domingo, março 05, 2006

Na linha da frente...

Em outróòlhar já havia sido feita a referência...


Merece a repetição...

INTERACT

http://interactsite.blogspot.com

(O futuro já mora ali ao lado, no canto das cumplicidades...)

Já passou...




Dei um jeitinho à "disposição". Acrescentei um brilhozinho nos olhos.

Por outras palavras, "maquilhei" o desmiley com jeitinho (não foi fácil desenhar um sorriso por cima do esgar anterior) e transformei-o num (quase perfeito) smiley...

Afinal... é Domingo. Falta apenas uma semana para o Cara-Metade chegar e a Escola, bem... a Escola... lá vou conseguindo encontrar-lhe o rasto, só aparentemente perdido, nos olhos e nos sorrisos dos alunos e dos professores cúmplices no sonho... (Copo meio cheio?)

Mr. Grumpledump's Song



Everything's wrong,
Days are too long,
Sunshine's too hot,
Wind is too strong.
Clouds are too fluffy,
Grass is too green,
Ground is too dusty,
Sheets are too clean.
Stars are too twinkly,
Moon is too high,
Water's too drippy,
Sand is too dry.
Rocks are too heavy,
Feathers too light,
Kids are too noisy,
Shoes are too tight.
Folks are too happy,
Singin' their songs.
Why can't they see it?
Everything's wrong!


Shel Silverstein
Where the Sidewalk Ends

Ver aqui


Porquê?

Saudade.
(Há uma semana o Cara-Metade partiu para os Andes...)


Apenas isso?

Confesso que não.
(Ando em perseguição duma Escola que brinca às escondidas comigo sem se deixar encontrar. O jogo assim não tem tanta graça... Ao Domingo gostamos de brincadeiras que sejam levadas a sério.)


Portanto, hoje, apeteceu-me resmungar, rabujar, queixar-me, mostrar descontentamento...
E como não sei muito bem como isso se faz, pedi ajuda ao Shel (e ao dicionário de inglês-português).

Grumpledump: palavra inexistente (a liberdade da poesia...).

grumpy=grumpish: mal-disposto, mal-humorado, resmungador, insatisfeito, descontente
grumpiness: rabujice, má disposição, mau humor, aspereza
grumpily: com rabujice, de mau humor, resmungando
grumbling: resmungão, rabugento, descontente
grumbler: resmungador, pessoa resmungona, indivíduo que acha defeitos nas coisas, que não está satisfeito
grumble: queixar-se, resmungar com mau modo, mostrar descontentamento, murmurar, dizer mal de, roncar, resmungadela, resmunguice queixa resmungada, murmúrio de descontentamento, mau humor.

(Quanto a dump, dumper, dumpiness, dumpish, dumpishly, dumpishness, dumps e dumpy... Vão lá vocês ver o que é, caso não seja imediata a intenção do poeta e a minha ao copiar-lhe as palavras.)



Não satisfeita, ainda tive a paciência de "inventar" (desenhar) um "desmiley" que substitui tudo o que atrás se escreve, por não ter encontrado nada à altura do sentimento.

Bem podia ter começado por aqui...

(Já sei que esta grumpiness não vai durar muito... Deve ser de uma letrinha de sono ainda mal apagada...)


sábado, março 04, 2006

Le temp passe...

.
(...) a preparação séria do futuro do País, pela via da formação escolar da juventude, está muito mais nas mãos de professores competentes e motivados do que em contínuas reformas do sistema de ensino.(...)

Eduardo Martinho
Ensino e realidade quotidiana

Expresso / Opinião, nº 1253, 1.Novembro.1996


Escrever para dizer o excesso de uma profissão.
E o risco.
E a dádiva (tantas vezes ignorada).
Escrever o entusiasmo que os cegos poderes ignoram e
às vezes
desprezam.

José Matias Alves
O primeiro de todos os ofícios,
Cadernos do CRIAP ASA, nº17, 2000



Serão merecedoras de aplauso as medidas governativas que resultaram numa campanha populista de imolação da credibilidade dos profissionais da educação [cuja resistência será sempre entendida como uma resistência corporativa mesmo que essa resistência seja motivada por outra razões, nomeadamente, o seu entendimento do que é o interesse e o bem das crianças e jovens], sob a bandeira da eficiência, coragem e acerto das medidas?

Palavras de Miguel Pinto, nesta sua entrada, a propósito de "outras palavras", 2006

"Há duas maneiras
de governar:
pela força
ou pela farsa."
(Glauco Mattoso)
Colocado pela IC, nesta sua entrada
, 2006

.

O tempo lá vai pass(e)ando... os anos escoando...

O que vai mudando?

(Os cegos poderes continuam a tentar amarfanhar a alma e a motivação de quem (ainda) ama?)

A esperança, às vezes, parece uma palavra com cor verde desbotada...

... ainda assim... verde.

(Que estranha magia a faz resistir? Terá nome de aluno?)


sexta-feira, março 03, 2006

Vitrais

.



Pedacinhos de vidro colorido.
Assim são as palavras
lidas por dentro
a contraluz
devagar.

Por fora parecem escuras
quase sem significado.
O Sol (um poeta?) no seu avesso
consegue fazê-las
cantar.
.
Se fosse hoje, escreveria:
.
Por fora parecem escuras
quase sem significado.
O Sol (um Professor?) no seu avesso
consegue fazê-las
cantar.
.

quinta-feira, março 02, 2006

Muita teia...

É tanta teia ao mesmo tempo, que resolvi encerrar o dia na "estação de tecelagem", desanuviando a cabeça com uma divagação gráfica rápida, explorando as possibilidades do corel photopaint... E como ando a "brincar" com muitos "novelos" ao mesmo tempo... preciso mesmo de ir descansar.

Estão à espera de mais alguma reflexão? De uma metáfora educativa? Hoje não tenho forças para mais. É essa a metáfora (descodifiquem...)


Miau!


Passeios que desaguaram em reflexões...


Em "passeios" de Carnaval... acabei por encontrar este universo:

http://www.tiago.pt.to/ (Professor de EVT)

http://www.geocities.com/tiagotiagotiago/geometria/cgeometricas.html (Do mesmo Professor, uma actividade de Construção Geométrica que me parece excelente... e há mais a descobrir na sua página pessoal).

Dei comigo a pensar na questão da produção de conteúdos (para a Internet ou outro destino) e na componente individual de trabalho do professor...
Parte-se do princípio que o professor, vigilante e guardião do saber (e agora também entretenimento forçado) na escola, na sua casa só pode ter tempo (com dificuldade em muitos casos) para ver testes e preparar aulas?
E o seu projecto de auto-formação? A participação como cidadão na discussão da coisa educativa e na procura de soluções e melhores caminhos? O desenvolvimento de competências nas TIC e em outras áreas específicas e gerais fundamentais para o seu ofício? A produção de materiais a longo prazo para apoiar os alunos na escola, ou através da Internet, contribuindo para aumentar e qualificar o acervo disponível na nossa língua? A necessidade de escrita, de publicação de ideias ou de livros? A necessidade da leitura (de se actualizar) de livros da especialidade (que se habituou a comprar do seu bolso) ou tão só a leitura "recreativa" para se cultivar, manter o contacto com a cultura, a produção literária e poder partilhar esse prazer com os alunos? Nada disto conta (embora previsto no ECD, até ver)? Como diferenciar esta componente individual, que deveria ser tão necessária aos profissionais "da cultura" (que também somos?), em função dos projectos pessoais/formativos/de produção de cada professor? Se não for encontrada uma forma de a salvaguardar e valorizar, poderá vir a comprometer-se esta vertente do trabalho do docente, que (também) tem um lugar importante (fundamental?) na "educação" fora dos portões da escola e, com o comprometimento dela, matar pela raíz um futuro de maior excelência...
Provavelmente estou aqui a dizer que, tal como na universidade, um possível aumento da componente individual deveria corresponder à exigência de apresentação de um trabalho relevante de construção de saber útil à comunidade, em que o docente se insere pela natureza do seu ofício, do qual pudesse fazer prova. Estarei a delirar, ou é realmente importante criar a possibilidade prática da execução desta tarefa, a que não chamarei paralela mas gémea das suas funções, direitos e deveres, com uma distribuição mais racional da componente lectiva nesses casos? (Não falo, naturalmente de generalizações abusivas). Confesso que, depois de ver colegas "a lutar com mestrados infinitos", com custos exagerados de ausência na escola (e prejuízo de alunos), nunca consegui encontrar a motivação, o tempo ou a disposição para tal... até porque, mesmo concordando com a necessidade de reflexão mais teórica numa fase inicial de contextualização, defendo projectos de auto-formação que se concluam com contornos e contributos mais directos para a melhoria e eficácia do trabalho de fazer os alunos aprender. É o que tenho tentado fazer ao longo da vida e que não me confere qualquer grau académico (a propósito, a recompensa até foi uma congelação súbita, a menos de um mês da transição para o 9º escalão com todo o processo já concluído. Ironias...).
Pena que se fale tanto em Escola a Tempo Inteiro e tão pouco na necessidade de mais envolvimento de todos os sectores da sociedade na educação do país, (não)envolvimento esse tão directamente relacionado com o estado de (não)desenvolvimento do próprio...
Retirar tempo de formação e enriquecimento aos professores que o aproveitam a bem da própria escola e dos recursos educativos em geral (do crescimento intelectual do país?), é condenar todos a um futuro de estagnação sem a criatividade que faz o mundo dar passos nos bons caminhos. É que não é o número de horas de presença na escola que fala do melhor ou menos bom trabalho de um professor. Não se trabalha mais e com maior qualidade por se ser obrigado a estar mais tempo dentro na zona educativa que tem como fronteira as vedações, que tantas vezes a isolam da vida. Em contrapartida, todos aqueles que sempre animaram com horas muito suas o trabalho educativo dentro e fora dos portões da escola podem, aos poucos, achar que já não conseguem encontrar nem esses tempos, nem a energia para os extras que suportam as cores em movimento do melhor que se tem feito. Valerá a pena correr esse risco?
País que não se enriquece... envelhece?
Bem... comecei eu a falar de "passeios" e olhem onde isto me levou...
Voltando atrás:
não deixem de se enriquecer com esta experiência
(e partilhá-la com alunos):

Deixo-vos aqui também o espacinho 'net em que tenho estado a a trabalhar (solitariamente, num desafio de auto-formação pessoal que gosto de me ir fazendo) para os passados, presentes, futuros, meus e de todos, meninos de quaisquer tamanhos, (até dos vossos, oh seus meninos crescidos com a cabeça cheia de sonhos!). Quem o viu há um dia ou dois, na sua versão inicial, não o vai reconhecer... depois do colega HerrMac, (muito)especialista nestas coisas, ter franzido imenso o sobrolho (quase partia a sobrancelha) à minha primeira tentativa. Procurei redimir-me ontem. Não é o sonho imaginado, mas é o que o tempo bem esticado me permitiu conseguir aproveitando a interrupção festiva e toda a formação ( sobretudo informal e partilhada) que me chegou pelas mãos do referido colega/amigo, desde os tempos do Nónio... Chamei-lhe Sabor e Saber. E como me disse José Matias Alves do CRIAP ASA (um colega nosso), com quem troquei algumas palavras via "mail", a propósito de outro assunto, não é nova esta associação de palavras (e de conceitos) e data de longe o tempo em que ele (José) tem vindo a reflectir/escrever sobre ela. Deixo aqui parte das suas palavras:

(...)"Por exemplo, que saber vem do latim scire (saber) e sapere (sabor). Que sem sabor não há saber."(...)

Sem Sabor não há Saber... pois.

Agora é preciso tempo (da componente individual) para o ir enriquecendo regularmente com conteúdos... pois.

quarta-feira, março 01, 2006

Carnaval 5 - Apoteose? (ou funeral?)

Nada a fazer. Nada a prometer. Esta é a minha última oportunidade.

varina


espanhola (alguém tinha dúvidas?)


Lá fui crescendo reproduzindo com respeito a imagem do meu e de outros povos, quando o tempo de poder experimentar ser outro chegava e se cumpria. Quando as cores dos momentos ficavam apenas guardadas na memória. Enquanto crescia, chegou o tempo da cor nas fotos virtuais sem álbum, do viajar sem ir, do dinheiro que sai das paredes... para alguns povos apenas. O tempo de, por vezes, se sentir saudade de uma certa simplicidade nos dias...

deserto do Saara - traje das mulheres


Lentamente... a subversão. Ser outro quando não era tempo de Carnaval. Festas temáticas para experimentar outras cozinhas, outros cheiros, outras sensações. Ou talvez já pressentindo a morte do Carnaval que sempre conhecemos como um tempo louco, mas curto e situado.




Agora, já sem vontade de disfarces, recuso ser o outro que querem vestir em mim. E, por isso, já nem me apetece experimentar ser outro quando o calendário deixa ou quando simplesmente me apetece. (Medo de que me continuem a confundir com aquelas bonequinhas desenhadas num livro, que vestíamos com roupas de papel, num tempo sem dinheiro, sem plástico e sem barbies?)

Acho que hoje, finalmente, consegui cumprir a promessa de celebrar o Carnaval a sério:

fiz o Enterro das Cinzas.