Aproveitámos o facto deste escritor ser amigo da família de um dos alunos desta turma (5º). Vai de entrar pela obra adentro. Vai de lhe escrever uma carta colectiva a convidar. O F. leva a carta em mão, passadinha com letra bonita em envelope a condizer. O tão desejado sim. A matéria de que se tem feito o Estudo Acompanhado neste período, comigo e com a professora de Língua Portuguesa e História. E agora? Como o vamos receber?
Aproveitando um reconto, feito por uma aluna, da História do Bolo-Rei... podíamos dramatizar... E se tu fizeses os bolos todos? Ias mudando de voz... e ela podia ser a narradora! Isso! Eu posso fazer assim uns papéis que ponho atrás dela para saberem que bolo está a falar? Vai já tratar disso. De improviso em improviso, acabámos com um momento de um imenso humor, onde uma "designer" muito melga interrompe as personagens (com imensos improvisos e papelinhos a explicar quem é quem - a aluna, habitualmente muito sossegada, revelou-se uma actriz excelente) com um sentido de oportunidade excepcional para esta idade.
Olha lá, lembrei-me agora... e se naquela parte em que o Bolo de Amêndoa diz ao Bolo-Rei "Lata a tua! Também eu perdi uma amêndoa torrada a semana passada e não me ando por aí a queixar!", tu interrompesses a rir dizendo: só faltava agora dizerem que caíu uma amêndoa ao Torrado... rindo rindo rindo.
Oh professora, ele não vai ficar zangado?
Confia em mim. Se ficar eu digo que a culpa é minha...
Ela confiou. O momento é inesperado e funciona muito bem. Arrisco dizer que o António Torrado vai rir mais do que todos nós.
Ao mesmo tempo o grupo de rappers desenvolve o hip-hop/rap do Torrado... iô Torrado, tá-se bem... com um poema engraçado e uma interpretação muito especial. Pois... O nosso doce menino autista integra o grupo e foi finalmente possível, a uma semana do evento, conseguir que entre no momento certo, cante a sua estrofe, organizando a sua actuação em função da dos colegas. Percebe-se a felicidade na cara e nos risos. Custou, mas a integração é isso: o mais próximo possível se possível for. Não ceder à acomodação. Fazê-lo dar os passos possíveis. É maravilhoso vê-los todos juntos, cada um fazendo a sua parte, o M sempre envolto no carinho da turma. E grupos a fazer cartazes e grupos a fazer marcadores e outro aluno preparando entrevista.
Depois um excerto da peça Verdes são os Campos... Duas lavadeiras e um pescador que dizem de cor (o pescador ainda arrasta uns papéis na mão para as aflições), com mestria, o difícil, subtil e irónico texto.
Casar? Eu? Ná... não quero prisões...
Lençóis? É o que mais se gasta no casamento...
E jeitosas as meninas! Fosse eu mais novo...
Tudo começa com a canção, letra de Camões... a turma inicia "Verdes são os campos..." e, mais uma vez, o nosso M integra o momento, concluindo a canção sozinho no seu jeito especial.
Na quarta-feira que passou, ensaio geral na Biblioteca. Até as alunas do 9º ano pararam a ver e gostaram muito. E eles riram-se também e divertiram-se, levando a sério cada sorriso.
Aprenderam muito durante o processo. Leram, desafiaram a memória, escreveram.
Hoje o grande dia do encontro com o escritor. Devem estar nervosos.
Mas felizes.
E eu...
o que eu quero principalmente (tal como Sebastião da Gama queria)
... é que vivam felizes.
Para quem esteja esquecido: o site na Internet
http://www.historiadodia.pt
continua activo e com histórias novas de António Torrado, todos os dias.
A não perder!
Aproveitando um reconto, feito por uma aluna, da História do Bolo-Rei... podíamos dramatizar... E se tu fizeses os bolos todos? Ias mudando de voz... e ela podia ser a narradora! Isso! Eu posso fazer assim uns papéis que ponho atrás dela para saberem que bolo está a falar? Vai já tratar disso. De improviso em improviso, acabámos com um momento de um imenso humor, onde uma "designer" muito melga interrompe as personagens (com imensos improvisos e papelinhos a explicar quem é quem - a aluna, habitualmente muito sossegada, revelou-se uma actriz excelente) com um sentido de oportunidade excepcional para esta idade.
Olha lá, lembrei-me agora... e se naquela parte em que o Bolo de Amêndoa diz ao Bolo-Rei "Lata a tua! Também eu perdi uma amêndoa torrada a semana passada e não me ando por aí a queixar!", tu interrompesses a rir dizendo: só faltava agora dizerem que caíu uma amêndoa ao Torrado... rindo rindo rindo.
Oh professora, ele não vai ficar zangado?
Confia em mim. Se ficar eu digo que a culpa é minha...
Ela confiou. O momento é inesperado e funciona muito bem. Arrisco dizer que o António Torrado vai rir mais do que todos nós.
Ao mesmo tempo o grupo de rappers desenvolve o hip-hop/rap do Torrado... iô Torrado, tá-se bem... com um poema engraçado e uma interpretação muito especial. Pois... O nosso doce menino autista integra o grupo e foi finalmente possível, a uma semana do evento, conseguir que entre no momento certo, cante a sua estrofe, organizando a sua actuação em função da dos colegas. Percebe-se a felicidade na cara e nos risos. Custou, mas a integração é isso: o mais próximo possível se possível for. Não ceder à acomodação. Fazê-lo dar os passos possíveis. É maravilhoso vê-los todos juntos, cada um fazendo a sua parte, o M sempre envolto no carinho da turma. E grupos a fazer cartazes e grupos a fazer marcadores e outro aluno preparando entrevista.
Depois um excerto da peça Verdes são os Campos... Duas lavadeiras e um pescador que dizem de cor (o pescador ainda arrasta uns papéis na mão para as aflições), com mestria, o difícil, subtil e irónico texto.
Casar? Eu? Ná... não quero prisões...
Lençóis? É o que mais se gasta no casamento...
E jeitosas as meninas! Fosse eu mais novo...
Tudo começa com a canção, letra de Camões... a turma inicia "Verdes são os campos..." e, mais uma vez, o nosso M integra o momento, concluindo a canção sozinho no seu jeito especial.
Na quarta-feira que passou, ensaio geral na Biblioteca. Até as alunas do 9º ano pararam a ver e gostaram muito. E eles riram-se também e divertiram-se, levando a sério cada sorriso.
Aprenderam muito durante o processo. Leram, desafiaram a memória, escreveram.
Hoje o grande dia do encontro com o escritor. Devem estar nervosos.
Mas felizes.
E eu...
o que eu quero principalmente (tal como Sebastião da Gama queria)
... é que vivam felizes.
Para quem esteja esquecido: o site na Internet
http://www.historiadodia.pt
continua activo e com histórias novas de António Torrado, todos os dias.
A não perder!
Adenda:
guardar na memória dos olhos o que não sai mais do coração. Foi muito especial.
13 comentários:
Interessante a actividade, mas... matéria do Estudo Acompanhado?!
A disciplina de Estudo Acompanhado tem matéria?? Tem programa??... Tem projecto(s) a desenvolver??...
De qualquer modo,... interessante a actividade!
Tem orientações e algumas delas (superiores) apontam para o desenvolvimento de actividades no âmbito do Plano Nacional de Leitura, que é o caso. Para além delas: desenvolvimento de competências necessárias ao estudo: consulta de informação e compreensão de textos(pesquisa sobre a vida e obra de AT), memória (decorar textos, poemas, canção), desenvolvimento de competências da escrita (compreensão de textos e reconto de histórias), desenvolvimento do prazer de ler e do contacto com autores portugueses, apoio à elaboração de trabalhos e metodologias para os fazer noutros contextos(construção de um cartaz com informação e materiais sobre AT)... claro que, em paralelo, se vão desenvolvendo outras actividades de apoio ao estudo e organização do estudo, quer transdisciplinares, quer relacionadas especificamente com certas disciplinas). Isto só para citar algumas... A matéria constrói-se a partir das necessidades da turma (PCT), das orientações do PCA e PEA e do currículo Nacional. Mas, desde o ano passado, que se aconselha vivamente a rentabilizar as questões de leitura e contacto com a língua portuguesa... PNL.
Sim, de facto depende das dificuldades dos alunos, no âmbito do PCT, mas "prazer de ler", "contacto com autores", e em paralelo, actividades de apoio ao estudo e organização do mesmo (em 90 min)dentro das especificidades de algumas disciplinas (?) - com a turma toda?
Gostava que na minha escola as turmas fossem tão produtivas...
(sem ofensa, mas, de facto, com dúvidas reais...)
A turma toda são 20 miúdos deliciosos e realmente produtivos. E o trabalho não se concentra apenas em EA. A professora de LP trabalhou em paralelo nas aulas de LP (e é minha parceira em EA, fazendo a natural ligação). Os alunos não estiveram todos ao mesmo tempo a fazer as mesmas coisas (havia alunos na Biblioteca, ao mesmo tempo que outros ensaiavm... diferenciação... como somos duas é mais fácil dar-lhe expressão). As professoras de AP apoiaram o trabalho e deram continuidade quando necessário nas tarefas necessárias. O segredo não está na massa nem em milagres, está no trabalho de articulação para coordenar esforços e rentabilizar o tempo. E exigir trabalho em casa dos alunos (para que percebam que não são 90 minutos por semana que resolvem os problemas e servem para tudo). Neste CT a articulação é uma realidade (talvez pela existência de um menino autista e de vários encontros para pensar nas coisas). Neste CT e turma tb é uma realidade o apoio/acompanhamento dos pais e o apelo à responsabilização dos filhotes, prolongando o trabalho da escola (numa semana trazem trabalho feito e adiantado do que lhes foi pedido e pode ser feito com autonomia). Claro que, aceito, neste caso é mais uma situação de excepção que de norma (trabalhei 20 anos numa escola muito complicada e conheço bem as diferenças), mas aqui, neste contexto específico, com estes meninos,tem sido possível. Nem sempre é, claro. MAs quando é, aproveito e regozijo-me com o facto.
Acrescento apenas que na minha resposta ao primeiro comentário te dei a visão do trabalho desenvolvido desde o início do ano. Este trabalho específico de preparação da vinda do autor decorreu durante o segundo período (em articulação, como disse)... já tivemos um primeiro período onde está incluído tudo o que descrevi... as coisas habituais... horário de estudo, fichas de reflexão sobre a forma como o trabalho deve ser organizado, apoio ao estudo quando os alunos o solicitam... Não estava dizer que fizemos isso tudo ao mesmo tempo em pouco tempo (provavelmente achaste isso pelo teu comentário)... a turma é produtiva, mas não exageremos... :)
professora ja fiz mais um projecto no scratch quando tiver tempo vá lá ver.
Ah e ainda estou a fazer mais dois projectos que ainda n acabei.
axx:rita bastos
Fui visitar a sua turma bê e gostei - fui via 28 na sala. Parabéns para os seus alunos. Continua a surprender-me.
Gosto das pessoas simples
-diz Deus-
E que fazem os outros felizes.
Ritinha! Fiquei tão contente com estas notícias! Já lá fui, já deixei comentário e correcções para depois colocarmos o projecto no blogue da turma. Parabéns! Aguardo os próximos... Depois avisa! Beijinhos
Raul... obrigada!
Ao fim deste tempo todo o que me move é o trabalho de soldado (que fica muitas vezes na sombra). Os meus meninos sabem bem do Amor que procuro demonstrar com gestos de disponibilidade para eles e para acompanhar os seus projectos e progressos... e isso chega-me!
Obrigada! :)
3za, fiquei esclarecido - mesmo assim foi bom o trabalho desenvolvido...
Bom trabalho,também, o da turBêturma (de facto, as turmas mudam, consoante o meio onde vivem). Só assim não pensam os 3 do ME... Parabéns à professora, que os apoia.
:) a turminha de quinto também tem o seu cantinho em www.gtscratch.blogspot.com Dá um bocadinho de trabalho manter isto tudo oleado e a funcionar... mas eles ficam tão felizes que compensa... assim mantém a motivação em alta e é mais fácil...
Boa noite!
Vim buscar a foto do A. Torrado para o Blog pq os meus repórteres foram todos despedidos.
Jinhos
Até amanhã
manela c.
eh eh eh... pagavas pouco... Bj
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