segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Programação: a nova literacia

Ainda de madrugada... descobri algo importante no blogue de um dos professores da equipa da Universidade de Aveiro (Luís Pedro - (adubai com) nitrato do caos ). Gosto de visões que nos transportem ao futuro. É nisso que ando a trabalhar. Acabei no site Edutopia. Ainda não eram seis da manhã. Não, não é para fugir à realidade (embora a tentação seja grande, com esta realidade tão limitada que nos é imposta), sempre me atraíu o que não consigo nem imaginar que vai haver um dia. Apetece-me contribuir para esse futuro. Ando a tentar fazê-lo. Daqui a pouco estarei na escola (depois de já lá ter estado de manhã) a praticar a arte de aproximar o futuro do presente. A ver se não me esqueço de almoçar...
Ainda sobrou um tempinho para ir ao muito mais deixar lá as pistas recolhidas.

Aqui deixo o fio até lá, para quem se interessar pelo tema:
Programação: a nova literacia

7 comentários:

Herr Macintosh disse...

Se entendermos esta literacia da programação como a forma de análise e apropriação de técnicas para a resolução de problemas, sobretudo lógicos, então concordo que é importante mas não a mais importante. Concordo muito mais com a ideia do Toffler quando ele diz que no futuro será necessário saber aprender, desapreender e reaprender.
A ideia de Mark Prensky parece-me demasiado tecnicista ao enfatizar a tecnologia em vez da informação. A boa tecnologia deverá ser transparente para o utilizador, sem necessidade de grande recursos à programação. A capacidade de tratamento e integração da informação, essa sim separará os literatos e os iliteratos do futuro. Prensky devia ler The Laws of Simplicity, de John Maeda.

Herr Macintosh disse...

Li melhor o artigo do Mark Prensky e o que ele chama programação não é, na realidade, programação. "Doing a Web search is programming, as is using peer-to-peer or social-networking technologies, or eBay, or creating a document in Word, Excel, MySpace, or Facebook -- and toss in building your avatar in Second Life." Nada nesta lista pode ser considerado programação no sentido tecnológico do termo mas apenas no sentido de "delinear, planear". O autor utiliza incorrectamente o conceito de programação.

Teresa Martinho Marques disse...

(Deixei-te um comment no nitrato)

E acrescento que concordando com as questões técnicas que referes (realmente o sentido é amplo e não o li entendendo a programação como actividade exclusiva de "programar"... tu percebes infinitamente mais destas questões do que eu) a ideia que captei na essência está mais relacionada com o tal planear, o "design" de experiências envolvendo múltiplas competências, porque tenho sentido que nas actividades com o Scratch é isso que acontece. O trabalho de programação propriamente dito é um pretexto para algo bem mais vasto. Mas também sei da importância do rigor da linguagem (não posso competir contigo... eh eh eh) e confio na tua análise. Realmente para mim, mais ignorante que sabedora, fica-me apenas essa utopia de que algures, no processo de delinear e planear (algo que pode ser até programação propriamente dita... então por que referiria ele o scratch como exemplo?) há transformações importantes e uma literacia que será uma nova forma de olhar o mundo reagindo aos desafios e desenvolvendo a capacidade de os abordar e resolver. Nada mais e já tanto.

Herr Macintosh disse...

Eu acho que Mark Prensky teve uma ideia, pegou nela e partiu apressadamente para algumas conclusões. Nessa análise apressada meteu várias coisas dispares nos mesmo saco. Algumas, como o Scratch, têm efectivamente a ver com a programação como apropriação das tais técnicas para a resolução de problemas e isso eu acho importante porque nos pode levar à tal ideia do expert de que fala Brensford. Mas depois junta coisas como ser necessário sermos capazes de criar programas ("Suppose you have a need for a computer program. "Me?" you say. "Why would I have such a need?" But this possibility is not far-fetched at all.") e o exemplo que dá é ridículo: "For instance, when Howard Dean ran for U.S. president a few years ago, he (or someone on his staff) had this idea: "What if we could collect contributions over the Internet?" Nobody had ever done this before, because the structure wasn't there -- the program had never been written. So he went out and found a young programmer -- an eighteen-year-old -- to write the necessary code, and within only a matter of weeks the contributions started pouring in". Mais adiante diz Most of us have problems a computer or another digital machine could easily solve for us, if only we conceived them as programming problems: "What is my best commuting route under different weather or other conditions?" "What are my statistics in my sports (or hobbies or work), and how do they compare with those of others?" "What is the optimal configuration of my [you name it]?" "How close am I to retirement, and will I have enough money?". É notório que o autor se entusiasmou demasiado.
Depois há alguns erros grosseiros: dizer que agora estão a aparecer linguagens de programação que as pessoas normais são capazes de utilizar e incluir o ActionScript nessa lista é desconhecer a área (o ActionScript, apesar de ser uma linguagem de alto nível, não é exactamente para todos) - as linguagens mais fáceis de programar que conheço são o HyperTalk e o AppleScript (facilmente compreensíveis porque são "quase" inglês) já existem há mais de 20 anos (o HyperTalk).
No que diz respeito às tecnologias (se queremos fazer futurologia e observarmos as tendências actuais) o caminho a seguir é a simplificação das coisas até elas se tornarem invisíveis. Um exemplo desta "invisibilidade" é o que a Apple fez com o iPhone - não faz mais do que muitos telefones de topo de gama mas a complexidade está visível para o utilizador (no meu telemóvel o mesmo botão serve para várias coisas :-( ).

Herr Macintosh disse...

Ups! O comentário anterior ficou graaaaannnnde. Fiquei com vontade de fazer uma entrada no meu blogue sobre o assunto (é só arranjar tempo...).

Herr Macintosh disse...

Escrever depressa dá destas coisas. O último parágrafo do comentário grande devia ter sido:

No que diz respeito às tecnologias (se queremos fazer futurologia e observarmos as tendências actuais) o caminho a seguir é a simplificação das coisas até elas se tornarem invisíveis. Um exemplo desta "invisibilidade" é o que a Apple fez com o iPhone - não faz mais do que muitos telefones de topo de gama mas a complexidade não está visível para o utilizador (no meu telemóvel o mesmo botão serve para várias coisas :-( ).

Acontece...

Teresa Martinho Marques disse...

ui!

:0)