correcto durante anos a fio este grupo ser sempre avaliado por pessoas que desconhecem em profundidade os conteúdos trabalhados naquela disciplina, os métodos usados? Ou caminhamos para um ponto de entendimento em que nem valia a pena ter feito estágios, nem cursos, nem formação, que isto é tudo mais ou menos a mesma coisa, mais coisa, menos coisa?(...)

e
aqui...

(...)É que, nesta lógica inovadora, curricula feitos com caminhos sem densidade ou com a soma (muito relativa) de pontos (consoante as escolas, podemos ter titulares de 60 que são avaliadores e professores de 200 que são apenas avaliandos... as cotas, pois...) são o único atestado de competência exigido para avaliar/comandar os destinos de terceiros. Ora se nos foi vendido que os pontos mediam com rigor 7 anos de capacidades de cada um, como explicar estas disparidadezinhas? Ou bem que os pontos se sustentam em indicadores de valor absoluto, ou bem que não!(...)

Entre as muitas razões do desgoverno, esta parece-me uma questão fundamental que corrói nos alicerces uma estrutura que continua a ser construída afincadamente, pelas escolas, sobre fundamentos frágeis e sem sentido.
Foi bom encontrar aqui idêntica preocupação

Três perguntas pertinentes que mostram a incoerência deste processo de avaliação de desempenho

E foi bom porquê?
Porque há questões que devem ser repetidas até que alguém lhes dê resposta.
E porque há vozes que podem e vão chegar mais longe. Há vozes que encontrarão ouvidos.
Esta voz será, sem dúvida, uma delas.

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